Nova fase de Clássicos da Literatura Disney mostra o verdadeiro potencial da coleção! [Vol. 21/22]

Peço desculpas por não ter feito o post, na semana passada, a respeito do volume 21 da coleção Clássicos da Literatura Disney. A verdade é que eu já havia mostrado ele com tanta antecedência, incluindo o seu conteúdo, que acabei dando prioridades a outras matérias aqui do blog e deixei o mesmo para comentar esta semana, junto com o volume de James Bond (22). E para ser sincero, estou muito surpresa com a qualidade de ambos os volumes, mostrando o verdadeiro potencial de uma coleção deste naipe e da criatividade de Paulo Maffia, editor dos quadrinhos Disney e da Editora Abril. Os novos volumes estão totalmente distantes e diferentes da coleção internacional e quem está ganhando vantagem somos nós. As histórias e os temas da nova fase da coleção deu uma elevadíssima alta na qualidade.

Convenhamos que quando a coleção começou, muitos fãs tomaram alguns baldes de água fria quando recebemos aquelas histórias italianas enormes que ocupavam todo o volume, ainda que inéditas, vindo da década de 50 e 60. Por mais curioso que elas sejam,  os quadrinhos Disney na Itália só passaram a ser realmente bacanas, quando entrou o final da década de 70 e começo da década de 80 em diante, ao menos na minha opinião. Foi quando mestres como Giorgio Cavazzano surgiram, padronizando um traço mais rico em detalhes, mais arredondado e as histórias passaram a ter menos páginas, e roteiros bem melhores trabalhados, sem tanta enrolação. Felizmente o que temos em ambos os volumes extras lançados, é um show de boas histórias, bons clássicos e ainda sobra espaço para outros famosos de outros países fazerem uma ponta nos volumes.

Isso também levanta uma outra questão, temas mais famosos de obras que geralmente foram adaptadas para o cinema, não são mais agradáveis do que clássicos da literatura em si? Tome como exemplo estes dois volumes do post e soma-se também o muito esperado por fãs, volume 23, O Senhor dos Anéis. É uma tanto óbvio pra mim que filmes são mais populares no Brasil do que livros. De toda a coleção até aqui, quantas das obras você conhece apenas pelo cinema? Eu posso apontar um monte no meu caso. James Bond mesmo, eu nem sabia que exista livros pra ser sincero. Sherlock Holmes tive o prazer de ler apenas O Cão dos Baskervilles, as outras obras do famoso detetive permanecem inéditas pra mim, apesar de que cansei de ver adaptações e paródias com o personagen em outras mídias. Por isso fico pensando, não seria legal a Editora Abril pensar em uma nova coleção do tipo Clássicos do Cinema Disney? Se não me engano a Panini tem uma revista assim com a Turma da Mônica, e tem muita gente que gosta deste tipo de paródia e histórias baseadas em filmes. Com certeza no quase que infinito arquivo de histórias Disney, devem existir milhares de histórias baseadas no cinema.  A Abril poderia pensar nisso para o próximo ano. Talvez não uma coleção semanal, mas sei lá, quinzenal ou mensal, no mesmo molde de Clássicos da Literatura (se não tiver o mesmo tratamento, perde o charme e o objetivo da publicação), mas poderia no caso ser permanente e acrescer a linha de publicações regulares da Editora, que carece mesmo urgentemente de uma nova revista assim.

Aproveitando o post, uma notícia importante! A Editora Abril mudou os temas dos 26 à 30! Chegou até mesmo a sair errado no marca páginas do volume 20, mas o hotsite da coleção não deixa dúvidas quanto a mudança repentina. Ficou assim então:

Volume 26: O Grande Motim (antes era O Código Da Vinci)
Volume 27: O Avarento (antes era O Planeta dos Macacos)
Volume 28: As Aventuras do Barão Munchhausen (Viagem Fantástica)
Volume 29: As 1001 Noites (antes era E o Vento Levou)
Volume 30: Um Conto de Natal (Antes era As 1001 Noites, que mudou para o volume 29)

O que aconteceu? Não sei, vou ver se na semana que vem tento entrar em contato com o Paulo Maffia a respeito disso, fiquei realmente curioso. Os volumes descartados foram remanejados pra algum futuro? Será que poderemos ter uma extenção da coleção em 2011? Note que os temas descartados eram mais famosos por suas obras no cinema, será que não estaria nos planos uma nova coleção nos moldes da minha hipótese lá de cima? Quanto aos novos temas, só depois que tiver acesso às histórias de cada volume posso dizer ao certo se foi pra melhor ou pior a mudança, mas já digo algo, a muitos anos eu espero um edição natalina dos quadrinhos Disney (saudades de Natal de Ouro, quem lembra?) e pelo menos o último volume, que sai em Dezembro, vai dar para matar a saudade desse tipo de publicação, mesmo que o conto de Charles Dickens seja incrivelmente manjado em qualquer adaptação que ele ganhe, seja nos quadrinhos, na TV ou nas telonas. Mas quero ver o resto do conteúdo do volume.

