Conversa de Mangá: Bleach 439 e 440 – Mute Friendship

Bleach: Capítulo 439 e 440 foram disponibilizados dia 02 e 09 de março, respectivamente: “Keen Marker e Mute Friendship“.

Se você não sabe o que é o projeto Conversa de Mangá, clique aqui. Depois do “continue”, a gente conversa mais:

Aviso: Continue apenas se você já leu os capítulos 439 e440 de Bleach. Atualmente acompanho o mangá pelo site Mangá Stream, e a qualidade da scan é absurdamente fantástica! Basta não ter medo de inglês. Mas, em todo caso, a StrawHat Scans tem a tradução em Português. 😉

Bleach 439 e 440

Keen Marker e Mute Friendship

Parece que Bleach não deixa quem acompanha a história semanalmente chegar num consenso. Comigo é assim, ora acho o mangá bom, ora acho que podia ser melhor e tem ora que não suporto a enrolação da história. É tudo questão de humor mesmo. Durante estas semanas que fiquei sem fazer o CdM, já que a Dakini andou cuidando dos últimos, eu meio que larguei mão de tentar acompanhar a história. Tava a maior correria por aqui, então estava meio que lendo de dois em dois capítulos. Admito que é mais gostoso assim, dá a sensação de que as coisas acontecem um pouco mais rápido. As vezes o autor tem essa noção chata de que para um simples acontecimento na história, ele precisa levar dois malditos capítulos para concluir tudo que ele quer, seja devido aos quadros enormes e closes exagerados que questão espaço das páginas semanais, ou seja porque isso faz a história seguir um ritmo que prenda o leitor.  Vida o que acontece nestes capítulos 439 e 440, que são utilizados para concluir o encontro da Inoe com o tal Tsukishima Suukurou. Alias eita nome maldito de se decorar e escrever, tudo bem que é um mangá japonês, mas caraca, pra quê um nome tão complicado sabendo que Bleach é um sucesso mundial? Ichigo, Chad, Ishida, Inoe, Urahara, Aizen, Rukia, Renji… todos nomes fáceis de guardar. Tudo bem que no Gotei 13 também tem uns nomes safados de decorar de cabeça pra mim, mas se o cara é o vilão da saga, podia simplificar o nome, não?

Para complicar ainda, achei esse tal de Suukurou meio parecido com a fisionomia do Aizen, ninguém mais achou isso? Cara meio fechada, impressão de um personagem sereno e calmo. Ficou vindo a figura do Aizen na cabeça. Será que o autor não consegue criar uns vilões diferentes?  Penso em outros mangás e muitos sempre tem essa diversidade de personalidades e tipos e em Bleach as vezes eu fico vendo o mesmo personagem em tudo quanto é canto. E isso não é a primeira vez que menciono isso por aqui.

Dito isso, eu gostei do carinho aí da imagem acima, o tal “mafioso” que estava dentro do porco de pelúcia. Rá! Achei ele engraçado e debochado na medida certo do mangá, assim como o Ganju era bacana quando o Ichigo foi para a Soul Society resgatar a Rukia, séculos atrás. Por falar em Ganju, fico triste com a exclusão desse personagem da série, porque ele era tão engraçado na saga da Soul Society, que achei que o autor iria encontrar formas de reutilizá-lo futuramente no mangá. No final da saga de Aizen mesmo, com a turma da escola do Ichigo fugindo, bem que o Ganju poderia ter aparecido para dar uma força.  Mas retornando, gostei do cara de porco, alias não foi mencionado o nome dele, foi? Preguiça de olhar nos capítulos anteriores, e nesse 439 não é mencionado. Mas torço para que o personagem volte novamente, quem sabe assim não aprendo o nome dele. Na ausencia do Kon, gostei da ideia do porco de pelúcia.

Quanto a Orihime, que é a estrela deste momento da história, o capítulo 439 não mostra muita coisa, no 440 ela foi melhor e já foi comentar sobre o mesmo. Esse garoto que surgiu no capítulo anterior querendo matar a Orihime não gostei muito, continuo achando que para o tipo de situação que o autor armou neste momento, ele é meio que figurinha desnecessária. O tal Suukurou acabou no fim se revelando, mostrando sua habilidade e no final, de nada adiantou ir mandar o garoto dar cabo da Inoe, só serviu para segurar a história entre o capítulo 438 e 439, ainda que no anterior, tenha rolado alguns momentos mais de comédia (eu não consegui levar a sério a ideia dele matar a Inoe, se o autor queria tensão no 438, só passou comédia pra mim). E o cara é um usuário de fullbringer, o que é totalmente conveniente dentro da saga com pessoas de tal habilidade. Surpresa nenhuma. O mangá existe a uma porrada de tempo, nunca ouvimos falar de pessoas com tais poderes e assim do nada começa a chover no mangá um grupo de usuários e até o Ichigo pode usar. Não tem como não ter essa sensação de que o Tite Kubo forçou demais toda essa situação de novas habilidades.

