Supernatural: Pós-apocalipse envenena a série com muitas questões e nenhuma resposta! [6×01] [PdS]

Supernatural: 6ª Temporada, Episódio 1 (Season Premiere) foi exibido nos EUA dia 24 de Setembro de 2010: “Exile On Main St.”

Enquanto isso no Brasil: Supernatural é exibido no Brasil pelo canal pago Warner Bros. Atualmente, a Warner Bros está exibindo a 5ª temporada da série sem qualquer data definitiva de estreia para a 6ª temporada (que provavelmente estreará em Novembro.) O horário habitual de exibição da série é 21h, todas as quintas-feiras.

Aviso: Caso ainda não tenha assistido o episódio 1 da 6ª temporada de Supernatural e tenha alergia a spoilers, por favor não continue lendo. Haverá spoilers!

Àqueles que ainda não conhecem o Papo de Série, basta clique aqui e ficar por dentro do projeto. Depois do “continue”, conversamos mais.

Após um ano desde o Apocalipse… O Regresso!

O anúncio de que Supernatural teria uma continuação depois da 5ª temporada, definida por Eric Kripke como a última desde o começo, trouxe alguma satisfação e alegria. A sexta temporada foi produzida e já estreou. No entanto, a voz do criador talvez tivesse sido o conselho mais sábio que poderiam ter seguido.

O primeiro episódio da sexta temporada (e agora última, definitivamente) estava muito carregado de expectativas de milhares de telespectadores e fãs (incluindo eu). Devo reconhecer isso antes de afirmar que Exile On Main St. foi um péssimo episódio (season premiere) para a série por várias razões independentes da forma como a temporada estava sendo aguardada por todos. E isso aponta, à princípio, para a conclusão tirada por muitos: a série já era para ter terminado. Afinal, o que é bom não dura para sempre!

Antes de qualquer coisa, a quinta temporada terminou bem, embora tenha tido o toque angelical de Castiel que pareceu uma solução fácil e unicamente prática para evitar um final bem elaborado. Mas por qual motivo forçariam mais uma temporada tendo já um final tão interessante? Sugiro que tenha sido ambição, pressão, falta de inteligência ou desejo de manter uma boa série ativa (provavelmente uma combinações de todos esses motivos.)

Não estou dizendo que a série não pode ter um possível bom futuro (até acredito nisso e ainda tenho esperança que isso se confirme), mas o início da sexta temporada foi no mínimo decepcionante. Só saberemos se o destino será ou não o verdadeiro Apocalipse para a qualidade da série após mais alguns episódios. Porém, neste regresso algo esteve faltando na essência de Supernatural. E acredito que não tenha sido só eu a perceber essa ausência.

A Família de Dean e O Encontro com Ecos do Passado!

Exile On Main St. apresentou um início bastante agradável com uma recapitulação dos últimos acontecimentos da temporada anterior e a introdução de uma localização temporal de um ano após Lúcifer e Miguel terem sido aprisionados novamente (levando o corpo físico de Sam). A escolha da música para acompanhar a rotina da família normal de Dean (ele, Lisa e Ben) foi impecável, quer dizer, Beautiful Losers de Bob Seger é excelente e adequada. Gostei igualmente do paralelo incluído unindo a vida de caçador do passado e a nova vida que Dean conquistou.

A primeira questão que surgiu, mesmo antes da sexta temporada ter estreado, foi como Sam escapou da prisão de Lúcifer. Se analisarmos cuidadosamente, o anjo caído esteve preso durante anos terrenos e só conseguiu a sua liberdade após uma série de sacrifícios (66 selos). Como Sam, um simples metade humano e metade demônio, conseguiria se livrar de Lúcifer e ainda sair em poucas horas (ou minutos) do abismo do Inferno? Castiel poderá ter libertado ele já que ele foi a solução fácil para restabelecer todos elementos necessários para mais uma temporada, mas até agora não foram dadas respostas.

Outra questão na mesma sequência nos faz pensar na nova natureza de Sam que surgiu na última cena da 5ª temporada como um suposto demônio (luz piscou), mas que no primeiro episódio da 6ª temporada provou ser apenas um ser humano, mesmo estando bem diferente. Sam será um inimigo? Já tivemos bastante  o lado maligno de Sam. Voltar a isso seria repetitivo sem a adição de elementos bem originais, não acham? Tudo isso são questões iniciais. E a sexta temporada não trouxe respostas para essas questões na season premiere, nem hesitou em levantar ainda mais mistérios: Samuel Campbell e elementos da família de Dean e Sam (primos) também ressurgiram do nada.

