Bakuman | A enciclopédia dos mangás, e mais uma obra-prima da dupla de Death Note! (Opinião)

Uma história sem futuro? Como fazer um mangá sobre a própria arte de fazê-lo?

Essas são algumas perguntas que Bakuman planta em nossas mentes assim que escutamos a premissa deste mangá, que a princípio pode parecer um tanto estranha, ainda mais para uma revista como a Weekly Shounen Jump, marcada por grandes shonens como Dragon Ball, Hokuto no Ken, Saint Seiya, Naruto, One Piece, e tantos outros lendários mangás que são em sua maioria recheados de piadas, superpoderes, mortes, batalhas, ou no máximo épicas partidas sobrehumanas de basquete, futebol, tênis etc.

Então como contar uma crônica sobre a vida daqueles que trabalham feito loucos para lançar os mangás a tempo, e abusam da criatividade para nos entreter, e beiram a perfeição em suas representações e quadros?

Leia mais sobre este incrível mangá após o Continue!

Cuidado à frente!

Existem certos spoilers em meu texto, então continue lendo só se você acompanha a história!

Se você estiver interessado em saber sobre o anime pule para última parte!

Conheci Bakuman este ano, pela recomendação de um amigo, e admito que se não fosse o peso da dupla Tsugumi Ohba e Takeshi Obata poderia ter dado pra trás antes mesmo de começar a ler devido a outras prioridades, como Hitman Reborn. Mas assim que entrei de férias, e fiquei com tempo disponível de sobra resolvi dar uma chance, lendo o primeiro capítulo no One Manga. E naquele mesmo dia acabei madrugando e lendo uns 25 capítulos!

A história começa nos apresentando Moritaka Mashiro, sete anos atrás, recebendo parabenizações de seu tio, que é autor de manga profissional, um magaká, na revista Shonen Jump, por ter ganho mais um prêmio em um concurso de desenho. Logo no quadro seguinte é apresentada uma cautela quanto ao nome “Mangaká” no futuro de nosso pequeno héroi, os dilemas que assombram a vida de qualquer colegial, ainda mais no Japão aonde tudo é tão rígido em termos educacionais. Mashiro se mostra inseguro, e até um tanto descrente sobre seu futuro e sobre quem ele realmente é e o que quer. Só de uma coisa ele tem certeza em sua vidinha “normal”, sobre seu amor incondicional por Azuki Miho, desde meados da 4° série.

E a confusão começa (desculpem pelo momento sessão da tarde) quando Saiko (o Kanji “Mashiro” pode ser lido como Saiko, que significa “o melhor”) esquece seu caderno de anotações e volta para buscá-lo, quando entra na sala tem uma surpresa. Akito Takagi o aluno número um da classe o espera com o seu caderno em mãos e lhe faz uma proposta: a de junto com ele virarem Mangakás.

E a supresa só aumenta quando Takagi diz saber sobre a queda de Mashiro por Azuki, e ainda afirma que a recíproca é verdadeira. O mundo de Saiko desmorona no mesmo instante!

Mashiro demonstra seu claro pessimismo sobre a idéia, que tem raízes na morte misteriosa de seu tio, Kawaguchi Taro. Vemos agora um Mashiro em dúvida com relação aos seus sonhos, e que pensa sobre como deve proceder quanto a seu futuro.

Subitamente o telefona toca e Takagi diz que estava a caminho da casa de Azuki contar tudo que sabe. Quando ficam frente a casa, e Takagi começa a falar com azuki, inclusive sobre o sonho dela de se tornar dubladora, Mashiro cora na hora. E lhe vem a cabeça a história de seu tio que pode estar de repetindo novamente com ele, se ele não tomar alguma atitude.