Quando os Vaizards surgiram, a mesma estranheza rolou, mas depois o Kubo soube explicar muito bem esse pessoal dentro da cronologia do mangá, eram ex-membros do Gotei 13, exilados, envolvidos nas experiências malucas do Urahara e sacanados pelo Aizen. Até aí tudo bem. Claro que foi conveniente o surgimento deles justo quando o Ichigo precisava entender seus poderes, assim como a traição do Aizen no fim da saga Soul Society. Talvez seja isso que me irrite, essa falta de planejamento, onde novos poderes são inseridos dentro do universo da forma mais conveniente que for possivel para a história. É dificil ver o autor pegar um elemento lá do inicio do mangá e expandir esse elementos, levando o leitor a loucura. Como por exemplo, o pai do Ichigo que depois de anos, o autor revelou que ele é um shinigami, ainda que até hoje não tenha explicado isso direito ou até mesmo como que o cara era um shinigami e deixou a sua esposa morrer por um mero hollow ordinário. Pois é, estou mal acostumado com mangás que demonstram planejamento prévio de certos pontos da história e isso me irrita em Bleach. Espero que com os Fullbringers, haja uma explicação para que os mesmos não tenham se revelado antes e qualé do passado deles com o pai do Ichigo. Mas estou quase certo que o Kubo vai dar um jeito de encaixar eles na cronologia, de uma forma ou de outra.

Ah, outra fullbringer de espada. Num mangá de espadas, não tem como dizer que foi uma surpresa, né? Ichigo vai lutar contra mais um adversário de espada. Getsuga Tenshou nele, Ichigo!

Em relação ao capítulo 440, eu gostei da posição da Inoe diante da situação. Parece mais a Inoe da saga Soul Society, mais enérgica e viva, do que a melancólia que ela estava no Hueco Mundo. Ela tomou a frente, protegendo um carinha que ela nunca viu na vida, que aparentemente deveria ser um inimigo e ainda se portou como deveria diente de um poderoso inimigo. Uma ótima postura para a personagem, que desde o começo dessa saga, vem tendo o seu merecido destaque como a cola que une o grupinho do Ichigo. Na falta da Rukia, o Kubo está fazendo um belo trabalho com a Inoe sem dúvida.

Interessante os momentos que ocorrem antes dela ser atacada, onde ela planeja e analisa o inimigo. Isso não é muito comum em Bleach, onde os oponentes muitas vezes atacam sem pensar e só depois é que param para refletir o que devem fazer para vencer. Inoe nunca foi uma personagem com poderes interessantes para um luta, deve ser por isso que ela não tem nenhuma significativa desde o começo do mangá (tirando aquele hollow que despertou tais poderes na garota). Não havia a possibilidade dela conseguir ganhar de uma luta de espadas. Seu poder é impressionante, mas não é ofensivo o bastante, e a velocidade do oponente supera as qualidades defensivas. Inoe é um personagem de suporte em batalhas, nunca será algo mais do que isso.

Mas no geral, não achei que o 440 superou o 439. O capítulo como um todo foi fraco, quer dizer, cria-se toda aquele suspense no final do capítulo anterior com o Chad sentido a Inoe, páginas e mais páginas de corre e corre são criadas e no fim, a garota mente, omite o que aconteceu e o capítulo termina com o Ichigo indo buscar suas próprias respostas.  Não sei que o Tite queria nesse momento da história. Seria tipo, “oh, a Orihime morreu, e os caras não chegam lá!”. Pra mim seria uma verdadeira surpresa, um daqueles momentos épicos e inesquecíveis, que marcariam Bleach para sempre se a Inoe tivesse morrido nesse quadro que fecha o CdM. Uau, se ela tivesse morrido, eu tiraria meu chapéu pro Kubo. Não é qualquer autor que tem coragem de algo assim. Eu ainda mal acredito que o Eiichiro Oda de One Piece matou vocês-sabem-quem na saga Marinford (não vou spoilar aqui, vai saber se alguém acompanha atrasado). Mas se a ideia era causar essa impressão de que a Inoe morreu, por alguma razão que não sei explicar, isso não me passou pela cabeça em nenhum momento. Seria interessante se o Kubo tivesse finalizado o capítulo com esse quadro, deixando os leitores se remoendo por uma semana. Mas da forma como foi feito, não consegui ter a convicção necessária de que a Inoe estava entre a vida e a morte.

O que rolou? Não sei dizer exatamente, mas fiquei meio desconfiado desse poder do Suukurou. Tipo as zanpakutous possuem habilidades únicas e nada ainda se sabe das espadas de fullbringer, mas não seria surpresa alguma se elas tivessem isso também. A Inoe quando está explicando (mentindo) aos garotos o que aconteceu, chama o cara de amigo e ainda se sente estranha por ter feito isso, como se tivesse sido uma reação involuntária. Poderia ser uma hipnose? Ou algum efeito similar causado pela espado do cara? Fiquei com isso na cabeça, já que o garoto que ela estava protegendo também estava se declarando amigão do vilão e ele não parece ter nada a ver coma  história, como se o Suukurou tivesse pego o carinha em qualquer beco por aí e feito a cabeça dele. Fiquei com essa impressão em relação a esse fator “meu amigo” que a Inoe deu na desculpa ao Ichigo e Chad.

Por fim, o Chad se tocou o que rolou, mas se era esse o caso, talvez não devesse nem ter ido ao local com o Ichigo, ou inventado uma desculpa qualquer. Ichigo não pode sentir mais a reiatsu, então se Chad tivesse saido correndo, Ichigo nem perceberia. No fim, o vilão é um ex-aliado, usa fullbringer e quais são as suas ambições? Ainda é cedo para saber, mas parece que a contrução das motivações do grupinho nova da saga finalmente vão ser revelados. No próximo capítulo será que o Kubo joga alguma coisa pra gente morder? Assim espero.