Portallos Entrevista: Alexandre Nagado! Especialista em Cultura Pop do Japão, escritor e ilustrador!

Alexandre Nagado trabalha nos bastidores da produção de entretenimento do Brasil há muito tempo. Se você nunca ouviu falar dele, com certeza já ouviu falar (ou já foi aé um colecionador fervosroso!) de algumas de suas contribuições: a revista Herói, ícone dos anos 90, participações no Omelete e Bigorna e seus quatro livros publicados até agora:  Almanaque da Cultura Pop Japonesa (Via Lettera, 2007), Cultura Pop Japonesa: Mangá e Animê (Hedra, 2004), co-autor, Mangá Tropical (Via Lettera, 2003) – coordenador e co-autor, Dicionário Anime>DO (Ed. Escala, 2000) – co-autor. E, possivelmente, você pode ter visto ele nos programas: TV Cultura, TV Gazeta, Multishow, Play TV, TV Bandeirantes, TV Globo, AllTV, Rádio Bandeirantes, TV iG e outros.

Ainda estava na faculdade de jornalismo quando fiz uma matéria para um jornal local que precisava de um “dicionário de anime”, para as pessoas em geral. E, desde aquela época, eu conto com alguns auxílios por parte do Nagado.

Sendo assim, o convidei para a nossa seção de entrevistas, que, aliás, já contou com partipação do PatoFu, Wendel Bezerra (dublador), Thalita Rebouças (escritora) e aguarda muitas outras surpresas para 2011!

Então, após o Continue Lendo confira a entrevista com Alexandre Nagado, que falou, entre outras coisas, sobre seus gostos pessoais, mangá X comics, animes cortados no Brasil, o mercado de anime, entre outras questões nas nossas famosas “10 perguntas!”. Espero que gostem!

P.E Você trabalha com o mercado pop há muito tempo, principamente, no que se refere à cultura pop do Japão. Como foi a transição entre fã (afinal, imagino que tenha que ser um grande fã para se aprofundar tanto) e profissional da área? Acha que a época que começou era mais propensa que hoje, com mais oportunidades do que agora – para quem pretende trabalhar com o assunto de alguma forma?

A.N Foi por ser fã que consegui espaço para escrever sobre os assuntos de cultura pop japonesa. O primeiro foi Ultraman, pra revista SET Terror e Ficção em 1993, após fazer um teste para o editor Carlos Miranda. A Herói veio um ano depois, a convite do André Forastieri e Rogério de Campos, que trabalhavam na SET na época em que fiz uns textos lá. Eu já era roteirista de quadrinhos profissionalmente e, quando me vi redigindo resenhas e matérias, fiz questão de aprimorar a redação e a pesquisa, dando uma de jornalista mesmo, apesar de não ser um. A área era complicada, pois não havia ainda um público especializado. Por outro lado, quando havia a procura por gente que entendesse do assunto, as revistas pagavam por cada matéria, cada notinha. A internet tirou espaço das revistas e ajudou a difundir muito a informação. Hoje, é fácil criar blogs ou escrever para sites especializados. Por outro lado, quase sempre isso não rende dinheiro para quem escreve, que acaba fazendo tudo por amor. Quem pretende virar jornalista ou editor pra escrever sobre mangá e animê, vai ter que trabalhar com algo remunerado para se manter.

P.E- O que marcou a sua infância e que ainda você acha legal? Digo como exemplo a fase inicial de CDZ, que, quando eu era criança achava incrível, mas que, hoje, ao tentar reassistir, não caiu muito bem….

A.N- Acho que Ultraman, Speed Racer, A Princesa e o Cavaleiro, Ultraseven… Mesmo datados em termos de produção, as histórias eram – e são – muito divertidas. O material produzido na década de 1960 era ingênuo, criativo e experimental. Hoje, a preocupação com mercado é o que domina, havendo pouco espaço para experimentação. De material da década de 1970, tem a Patrulha Estelar, até hoje meu animê favorito, especialmente pelas aventuras grandiosas e a trilha sonora, uma das melhores já concebidas. Basicamente, o que eu gosto é visto como coisa “tosca” pela maioria esmagadora dos fãs, que por falta de bagagem, enxergam mais a superfície brilhante das produções de hoje do que a ousadia criativa de gerações anteriores.

