Conversa de Mangá: One Piece 769

The Pirate Bellamy

| Texto recomendado para quem está acompanhando os capítulos semanais de One Piece e que já tenha lido até o de número 769, ou para aqueles que não se importam com spoilers |

Após o término do flashback as coisas retorna com força total em One Piece. E parece que o arco de Dressrosa entra em reta final. Ao menos foi o que a Violetta disse no capítulo anterior, apesar de ter achado estranho essa coisa das batalhas estarem em vias de terminarem sendo que a gente mal conseguiu visualizar algumas delas de forma linear, já que Oda trabalha com tudo ao mesmo tempo e temos apenas lampejos das batalhas. Não que eu não curta o ritmo, mas também sinto saudades de momentos mais focados, como as batalhas da Baraque Works no arco de Alabasta, com cada um dos Mugiwaras. Espero que ainda dê tempo para fazer algo assim, ao menos com alguns deles.

O Zoro é um que merece um capítulo só para sua batalha, e quanto ao Franky, bem não estou certo se ele vai mesmo vencer o Sr. Pink, porque me parece que ambos não estão muito afim de lutarem e não duvido nada que eles acabem virando camaradas devido a afinidade que ambos possuem com personalidades parecidas. Também gostaria de ver melhor a Robin e o Bartolomeu contra aquele cara bomba (esqueci o nome) porque até agora ele só fez pressão, sem mostrar realmente porque é fodão.

Enquanto isso, segue Law e Doflamingo numa batalha feroz, ainda que meio sem graça quando penso em tudo que o Law pode fazer. Ele não tem muito do carisma do Luffy & Cia, do jeitão de surpreender os leitores com algo incrível e imprevisível. Eu até achei desnecessário essa coisa do Mingo cortar o braço dele, como se com sua habilidade isso não pudesse ser resolvido. E como disse no CdM do Toriko 303 (já no ar) está ficando clichê demais essa coisa dos personagens no mangá ficarem perdendo o braço. Como todo mundo fica utilizando esse recurso dramático as coisas meio que acabam perdendo a graça. Não é uma situação imutável mais e isso faz esse elementos bem menos interessante.

O melhor mesmo acaba sendo o retorno do Luffy a batalha, que acabou detonando o clone do Doflamingo e ainda conseguiu lidar com o Bellamy. Ótimo que ele não ficou fraco demais diante da situação na qual se meteu, ainda que acabar com um clone seja diferente de derrotar o verdadeiro Doflamingo. Mas não deixa se ser divertido que Luffy já não parece muito cansado ou exausto da forma como Law está, o que indica que ele ainda tem lenha pra queimar. Volta para aquele caso do treinamento de 2 anos. Os personagens não precisam ficar overpower, mas aguentarem por mais tempo o tranco de uma situação complicada. No arco da ilha Tritão ele resolveu tudo fácil e rápido demais, já aqui ele ainda não resolveu, mas não precisou sumir de cena preso em algum lugar (como acontece em arcos anteriores) para conseguir recuperar o fôlego, agora Luffy aguenta o tranco!

E se não curti o corte do braço do Law, também não gostei muito da resolução do Bellamy que mesmo com toda a merda que o Mingo jogou pra cima dele, ele ainda não vai largar sua convicção, por mais imbecil e burra que ela seja. Eu até entendo a perspectiva do Bellamy, porém se existia um momento pra largar mão disso e virar a mesa, seria exatamente agora. Claro que ainda fico com um tiquinho de esperança que esse golpe que ele está armando seja apenas uma distração do tipo “vou dizer que atacarei o Chapéu de Palha, mas vou mesmo catar esse desgraçado do Doflamingo“. Isso sim seria maneiro, porque pra mim, o fato dele dizer que o golpe ficou mais forte, não representa muito uma ameaça ao Luffy no ponto em que ele está.

Porém, em todo caso, a cena de uma página inteira não deixa de ser nostálgica, ainda mais porque o arco de Jaya é muito emblemático pra mim, com todo o mito do Norland, do próprio Bellamy e da aparição do Barba Negra como um personagem que naquela época parecia muito maneiro no sentido de ainda não posar de grande vilão do mangá. É um golpe que remete a certas nostalgias da antiga fase de One Piece. Nisso é um ponto certeiro do Oda!