Feita a breve reflexão, após o continue quero falar rapidamente dos volumes 21 [Sherlock Holmes] e do volume 22 [James Bond], assim como as fotos das histórias e páginas extras de ambos os volumes e a capa do volume da próxima semana: O Senhor dos Anéis!

Volume 21: Sherlock Holmes!

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Seis Histórias: Diário dos Antepassados: Daisy Holmes e a História de Sherlock Holmes / O Cão De Basketville / Piratas Modernos / Os Detetives Mirins / O Mistério da Opala / O Mundo Perdido

Apesar deste volume ter apenas republicações, há algumas preciosidades e raridades fabulosas neste volume. Primeira a história que abre o volume com a Margarida pode parecer xarope como o volume do Mágico de Oz, mas na verdade ela é muito boa, com um traço de arregalar os olhos de tantos detalhes existem com cada quadro, também pudera, foi feita na década de 90, e o traço apesar de não ser um Cavazzano é realmente bem parecido, os desenhos são de Stefano Intini, que alias teve várias histórias de capas de dezenas de revistas da Disney na década de 90, entre elas do Pato Donald, Tio Patinhas e Almanaque Disney, olhando para o index dele no Inducks, parece que o artista já não porduz tanto quanto produzia nos anos 90, mas ainda assim o traço do mesmo é ótimo.

O volume ainda dá conta de 4 histórias curtinhas, porém usando a temática de detetives do volumes, entre elas uma do Sir Locke Holmes, um personagem que já não é tão famoso hoje em dia mas nos anos 80 teve uma porrada de histórias publicadas aqui no Brasil, Mickey atua nas histórias com o personagem, como coadjuvante. Temos um clássico de Carl Barks, assim como um clássico do Mickey de 1965. Todas histórias rápidas, mas bacanas, O Mistério da Opala, talvez não precisasse ser republicada no volume, ela apareceu por aqui em 2005, produzida no mesmo, não faz tanto tempo assim, não dá para considerá-la um clássico.

Mas a grande estrela de ouro do volume, e possívelmente uma das melhores histórias de toda a coleção é O Mundo Perdido, com roteiro de François Corteggiani e desenhos de Giorgio Cavazzano! Ela foi publicada no Brasil em 1996 na extinta Tio Patinhas Especial, uma publicação excelente que trazia só histórias de alto nível com o Tio Patinhas. É uma mega história de mais de 80 páginas com o Tio Patinhas, Donald, Peninha e o Prof. Ludovico. Uma das melhores histórias italianas que já li e possuo na minhas coleção particular, fiquei extremamente feliz de vê-la sendo republicada depois de mais de uma década. Muita gente reclama que o material dos anos 90 não é tão legal quanto o matérial mais antigo ainda, que as histórias italianas não são melhores que as dinamarquesas apenas porque não seguem o traço da escola de Barks, mas O Mundo Perdido está aí para provar que tem muita coisa bacana nos estúdios da Itália. Por sinal, nos anos 90, as histórias italianas eram melhor selecionadas do que as de hoje em dia das revistas regulares, mas isso é discussão para uma outra oportunidade.

Querem uma história épica que provavelmente nunca veremos ser republicada por aqui, a menos que a Editora Abril encaderne ela como fez com Dinastia e Glória da Família Pato? Procurem em sebos Tio Patinhas Especial 13, com 240 páginas de uma mega saga inacreditavelmente fantástica chamada As Sete Maravilha dos Patos. Faz uma paródia com as sete maravilhas do mundo, que alias, você sabe quais são?

Volume 22: James Bond!

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Sete Histórias: Donald contra Bob Finger / Operação Goldenball / Meu nome é Bond, Bond Bico / O 1º Caso de 00-ZÉro! / Um Agente Pouco Secreto / O Mistério do Desfiladeiro da Neblina / Um Agente Nada Secreto

A edição lançada hoje tem apenas duas falhas pequenas na minha opinião, as duas últimas histórias, uma com o Mickey de 24 páginas (Desfiladeiro da Neblina), que traz o personagem contracenando com personagens humanos (traço humano mesmo, coisa tosca). Isso já havia sido feito no volume 12 (20.000 Léguas Submarinas), mas na ocasição só havia humanos e não personagens Disney contracenando e eu reclamei até fazer bico, até mandei uma carta (e-mail) de desabafo para a Abril de tanta raiva que fiquei. Esta do Mickey não chega a me causar tamanha repulsa, porque tem o Mickey e o Pateta, e mesmo que seja Paul Murry no traço, ela saiu no Brasil a 3 anos atrás, republicada pela 4ª vez em 2007 em Aventuras Disney 22. Mais do que necessário dizer que ela podia ter ficado de fora do volume e que fosse preenchido com uma das hilárias histórias de James Scond com o Pateta! Estava todo esperançoso achando que a Abril colocaria uma das histórias dessa série no volume e isso não aconteceu. Mas disse duas falhas e só comentei uma. A outra é Um Agente Nada Secreto, histórinha nova que saiu no Brasil em 2003. De certo ficou como tapa buraco, já que ela não chega a ter nada de especial. Ressalto então a marcação de touca da Abril de ter esquecido do James Scond.