P.E- Você acha que a produção de anime e mangá tem mais qualidade que a produção ocidental em geral (séries animadas, quadrinhos,etc.)?
Observo que a produção oriental, embora se apegue a certas fórmulas, procura inovar sempre, atualiza o traço e tecnologias, muda o rumo da história e, para mim, a principal diferença: tem início, meio e fim! Diferente da produção da DC, por exemplo, que os personagens já morreram, ressuscitaram, foram reinventados muitas vezes, suas origens, personalidades, enfim… Mas, a linha principal continua sendo Batman, SuperMan etc. há cerca de seis décadas…

A.N- Não vejo tanta supremacia de uma produção sobre a outra. Os japoneses, tradicionalmente, ousam mais e há muitos personagens que morrem de fato. Mas o Japão também tem uma tradição, ainda que menor, em personagens cujas histórias nunca terminam e heróis que morrem e ressuscitam uma infinidade de vezes. São culturas diferentes. No Japão, há dezenas de heróis Kamen Rider, Ultraman, Gundam… Se Batman fosse um herói japonês, já teríamos um exército de Homens-Morcego, tipo Batman X, Batman Black, Batman Fighter, Batman Zero… E há os clones. O sucesso de Mazinger Z, nos anos 70, impulsionou a criação de dezenas de séries de robôs superpoderosos, um parecido com o outro. Japoneses reciclam fórmulas de modo voraz. O que eu quero dizer é que ambas as culturas são capitalistas e encontraram seus meios para gerar lucro. Nos EUA, reciclam e atualizam seus heróis para que cada geração se identifique. Basta comparar o Batman vivido por Adam West com o de Michael Keaton ou o de Christian Bale. No Japão, também existe isso. Basta ver quantas atualizações teve o Astro Boy, Cyborg 009, Godzilla… E há inovação nos EUA, goste-se ou não. Ben 10, por exemplo, é um produto recente. Estou um pouco cansado de ouvir a comunidade otaku desdenhando os personagens made in USA por birra, como se o Japão fosse a meca da criatividade intocada e pura. Os autores japoneses se permitem ousar mais que suas contrapartes ocidentais, mas também são presos às regras de mercado locais.

P.E- Por que você acha que os animes são tão editados no Brasil? Enquanto asistimos a novelas e outros programas com conteúdo mais pesado e que não sofrem censura. Acha que é por ignorância da distribução que só copia o padrão norte americano, ignorância dos profissionais que aprovam ou não isso, enfim…

A.N- Normalmente, as edições vêm de fora, especialmente dos EUA. Há muita hipocrisia na mídia, basicamente por acharem que, se é desenho animado, só pode ser para criança. Enquanto isso, essas merdas de reality shows vão fazendo a cabeça da garotada e inserindo seus valores cínicos de se dar bem na vida a qualquer preço.

P.E- Você escreve sobre o assunto há muitos anos e lembro do seu nome desde a época em que a Herói saía em “formatinho”… Por que você acha que as publicações com esse conteúdo têm vida curta? Falta de profissionais, anunciantes, de público? Me espelho por exemplo na NeoTokyo que abordava os mesmos assuntos da Herói, que saia mai de 10 anos antes: Yu yu Hakusho, CDZ, enfim, sem fazer parte diretamente com o público contemporâneo e matérias bem fraquinhas, com diagramação meio bagunçada.. (é só uma opinião geral).

A.N- A Herói foi bastante longeva. Acabou no começo dos anos 2000 porque a internet começou a roubar público, com sua agilidade superior. E também porque as editoras começavam a publicar mangás originais, dessa vez acertando a mão e conseguindo formar público. As tentativas anteriores não deram certo por uma série de fatores mas, com a chegada de mangás ligados a séries de TV de sucesso, como Cavaleiros do Zodíaco e Dragon Ball, tudo mudou. E os leitores mostraram que preferiam ler mangás do que somente ler sobre mangás e ficar sonhando quando poderiam ver isso. As coisas mudaram. De material moderno, a Neo Tokyo me chamou a atenção por apresentar algumas matérias com muita profundidade.

P.E- O que você acha da atual cultura Otaku? Dos eventos de Anime mega grandes, com um público que vem crescendo ainda mais… Você esperava que o fenômeno iniciado pela exibição da Rede Manchete chegaria tão longe?

A.N- Não esperava tanta popularidade, mas também vejo tudo isso com reservas. A maioria dos eventos se transformou em agitadas micaretas. Tudo é festa, é bagunça, é espaço para adolescentes correrem de um lado para o outro e ficarem babando com cosplayers. Acho interessante ver como o movimento do cosplay ganhou força e atropelou tudo o mais. Porém, por mais artística que seja uma boa produção e uma boa performance, não vejo como isso contribui com a valorização dos temas. Contribui no sentido de espalhar mais a cultura pop japonesa, mas também tem o lado freak show que a mídia gosta de ver. Muita gente só vê o lado excêntrico, sem se atentar ao fato de que a maioria dos cosplays se inspira em mangás e animês e que essas mídias têm uma história, uma força e um valor criativo que mereciam ser mais conhecidos. E vendo cosplays de Bob Esponja, Chaves, Zorra Total e afins pipocando em eventos, fica bem claro que tudo está virando um grande baile de carnaval. Não tenho saudades da época em que um evento de mangá atraía 20 ou 30 pessoas, mas acho que, do jeito que está indo, a cultura não está ganhando nada, só o entretenimento.

