Fortaleza Digital | Primeira obra de Dan Brown não passa de uma leve distração (Impressões)

Fortaleza Digital foi o primeiro dois cinco livros publicados pelo autor norte americano Dan Brown, em 1998. Logo depois vieram os livros Anjos e Demônios (2000), Ponto de Impacto (2001), O Código Da Vinci (2003) e O Símbolo Perdido (2009).  Anjos e Demônios e O Código Da Vinci receberam adaptações para o cinema, inclusive. Sinceramente Dan Brow nunca foi um autor que me despertou interesse, não sei ao certo se pelas sinopses de seus livros, que são tão fracas que não cumprem o papel de instigar o leitor (pelo menos não a mim), ou por simplesmente por eu ter certo preconceito em relação a best-sellers, confesso.

O livro tem uma narração bem dinâmica e uma história bem interessante, mas deixa a desejar em alguns aspectos. A verdade é que eu esperava mais (muito mais mesmo) de um autor tão popular e tão elogiado. Em Fortaleza Digital  Dan Brown nos apresenta  uma história pouco convincente e bastante previsível. Logo mais voltarei a discutir isso.

Enquando isso, aqui no Brasil, todos os livros do Dan Brown foram publicados pela Editora Sextante. Quanto à edição nenhuma surpresa, simples como sempre são os livros dessa editora. Além da história, apenas o primeiro capítulo de Ponto de Impacto, nem mesmo um prefácio falando um pouco sobre o autor, ou qualquer coisa assim.

Resumo:

Parecia que nada poderia abalar a felicidade do casal David Becker e Susan Fletcher, respectivamente um especialista em línguas e uma criptografa da NSA (Agência Nacional de Segurança), agência americana de inteligência que atua decodificando mensagens criptografadas da Internet com a simples justificativa de que estão protegendo o país de possíveis ataques terroristas. Para realizar tal feito, a NSA construiu o TRANSLTR, o computador mais caro do mundo, uma supermáquina mantida em sigilo capaz de quebrar qualquer código de criptografia. Mas, em um belo dia de sol, tudo começa a dar errado quando Ensei Tankado, ex-funcionário da agência, cria um código inquebrável até mesmo para o poderoso supercomputador da NSA. Tankado morre de repente deixando a chave do algoritmo gravada em um anel e uma cópia de segurança com o seu parceiro conhecido  unicamente pelo codinome de NDAKOTA. David é enviado às pressas a Espanha por Strathmore, chefe de Susan, para coletar a chave. O que parecia uma tarefa simples pode se revelar uma questão de vida ou morte.

Título Original: Digital Fortress
Editora: Sextante
Autor: Dan Brown
Tradução: Carlos Irineu da Costa
Edição: 1
Ano: 2008
Número de páginas: 320
Acabamento: Brochura
Formato: Médio
Comprar: Link

Opinião:

Há dois tipos básicos de histórias. O primeiro são aquelas histórias centralizadas nos personagens, como é o caso de O Senhor dos Anéis, A Batalha do Apocalipse, Neuromancer e Lost, por exemplo. Esse tipo, geralmente carregados de maior emoção, faz com o leitor se apegue aos personagens. É assim que eu prefiro. O segundo é mais focado nas aventuras, na história em si, no desenrolar da trama. Fortaleza Digital faz parte justamente desse último grupo, visto que os personagens são muito pobres e inexpressivos, sem motivações convincentes. Quer justificativa? Pois bem…

Susan, a protagonista, é um gostosa linda e genial criptografa, que ganha muito bem obrigado, trabalhando na maior agência de inteligência dos Estados Unidos. Para completar o sofrimento da moça, ela namora David que é um típico gostosão galã de novela, especialista em línguas e professor universitário. No começo do livro Dan Brown tenta nos empurrar goela abaixo que os dois se apaixonaram a primeira vista. Aquela típica paixão de filme xarope para assistir com a namorada no final de semana, sabe? O universo conspira para um encontro nada casual dos pombinhos e de repente descobrem que são almas gêmeas e já começam a planejar o casamento.