Mashiro se declara e propõe que se casem assim que seus sonhos se tornem realidade, e Azuki aceita. Depois se sucedem fatos envolvendo a relação dos dois,e até o desenvolvimento de um triângulo amoroso entre Takagi, Kaya, a melhor amiga de Azuki, e Iwase, a 2° da turma e eterna rival de Shujin. No meio dessa confusão amorosa existem cenas bem tocantes como a de Mashiro falando aos pais que ele seria um mangaká mesmo depois do ocorrido com seu tio. E seria uma história bem chimfrim de school life como temos aos montes por aí se continuasse desse jeito, mas ninguém que já leu Death Note acreditaria nisso, certo?

Começamos a nos aventurar no mundo dos mangás conhecendo a sistemática de “Namus” (nome em japonês), os manuscritos, os materiais de desenho, e até os concursos promovidos por várias revistas para descobrir novos talentos. Um fato interessante a citar é o quadro em que Takagi sugere que poderia entregar um “script” para Mashiro desenhar, e este é contra a idéia que mais tarde vem a ser uma grande sacada para melhorar seus trabalhos.

Mais à frente temos a aparição de Niizuma Eiji, que acaba por se tornar o grande rival de Saiko e Shujin, mesmo sem o conhecerem. Eiji tem uma personalidade forte, que já na sua 1° participação em um torneio, consegue o 2° lugar, e é tido como o gênio da nova geração por só possuir 15 anos. Na reunião subsequente da revista Jump, é decidida a serialização de Yellow Hit, o one-shot que havia ganho o 2° lugar no concurso. Ele se recusa à fazê-lo, e ao invés disso praticamente impõe que seja transformada em série o One-shot Crow, cujo qual foi publicado na Akamaru Jump, revista de one-shots da Seishua. O interessante disto tudo é ver que Eiji, tem uma personalidade muito forte e até arrogante inicialmente e o envolvimento que o personagem tem com a série Crow, pois foi o seu primeiro mangá, que desenhou ainda quando era criança.

E Niizuma não pára por aí com susas exigências, ele cita como condição também para sua serialização que se seu mangá for um Hit na revista, ele quer a permissão de cancelar uma série que não goste da revista! Bem audacioso, não? É interessante ver como Ohba desenvolve o personagem, e como ele muda drasticamente após encontrar Ashirogi Muto (que é escolhido como o pename de Mashiro e Takagi) querendo estes levam seu primeiro name  à um editor da Seishua, mas falaremos disto mais à frente.

Eiji é tão excêntrico que ao desenhar as páginas as deixa colocadas em ordem no chão de sua casa, e desenha com tanta  fluidez e rapidez que dispensa escrever nomes e manuscritos. A coisa toda é tão rápida que ele dispensa a ajuda de assistentes e como marca de sua personalidade, dispensa comentários de seu editor.

Voltando ao foco de nossos hérois, podemos claramente perceber como Ohba é um canhão de idéias bacanas, como Two Earths, em que as pessoal são apenas clones de outras de um mundo real, Sunglass Pitcher, sobre um garoto que joga baseball, fica cego, e retorna anos depois com um arremesso perfeito. São idéias que se houvesse um aprofundamento realmente poderiam virar mangás! Tem uma certa genialidade de Ohba nesta parte, pois ele cria um universo muito verdadeiro, que te faz acreditar até o final que tudo que acontece no mangá realmente passa pela cabeça de um iniciante do ramo e as dificuldades que estes passam  até mesmo com coisas pequenas como desenhar com penas específicas, aprender técnicas de progressão de quadros, entre outras coisas.

Quando Ashirogi Muto encontra Niizuma e vê o quão perfeito ele desenha, Hattori, seu editor, tinha a intenção de convencê-los a desistir de escrever um mangá shonen, e fazer algo mais cult, exatamente como Ohba e Obata fizeram com Death Note, e que deixa a pergunta no ar a todo momento, se eles estão contando parte de sua histórias e dificuldades para se  tornar mangakás, e até onde aquilo realmente aconteceu com eles ou não passa de ficção.