P.E- O mercado de anime é uma mina de ouro para as editoras brasileiras? Pela quantidade de títulos em circulação, pela qualidade baixa do papel e de custo baixo, sendo cobrado o valor que é, acha mesmo que virou um negócio super rentável? Porque também sabemos sobre custo de distribuição, licenciamento etc. Contudo, é impressionante como material de melhor qualidade (papel, cores, etc.) é vendido tão mais barato no exterior…

A.N- É um nicho de mercado, não uma mina de ouro. Há poucos títulos consagrados ao grande público, mas o mangá se tornou tão segmentado que as editoras já estão sabendo melhor para quem estão produzindo e se é viável economicamente apostar em cada nova publicação.

P.E- Quais semelhanças e diferenças que você enxerga ne geração que curtia anime nos anos 90 e a de hoje? Claro que levamos em conta a internet rápida, disseminação absurda de títulos, entre outras coisas. Mas, me refiro a comportamento: consumo, exposição, menos vergonha? Enfim, o que ahca que mudou e que se manteve?

A.N- A diferença maior é que, com o acesso à informação, a cultura otaku ganhou ares mais pop. Antigamente – e vou retroceder mais, indo aos anos 80 – era cultura de gueto, algo meio alienígena e isolado.

P.E- O que você acha dos desenhos animados americanos ganharem traços de anime com tanta força,principalmente em cenas de humor, mais debochadas, por exemplo, ou mesmo a nova versão de Thundercats, ou Batman… Acha que o estilo do anime está, de certa forma, se entranhando de uma forma irreversível no mundo ocidental?

A.N- De certa forma, sim. Há gerações formadas vendo animê que acabam passando essas influências em seus trabalhos. Muitas vezes, misturando isso a outras influências. Mesmo no Japão, há influências de trabalhos ocidentais.

P.E- Você consome muito da cultura pop do Japão, além de avaliar e escrever sobre o asunto? Dizem que quando se trabalha com algo muito tempo, acaba enjoando… Se ainda consome, o que você indica par ao leitor do Portallos, que títulos de manga ou anime, literatura especializada, enfim, um pouco sobre o que você aprecia, pessoalmente e profissionalmente.

A.N- Hoje em dia, gosto mais de ver coisas novas de títulos antigos. Ainda acompanho tudo ligado a Ultraman (que continua saindo no Japão até hoje), sempre dou uma olhada em Kamen Rider, acompanhei muita coisa sobre o filme do Yamato e espero ver logo como ficou e assim por diante. Aos mais jovens que gostem de boas histórias e tenham a mente aberta para não enxergar somente aparências ou efeitos visuais, recomendo alguns animês como Yamato (Patrulha Estelar) e Zillion. De mangá, ainda quero muito ver editado no Brasil títulos como Maison Ikkoku, You´re Under Arrest e Galaxy Express 999. Gosto muito de anime songs e gosto de acompanhar o JAM Project, o principal grupo desse segmento. O Voyager, que faz temas de Ultraman, também é bem interessante. No J-Pop, Chage and Aska e a banda The Checkers pra mim foram os maiorais. De J-Pop contemporâneo, descobri recentemente a banda Scandal, garotas que fazem um rock autoral e vibrante. Tem muita coisa nova sendo feita e é impossível acompanhar tudo. Como me interesso por outros assuntos fora do Japão, não tenho mantido o foco tão concentrado como na época em que eu escrevia direto sobre cultura pop japonesa. Mas acho que é por ter um leque de interesses bem amplo que eu consegui escrever tanta coisa na carreira. Acho que é isso.

Obrigado pela atenção em responder as nossas perguntas e desejo sucesso em seus futuros trabalhos!
E o leitor do Portallos pode conferir o trabalho do Nagado e se comunicar com ele no twitter e no blog.

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35 Comentários

  1. Eu não sei mas prefiro animes atuais,mas falando de Tokusatsu eu prefiro os antigos os de agora são tão bobinhos!
    Ótima entrevista!
    No aguardo de mais entrevistas do Portallos.

  2. gostei muito da entrevista e ele falou de uma coisa que é certa nos dias de hoje há super valorização por parte do publico otaku brasileiro na questão da beleza visual ao invés de valorizar a história o que é uma pena quem sabe se não fosse por isso muitos mangás considerados clássicos no Japão(e que eu tenho muita curiosidade de ler mais não posso seja por não se achar na internet ou se se acha na internet não se tem em português)poderiam vir a ser publicados no Brasil

  3. Muito bom a entrevista. Parabéns pelo post Pedro xD
    O Nagado usou o exemplo dos Reality para falar sobre a censura de animes, nunca vi um exemplo melhor…
    Vou em eventos de animes, ele são cheios, e existem cosplayers de chaves, não aprovo isso para mim os eventos de animes deveriam ser somente para animes e até HQ’s, eles estão virando um baile de carnaval mesmo, muitas pessoas vão e só assistem Bleach e babam por Cosplayers, odeio isso.
    Falei d+ =/

  4. ÓTIMA entrevista, muito interessante a maneira que foi abordada a ponte Japão-Ocidente, ainda tenho minha preferência pelas histórias do lado de lá mas desprezar o trabalho americano tbm considero exagero.

