Awake: NBC desperta possibilidades! – PdS

611. Tem que dar certo. Tem que durar anos. Pre-air incrível.

Segunda de Carnaval, garganta ardendo e cabeça tonta de gripe. Pior semana do ano em proporções enormemente indesejadas. Entretanto, parece que nada vai me impedir de escrever sobre o pre-air de Awake porque a NBC trouxe a mais interessante aposta de série de 2012 (até agora). É sério, procura e assiste que não tem erro. 611.

Queria poder fechar os olhos, descansar por inteiro e não acordar. Abrir os olhos num mundo onde fiz a escolha inversa e viver o resultado. Então é óbvio que compreendo Britten, nunca abandonaria uma realidade, menos ainda se isso significar abandonar um parente próximo – outros parentes abandonaría num piscar de olhos, acredite.

Awake é como uma combinação entre Lost e um forte toque de Inception e investigação. Partimos daí de que pisamos sobre terreno seguro. A premissa é simples, um acidente no qual alguém morre e Michael Britten não consegue descobrir quem, se foi o seu filho Rex ou a sua esposa Hannah. Entende? Jogam com a ideia de realidades alternativas. Os dois acontecimentos acontecem para Britten. E o universo de possibilidades vai crescendo conforme Michael dorme, acorda e frequenta psicólogos alternativos. Levar uma vida dupla tão literalmente dá inveja, continue lendo para entender a genialidade de Awake e como a indústria pode ser ingrata com séries de qualidade.

Reconheço que a grande vitória deles foi o modo como propuseram essas realidades para nós e não o princípio de realidades paralelas somente porque isso não é novidade. Do acidente de carro ao entrelaçamento dos fatos paralelos, é quase palpável mas extremamente oculta uma espécie de terceira realidade – onde a interseção das duas demonstradas ganha volume.

 A cor da atmosfera de uma dimensão e a atmosfera fria da realidade em que o filho joga tênis. É um drama extraordinária que Kyle Killen criou. Fiquei hipnotizado pelas linhas de raciocínio diferenciadas dos dois psicólogos. Eles ajudam a criar mais dúvidas e mais confusão enquanto esclarecem a situação – louco, Britten não está porque no somatório, ele faz sentido. Após os 40 minutos, levantei a teoria de que talvez tenha sido Britten quem morreu no acidente – quero que me provem que estou errado porque essa solução seria demasiadamente “fácil”. E dá para darem muitos nós ao longo da série.

Normalmente, odeio série policiais. Sorte Awake não ser puramente uma investigação de crimes. É a relação entre duas investigações, dois crimes, o mesmo criminoso e uma investigação sobre o lado psicológico e metafísico do extraordinário rompimento do espaço real – acordar duas vezes, acompanhar a sua vida como se não tivesse que fazer escolhas e esperar que não dê tudo no mesmo. Série fodástica, sendo obrigado a admitir e a recomendar formalmente. Do que mais precisa para dar uma oportunidade?

Andei lendo por aí que Awake pode estar correndo o risco de ser cancelada cedo demais por ser muito inteligente para o seu público – sabe, é aquele terrível fato de termos a coisa certa dependendo das pessoas erradas (como o Brasil dependendo do [des]Governo) porque a NBC reúne pouca audiência comparada às outras emissoras norte-americanas e quem recorrer a outros meios para assistir (Internet, meu amigo), não apoia a emissora. Se da reduzida audiência retirarmos uma boa parte que não está disposta a extrair entretenimento de uma história complexa, porque muitos ligam a televisão só para relaxar e pensar pouco, fato, sinto como uma ameaça deixar-me conquistar por esta série. Mas isso é inevitável.

Esse sistema de consumo estraga as artes, dá repulsa. O que importa é vender, vender pessoas, ideias, qualquer coisa que lucros faça brotar. Na indústria, infelizmente, uma série bem elaborada e pensada como Awake não tem futuro garantido só por isso, nem ganhando prêmios. Ela precisa de audiência, algo que a NBC costumava ter em maior quantidade há anos atrás. Porém, não estou pessimista quanto aos próximos episódios que teremos pela frente – Awake de todas as séries da emissora, deve ser a mais valorizada (em breve) e o seu sucesso garante a possibilidade de uma continuação prolongada merecida – quem sabe umas seis ou sete temporadas? Não quero julgar o sucesso da série pelo pilot mas se mantiverem o nível, coisa boa está para vir.

É uma obrigação de quem gosta, fazer o possível para que Awake não seja largada na pilha de séries de grande potencial canceladas injustamente cedo – um caso de alguém que morre com pouco tempo de vida vivido, isso porque julgamos e quantificamos esse tipo de coisa bem rápido, independente da nossa perspectiva estar correta ou equivocada. Permita Awake conduzir a sua mente mas permaneça atento aos detalhes, há raciocínios geniais.

Acordar ou dormir, morrer ou viver. A dualidade de uma resposta quase impossível. Investiguemos. 611. Que tudo dê certo.

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11 Comentários

  1. Awake é realmente uma exelente serie, conseguio cantivar-me do começo ao fim. Em vez de começar com o acidente em tempo real (na narativa) não, decidiram passar essa fase e muito possivelmente irão revelar isso num flashback la mais a frente, o que provocou o acidente?? ainda que essa pergunta possa não ter grande importância para a historia uma vez que acidentes acontecem e não é pressiso justificar.
    O meu grande medo em relação a Awake talvez seja o facto de como vão acontecer as coisas daqui para a frente?? Caso semanal??Ou desenvolvimento de ambas as alternativas??
    Confesso que não tinha pensado na hipotesse de ele estar morto ou em coma e tudo isto ser uma realidade na mente dele, realidade essa que lhe permite criar esses dois mundos.
    Deixo ainda o nome de outra grande serie deste ano: “TOUCH” apesar de só ter ainda um episodio, esse teve grande impacto na internet e na minha opinião bem mercido.

  2. Awake promete. Simples, apesar de complexo. Achei a premissa da série fantástica; essa “brincadeira” com as duas realidades, ele convivendo hora com o filho hora com a esposa, o mingau psicológico que é (virá a ser) a cabeça dele. Perfeito! E sim, seis ou sete temporadas sim. =DD

  3. Eu assisti o piloto e ja estava esperando o lançamento da série há um tempo, não só uma proposta genial como também conta com um roteiro bem elaborado e atores talentosos, muita gente que vai acompanhar a série vai ter como principal interesse a verdade por tras dessas realidades, mas a minha é ver quando Michael perder o controle, quando ele atingir o limite de sua sanidade, por que como ele é a interseção entre as realidades, o foco no personagem pricipal vai ser maior ainda do que estou acostuado.

    1. Cara, penso nisso tbm. Em algum momento (das seis ou sete temporadas XD) eles vão explorar isso. As realidades se confundindo, ele confundindo as realidades, ele surtando.

        1. Já tem o pre-air como escrevi acima. O pre-air é basicamente o pilot, 40 minutos de duração. Então pode procurar, que vai encontrar para baixar. A série estreia apenas dia 1 de Março nos EUA e daí virão os outros episódios.

  4. Adorei o o pilot! (ou pre-air, whatever)
    Muito inteligente, complexo – e já tivemos um pequeno surto do personagem principal.

    [SPOILER] Perdeu apenas a pulseira e viram no que deu? [FIM SPOILER]

    Vou continuar acompanhando, com certeza.
    E essa Touch, é bacana mesmo? Vale a pena?
    Estou pensando em baixar…

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