Este é um ponto interessante de Bakuman. Acredito que todos aqueles que tentam essa carreira passam pela maioria das adversidades que são contadas pelos autores, e imagino como devem ser os próprios mangakás lendo, possivelmente, retratos sobre o que aconteceu na sua própria jornada, ainda mais aqueles que tentam se manter na difícil revista que é a Jump. O que nos leva à outro ponto do mangá, as competições promovidas pelas revistas para descobrir novos talentos, e a difícil escolha entre continuar invés de investir exclusivamente na carreira “solo”.

Aqui vemos uma clara referência a Death Note, mostrando que as referências não se limitam a mangás de outros autores

As revistas de one-shots são verdadeiras guerras entre os autores, pois cada um tem de mostrar todo o seu valor em 50 páginas, e concorrer com profiossionais  do ramo mais experientes, alguns até que já foram publicados na Shonen Jump. E é aqui que Moritaka e Takagi fazem sua estréia. Após serem convencidos a fazer uma história menos mainstream, e conseguem o primeiro lugar nos resultados inicias, mas aí esbarramos em outro ponto da vida de um mangaká, até cruel eu diria: as votações.

As temidas votações nada mais são que questinários, aonde os leitores escrevem quais as melhores histórias, nas suas opiniões, rankeando-as de 1° até 3°. E aí é que está o verdadeiro coração dos mangás: os leitores. Eles é que decidem pela continuação, cancelamento, ou até mesmo definem a publicação de uma obra. Mas os resultados inicias, que englobam as 100 primeiras cartas recebidas pela editora, podem enganar, como visto com nossos pequenos autores, e sem dúvida é uma deixa perfeita para várias reviravoltas na série.

Depois de uma série de desavenças e buscas por inspirações sobre qual caminho seria o mais adequado ao estilo dos autores, eles finalmente chegam à sua primeira publicação na Weekly Shonen Jump.

Detective Trap e finalmente o sucesso?

Mashiro e Takagi realmente se adequaram muito bem a esse estilo que aliás, é igual ao do Obata e do Ohba! Rá! Será que mais uma vez estamos vendo um retrato de alguma idéia de algum dos dois que não foi pra frente?

A história gira em torno de um detetive que tenta capturar os criminosos só depois que confessam seus crimes, por meios de armadilhas criadas por ele. Achei a história e o design do personagem principal simplesmente demais, imaginem sendo realmente publicado? Enfim a base da história eu achei bem sólida, mas assim que bati o olho na proposta, me dei conta da falta de histórias que poderia render, e que rapidamente poderia cair na mesmice. Para uma história semanal é necessário um universo muito grande para poder manter os capítulos com certa qualidade, por menores que sejam os eventos neles publicados, pois sabemos que em mangás desse tipo nem todos os capítulos são épicos mas devem pelo menos agregar algo à história. Peguemos o exemplo de dois sucesos atuais da SJ:  os velhos One Piece e Bleach. Oda realmente imaginou um universo pronto para ser serialização, e não é à toa que é considerado  por muitos aquele que tomou o lugar que era de DBZ. O mundo dos piratas aumenta a cada capítulo e só está limitado pela imaginação do autor que, claramente, pensa em seus arcos em linhas gerais para depois desenvolver a extensão do mesmo, e completar com histórias paralelas que ajudam na composição dos capítulos e que nos fornecem toda semana, algo de interessante para ser atrelado à trama original, mas sem se aprofundar tanto em cada capítulo. E como resultado final de tantos em tantos capítulos “superficias” digamos assim, temos 3 ou 4 bombásticos que demarcam clímaxes e fechamentos de arcos. Já Bleach, tem um universo muito bem bolado por Kubo, mas o autor se perde em seu próprio universo, deixando os leitores muitas vezes com a cara de “WTF?” lendo as 20 páginas semanais publicadas. Bleach foi projetado muito bem até certo ponto da história, um bom exemplo foi a primeira grande saga da Sereitei e do regaste de Rukia, que intercalava momentos “superficias” com batalhas, sem cansar o leitor, e ainda demarcando bem cada fase do mangá, a evolução dos personagens. Quando Kubo começou a ficar sem “cartas na manga” começou a despejar lutas e semi-mortes sem sentido, e se contradizer em seu próprio mundo, fazendo uma confusão sobre o nível de poder que cada personagem possui, inutilizando assim grande parte do seu já trabalhado elenco, o que dificulta a continuação de sua obra. E a cada semana nos vemos mais enrolados quanto aos eventos do mangá.