    Legal aquele vídeo ali, mas pow desenhar 10 metros não é pra qualquer um hein? xD
    Anime atual ainda mantém a qualidade, o problema é que o mercado se tornou mais exigente e acabam surgindo aqueles que simplesmente querem seguir à risca a “fórmula do sucesso”, por isso acho que cada época tem seu charme.

    Agora tokusatsu nem tenho duvida de que prefiro os antigos (apesar de conhecer muito pouco dessa área)

  5. Ficou bem interessante, gostei das opiniões dele!
    De vez em quando aparece umas revistas de fofoca abertas aqui pela casa e as entrevistas delas são tão chatas. xD

  6. Muito bacana a entrevista. Parabens ao Pedro pela enttrevista e agradecimentos ao Nagado por topar e ceder um pouco do seu tempo para a mesma.

    Gostei bastante das reflexões em cima dos eventos de anime, pois nunca tinha parado para pensar nessa coisa deles serem mais “bailes de carnaval” do que realmente algo sério que deveria influenciar o mercado por aqui. Realmente algo está meio errado nestes eventos e por isso as vezes eles não causam o efeito que deveriam por aqui. Muito boa a visão do Nagado sobre o assunto. Idem sobre a censura dos animes e a comparação com os reality Show.

    A unica coisa que senti falta, é que o Nagado fala de tokusatsu e de nostalgias, e puxa, eu queria um pouco da opinião dele sobre assuntos mais moderninhos, como por exemplo, o trio parada dura da modernidade atual, fenomenos no mundo inteiro. Queria mesmo saber o que ele acha de Naruto, One Piece e Bleach. Os tres maiores mangás da atualidade.

    E podia ter rolado também uma perguntinha sobre o formato da Shonen Jump no Japão e porque algo assim não é implementado no Brasil, já que ele trabalhou nessa área editorial aqui. O que ele acha sobre isso. XD

    Mas beleza. Deu pra aprender, entreter e divertir! Fica pra proxima, né? 😛

    1. Oi, vamos lá:
      Tanto Naruto quando One Piece não se enquadram no meu gosto pessoal. Já li um pouco de Naruto, mas, apesar de reconhecer que o material é bom, não me interessei em prosseguir a leitura. One Piece tem uma arte que me incomoda. Sei que a história é mais importante, mas se o desenho não me agrada, já é meio caminho pra que eu evite. Bleach eu ainda preciso dar uma chance, vamos ver. O que me falta é tempo até pra ver o que eu já gosto, então tem coisas na fila que eu sei que nunca vou ver mesmo.

      Sobre formato, eu acredito que para as editoras seja mais viável negociar cada título em separado.

      Porém, existe a Shonen Jump USA e eu não acharei estranho se um dia uma editora daqui conseguir organizar um almanaque nesses moldes. Falta alguma empresa arriscar, mas eu acho que o formato tem boas chances de pegar aqui.

      Abraços!

      1. Ae agora gostei! Valeu pelo comentário Nagado.

        Só uma dica pessoal minha mesmo (pode ignorar), mas você deveria dar uma olhada no traço de One Piece atualmente (e não o do começo do mangá), porque eu realmente acho que Eiichiro Oda se supera a cada dia como um dos melhores mangakas da atualidade.

        Fica a dica para olhar estas ilustrações:
        http://static3.mangastream.com/manga/5/68833748/10-11.png
        http://static3.mangastream.com/manga/5/68833748/00b-00c.jpg

        Tanto One Piece quanto Naruto, atualmente tiveram salto na cronologia e estão meio que em “segunda fase”, como Dragon Ball Z e Dragon Ball no passado. Houve mudanças na historia, traço amadureceu e a qualidade dos mangás aumentaram.

        Quanto a Bleach, ao menos o começo, a saga de Soul Society, vale a pena dar uma olhada. 😉

        Novamente, agradeço o feedback 🙂

        1. Oi. Eu já havia visto artes recentes do Eichiro Oda. O trabalho dele é tecnicamente muito bom mesmo. Mas não me empolga, é questão de gosto pessoal. É mais ou menos como rock progressivo. Reconheço a impressionante técnica de alguns virtuosos da guitarra que brilham nesse segmento, mas aquilo não me empolga.

          Mas pra não dizer que não curto nada do One Piece, gosto da música “We are”, uma das aberturas.

          Abraço!

      2. Você que acompanha de perto o mercado editorial! Mangá vende razoavelmente bem correto? acho que não passa de 100 mil exemplares os tops de venda no país correto?
        Se isso for a realidade, um formato como o da Jump teria espaço? Não consigo imaginar o pessoa comprando um formato como a jump, descartando para depois comprar o volume!

