Hiroshi Ishiguro: Para a robótica, ser a sombra e semelhança do ser humano é o limite? [Tecnologia]

No mês passado, conversamos aqui sobre uma matéria que achei muito legal sobre robótica, a gente sempre ouve falar vez ou outra sobre determinada tecnologia, mas é tanta coisa acontecendo, tanta inovação chegando, que ás vezes algumas coisas acabam passando de forma despercebida e não damos a devida atenção, a robótica por exemplo é o meu caso, quando falei do assunto aqui no Portallos deixei passar a oportunidade de falar um pouco sobre Hiroshi Ishiguro, lá no fórum me deram um puxãozinho de orelha por isso e me senti na obrigação de fazer uma outra matéria sobre o cientista japonês para o blog, afinal, também gosto bastante de tecnologia, logo, o registro é mais do que válido.

O Japão é mesmo incrível, muita gente acha que a comunidade TOP da tecnologia está toda concentrada nos Estados Unidos, ledo engano, muito da tecnologia que conhecemos hoje é proveniente da terra do sushi, e não é para menos, o povo japonês seja pela sua cultura, alimentação, enfim, costumam ser pessoas muito inteligentes, na área da robótica, claro, existem muitas pessoas pelo mundo estudando o assunto, mas como em tudo na vida, poucas são as que se destacam, Hiroshi Ishiguro é uma delas.

Hiroshi é diretor do Laboratório de Robótica Inteligente na Universidade de Osaka, ele começou de forma tradicional, criando diversos robôs, como não poderia deixar de ser, o cientista começou a imaginar projetos ainda maiores, a experiência em criar robôs não estaria completa e tão pouco seria gratificante se não houvesse um modo de fazê-los parecerem humanos e promover a interação deles com as pessoas, foi daí então que nasceram os humanóides mais impressionantes que já vimos. No ano de 2003 Ishiguro pode demonstrar pela primeira vez o Actroid DER na Exposição Internacional de Robôs em Tóquio, um robô humanóide que possuia traços idênticos ao de seres humanos desenvolvido em parceria com a empresa Kokoro Corporation, apresentando ao público o modelo Repliee Q1 e 2. que eram feitos com a aparência de mulheres orientais com expressões convincentes, com pele feita de cilicone, cílios e até mesmo motores internos para simular a respiração de uma pessoa real, de fato impressionantes, ainda que distinguíveis dos seres humanos, podem ficar em pé, piscar, falar e até mesmo responder as pessoas de forma semelhante, desde então a empresa passou a comercializar o modelo Actroid para eventos e festas comerciais.

Não parando por aí, Ishiguro criou a série Geminoid, porém esta não é tão autónoma quanto a série Actroid, entre uma das várias criações, ele clonou a si mesmo de forma bastante convincente no que diz respeito a aparência do androide, o qual apelidou de Geminoid HI-1, o jeito meio precário com o qual o robô mexe a boca para falar não convence e entrega o jogo, mas como eu disse no post anterior, se por exemplo me sentasse ao lado de um desses num ônibus, de modo algum saberia se é ou não uma pessoa real.

Como eu disse, este modelo não é tão autónomo quanto a série anterior, as reações são feitas através de sensores, os quais ficam responsáveis por reconhecer expressões faciais de quem está a sua volta, já a comunicação fica a cargo de alguém nos bastidores controlando a sua movimentação, bem como a fala por auxílio de microfone, a distancia o usuário também pode ver tudo o que o robô esta vendo com o auxílio de computadores. Seguindo esses moldes, a seguir foi criado o modelo Geminoid F, onde o professor se inspirou numa apresentadora de TV japonesa, aqui nota-se a evolução das expressões faciais do robô, que pode demonstrar com mais clareza, tanto alegria quanto felicidade, ela também interage e fala com os jornalistas através de um técnico operando seus movimentos e fala em outro ambiente, num dos vídeos abaixo podemos conferir também a construção dos humanóides, ver algo tão similiar a um ser humano e ao mesmo tempo com uma expressão tão vazia é assustador, mas mais assustador que isso é ver a construção da pele do humanóide antes de ficar pronta, acho que nem o exterminador do futuro ficava tão feio desfigurado.

Recentemente 2 outros modelos foram apresentados ao público, um foi a enfermeira da qual falamos aqui neste post, esta volta a agir de modo autônomo e é programada para imitar as expressões de pacientes a serem observados por ela, a outra é uma robô atriz (clique aqui para vê-la em ação), a humanóide fez sua estréia num festival atuando em um teatro de Tóquio, novamente o modelo tem sua movimentações controladas por terceiros, no caso desta, apenas se mantendo sentada. O robô teve baixo orçamento em sua criação, mas chama a atenção assim mesmo, conversando e recitando poesias durante a peça, o diretor chega a dizer que os robôs são o surgimento de um novo tipo de ator, mas olhando o vídeo, com exceção do fato do robô falar, os humanóides ainda precisam ser mais bem aperfeiçoados para impressionar com suas atuações um tanto robóticas (por que será né?).

Independente disso é realmente incrível o desenvolvimento desta tecnologia em tão pouco tempo, acho que assim que for criada uma inteligência artificial satisfatória para esses robôs, será difícil conter a disseminação dos mesmos por outros países, é interessante criar teorias de como a vida do ser humano pode vir a se transformar nos próximos anos com ela, já imaginamos tantas situações assistindo a ficções científicas no cinema e agora tudo isso está cada vez mais próximo da nossa realidade, seria excelente se iniciativas tecnológicas para preservação do nosso planeta recebessem o mesmo destaque na mídia, pois apesar da ficção ter nos maravilhado com o que o ser humano pode criar, ela também nos mostrou como o ser humano pode usar da mesma para destruir tudo a sua volta, e não é exagero algum dizer que um dia elas também podem se tornar realidade.

Finalizando, fico ansioso por novos avanços nesta área da tecnologia, pois sendo assustadores ou não, tudo isso é muito interessante, com certeza ainda ouviremos falar muito de Hiroshi e seus robôs.

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