— A chefe da Criptografia que falar com voçê. Ela está vindo para cá — disse o guarda.
Ela? — Becker riu. Não tinha visto nenhuma mulher desde que pisara na NSA.
— Há algo errado nisso?— disse uma voz feminina atrás dele.
Beacker virou-se e sentiu o rosto corar. […] A chefe da Criptografia da NSA não era apenas uma mulher, era uma linda mulher.

Outro ponto negativo no livro é que o autor sente uma necessidade absurda e incontrolável de “virar a mesa”, digamos assim. Ou seja, cada página acontece alguma coisa que irá mudar completamente o rumo da história. Isso é bom quando ocorre um ou duas vezes e você é pego desprevinido, mas o problema é Dan Brown usa isso o tempo todo! A história fica completamente previsível porque você já sabe que nada daquilo que ele quer te fazer acreditar irá realmente se concretizar.

Embora eu tenha começado falando dos aspectos negativos, eu não considero esse um livro ruim. E, mesmo sendo esse o primeiro livro que leio do Dan Brown, posso destacar alguns elementos que contribuíram para torná-lo um autor best-seller. Primeiro, o que, pude observar é que Fortaleza Digital trata de uma história bastante polêmica e atual. A ideia da Grande Conspiração arquitetada por organizações para controla e vigiar as pessoas não é algo novo (a chamada Teoria da Conspiração), mas é bem intrigante, ainda mais com uma boa dose de suspense.

Está aí o grande talento de Dan Brown, criar suspense. A trama elaborada por ele, embora batida e previsível, deixa qualquer ser humano curioso. Sabe aquele filme que nem é tão bom assim, mas você acaba assistindo e não quer perder o final revelador de forma alguma? Pois é, foi exatamente com essa sensação que fiquei ao ler esse livro. E o que me fez não abandonar o livro, levar a leitura até o fim, foi que o autor possui uma narrativa muito ágil e bastante dinâmica. Nada de grandes parênteses para explicar alguma coisa ou nenhum flashback muito grande para quebrar a cronologia da história. Dan Brown tem o dom de prender o leitor, do início ao fim do livro.

Conclusão:

Como já foi dito, eu não considero esse um livro ruim, mas também não recomendo pessoas que gostem de leituras mais complexas e, acima de tudo, mais convincentes, visto que Dan Brown conta uma história completamente “água com açúcar”, sem profundidade nenhuma. Contudo, se você estiver procurando uma leitura que lhe proporcione algumas horas de distração (e nada além disso) então esse livro é uma boa opção, ainda mais se levarmos em conta que pode ser encontrado por menos de dez reais em algumas livrarias.

Bem, é isso. Provavelmente minha experiência com esse autor irá se estender apenas até o seu segundo livro, Ponto de Impacto. Espero que seja muito melhor que Fortaleza Digital. Se você ainda não leu esse livro lembre-se: a impressão que cada um tem sobre uma obra pode ser completamente diferente, aprecie a leitura e forme a sua própria opinião. Clique na imagem acima para ler pequeno trecho que está disponível no site da Editora Sextante.

[Crédito ao tchmyf4 pela artwork utilizada aqui]

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18 Comentários

  1. A obra no quesito diversão é excelente. É mais do que certo que a historia não é a melhor do autor e nem tampouco é a mais original, porém é divertida e de fácil assimilação, ótimo livro para se ler em viagens.

  2. Pessoalmente, eu admiro muito os trabalhos de Dan Brown. Fortaleza digital, acredito que por ser o primeiro de suas publicações ainda não apresenta a maturidade que o autor atinge nas obras posteriores.

