Cinema: Alice no País das Maravilhas – Eu Fui!

Cuidado! Risco de spoilers!
Se você é alérgico – ou ainda não viu o filme – se afaste!

Um filme que é visualmente deslumbrante, mas quase totalmente vazio.

Embora eu considere o Tim Burton como um dos meus diretores favoritos, sinto que desde 2001 (com o lançamento de “Planeta dos Macacos”) seus filmes não possuem mais aquela magia de antigamente, falta emoção.. O que tem de sobra em seus filmes é uma Direção de Arte fantástica e uma atmosfera absolutamente incrível. Seguindo então essa ‘decadência’, temos “Alice no País das Maravilhas”, um filme de beleza inegável mas sem um roteiro que o sustente.

Acredito que todos já conheçam a história de Alice e a suas aventuras no País das Maravilhas. O filme de Burton se baseia na história original e na sua sequência “Através do Espelho e o que Alice encontrou lá” (que o Pedro comentou aqui) como inspiração para o filme. Aqui, Alice retorna ao País das Maravilhas após muitos anos e ela não consegue se lembrar de já ter visitado o lugar. A Rainha Vermelha está no reinado e cabe a Alice, derrotar o terrível Jabberwocky para devolver o reino para a Rainha Branca.

Esse é o roteiro do filme de uma maneira bem simplificada, mas é basicamente o que vemos na telona. Adicione aí personagens e criaturas tão bizarras quanto divertidas, alguns fracos conflitos, um clímax decepcionante e o filme está pronto. Devo dizer que como fã do Tim Burton é arrasador perceber que se retirarmos o aspecto visual de seus filmes, eles acabam caindo muito de qualidade. Uma pena, pois um filme não deve depender apenas de seu visual para funcionar. Independente disso, o Diretor de Arte Robert Stromberg realiza aqui mais um trabalho digno de um Oscar (que ele ganhou este ano por seu trabalho em “Avatar”) o País das Maravilhas é ao mesmo tempo colorido e sombrio, repleto de criaturas fantásticas e florestas surreais. Cada cenário é repleto de detalhes (como os morcegos que seguram os lustres do castelo da Rainha Vermelha) que saltam aos olhos, enriquecendo ainda mais esse universo.

Como já é de praxe do diretor, Johnny Depp e Helena Bonham Carter estão mais uma vez no elenco. Depp faz o seu bom trabalho habitual, embora excessivamente caricato. Já Helena Bonham brilha como nunca na pele da mimada Rainha Vermelha, roubando praticamente todas as cenas em que aparece. Já Mia Wasikowska no papel de Alice, não consegue imprimir o mínimo de empatia na personagem, muitas vezes me peguei torcendo para que a menina sumisse do filme. Ainda no elenco temos a belíssima Anne Hathaway como a bondosa Rainha Branca, em uma atuação propositalmente afetada, quase beirando o ridículo. Crispin Glover como o Valete de Copas, consegue ser assustador, embora seja prejudicado pelo “corpo digital” dado ao personagem. Ainda na dublagem das criaturas estão Alan Rickman (Lagarta), Stephen Fry (Gato Risonho), Michael Sheen (Coelho Branco) e Christopher Lee (Jabberwocky).

Mas não se engane achando que eu não gostei do filme, eu adorei! Apenas me arrependi de ter ido ver em uma sessão 3D, pois o filme não possui nada de especial que justifique a tecnologia, então, poupe um dinheiro e veja em uma sessão normal. “Alice no País das Maravilhas” apesar de seu roteiro falho, nos encanta visualmente e acabar se tornando uma experiência divertida.

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4 Comentários

  1. Comprei o DVD, pois não tive a oportunidade de ver no cinema. Ver uma mulher como protagonista é simplesmente fantástico. Ela é îndependente, dona-de-si e não tem homem no final para lhe beijar, nem mulher. Ela está só e ao mesmo tempo com muitas pessoas. A atriz não é uma prodígio, mas o cinema não tem produzido tantas assim. Há uma carência de atriz jovens… boas atrizes.

  2. Comprei o DVD, pois não tive a oportunidade de ver no cinema. Ver uma mulher como protagonista é simplesmente fantástico. Ela é îndependente, dona-de-si e não tem homem no final para lhe beijar, nem mulher. Ela está só e ao mesmo tempo com muitas pessoas. A atriz não é uma prodígio, mas o cinema não tem produzido tantas assim. Há uma carência de atriz jovens… boas atrizes.

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