Isso torna o impossível tão possível que até mesmo para a própria série de ficção, o regresso de todos esses personagens ficou parecendo algo forçado, artificial. Só faltava reencontrarmos a Jô, a Ellen, a Bela Talbot e tantos outros personagens já mortos e enterrados. Até mesmo o confronto entre os caçadores e os Djinns foi menos empolgante do que os habituais confrontos de Supernatural.

As alucinações de Dean com o veneno dos Djinns por mais interessantes que tenham sido, foram em simultâneo redundantes sem conseguir salvar o episódio. Por outro lado, o veneno talvez tenha tido sucesso em envenenar o episódio porque tenho certeza que o que vi, infelizmente, não foi um delírio ao estilo de um pesadelo inesperado. Quanto a Azazel, sempre gostei do demônio mas o seu regresso não seria muito bom. Acho que ele representa as duas primeiras temporadas muito bem, mas já atuou o suficiente na série. Digamos que agora estamos entrando em uma nova era de Supernatural.

Anjos, Demônios, Apocalipse e… o que resta agora?

A impressão que tive até agora desperta em mim uma vontade de ver apenas os irmãos Winchester na batalha contra as criaturas sobrenaturais que foram libertas – Samuel e os primos até o momento estão muito artificiais. O ritmo e o clima também não ajudaram muito. Em geral, a maior parte do episódio pareceu incompleto e forçado.

Em relação a nova família de Dean, entendo que Lisa seja uma pessoa muito compreensiva e calma, mas é difícil acreditar que ela possa ser real agindo de forma tão passiva e aceitando tudo o que o Dean diz sem questionar, inclusive ficar sozinha com o filho na casa “isolada” de Bobby que aliás é um estranho para ela. Era suposto ela reclamar e ser mais crítica e não só gritar um pouco com Dean. Mais uma vez, achei artificial e forçado.

É quase certo que voltaremos a ter anjos, destacando que também senti falta de Castiel na season premiere. A solução é esperar um pouco mais para reencontrar o anjo. Lamentavelmente, não temos nenhum grande inimigo ainda. Um inimigo principal e forte faz uma enorme falta mas até o momento a 6ª temporada prometeu apenas os clássicos inimigos sobrenaturais que duram só 40 minutos (aproximadamente). Enfim, a série começou com o pé esquerdo.

Após 5 temporadas, o que restou de Supernatural para a última temporada  de acordo com o episódio 6×01 foi uma situação caótica e artificial com muito mistério, com uma certa artificialidade e sem a essência característica que marcou praticamente todos os episódios da série. Simplesmente senti como se estivesse a assistir Supernatural 2, algo diferente do habitual e não tão bom.

O clima do episódio chegou a sugerir uma liga de caçadores jogados em um mundo cheio de criaturas sobrenaturais descontroladas. Foi decepcionante, mas ainda confio na qualidade da série. Não poso julgar uma série tão boa por apenas um episódio que poderia ter sido bem melhor. Supernatural merece uma chance assim como confiança porque a qualidade ainda é real.

Se me perguntassem o que gostaria de ver em Supernatural, responderia que uma analepse (episódio particular do passado) que explorasse a vida de Samuel Colt seria interessante. Embora preferisse que nesse caso fizessem uma série em separado que derivasse de Supernatural (como Cleveland Show) porque Supernatural sem Dean e Sam é um absurdo!

Resultado: o episódio 6×01 de Supernatural foi bom mas não ótimo. Nada de especial ou surpreendente, nem mesmo manteve o nível ao qual estou acostumado. Perdoo esse episódio mas isso não o torna melhor. Ainda há muitos episódios para a qualidade ser exibida – qualidade que existe. Eu sei que este episódio serviu para estabelecer uma nova realidade, uma nova base, tendo sido assim mais calmo e menos cativante, por isso não me precipito em afirmar que a 6ª temporada não tem salvação. Certamente teremos uma temporada dedicada a relação entre os irmãos Winchester (só espero que seja menos monótona, quer dizer, tenho certeza que será menos monótona.)

O ponto mais importante para a nova temporada foi a quebra de relação entre os irmãos – tenho dúvidas se a quebra da relação mais marcante da série poderá ser algo bom, mas estou pronto para descobrir. E não consegui deixar de considerar a season premiere como a primeira prova de que o fim planejado para a 5ª temporada talvez não fosse assim uma tão má ideia. Ainda bem que o próximo episódio (“Two and a Half Men“) promete ser melhor. Veja o trailer abaixo.

Que venham os próximos episódios (os melhores)!

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