Mas junto com a publicação vieram as responsabilidades (tio Ben que o diga), e a obra mais uma vez nos mostra a dificuldade que é manter um mangá em publicação. Começam muito bem nos rankings mas decaem assustadoramente nas colocações, o que aliado a carga de trabalho, a vontade de vencer o gênio Niizuma, fazem Mashiro trabalhar mais e mais. Em contrapartida há ainda a troca de editores e Miura entra no jogo. De certa forma ele é diferente de Hattori, e é mais focado, não em conseguir aumentar as colocações do mangá, mas sim em se mantêr publicado, não importa como. Realmente o tipo acomodado de Miura, foi um belo obstáculo, o que fez em muitas vezes fazer a personalidades dos personagens se sobressaírem, fazendo com que eles não seguissem as recomendações do editor, e conseguindo resultados às vezes satisfatórios, e às vezes não.

Realmente gosto como Ohba constrói o caráter e o jeito próprio de cada personagem ser. Raito/Light foi realmente épico a profundidade que ele alcançou ao mostrar toda transição do personagem para pólos totalmente opostos e como isso aconteceu gradativamente, e assim também ocorreu com Mashiro. Se a esta altura você abre por volta do capítulo #5, com aquele Mashiro inseguro, chato, intediado você nem acredita que é o mesmo contestando ordens superiores, confiando mais em seu trabalho.

Mashiro fica doente de tanto trabalhar encima de seu mangá e é internado. Mais uma vez vemos uma faceta desse difícil mundo, coisa que a autora de D.Gray Man, Katsura Hoshino passou e acabou transferindo seu mangá para uma revista de ritmo mais devagar a Square Jump, que é mensal. Foi interessante a adição da primeira grande situação adversa após os meninos começarem a se encaminhar  com seu título. O autor conseguiu amadurece-los ainda mais neste ponto da história, fazendo-os mostrar o quão grande era seu sonho, qual era a real vontade de fazerem mangá e o torná-lo cada vez melhor. A cena de Mashiro me lembrou as cenas épicas que os próprios Shonens sempre tem com o protagonista apanhando até dizer chega e do nada arrumar forças para continuar sua jornada. Mas infelizmente a vida dos dois não é um mangá…

Ashirogi fica sem escrever o mangá até receber alta e quando voltam do hiato o sucesso não é o mesmo e decaem pavorosamente até vir o temido cancelamento. É infelizmente mostrado mais uma vez a dureza que pode ser lidar com o público, e com hiatos outro ponto importante que foi abordado, ainda mais dos corridos  mangás semanais. Tagashi que se cuide! (isso se ele voltar a escrever HxH , né?)

Estaca zero novamente. De volta a prancheta, é interessante ver como os garotos continuam pendulando entre a chamada Mainstream e o o Cult enquanto travam mais uma batalha de ideias com Miura o editor. Miura novamente se mostra um empecilho necessário, que os autores colocaram no caminho de Muto, e é interessante ver como eles acatam as ideias ao mesmo tempo em que discutem entre si mesmo qual história fazer. A decisão de publicar uma história preferida pelos jovens autores e outra, preferência de Miura, do estilho Gag (estilo de piadas como Bobobo, Gintama, Jaguar) em uma revista de one-shots decide o futuro de sua próxima publicação e deixa mais uma vez a vontade de saber o que irá acontecer na história. Nesse ponto, sempre achei  Ohba muito bom em lidar com decisões e da forma em que a torna todas viáveis no  mangá, e para cabeça do leitor, manejando uma curiosidade que não dá brechas para pender para algum lado.