    Pra mim o maior atrativo dos livros do autor são os “puzzles” que o protagonista tem que enfrentar, que são explicados de forma genial pelo autor, e também o grau de profundidade com que ele trata de uma agência hipersecreta fazendo-o questionar o que realmente é ficção ou verdade.

    Você tem razão quando diz que não chega a ser tão complexa mas sejamos sinceros, poucos livros desse gênero atingem o grau de complexidade dos que você cita acima.
    Também concordo com você em relação ao carisma das personagens, mas como você mesmo diz, é um livro focado na história e os personagens acabam mesmo recebendo um cuidado menor.

    Mas eu discordo com o argumento de o autor virar o jogo a todo o momento, eu acho que esse é justamente o maior atrativo em seus livros, e acredito que foi um grande fator que não te deixou desistir da leitura.

    Falando nos próximos livros, – eu já li todos! – o meu preferido é Anjos e Demônios que além de discutir um tema polêmico e atual, como todos os livros do autor, tem uma história excelente e um final surpreendente. Mas deixemos isso pra outra Livroteca, né?

    1. Essa forma dele “virar o jogo” é o que prende e também foi por isso que eu não deixei de ler também. Mas eu achei que ele usa muito desse artificio. Isso acontece principalmente com o David na Espanha, a todo o momento ele fica a um passo da morte, mas sempre acontece alguma besteirinha para impedir que o assassino chegue nele. Mas é aquela coisa, eu achei exagero em alguns momentos, mas milhões de pessoas gostaram pelo visto ou não teria vendido tanto.. XD

      Outra coisa que me esqueci de citar foi o trabalho de pesquisa que claramente foi feito para realização dessa história. No início ele fala um pouco sobre a história da criptografia e tal. Achei legal isso por ser a minha área e já ter estudado e gostar muito desse o assunto, inclusive.

      Quanto aos próximo livros, acho que só vou ler (dele) Ponto de Impacto, os outros não fazem muito o meu gênero. Recomenda Ponto de Impacto?

      1. Ponto de Impacto é um ótimo livro, mas não vejo como os outros não podem ser do seu gênero, visto que eu acho que todos fazem parte meio que do mesmo gênero.
        Se fosse pra escolher entre todos eu defitivamente te recomendaria Anjos e Demônios, não se deixe levar pelo filme, a adpatação pras telonas ficou muito porca.

  3. Sinceramente, é o meu livro favorito dele!
    Foi o que mais me pegou de surpresa, acho que por ser o primeiro!
    Ja que os demais seguem essa linha de o vilão não ser o vilão e por ai vai!
    So o ultimo dele que mudou um pouco, mas é justamente as viradas de mesa que deixam a minha atenção 100% focada no livro, é um dos pouquissimos autores que me fazem esquecer de olhar uma mulher bonita no metro e ficar so lendo! rsrsrs
    De fato, nunca me apeguei ou torci por nenhum personagem dele, porem, não considero sua historia fraca ou previsivel!
    recomendo pra qualquer pessoa ler dawn brown, a menos que a pessoa so goste de leitura linear, minha mãe odiou código da vinci pq fica mudando o foco dos personagens toda hora e ela acabava se perdendo na historia!

    1. Bom, não sei os outros dele, mas Fortaleza Digital é uma leitura bem fácil de se levar, e segue uma história linear. E nem tem como torcer pelos personagens, eles são pouco explorados. O foco é a própria história..
      Mas recomendo, principalmente a quem está começando a ler ou apenas como uma distração mesmo ou ainda (como o Arcanjo falou antes) em viagens quebre um galho. XD

  4. Sou fã da obra de Dan Brown, tanto que possuo todos os livros dele; mas devo confessar que fortaleza digital me decepcionou, eu esperava mais desse livro, talvez seja por que eu havia lido os outros livros dele e deixado esse pro final… O próximo livro “Ponto de impacto” é um ótimo livro, recomendo. Anjos e demônios o filme foi fraco, mas o livro é ótimo, o meu preferido da coleção do Brown, seguido por “O código da Vinci” e por “O símbolo perdido” que eu não achei tão bom assim.