        1. Renato, emendando o assunto que vc menciona, Não digo material japones apenas, mas seria interessante uma revista como a jump no Brasil para consegrar mesmo os artistas nacionais.

          eu compraria uma almanacão made in brasil de artistas nacionais, com vários e varias historias… para poder avaliar nosso material.

          O caso é que comics produzidas no Brasil muitas vezes são caras… saindo naqueles encadernados de luxo tipo os da Devir. Pow, quem vai pagar R$ 40 num quadrinho brasileiro de 50 paginas… ainda que colorido e acabamento de luxo.

          Acho que isso deveria vir depois… antes disso, deveria ser como a jump, quadrinhos nacionais empilhados num volumão, com vários autores, varias historias e aí sim, mostrar o trabalho brasileiro. fazer algo mais povão mesmo. aí depois se pensar em volumes luxuosos e caro com esse material.

          algo assim não precisa necessariamente ser apenas com trabalhos japoneses ou estrangeiros, podia ser genuinamente brasileiro.

          1. O problema de viabilidade comercial do quadrinho brasileiro vem de longa data. Não quero ser simplista aqui, mas um dos problemas da produção nacional x produção estrangeira, é que o material estrangeiro já vem pago em seu país de origem. Ganha-se por porcentagem de venda. Para um autor brasileiro, ficar trabalhando meses para ver se vai ganhar alguma coisa é inviável, a menos que se tenha muito suporte financeiro familiar. Mas há muitas outras questões, que vez por outra abordo em meu blog. Parte do público é preconceituosa, mas também falta mentalidade empreendedora e capacidade a vários autores e ousadia a editores. É uma combinação de fatores, mas a questão de sobrevivência financeira é o que mais pega. Muita coisa ruim se faz no Japão e nos EUA, mas lá há mais espaço para experimentação em trabalhos visando o grande público e muitos autores medianos e fracos conseguem viver dignamente com seu trabalho. Em se tratando de HQ no Brasil, pela pesada concorrência estrangeira, não se pode dar ao luxo de ficar arriscando.

            Por isso, sabendo que o público que vai querer consumir é pequeno, fazem tiragens pequenas e por isso o preço tem que ser alto, pra compensar. É um ciclo vicioso onde todos saem perdendo. Dá pra publicar, mas sem esperar retorno financeiro saudável, com poucas exceções.

            Anos atrás, fiz minha tentativa, organizando o álbum Mangá Tropical, que teve a participação de gente como Fabio Yabu, Daniel HDR, Erica Awano, Marcelo Cassaro, Denise Akemi e Arthur Garcia. Era uma coletânea de autores nacionais com maior ou menor influência de mangá. Teve boa repercussão, vendeu o suficiente pra se pagar, mas não engrossou a conta bancária de ninguém e não nos sentimos incentivados a investir tempo e energia em um segundo volume.

            Não tenho as respostas para a questão do mercado para HQ nacional, mas conheço bem quais são os problemas.

            Abraços!

          2. Sim, é verdade, todos estes problemas são reais. Qualidade, preconceito, rentabilidade, porém nada começa bombando. Acho que é isso que falta no Brasil, acordar e investir na área para a viabilidade da produção nacional a longo prazo.

            A curto prazo não tem salvação e solução magica. E acho que o brasileiro também precisa parar de imitar o estrangeiro…quadrinhos nacionais a la manga? Não precisa. Acho que originalidade e criatividade falta muito em certos produdos nacionais, onde no geral, apenas tenta-se copiar um formato já existente.

            É por isso que acho interessante artistas como Laerte e Angeli, que possuem formato próprio de quadrinhos, mesmo que seja em tiras. Esse pessoal que trabalha em tiras, eu adoraria ve-los tentando algo mais levado para o comics. Sei que no passado tinha a Chiclete com banana e a Circo, formatos mais fanzines e tal. Mas isso foi a decadas atrás, sem internet e divulgação. periodicos assim precisam ser levados em consideração na era atual aqui no Brasil, feito por grandes mestres, e novatos. Usando é claro o modelo da Jump, como todos sabem, com questionatios, opinião do publico, editores que instruam artistas e claro, paciencia de todos dentro do nucleo (consumidor e empresa) para que a longo prazo, as coisas saiam do vermelho.

            Para crescer e investir nessa área no Brasil, só assim. Não existe milagre. É realmente como voce disse.

          3. Sobre um almanaque brazuca, primeiro eu vejo a necessidade de se criar uma identidade! Aqui o fã de mangá cria um monte de kojiros, shiryus, kagomes… põe usando kimono tal, mas morando na paraíba! Quem é fãs de Comics faz um dead pool verde e ja era! O brasil ta meio cru nesse aspecto! temos algumas excessões, mas a grande maioria não ta pronta pra isso! Eu compraria algo nosso, mas uma copia dos japoneses eu dispenso!