Run, daihatsu Tanto! e deveres à frente dos sonhos?!

Aqui assim como senti uma derrocada na carreira dos personagens principais, Bakuman em si caiu de produção. Não se comparava ao começo, cheio de reviravoltas dúvidas, o mangá mantinha um nível alucinante de escolhas que deveriam ser tomadas o mais rápido possível, havia a competição entre os mangakás como Aoki, Eiiji, Hiramaru, Nakai, Fukuda o que estimulava os a melhorar seu trabalho, a realmente competir fervorosamente pelas colocações nas votações.

De certa forma o mangá passa bem o próprio sentimento de monotonia e infelicidade que era para os garotos fazer aquele tipo de mangá. O próprio leitor se sente desmotivado a acompanhar o mangá nesta fase, que está recheada de lutas contra o cancelamento eminente da série, o que é realmente horrível e não passa a mesma emoção das batalhas a cada capítulo que tinham para tentar bater Crow.

A pressão dentro dos meninos e do leitor aumenta a cada capítulo lido. Será que devo continuar a ler? Porque Crow e até Otters tem um anime e Ashirogi Muto não? Será que realmente o sonho, a vontade dos personagens com o mundo do mangá havia acabado e estes, agora claramente perdidos em suas próprias idéias, concepções, e história, havia mudado? O que é mais importante continuar a ser publicado ou antigir seu sonhos? O roteiro do mangá novamente mostra com vários sinais como o mangá não é mais um mesmo, nos dois planos, real e ficcional. Fatos como Eijii não ler mais o mangá dos dois, não disputarem mais posições, e a pressão de Crow já ter um anime, e pior que isso Otters 11 ter um, faz a cabeça deles borbulhar e tudo os leva a tomar a decisão que termina a saga e da iníco a saga que hoje vigora em Bakuman.

PCP, a solução, a alma de um mangaká em sua obra!

Para cancelar o mangá arcam com a consequência de ter 25 capítulos para bater Crow ou +Natural, ambos com participação de seu rival absoluto Niizuma, e Natural com a eterna rival escolar e a frustação amorosa de Takagi, Iwase, e com isso mais um turbilhão de personalidades e conflitos emocionais entram em jogo começando a nova saga em grande estilo e recuperando a dinâmica de Bakuman, que voltou a ser o que era, até melhorou eu diria.

Eu simplismente adorei a série de capítulos em que Takagi segue o antigo editor deles, Hattori e ficam confabulando sobre o que seriam cada uma de suas ações. Outro ponto que não havia citado ainda são as caras que Obata desenha, eu não sei se sou só eu mais eu as acho simplismente hilárias! Às vezes fico rindo sozinho só de vê-las! E nessa altura do mangá as mesmas são usadas em larga escala e Bakuman ganha uma pitada maior da comédia sempre presente em gêneros Shonens, e se mantém assim até a apresentação da idéia para o mangá. Uma das minhas cenas favoritas, também, é quando Iwase tenta conquistar Hattori e Saiko e Shujin ficam espiando e fazendo piadas atrás de uma mesa!

Perfect Crime Party realmente é uma idéia ótima para se escrever um mangá, não diferente dos outros supostos títulos criados por Ohba dentro do mangá, e combina o melhor do cult com o mainstream shonen que os autores tanto procuravam. Eu particularmente leria PCP com o maior prazer, quem não adora aquelas traquitanas ao melhor estilo Light e L, como o relógio com um pedaço de carderno de Light, ou até aquela gambiarra lá do início do mangá que ele usa para saber se alguém havia entrado em seu quarto? E PCP é recheado de armadilhas duplas, pessoas acima da média e situações que podem ser realmente representadas na realidade, o grande trunfo apontado pelo novo editor Hattori! Mais um momento do mangá que me pegou desprevinido e eu realmente fiquei muito feliz por Takagi e Mashiro, como se fossem próximos a mim! Essa aproximação que o mangá consegue com seu leitor é incrível e outro ponto alto do mangá, sem perceber você passa a torcer por cada personagem do mangá, o que realmente aumenta a expectativa sobre as dicisões tomadas na obra, o que é crucial neste tipo de mangá, e ao meu ver o que torna Bakuman tão incrível!

