Reflexão | A insistência de Ducktales e o difícil retorno!

Os patos de Barks clamam por atenção, mas será que tem alguém escutando?

Nessa altura do campeonato você já está sabendo que a Capcom está para lançar nos próximos meses um clássico da geração NES, totalmente remasterizado, e em formato digital, o que significa que o preço será super convidativo para qualquer um que se diz ser um gamer. Ducktales Remastered será lançado para X360, PS3 e Wii U (e não duvido que saiu também para PC em algum momento). O vídeo com o trailer revelando o quão fodástico ficou a remasterização está abrindo essa postagem.

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Mas não estou aqui para apenas dar essa notícia com severo atraso. O caso é que venho observando o mundo e o mercado insistindo em mostrar a uma nova geração de crianças e jovens o que muitos adultos consideram uma das melhores séries animadas da Disney de todos os tempos. O mercado está insistindo em mostrar o que foi Ducktales, um clássico da década de 80 e inicio da década de 90.

Tanto que há alguns anos atrás foi lançado nos Estados Unidos a coleção completa da série animada em DVD. Infelzimente é uma coleção que a Disney Brasil jamais cogitou lançar aqui nas Bananas, o que não deixa de ser uma vergonha, pois os arquivos com a dublagem original (e até uma nova feita nessa década) existem, e é um dos maiores clássicos da TV aberta.

Além disso, também nos Estados Unidos, chegou até mesmo a ser produzido quadrinhos com novíssimas histórias no universo de Ducktales (com novas adaptações e personagens que não apareceram no desenho animado). Infelizmente a Editora que assumiu esse projeto teve seus problemas contratuais com a Disney e a revista em quadrinhos durou apenas oito edições (sendo que as quatro primeiras a Editora Abril publicou ano passado para os leitores brasileiros). Os quadrinhos de Ducktales chamaram muita atenção da mídia na ocasião por conta do crossover com os quadrinhos de Darkwing Duck (veja aqui e aqui).

No Brasil a memória afetiva por Ducktales também andou forte há uns dois anos atrás. Não porque a Globo chegou por um curto período de tempo a exibir o desenho todo mutilado e com cortes ridículos, mas porque quando a Netflix (serviço de TV por streming) aportou aqui nas Bananas, uma das principais atrações do catálogo era a série animada completa, com dublagem, o piloto em 5 partes, tudo disponível para ser assistido de uma só vez. Fatalmente quando a Netflix completou 1 ano de serviço no Brasil muitos títulos tiveram seus contratos de exibição vencidos e entre os poucos que não foram renovados estavam as aventuras do Tio Patinhas e sobrinhos. Não nego que quando isso aconteceu faltou um dedinho pra cancelar a minha assinatura do serviço, e se hoje não falo tanto da Netflix por aqui como fiz ao longo do ano passado, certamente uma das razões é essa mágoa que tenho deles até hoje não terem voltado com Ducktales no catálogo.

Então, DVDs (está faltando um lançamento em Blu-ray admito), quadrinhos (tanto lá fora quando aqui no Brasil, por meio de republicações da Editora Abril), exibições na Tv aberta (tudo mutilado) e na Netflix. Ducktales que por quase uma década sumiu da lembraça das pessoas, nestes dois últimos anos ganhou uma insistência e resistência forte para retornar com tudo. A remasterização do game da série pela Capcom é uma prova de que a franquia ainda tem força e vai continuar insistindo para ser resgatada.

O problema é que nada disso adianta se a Disney está dando as costas para seus personagens clássicos. Os executivos amebas que comandam o império de Walt Disney de certo mal devem conhecer o Tio Patinhas. Quando foi a última vez que o vimos na TV em algo novo? Até o Prof. Ludovico aparece habitualmente na série A Casa do Mickey Mouse que é feita para crianças de até 2 anos. Nunca vi o Tio Patinhas por lá, e se ele já apareceu, foi algo raro mesmo. Será que o Tio Patinhas, pela fama de pão duro, mesquinho e egoista é um personagem está sendo neglicenciado por conta dessa geração do politicamente correto? Não é possível! Ele não é a melhor forma de ensinar as crianças que não se deve ser assim? Quantas vezes o velho sovina mostrou que tinha coração mole no desenho clássico, ainda mais quando se tratava de seus sobrinhos!

Falo isso porque com toda essa pressão do mercado, com produtos relacionados a marca, a Disney poderia muito bem produzir uma nova série animada dentro do universo de Ducktales. Inserindo personagens que nunca deram as caras no desenho clássico (como Peninha e Margarida), com novas aventuras e histórias. Se existe um momento bacana pra isso acontecer é agora.

O Tio Patinhas não morreu, ao menos não nos quadrinhos. Os estúdios de produção na Dinamarca e Itália produzem conteúdos excelentes com o personagem. Uma nova série animada poderia muito bem usar essas histórias em quadrinhos produzidas nas últimas décadas, tal como a série original usou muito do material de Carl Barks quando foi produzida. A Disney perde muito ao não se interessar em modernizar os habitantes de Patópolis a uma nova geração (veja isso).

Para encerrar, fecho com uma imagem que será usada como capa da revista Topolino (como o Mickey é chamado na Itália) com o Tio Patinhas fazendo uma brincadeira com o Facebook, que no universo dos patos se chama Faceduck! A capa faz destaque para uma HQ que estará dentro da edição. É legal ver essa ponte entre um personagem criado em 1947 e que soube se adaptar aos tempos modernos e a novas tecnologias, que não morreu como tantos outros que ficaram esquecidos no passado. Só a Disney que não enxerga isso mesmo. Ducktales precisa ganhar uma nova série animada. Patópolis precisa ser revivida na TV, Home Video e até mesmo no Cinema!

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