Homeland – O que foi e o que vem por aí! (Crítica)

“Porque matar um homem, se você pode matar um ideal?”

Homeland é uma série americana, que estreou na Fall Season 2011-2012. Esta sendo considerada uma das melhores do momento fazendo parte dos premiados do Emmy e próximo da estreia da segunda temporada, vim aqui apresentar a série e aproveitar pra prever o futuro, tipo cartomante mesmo (lembrando que tanto eu como as cartomantes erramos ~às vezes~).

Passando um pouco pelo histórico da produção. Homeland foi adaptada da série israelense Hatufim/Prisoners of War. Dizem que Homeland só é uma versão direcionada ao mercado americano, eu considero quase impossível ser apenas essa mudança, afinal são realidades diferentes.

Howard Gordon e Alex Gansa são os ventrilocos, possuem um bom histórico de trabalhos, Arquivo X e 24 Horas.

Eu primeiro assisti a série depois pesquisei quem estava no comando e por mais que Arquivo X e 24 Horas sejam boas, generalizando, tenho minhas ressalvas que direi mais a frente.

No elenco temos Claire Danes, Damian Lewis, Mandy Pantinkin e Morena Baccarin (em V-Visitors era o ET mais lindo do Universo, aqui ela não é ET).

Damian Lewis é Nycholas Brody um militar americano que participava de uma ação no Afeganistão, porém foi capturado. Tempos depois ele é encontrado e volta ao seu país como o herói. Porém, Carrie (personagem de Claire Danes) é uma agente da CIA que recebe informações de um informante condenado a morte, ele diz que um prisioneiro americano foi convertido.

Carrie sofre de uma paranoia, que se agravou após os ataques as Torres Gêmeas em 11 de Setembro de 2001. E isso colabora para que uma obsessão se desenvolva e ela precisa provar que Brody não é o bonzinho da história.

O tempo todo a série deixa essa dúvida, no momento em que você imagina que esta tudo acabado e resolvido, algo acontece. Porém, vale a pena os momentos de frustração.
Assim que lançaram o episódio piloto, já haviam boatos de que era tudo uma armação pra desviar a atenção da CIA e atacar por outro lado. Isso eu não vou contar, só assistindo mesmo.

O tempo todo existe um trabalho em torno do que é real e o que paranoia. Particularmente, um dos gêneros que mais aprecio.

Todos esses panoramas complicados afetam diretamente Jéssica (Morena Baccarin) esposa de Brody, que considerando-se viúva, faz a fila andar. O personagem Saul (Mandy Patinkin), também é afetado, por ser Chefe de Assuntos do Oriente Média, portanto responsável por Carrie.
Dando corda a Carrie, Saul percebe que pode haver um pouco de verdade na desconfiança sobre Brody, mas se torna o conta gotas da situação.

Existe um momento na série que mostra muito sobre os personagens, de uma forma concisa e inteligente, utilizando de imagens de câmeras de vigilância, flashbacks e documentações. Tudo age na sua curiosidade e atinge o ápice da produção. (Ála |o|, que parte foda).

Homeland é minha recomendação extrema de séries sérias (rs).
Até diria que faz parte de uma leva de séries que retratam o quanto o 11 de Setembro afetou os americanos, como o perfil americano, de pessoa ou família, mudou e como as notícias são tratadas a partir de então. Nesse grupo colocaria Persons of Interest, Newsroom e ouvi falar de Rubicon, até o cinema acabou nisso.
Me lembra inclusive, forçando muito a barra, da época da ditadura militar instalada aqui no Brasil, onde ninguém era traidor, mas também não estava livre de acusações.

Assim como Alex Gansa disse em uma entrevista no inicio da série os fatos se desenrolam rapidamente e logo algumas coisas são esclarecidas, porém o final da temporada é o que me preocupa, pois parece apenas um reboot. E aqui jogo as cartas na mesa, dando inicio a especulações e vontades para a segunda temporada.