Também é importante citar o pouco de crítica social imbuída no autor de True Human, Shizuka, que domonstra ser uma pessoa com problemas sérios de convívio social, e profundos distúrbios emocionais, cutucanto alguns otakus, digamos assim mais  enérgicos em certos pontos também.

Nos capítulos após a conclusão do arco “25 Capítulos” senti uma previsível queda no ritmo do mangá, que passou novamente a apresentar o cotidiano dos não já meninos, e o foco se voltou para o antagonismo dos dois assistentes dos rapazes, um mais orgulhoso e inexperiente, e outro humilde e totalmente inexperiente e que nem tem a propensão de se tornar mangaká. Essa pequena história paralela dos dois me lembra muito as fábulas de Esopo, tentando passar uma mensagem ou algo parecido. Com os dois produzindo nomes para Takagi olhar, é interessante ver como o personagem age como um profissional do ramo, como o próprio mashiro comenta até parece um editor!

A proposta do anime me deixou com um pé atrás achando que o mangá realmente acabaria por volta do 100° capítulo, como li em muitos lugares por aí, mas veio mais um balde de água fria. Mais uma vez quando tudo parecia estar encaminhado Ohba consegue de novo! Foi realmente interessante não cogitar a possibilidade dos pais das crianças que não gostariam seus filhos praticando “crimes”, e a pitadinha de realidade se mostra no mangá deixando o sonho dos garotos mais longe, e fazendo ruir todo sucesso conquistado. Realmente fiquei com aquela cara de “E agora Ohba?” e cogitei que mais uma vez eles jogariam tudo pro alto para começar de novo, o que ficaria realmente um lixo de clichê na minha opinião. Certos clichês em mangás são até “engolíveis” mas suas repetições tornam o mangá mais um na multidão, sem se sobressair, algo indispensável para uma obra, que deve ser deixar sua marca seu carisma e apresentar coisas novas que os diferenciem dos outros.

A busca por um mangá novo que seja compatível com animes renovou os objetivos da história, outro ponto essencial para segurar o leitor. E estou realmente ansioso para saber mais sobre o novo mangá em que Takagi fará uma colaboração, e se PCP decairá de qualidade. Bakuman sem dúvida mostrou o que é mangá numa profundidade nunca antes vista, nos mostrando o outro lado da história sem, ao mesmo tempo, perder a identidade de ser ser um genuíno mangá!

One-shot de Otters 11 e a realidade se confunde com a ficção!

Que os mangás realmente poderiam existir todos sabiam, mas quem não cairia da cadeira depois deste anúncio? E Otters #11 cumpre seu papel, e como já visto no mangá apresenta uma comédia non-sense, e engloba os dramas da vida do próprio Kazuya, autor ficcional do mangá, como por exemplo seu problema com o nome “Yoshida”, nome de seu editor, que o faz trabalhar imperdoavelmente e convence o autor a contrair dívidas para continuar trabalhando! As situações bizarras se sucedem , e eu realmente ri em certos pontos como aquele bebê lontra. Porém para mim, ficou claramente evidente que o mangá possuía muitas falas para um mangá de piadas, que na minha opnião deve ser algo rápido e fácil de ler, como Ranma ½.