          4. Sem querer parecer que estou só vendendo meu peixe, tente dar uma olhada no Mangá Tropical. As histórias se passam no Brasil e a maioria fala de cotidiano. Os cenários são baseados na realidade e pegamos apenas a estética e narrativa do mangá (uns mais e outros menos) para compor um material nacional sem ser nacionalista, com influências de mangá misturadas a tantas outras. Uma das HQs (a minha) pode ser vista em PDF neste link:
            http://nagado.com/dani.pdf

            Bom ou não, foi uma tentativa que fizemos. O álbum saiu caro e isso fez muita gente reclamar e não comprar. Enfim, vamos em frente.

          5. Olha eu não li, mas entrei no link pra dar uma olhada apenas, mas de cara eu apontaria algumas coisas que não curti. O traço é a principal coisa, o brasileiro as vezes tem essa mania de desenhar sem criar estilo, faz personagens como se fossem reais. Isso tira a fantasia da história. Pra mim os personagens precisam ser estilizados. os personagens do Mauricio de Souse tem cabeção, a Monica tem dentão, o Cebolinha aquele cabelo estranho, são artes visuais exageradas que tiram a “fisionomia real” do desenho. Nos mangás os personagens tem olhões, o rosto é mais caricato dependendo do autor. O Hugo do Laerte tem narigão, o Bob Cuspe do Angeli idem (além de ser esverdeado).

            É preciso primeiro pra mim, criar uma fantasia visual, os personagens tem que ter caracteristicas marcantes, ter formas mais tipicas de quadrinhos.

            Esse estilo realistico de personagens é um problema quando são mesclados ao jeito mangá, fica algo meio falso, meio propaganda de folheto de loja. Claro que quadrinhos de Herois usa tal estilo, mas ainda assim há o jogo de cores, capas e bizarrices de uniformes que tiram a realidade fisica dos personagens… tornandos algo fantasioso.

            Uma obra atual brasileira que me atraiu no traço é Cogumelos ao Amanhecer, o traço é estilizado/caricato, os personagens tem personalidade e o formato de quadros da comics, meio mangá, meio hq de herois, combiba bem com o universo fantasia da hsitporia (lugm dia farei uma materia sobre isso no portallos).

            Esse é um problema real da produção brasileira. criar uma estética original, porém marcante. sem esse traço cru realistico demais.

            E se isso não fosse antigo, ia dizer que a personagem Dani me lembrou as personagens do Turma da Monica Jovem. XD E até o turma da monica jovem tem um estilo visual que foge dos contornos reais, diminui a arte de caricatura, mas ainda mantém alguns elementos.

            Interessante isso. alias toda essa conversa é interessante. XD

          6. Bom, essa é a sua opinião. Felizmente, existe uma diversidade nos quadrinhos que inclui, entre várias tendências, o realismo. Se eu fui mal-sucedido em fazer HQ de cotidiano com um meio termo entre mangá e arte mais realista (ou mesmo um gekigá), a culpa não é do gênero das HQs de cotidiano, mas minha culpa.

            Eu acho que histórias de cotidiano são fascinantes, como Estranhos no Paraíso, Love and Rockets e tantas outras. E acho muito interessante o Nanquim Descartável, revista independente nacional totalmente calcada em cotidiano. Arte em quadrinhos não precisa ser sempre estilizada, sempre com figuras humorísticas ou elementos fantásticos, como um filme ou um livro também não precisam.

            Dani não tem um traço realista, você fez uma leitura superficial, mas pode ser que você leia um dia e continue achando ruim ou algo falso, folheto de loja. Cada cabeça, uma sentença.

            Não estou defendendo meu trabalho. Você não gostou, é seu direito como leitor e o meu dever, como autor, é ouvir e aceitar sua opinião. Apenas faço essa ressalva quanto à definição do traço e tipo de história.

            Gosto de histórias com temática realista e tentei fazer um conto assim. O artista tem o direito de se expressar como quiser, mesmo que isso não seja considerado um trabalho bom ou genuinamente ligado a seu país de nascença ou que tenha sucesso comercial. Não é algo que fiz pensando em revolucionar nada, criar estética ou nada pretensioso. Mas sim, realizar algo básico: contar uma história simples com a linguagem dos quadrinhos que, no meu caso, tem diferentes influências. Mas o timing narrativo tem semelhanças com mangá.

            Há quem diga que o caminho do quadrinho brasileiro é fazer humor. Eu discordo. Você pode não gostar, mas pode aceitar a existência de quem busca um caminho alternativo. Ou vários.

            É isso. Fico por aqui.
            Abraços!

            http://nagado.blogspot.com

          7. Concordo com o que vc disse. Cada um, um gosto. Tb não acho historias realistas ruins, desculpe se dei a entender isso. Eu estava mesmo me referindo ao traço mais realista.