  5. concordo plenamente, apesar de ja ter lido os outros livros de dan brown, esse foi o unico q eu nao li, kkkkk, porem pelo q eu vi os outros livros , a historia eh sempre a mesma soh q com personagens diferentes, na verdade o q chama atenção no livro sao as descriçoes de objetos e locais historicos , como acontece em anjos e demonios que eu considero o unico livro realmente bom do autor.
    e tbm, a previsibilidade do livro eh grande, lah pela pagina 50 de anjos e demonios voce a sab q robert langdon vai acabar com aquela tia q eu nao lembro o nome…¬¬
    apesar de passar o tempo e prender o leitor a pequenos e batidos misterios, eu nao acredito q dan brown seja tao bom como dizem, ele apenas nao eh rium e tem uma boa habilidade de juntar os fatos historicos e conspirações governamentais em historias pré-moldadas.

    1. victoria vetra: vc ja esteve com uma mulher mestra em ioga antes?. Frase tensa kkkkkkkkkkkkkk mas eh verdade,as curiosidades historicas e as descriçoes q realmente chamam atenção

  6. engraçado,ec eh o unico livro dele q nao curto xD Ainda nao li a materia,mas como eu li (e tenho) o codigo,ponto d impacto,anjos e o simbolos,deixa eu advnhar,tem algum personagem com problemas fisicos no livro? pq parece q em todo livro ele coloca 1 kkkkkkkkkk outra coisa do dan brown q nao curto sao os finais,ele sempre deixa uns 30 capitulos (exagerando rsr) depois d ja ter revelado tudo,ai a gnt meio q perde o interesse,o simbolo ja faz quase 2 meses q terminei a historia principal e ate hj nao tive coragem d conclui-lo,mt chato o “pos ação” do livro. Eduardo,se vc for ler 1 deles por algum motivo,eu indicaria o ponto d impacto,eh o melhor pra passar o tempo (e nao tem capitulos q da vontade d vc jogar o livro fora kkkk)

    1. Tem sim, Nuno! AUHuAHuaH
      O vilão da história tem apenas três dedos em cada mão! Eu não sabia que Dan Brown tinha disso! AUHuahua Mas quanto ao final de Fortaleza Digital não teve essa “sobra” toda não..
      E valeu pela indicação! Vou procurar Ponto de Impacto mesmo, os outros não fazem muito o meu estilo. Vou ver se acho baratinho em algum sebo por aqui.. XD

      1. tem sim,percebi qndo fui ler o anjos e demon depois d ter lido o codigo kkkkkkkkk E o mais surpreendente,os q possui essas deficiencias sao os mais “sagazes” do livro.

  7. Acho que meu problema foi ter lido Fortaleza depois de O Código Da Vinci, nem curti muito… mas o Código adorei, devorei em poucos dias, recomendo. Meu próximo era Anjos e Demonios (que inclusive já dei de presente =)), mas fiquei sem o livro, e parei aí… agora nem animo mais de voltar =)

  8. “O problema do Dan Brown é que ele sempre caga no final”. Inventei essa rima depois de ler o segundo livro dele. Sim, ele me prende a atenção justamente por essas reviravoltas que te irritam – eu gosto, não dá vontade de largar o livro. Mas o Fortaleza Digital nem é tudo isso, bom mesmo é o Anjos e Demônios (na minha singela opinião).

    Dan Brown é sim escritor de best-sellers, mas pensa uma coisa: as coisas que ele escreve e descreve são de verdade – as igrejas, a estação fodona do livro em questão. Sabe, como ele tem acesso a esse tipo de informação? D:

    Apesar de fraquinho e um tanto quanto óbvio ele tem seus méritos, vale a pena dar uma olhada nos livros mesmo assim.

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