SNES | Uncharted Waters 2: New Horizons! Navegar é preciso! (Nostalgia)

Por Raphael “Meltoh” Queiroz!

E aqui estamos nós para bater mais um papinho sobre jogos do passado. Hoje, vamos falar de um não muito conhecido pelo pessoal. De fato ele não teve a mesma fama que os RPGS lendários do SNES, mas deixou a sua marca pelo console, um jogo rico e divertido. Quem gosta de One Piece, vai gostar desse! Quem gosta de jogos de história também!

Lançado pela Koei em 1992, Uncharted Waters 2: New Horizons (Ou apenas New Horizons, como vou tratá-lo durante o post) foi feito para PC, SNES, e Genesis(apesar de eu nunca ter visto uma versão para o mesmo). E em 1996, também, para Sega Saturn e Playstation, embora somente em japonês. O jogo veio como uma sequência ao primeiro Uncharted Waters, e talvez tenha sido o mais conhecido da série. Embora a imagem que ilustre a abertura do post seja a da versão para PC, focarei em falar da versão para SNES, que foi a que joguei.

Em New Horizons, nós assumimos o papel de um dos seis personagens disponíveis para escolha logo ao selecionar New Game. Seis personagens diferentes, cada um com suas motivações para se lançar ao mar, sejam em busca de aventura, riqueza, ou poder. Além de cada um ter a sua própria história, o destino deles se cruza no mar, tornando a história mais interessante ainda.

Sejam bem-vindos à tripulação!

Uma pequena recomendação do autor: Para uma leitura mais agradável, vá até o final do post (antes das imagens), e deixe a música tocando, é bem bela.

O ano é 1522, era das navegações, das explorações. Seis bravos viajantes se lançam ao mar, cada um em busca de seu próprio objetivo.

New Horizons tem uma experiência de jogo rica, e muito agradável. Seu personagem é livre para navegar por todos os oceanos do mundo. Ocasionalmente você vai se deparar com uma vontade de fazer um passeio até a costa leste da África, até a rota do ouro. Ou mesmo com vontade de explorar as Américas e encontrar o porto do Rio de Janeiro, por que não? A liberdade em New Horizons é ampla, claro que dentro dos limites. Infelizmente você não poderá adentrar muito em terra firme, exceto pelos portos e capitais. Mas e daí? As possibilidades dentro do oceano são amplas e bem diversificadas. Você pode ser atacado por piratas, ou se você for um, quem sabe por uma frota militar? Tempestades ferozes que danificam seriamente o seu navio, obrigando-o a ancorar em terra firme até que os ventos fortes cessem. Assombrações em alto mar. Navios fantasmas e outras coisas interessantes, que podem trazer efeitos negativos para a sua tripulação.


“Vídeo de introdução, parece um pouco simples, mas tem uma música bem bacana.”

Dentro disso tudo ainda temos que lidar com a responsabilidade de alimentar todos os homens. Isso mesmo! Não adianta fazer uma viagem longa, da Europa até as Índias, sem fazer uma única parada para reabastecer. Conforme o tamanho do seu navio, você tem mais capacidade para carregar mantimentos, água e mercadorias. Porém quanto maior o navio, mais gente você precisa para conduzi-lo, criando assim mais bocas para alimentar. Realmente navegar requer uma boa administração.

Mas falando em navios, são vários os que podemos encontrar, desde simples Balsas, passando por Caravelas, Galeões, e até Fragatas. É grande a variedade de embarcações, e alguns deles estão disponíveis em portos específicos espalhados pelo mundo. Existe a possibilidade de você comprar um navio já feito, ou mandar fabricar o seu próprio, assim você pode alterar algumas coisas dele, como capacidade de carga, tripulação e balas de canhão. Você pode equipar sua embarcação também com diversos tipos de canhões e figuras que ficam na proa do navio.

Para um navio funcionar, é necessária tripulação. Você pode levantar homens para trabalhar nos seus navios através das tavernas dos portos. Eles podem ser designados para trabalhar em partes diferentes da embarcação, como na direção, no canhão, etc. Quanto menos homens estiverem alocados para tal função, menos efetiva ela ficará. Outro porém em relação à tripulação, é que ela precisa ser alimentada. Se em longas viagens, faltar comida e água, a tripulação começará a morrer, e se não restar mais ninguém no navio, ele ficará à deriva. E aí é Game Over.

Mas o mar também é cheio de surpresas. Além das citadas assombrações do mar. Você pode se gabar de fazer descobertas em lugares longínquos. Alguns lugares isolados possuem vilarejos nativos que podem conter descobertas interessantes. Algumas guildas de exploração nos portos gostam de saber o que você anda descobrindo pelos mares. Além disso, os vilarejos geralmente têm uma população de nativos que pode lhe ajudar a descobrir elas. Se você ficar amigo deles, claro.

O comércio é um ponto alto em New Horizons. Você pode comprar mercadorias em um porto do mundo e lucrar com elas em outro porto. Você abastece a capacidade de carga do seu navio, e navega pela rota que achar mais confortável. Para descobrir as rotas mais lucrativas ao seu bolso, porque não explorar? Quanto mais você lucrar, mais navios mercantes você pode comprar, e quanto mais navios mercantes tiver… Bem… Não fica difícil adivinhar, né? Mas andar só com navios mercantes é um tanto quanto perigoso. Pois o mar também possui… PIRATAS!