            Mas tranquilo, é aquele negocio, cada um curte mais uma especie de traço e as vezes ele afugenta mesmo o leitor. É como vc disse mais acima, sobre não curtir o estilo do Eiichiro Oda de One Piece e isso meio que lhe afasta do mangá dele. Traço é importante mesmo e cada um tem um estilo.

            Mas por favor, não me entenda errado. Acho a tematica realista e cotidiana, tão boa quando os de fantasia. Estava apenas falando sobre o traço mesmo. Valeu!

            🙂

          8. Realmente, algumas pessoas se queixaram do traço, que não é lá muito realista (Realista mesmo é Brian Bolland). Mas alguns criticaram mais o roteiro. Pra mim, é importante estar atento, pois críticas podem ser um termômetro da eficiência de meu trabalho. Valeu!

            Abraços a todos!

          9. “Eu compraria algo nosso, mas uma copia dos japoneses eu dispenso! ”

            É por isso que digo que precisamos de mais artistas como Laerte, Angeli, Adão Iturrusgarai, Fernando Gonsales… já que a nossa área de tiras em jornal tem muita personalidade original, é precisa expandir isso para comics…

            Tiras funcionam em comics? Não sei. Monica nasceu como tirinhas não? É preciso avaliar cada tipo, cada universo, expandir o que precisa se expandir.

            O personagem Hugo do Laerte é um personagem que vejo com um protagonista de revistas em quadrinhos. E ele passa a tipica personagem brasileira e ainda é engraçado.

            O que precisa é ousadia das editoras e destes artistas que ja possuem um material original em ver suas obras expandidas em outros formatos.

            (e talvez estes artistas precisem trabalhar com roteiristas, já que criar uma tira de 3 quadro é facil, mas uma história de 20 paginas, é complicado, um parceiro no roteiro, que tenha expeeriencia no ramo, já ajuda nisso)

        2. Os números reais de venda editora nenhuma aqui divulga. Até alguns editores juram que não ficam sabendo os números. Eu não sei se os principais vendem tanto. Na época do estouro dos mangás de Cavaleiros e Dragon Ball, vendiam até mais. Com a concorrência atual, arrisco dizer que nem Naruto chega na casa dos 100 mil de tiragem, quanto mais de venda.

          Sobre formato, talvez seja questão de hábito, aliado a um produto acessível. A pessoa compraria os tanko-bon somente de suas séries favoritas, como acontece no Japão. A Jump dos EUA reproduz bem proximamente esse formato de publicação. Não sei se uma tentativa nacional da Jump poderia pegar mesmo, mas eu gostaria de ver alguma editora tentar. Se reproduzirem com êxito os modelos de questionário japonês, talvez somente virariam encadernação as séries mais populares. Se eu fosse dono de uma editora, tentaria viabilizar o formato Jump, mas sem planejar tanko-bon a curto ou médio prazo.

          Abraços!

          1. Quem sou eu pra dizer, mas 100 mil num país grande como o Brasil parece uma mixaria dos diabos.

            Brasileiro tem que aprender a gostar de leitura. Somos um país com potencial de tiragem de milhão… o problema é o formato de venda, da cultura da leitura mau incentivada, da idolatria da TV e tantos outros fatores.

            eu acho. XD

          2. Brasil é fraco em leitura mesmo, mas se for comparar a revista que mais vendeu nos EUA mês passado acho que foi o Quarteto Fantástico com 115 mil exemplares, e isso com toda a propaganda da morte de um personagem e tal. Se vender 100 mil no Brasil me parece um bom número.

            Mas concordo com você quanto aos problemas de leitura. Eu sempre gostei muito de ler, desde muito pequeno, passando por gibis da Turma da Monica, mangás, livros e etc. Mas via que eu era excessão entre meus amigos.

  7. Bom, o gosto dele é bem ficção espacial e robotica! passo longe

    Mas não concordo muito com o fato dele dizer que mangá é utilizado como comics, no sentido de usar herois que nunca morrem! Astro Boy realmente ganhou varias versões, mas elas vieram como homenagem, claro que todas são para ganhar dinheiro, mas é um caso diferente. Comics sobrevive a decadas, TODOS OS ANOS, com os mesmos herois! É completamente diferente do japão que ficamos decadas sem ver nada de novo sobre algum classico!

    1. Não, meu gosto não se restringe a ficção espacial e robótica. Aliás, é o que eu menos consumo. Nos últimos anos, tenho procurado mais histórias de cotidiano. O que eu ainda gosto são algumas franquias específicas. Não leve os exemplos citados como generalizações. Eu evito generalizações, pois em geral são equivocadas.

      Eu não disse que mangá e comics usam personagens da mesma maneira. Eu disse que mangá também usa de recursos que os comics usam, mas não estabeleci relação de proporcionalidade. E finalmente, sim, você está certo nesse ponto. São sempre os mesmos personagens americanos a sustentar o mercado de lá.