Devo alertar que a partir daqui haverá spoillers muito mais graves e legítimos do que na primeira parte do texto.

Acabei de assistir 25 minutos do primeiro episódio da segunda temporada, que estreia dia 30 desse mês nos EUA.

Quem assistiu a primeira temporada deve lembrar da candidatura de Brody. Isso se mantém.
A série deu um salto para seis meses depois e precisamos levar em consideração o tratamento de choque que Carrie se submeteu a fazer, que acabou provocando um pequeno encobrimento dos acontecimentos passados, inclusive o envolvimento de Brody com Nazir. Brody recebeu o convite para se tornar vice-presidente dos EUA, foi quando ele desistindo de sua tarefa, ser o homem bomba responsável pela vingança justiça, criou a ideia que subintitula o post “porque matar um homem, se você pode matar um ideal?”.

Porém aqui já iniciam as questões. Brody disse isso pra ganhar confiança de Nazir e se livrar do fardo de morrer pelas virgens da responsabilidade pelo fracasso do atentado?

Eu acredito que não, acredito que os hábitos que ele adquiriu enquanto esteve fora, significam pra ele uma religião legítima, onde não existem regras, mas existe consciência. O Brody pratica toda manhã o ritual islâmico, colocando seu tapete na garagem, e se esse hábito ele não larga, porque largaria algo tão mais significativo, como a ideia de justiça.

Aposto que há pessoas que acreditam no Brody patriota, mas não é meu caso.

Agora quanto a Carrie e sua pequena perda de memória, Alex Gansa disse que aos poucos esses momentos serão lembrados. Gosto de pensar que nesse momento a Claire Danes será exigida, assim como foi na primeira temporada. Cenas ótimas estão por vir.

Na mesma entrevista foi dito que haverá uma relação entre os dois protagonistas, porém de um modo diferente do primeiro ano. Como no primeiro ano, eles foram inimigos, confidentes e amantes, acredito que nessa temporada haverá algo próximo de uma amizade, com Brody se aproveitando da Carrie. E ela pouco terá a fazer, levando em consideração sua condição mental. Se houver alguma reação será direcionada a família.

Espero um pouco mais das relações da Carrie e mais comportamentos estranhos do Brody.

Como citei no inicio, tenho minhas considerações quanto ao futuro da série e a ligação com criadores de 24 horas e Arquivo X. Se avaliarmos o estilo das séries citadas são duas produções com arcos curtos que precisam ser resolvidos com urgência, o que não significa que são melhores ou piores, entretanto Homeland é continua, seguindo um arco muito maior e que se estende por temporadas a frente. Por isso, mesmo tendo gostado tanto da primeira temporada, mantenho ainda um pé atrás, até considerando o inicio desse segundo ano.

Espero que não tratem as temporadas seguintes como reboots, ou formas diferentes de ver a mesma situação. Como a Carrie perdeu a memória, isso pode fazer fatos se repetirem, porém com novas tomadas de decisões. Isso uma hora ou outra cansa.

Aproveitando deixo aqui o trailer para a segunda temporada.

Vale lembrar que o DVD já chegarou ao Brasil com um preço bem razoável (R$100 no Submarino). Resta a dúvida, comprar agora ou esperar terminar a série (que eu acredito que não vá durar mais que 4 temporadas) e comprar um box mais bem trabalhado?

Pra quem ainda não viu, Homeland teve 12 episódios no primeiro ano, distribuído pela Showtime e exibido aqui no Brasil pelo FX, com produção da FOX. A segunda temporada estréia neste domingo (30/09) nos EUA, porém não há previsão aqui no Brasil.

E pra não deixar passar em branco, é a série que neste Emmy Awards levou o prêmio de melhor série dramática concorrendo com Breaking Bad, Boardwalk Empire e Mad Men. Também levaram prêmios Damian Lewis e Claire Danes como melhor ator e atriz em série dramática.

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