Felizmente estas duas histórias ocupam pouquíssimas páginas do volume, que trás três histórias inétidas! Todas excelentes! Donald contra Bob Finger é uma paródia claro de 007 contra Goldfinger, e é a maior do volume, com 61 páginas, produzida em 1966, mas a qualidade parece muito boa mesmo, bem diferente de outras coisas que vieram da década de 50 dos primeiros volumes. A melhor história do volume entretanto é, na minha opinião, Operação Gondelball, que faz parte da série PAI (Patinhas Agência de Inteligência), série que fazia muito sucesso por aqui nos anos 90 também e que faz anos que não aparecia uma única história sequer inédita no Brasil (um desrepeito na minha opinião). Donald é o agente Qua-Qua (Quase-Qualificado) e Peninha é o Agente ME-SE (Meio-Serviço), as histórias dessa série são ótimas, com garantia de aventura no melhor estilo espionagem e comédia no melhor estilo Peninha de ser. Não entendo porque a Abril não publica mais histórias desta série por aqui. Es é uma história relativamente nova, produzida em 2002. A última inédita, é curtinha, 8 páginas, com Os Metralhas e mais um primo maluco da família, o Metealha Bond Bico. Engraçada e bem desenhada.

Mas o volume 22 continua com mais duas pérolas raras. O personagem oo-Zéro está de volta, e a história deste volume é a raríssima primeira história do personagem! Produzida em 1966, e que só saiu por aqui uma única vez numa Zé Carioca da década de 60 e depois disso em algumas Disney Especiais, sendo que a última vez foi em 1991, a muuuito tempo atrás. Só esta história, vale por quase todo o volume dada a raridade e por ser a história de origem do personagem. E, para fechar, falando em Zé Carioca, o volume tem Renato Canini, numa histórinha de 8 páginas, com roteiro de Ivan Saidenberg, também na temática espionagem. Uma republicação bem vinda, pois a última vez desta história aqui no Brasil foi em 2003, mas na raríssima e quase impossível de se achar Novo Disney Especial 9 (que não chegava quase em lugar algum na época).

Com toda essa qualidade, dá até para ignorar as duas falhas que mencionei no começo do texto, não concordam?

Fecho então está matéria. Sei que ficou grande, mas devia isso aos fãs, por ter relaxado semana passada na post do volume 21 que acabei não fazendo e por ainda não ter criado a matéria com as revistas regulares Disney de Outubro (ainda não consegui comprar elas, mas até sábado eu resolvo isso e farei a matéria!) e na próxima semana em Clássicos da Literatura Disney, veja a capa abaixo:

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8 Comentários

  1. Cara, muito bom o post. Já estava afim de comprar os volumes 21 até 25 por causa dos temas. Agora vou pegar mesmo heh. E sobre esta Patinhas Especial 13 achei ela aqui em POA no Brick da Redenção por R$ 3 em estado perfeito. Já esta na minha coleção e também consegui um Edição de Luxo (1989) Os Grandes Golpes do Morcego Vermelho pelo mesmo preço num sebo daqui. Muito bom. Tu está me dando umas dicas boas de compra e me deu vontade de voltar a ler minha coleção de quadrinhos Disney heh

  2. Tenho orgulho de ter feito a coleção e continua a colecionar.

    Claro que algumas histórias foram forçadas e tal, mas dá para entender por conta do público alvo que é muito abrangente…

    Contudo, acho que James Bond não tem nada de literário e foge um pouco da proposta…

    Claro que é bem aceito porque deve ter histórias divertas etc. Mas, ugiu um pouco da “brincadeira” de mexer com os clássicos LITERÀRIOS…

  3. Bom dia! O que mais marcou sua postagem para mim, foi isso aqui:

    “Tome como exemplo estes dois volumes do post e soma-se também o muito esperado por fãs, volume 23, O Senhor dos Anéis. É uma tanto óbvio pra mim que filmes são mais populares no Brasil do que livros. ”

    É verdade! Tem toda razão.
    Se um dia puder, tiver tempo e coragem, procure ler alguns livros de coisas já conhecidas pelo cinema. Você verá que no livro há toda uma gama de fatores que não são mostrado nos cinemas. Há casos em que a história muda 80%, como em Tubarão, por exemplo que explora muito a relação do delegado da cidade (ou xerife, sei lá!) com sua mulher e um suposto amante, e o tubarão mesmo passa a ser mero coadjuvante na trama.
    Eu já li alguns livros de 007. Não muitos, mas alguns. Eles são bem acessíveis em bibliotecas municipais, pelo menos uns dois ou três titulos mais clássicos dá para se encontrar facilmente. Se você for chegado em leitura de livros, vai gostar muito!!!
    Excelente postagem, eu já tinha uma intuição de que esses dois volumes simplesmente vieram para arrebentar, pois, depois de Guerra e Paz eles foram os únicos que me chamaram a atenção (antes de saber que teremos agora um especial de Natal).
    Você escreve muito bem e é bom voltar aqui.
    Gosto de quem tem coragem de exprimir opiniões pessoais porque sai da mesmice que é apenas a divulgação em si que todo mundo faz.
    Abraços. FabianoCaldeira.

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