É interessante pensar na possibilidade de outros trabalhos dos mangakás virem a ser baseados nas obras ficcionais criadas para Bakuman. Quem não gostaria de ver Crow em uma série própria ou até PCP? Simplesmente seria uma possibilidade que podemos claramente ver como real visto o que aconteceu com one-shot de Otters que ninguém esperava! E vocês quais mangás gostriam de ver em suas séries próprias? Os meus favoritos são Crow, que me lembra, não sei porquê, a fase inicial de Naruto, e PCP, que acho uma espécie de mangá com alguns atrativos de Death Note como citei lá em cima, e teria mais perspectiva de continuar sendo publicado por bastante tempo, com o crescimento dos meninos, algo como o que aconteceu com Naruto Shippuden, e se adequa perfeitamente ao estilo da dupla, algo mais sério com apelo shonen.

Outra coisa que eu acho fantástico no desenho do Obata são suas capas que sempre adicionam um pouco a história no geral e quase sempre passam uma mensagem, deixando no chinelo aquelas capas com um personagem só, que parecem ter sido feitas nas coxas.

[nggallery id=260]

Sobre o anime!

O anime está para ser lançado no Japão dia 2 de Outubro no canal NHK. Pelo que vi das informações liberadas até agora a adaptação do desenho dos personagens está bem fiel ao mangá, mesmo sendo possível observar as mudanças do estilo único de Obata, o que me deixa aliviado, pois algo que me irrita profundamente em um anime é se o desenho dos personagem não condiz com a versão mangá muito, pois normalmente começo pelo mangá de uma obra ao contrário da maioria, acredito eu que começa pelo anime. As vozes, que podem ser vistas na promo do anime abaixo, estão boas também no geral, só encasquetei com a voz do Mashiro, pois realmente não imaginava ela assim, achei feminina demais até para o personagem, muito infantil, mas isto é algo com que se acostuma ao longo do anime que está previsto para ter 25 episódios, outro fato que até levantou a possibilidade de o mangá ter seu fim se aproximando o que não parece ser verdade, bom é esperar para ver.

Onde Baixar? Bem eu acompanhava em inglês pelo antigo One Manga, onde a SleepyFans fazia a tradução, mas com término das scans no OM eles abriram um blog para fazer os lançamentos que possuem uma boa qualidade e acredito que seja o fansub que mais rápido disponibiliza os capítulos, ainda mais após o MangaStream ter largado o projeto deles de Bakuman. Para quem gosta de acompanhar na língua pátria tem a Akiba Scans que traduz do SleepyFans e tem uma qualidade muito boa também, e faz parceria com site Bakuman Brasil.

[ Créditos pelas Fanarts a: pruzjinkaNikeW ]


Isso também pode lhe interessar

4 Comentários

  1. Muito bom os comentarios apesar de eu não ter lido tudo por que estou apenas acompanhando o anime e nao queria ver muito spoiler, mas pelo que eu li realmente me empolgou para acompanhar o manga tb…
    Gostei do comentario de bleach e one piece( hehe tb acho que tomou o lugar de dbz )
    Valeu!

  2. Falando em anime, nao curti o que fizeram com o Hatori!
    tiraram os olhos esbugalhados dele
    deixaram ele mais bonitinho!
    Hatori no mangá tem os olhos do shinigami e a boca do Usopp de one piece rsrsrs

  3. Cara, esse mangá é fantastico! Eu não esperaria menos de um gênio que criou uma
    série que nem Death Note. A imersão do leitor dentro do mundo de Bakuman é
    incrivel. Como alguém pode criar tantos enredo para mangá desse jeito? O meu personagem favorito é o Himaru, as cenas daquele vagabundo fugindo do trabalho são simplesmente incriveis. Fazia tempo que eu não ria tanto quanto eu ri na ediçao extra 96 que mostra um dos capitulos do Otters 11: “Há muitos Yoshidas no Japão”. Sensacional aquela parte fazendo alusão ao editor dele.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Dê uma ajuda ao site simplesmente desabilitando seu Adblock para nosso endereço.