      Estou na área profissional há mais de 20 anos e minha visão não é superficial como posso ter deixado transparecer para alguns. O que fiz foi ressaltar alguns pontos que são totalmente ignorados por aqueles que realmente fazem generalizações. Espero ter sido mais claro e me desculpem se não soube me expressar da melhor forma.

      Abraços

      1. Minha intenção não foi generalizar, me referi aos titulos citados por vc serem nessa linha!

        Entendi a pergunta do Pedro sobre as linhas comics e mangá no sentido de como são produzidos os dois mercados, seja na variedade de temas e herois, como na condução das historias! E nisso eu não vejo menor relação! Concordo com você quando diz que o japão tem suas tradições na hora de criar as historias, que basicamente se resumi a ninjas, samurais, sacerdotes ou estudantes encrenqueiros!

        Abraços e obrigado por responder pessoalmente!
        Muito legal da sua parte =D

        1. Ah, faltou um gênero: Harém. É o gênero de história com um garoto desajeitado com mulheres que de repente se vê no meio de um harém sendo disputado por todas as garotas do lugar.

  8. A conversa mais acima sobre quadrinhos nacionais está meio que apertando, então vou complementar num novo comentário. Duas obras brasileiras que me chamam a atenção, uma mega old e uma nova:

    * MegaMan 1996 – Produzida no Brasil, essa revista tinha rumos bizarros, distantes da cronologia original do game. ENTRETANTO, é inegável que a produção tinha personalidade, era engraçado, e sempre me dava vontade de continuar acompanhando. Tinha bons e maus momentos. O traço era bacana, sem exageros demais e com identidade propria (ainda que as vezes chegava a ser tosco). Infelizmente na época era dificil de achar as revistas nas bancas, e no fim, ela foi cancelada depois de 16 edições. Quem se lembra?

    http://www.guiadosquadrinhos.com/thumb.aspx?cod_tit=me428100&esp=&total=16

    —————

    Cogumelos ao Amanahecer – Esta é uma obra infantil, mas eu sinceramente imagino que em outro universo, onde o mercado nacional de HQs funcionasse, essa seria uma excelente série de RPG e fantasia que daria muito certo. A obra é nova, feita em edição de luxo… mas eu queria ver isso de uma forma mais periodica… sem tanto luxo.. a HQ tem traço muito bonito, o layout é muito bem estruturado de quadros, com até paginas duplas e tal. Uma das paginas finais com um Dragão é muito foda.

    http://www.devir.com.br/hqs/cogumelos_v001.php

    ———————-

    São exemplos assim que mostram que o Brasil tem potencial para quadrinhos com personalidade propria, ainda que sendo influenciado por estilos estrangeiros.

  9. O Brasil tem uma chance sim de ser boa em relação a construir uma antologia seguindo o estilo jump mas o que falta nos quadrinistas Brasileiros é criatividade muitos estudam por anos tal estilo que não conseguem criar o seu próprio e vi esses dias uma matéria sobre os super-heróis brasileiros e vi que na época NINGUÉM tinha criatividade eram copias de x-men e outros…
    Eu apostaria minhas fichas na NEWPOP editora que não tem muitos titulos lançados, mas já está ficando conhecida aqui eles podiam lançar uma revista no Brasil,mas do que adiantaria se muitos não gostam daquele papel feio de jornal em uma hq e até acharem pessoas com criatividade de sobra demoraria um pouco…
    E também não adiantaria colocar quadrinistas já empregados para fazer hq,assim não sobraria espaço pra quem quer mostrar seu trabalho os iniciantes.

  10. Eu acho que o quadrinho nacional ´emuito estranho. Estive no FIQ do ano restrasado, a Feira Internacional de Quadrinhos, em BH. Evento grande, de gande repercusão e publicações bem amadoras em gera.
    90% voltado para o humor. Muitos desses, bem legais, engraçados e invoadores.

    Contudo, em um estande vi os autores tomando cerveja e em outros azarando as garotas.
    O que quero dizer ´q eu na parte de comercialização, tornar viável mesmo, fazer dar certo, falta empreendedorismo.

    As editora também não apostam em títulos que não terão fim u sem apelo nenhum: super heróis de capa e toda um estiro ultrapassado mas que, acreditem, ainda mantém o sonho de muitos desenhisatas atuais…

    E falando em desenhistas, falta mesmo é roterista!
    É impressionante os clichês das histórias, do nome dos personagens ao que acontece.

    Voltei para casa com mais de 20 quadrinhos de produção nacional e digo, alguns estavam até bem acabados no que se refere à cores. Contudo, também acrescento: não tive vontade de divulgar nem mesmo guardar nenhum…

    bom… Alguns dariam até tirinhas engraçadas.. Mas, nada de novo, afinal.

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