Rock’n’roll | E se os últimos dinossauros morrerem?

Será a extinção do Rock’n’roll?

(Por Gustavo Grangeiro)

Triste imaginar que possivelmente estamos fadados a daqui alguns anos acompanharmos o enterro do Rock’n’roll, considerando que nos dias atuais esse senhor já agonizada e está praticamente esquecido. Mas será que podemos fazer alguma coisa? Será que Neil Young estava certo ao dizer que: “Rock’n’roll will never die”?

Se pararmos para pensar, a maioria das grandes bandas que tanto amamos são compostas por senhores com mais de meio século de vida, e nem vou entrar no detalhe de se a banda é Heavy, Hard, Punk, Trash, Progressiva ou qualquer outra denominação, falarei aqui especificamente da situação da música que faz parte da trilha sonora da minha vida.

Considerando as mortes recentes de Dio e Jon Lord já dá para imaginar que o assunto é realmente sério, pois esses dois senhores ajudaram a estruturar a música no formato que conhecemos hoje. Além de serem músicos de qualidade inigualáveis, eram dois cavalheiros que mostraram ao mundo que há muita integridade por baixo das nossas camisetas pretas, e nisso eles cumpriram seus papéis com maestria, mas e agora, quem manterá o legado?

Como já gritado por Dee Snider: “Heroes are hard to find”, e acompanhando as bandas mais novas que estão no “mercado”, dificilmente conseguimos enxergar alguma que consiga ser autêntica, e que possua uma musicalidade que agrade ouvidos que estão acostumados a ouvir músicas feitas por deuses e heróis.

Sei que sempre existirão em algum porão ou em alguma garagem do subúrbio garotos querendo mudar o mundo com sua música, mas esses garotos terão força suficiente para não se venderem? Conseguirão ser reconhecidos e admirados tocando aquilo que acreditam? Pois, como profetizou o também lendário Bon Scott: “It’s a long way to the top if you wanna Rock’n’roll”. Já que o que se vê hoje na música é tão bizarro, tão comprado, tão vazio, a ponto de imaginar que está havendo uma lobotomia em massa ou que o ser humano está regredindo.

Parece que o método de Ludovico (Clockwork Orange) está sendo aplicado descaradamente nos meios musicais e infelizmente está dando resultado. Parece que ninguém ouviu o saudoso Joe Ramone gritar com toda sua debilitada força: “Teenage Lobotomy”, e o resultado estamos colhendo.

Mesmo sabendo que o Rock’n’roll nunca foi a música da massa, no passado as bandas eram tratadas com mais respeito pela mídia, haviam festivais grandiosos (Monsters of Rock, Hollywood Rock, etc) que eram praticamente uma celebração à boa música, hoje isso acontece com bem menos frequência, vejamos os exemplos do Rock In Rio, onde apesar do nome, deu pra contar nos dedos as bandas que merecem reverência, outro exemplo vergonhoso foi a má organização, falta de estrutura e falta de respeito tanto às bandas quanto ao público no Metal Open Air, que havia sido anunciado como o maior festival de metal da historia do Brasil.

Além de cada vez possuir menos espaço nas TVs e nas rádios, o que se vê são programas irônicos que mostram que o pessoal de camiseta preta são boçais só sabem balançar a cabeça, na minha opinião o único programa de TV que respeita nosso tipo de música e que é muito bem produzido é o “That Metal Show” da VH1, pois, além de abordar o assunto com inteligência e entrevistar nossos heróis, ainda possui duas triforces no seu Logotipo. Na Grande Teia o site que vejo todo dia é o Whiplash (www.whiplash.net) que me mantém atualizado sobre o que está acontecendo no universo da música divina.

Infelizmente nem McCartney e nem Lemmy são eternos, porém, às vezes nos esquecemos dessa realidade.

Só depende de cada um nós entendermos que:

1- Nem toda guitarra distorcida é Rock;
2 – Que o fato de todo mundo estar ouvindo a mesma música não significa que ela é boa;
3 – Que modas passam;
4 – Que poucas pessoas ainda fazem música por amor.

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