Imagine a situação. Você voltando com cinco navios carregados de ouro, direto para a Europa. Você encara tempestades no Oeste da África, os mantimentos já estão no final. Faltam só algumas léguas para chegar à Ceuta, na África. Quando… Você avista aquela embarcação incomum. Usa a luneta e se depara com o rosto familiar de um pirata. Eu digo apenas uma coisa: CORRA. Quer dizer… NAVEGUE! Mas navegue bem rápido. Esses piratas são cruéis, eles rendem você, e ordenam para que abandone todo o carregamento, senão é guerra! E aí a perspectiva do jogo muda para algo parecido com um RPG tático. Não é preciso falar que se você não tiver o poderio militar adequado, pode ter seus navios afundados rapidamente. Essas coisas deixam o jogador mais atento ao jogo, fazendo com que fique mais prazeroso. Ah, e também existem duelos de espada em alto mar. É bem divertido também. Para ter um bom desempenho neles, o ideal é que você esteja bem equipado. Os melhores equipamentos podem ser encontrados em portos distantes. Novamente, explorar é preciso!

Ah, e ainda tem a questão da lealdade à um reino. No jogo podemos ver vários portos com domínio de um reino ou então de outro, enquanto alguns neutros. Se o seu comandante servir um reino, você poderá usar a sua riqueza para investir em portos de outros reinos, ou mesmo neutros, “trazendo-os” para a sua bandeira, deixando contente o seu rei, e descontente o da potência adversária. Isso acaba criando uma esfera de influência pelo mapa. Os reinos que possuem mais portos, e os que possuem menos. Deixe o seu rei contente, e ganhe títulos que lhe concedem acesso à benefícios bem interessantes, como uma carta que o livra de impostos em portos que estejam sob o domínio daquele reino. Ta aí a importância de você investir em vários portos. Seja eles neutros ou não. Deixe algum rei adversário descontente, e… Melhor jogar para saber.

Os portos disponibilizam tudo que você precisa para navegar. Entre as estruturas principais, podemos citar o mercado, onde você pode comprar mercadorias, a loja de itens, onde se obtém equipamentos e acessórios, o banco, onde você pode depositar suas economias, o ancoradouro, lugar onde você deixa a sua frota quando chega na cidade, e onde pode comprar novas provisões, e é claro a taverna. Na taverna, você pode recrutar novos tripulantes, como citado anteriormente, pode fazer amizade com a atendente, contando suas histórias pelo mar, suas descobertas e lhe dando presentes. Pode obter informações sobre o porto, sobre frotas adversárias, e também pode procurar por novos comandantes para comandarem algum navio específico de sua frota, ou mesmo tentar a sorte num jogo de cartas. Outros prédios que podem ser citados são: a hospedaria, a escola, o estaleiro, fora alguns outros que você pode encontrar.

Agora imagine tudo isso, essa liberdade de jogo, somada à uma história. Pois é, como disse antes, são seis personagens, e antes de começar a jogar com cada um deles, é bom que você conheça um pouco sobre cada:

É possível que seu navegador não suporte a exibição desta imagem.

Joao Franco

Este aventureiro é filho do Duque Leon de Portugal. Seu sonho é encontrar Atlantis. Auxiliado por Rocco Allemkel, um antigo navegante. Joao ainda terá a ajuda de outros amigos, como o Professor Enrico Malione.

Catalina Erantzo

Ex-oficial naval da Espanha. Ela deixou a marinha para viver uma vida de pirataria e vingar a perda misteriosa de seu irmão e seu noivo.

Otto Baynes

Designado pelo rei Henrique VIII numa missão secreta de derrotar a armada espanhola.

Ernst Von Bohr

Geógrafo holandês. Ele foi designado pelo seu amigo cartógrafo Mercator para explorar terras longínquas e fazer um mapa de todo o mundo.

Pietro Conti

Aventureiro italiano. Viaja pelo mundo em busca de tesouros, de modo a quitar a dívida deixada pelo seu pai.

Ali Vezas

Um órfão que viveu na pobreza. Mas por um capricho do destino, que o presenteou com um navio mercante, ele agora quer viajar pelo mundo, para fazer a sua fortuna, e auxiliado pelo seu amigo Salim, procurar a sua irmã desaparecida.

O gráfico do jogo pode não agradar os jogadores mais novos(ou pelo menos a maioria), mas é perfeitamente jogável, e lembra um pouco os de Final Fantasy V, também para o SNES. Cada área do mundo tem um porto de um jeito diferente. A Ibéria é diferente da costa oeste da África, que por sua vez é diferente da Ásia Oriental, e assim sucessivamente, o que leva a uma grande diversidade de mapas. Não são só os portos que mudam. A geografia do lugar por onde você navega também é diferente. Em algumas áreas mais frias, você visualiza pinheiros, e neve. Navegue pela África e verá tipos diferentes de vegetação.

Os menus podem parecer um pouco complicados de início, pois existem muitas opções, mas após algumas horas (ou minutos, quem sabe) de jogo, você logo se acostuma. Uma dica é pegar o básico de navegação, e ir aprendendo conforme for jogando.

A trilha sonora é legal, pra cada área também, temos músicas inspiradas nela. Particularmente, uma das minhas músicas preferidas do jogo, é essa que você acompanha agora, Mast in the Mists, composta por Yoko Kanno:

Resumindo… É um excelente jogo. Pouco conhecido, é verdade. Mas nem por isso deve deixar de ser jogado. Uma grande dica pra quem tá procurando jogos que misturem administração, com estratégia e RPG. E como sempre, eu mostro minha opinião, está entre os meus 10 jogos preferidos do SNES.

Obs: É um pouco difícil achar imagens em boa qualidade do jogo, portanto não se assustem se a imagem não estiver muito boa.

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