PlayStation 4? Não, obrigado (Opinião)

Alcunha de BoringStation é mais que merecida

A Sony causou alvoroço quando revelou que no dia 20 de fevereiro conheceríamos o futuro do PlayStation. Muitos rumores surgiram, e tivemos até o vazamento do novo joystick. O dia finalmente chegou e… Bem, a apresentação foi bastante morna. O mais do mesmo imperou e muitas das novidades apresentadas não chegarão apenas no próximo console da gigante japonesa.

A dona do PlayStation tem problemas sérios quando o negócio é apresentar novos aparelhos ao mundo. A tradicional estratégia “cunfigurações potentes, gráficos lindos” funcionou  perfeitamente com o PS1 e PS2, mas começou a dar sinais de desgaste já no PSP – mesmo sendo mais poderoso, o portátil perdeu de lavada para o Nintendo DS tanto em vendas quanto em qualidade e quantidade de games.  A situação se repete hoje na batalha 3DS vs. Vita, que claramente já tem um vencedor. Vejamos também a situação da peleja PS3 contra Xbox 360: sendo consoles praticamente iguais, uma das poucas coisas que influencia na compra de um ou de outro é algum exclusivo de peso (tanto é que eles andam praticamente empatados nas vendas).

Na apresentação dos games para o novo console, não se soube diferenciar a atenção para a nova geração da atenção para o PS4. Sacaram a diferença? Dois dos maiores títulos exibidos (Destiny e Watch Dogs) já são velhos conhecidos do público e é certo afirmar que não serão exclusivos, pois devem sair também para o futuro Xbox – além das já confirmadas versões para consoles da atual geração. InFamous: Second Son, terceira incursão da série iniciada no PlayStation 3, teve o azar de ser revelado através de um vídeo em CG. Qual é pessoal, estamos a caminho da OITAVA geração de consoles, já passamos do tempo em que vídeos pré-renderizados impressionavam alguém. Os consoles de hoje são bastante capazes de criar belos visuais fazendo uso dos próprios chips.

Quem lembra de quando o PlayStation 3 foi anunciado, na E3 2005? Na ânsia por agradar o público e consolidar seu poder, a Sony (que dominava com folga o mercado de games da época) exibiu um belo trailer de Killzone 2, jurando de pés juntos que aquilo era em tempo real. Pouco tempo depois, a bomba: era tudo computação gráfica. Quase uma geração inteira se passou e a Sony continua erroneamente achando que apelar para o realismo é a única forma de atrair consumidores para seus jogos e consoles.

Voltando ao PS4, a confiança no poderio gráfico dele é tamanha que o esforço em apresentar novidades no quesito games foi mínimo. InFamous é sequência, Killzone também, Diablo III será apenas um port, Destiny e Watch Dogs sairão para várias outras plataformas, e Driveclub tem um nome tão genérico que parece estar sendo feito pela Gameloft. Todo início de geração é uma ótima oportunidade para cultivar novas franquias, e a empresa dos olhos puxados está deixando passar. “Mas ei, e o espaço que eles deram para os indies? The Witness é um jogo 100% original” alguém pode argumentar, e é verdade. Já estamos cansados de ver por aí o quanto sofrem os desenvolvedores independentes quando querem lançar seus games nas redes online das três grandes, e ver isso mudando é bom para a indústria. Mas não consigo deixar de pensar que essa é uma decisão tapa-buraco: os indies são ganharam espaço porque os grandes estúdios da Sony e seus parceiros ainda não estão prontos para apresentar seus projetos next-gen. Veremos se daqui a dois anos esse discurso “I (L) indes” continua o mesmo.

Os gamers do lado PlayStation da Força já estão acostumados com as decisões ruins da empresa-mãe – o que dizer do controle-bumerangue que quase se tornou realidade, do PS3 custando 600 dólares no lançamento, do PS Move que já nasceu fail – e no último dia 20 eles tiveram que engolir mais uma: o PS4, desde o seu lançamento, não terá qualquer tipo de retrocompatibilidade. Esqueça esse monte de jogos que você comprou ao longo dos anos; se quiser jogá-los, a solução será manter o PS3 ligado ou então comprar os títulos novamente pela PSN do novo aparelho. Nenhuma das duas é a ideal. No caso do Vita a decisão ainda é compreensível, pois seu antecessor utiliza UMD’s e todo mundo sabe que misturar dispositivos portáteis e mídias ópticas é uma péssima ideia. No caso do PlayStation 4, é apenas abuso.

É melhor a Sony se mexer. Porque se continuar do jeito que está, creio que não veremos um PS5 na próxima década.

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45 Comentários

  1. A playstation sempre foi a consola de jogos numero 1 mas a 3 já era muinto cara e ainda continua a ser cara agora a 4
    É mesmo só pra ricos só o comando custa os olhos da cara jogos então é porisso
    Que já não compro jogos em portugal a amason agradesse os preços que se faz em portugal

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