Conversa de Mangá: One Piece 781

‘Long-Cherished Desire’

One Piece 781 Luffy

| Texto recomendado para quem está acompanhando os capítulos semanais de One Piece e que já tenha lido até o de número 781, ou para aqueles que não se importam com spoilers |

Estou ficando velho. Esta é a única explicação que posso dar ao fato de que estou meio cansado de One Piece nestes últimos meses. Não tem nada a ver com um arco que se arrasta por sei lá quanto tempo. Tenho até medo de pensar que já faz mais de um ano que os Mugiwaras não saem de Dressrosa. Isso porque não é um arco ruim, mas ficou cansativo pra mim.

Tenho talvez o palpite de que o Oda esteja exagerando na pegada de que tudo agora em One Piece precisa ser épico, histórico e de chacoalhar os pilares da série. Ficou tudo sério e compromissado demais. Eu ainda me pego toda semana querendo um pouco daquele One Piece mais leve, sem tantos ganchos e amarras, apenas uma aventura muito louca numa ilha bizarra com situações grotescas e, apenas de bônus, um pouco mais do pano de fundo e mistérios desse universo lindo que a série tem. Enfim, esse sou eu… velho já nos meus 30 anos.

One Piece 781 Golpe

Tirando de lado essa pequena rusga, One Piece está como sempre: tenso, cheio de adrenalina e totalmente no pique de uma grande saga. Fiquei aliviado de que as batalhas contra o exército do Doflamingo finalmente foram concluídas. Algumas lutas legais, outras nem tanto. Fiquei com uma pontinha de que a luta do Zoro foi apenas encheção de linguiça, no sentido de que ele poderia ter feito o que fez desde o primeiro contato com o Pika e que só demorou porque assim o roteiro exigiu. Gostei bem mais da luta do Kyros contra o Diamante, só pra deixar como exemplo. Ainda quero ver o Zoro fazer mais do que posar como um super espadachim desde que retornou de seu treinamento com o Mihawk.

No mais, Oda realmente me deixou meio desconfiado no capítulo passado se Law morreria ou não. Admito que não quis acreditar, e acabei acertando, mas não tinha como afirmar 100% de que este seria apenas mais um daqueles recursos de personagens que nunca morrem e só ficam na beira da morte para dar drama a história. De fato o poder do Law é realmente apelão e overpower pra caramba, ainda que mesmo assim ele com tudo isso não consiga lidar com um poder como o do Doflamingo, que também já está beirando o absurdo.

Pra mim o Luffy vai derrotar o grande vilão do arco da forma como ele sempre faz: esmurrando-o até que o mesmo não aguente mais ficar em pé. É sempre assim, não? É lidar com o contra ataque de haki e que o melhor lutador termine em pé. Apenas me pergunto o que o Oda pretendo com o cara ranhoso que continua ali, na figuração. Neste capítulo o Luffy deu um chega pra lá nele como se fosse apenas um estorvo chato até mesmo para se lidar…

No mais, acho que essa saga já deu o que tinha que dar. O passado que queríamos descobrir já foi revelado, as lutas dos coadjuvantes acabaram, e todo mundo só está esperando o grande clímax final. Veremos se o Law fica quieto de vez e deixa o Luffy acabar com o Doflamingo do jeito que ele saber fazer de melhor. Alias, nem mesmo o plot da gaiola me causou ansiedade, porque não tem o que tirar dali, exceto a decepção do Zoro não conseguir cortar a mesma.

One Piece pra mim tem sido isso ultimamente, cansativo e empolgante ao mesmo tempo. Vibro com os velhos clichês, ao mesmo tempo que torço para que o mangá vá logo para onde ele precisa ir e que o Oda pare um pouco com estes arcos gigantes demais e dê aos Mugiwaras algumas férias absurdas. Claro que não esqueci que isso não deve acontecer, já que tem todo um outro arco com o Sanji e o resto do time que precisa ser trabalhado após as consequência da saga de Dressrosa. O jeito é ficar nesse meio fio, entre o bom e o mal de One Piece.

One Piece 781 Law

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7 Comentários

  1. Entendo perfeitamente o que você quer dizer. Posso neste momento ter apenas 17 anos e estar acompanhando One Piece apenas à 2 anos, mas compreendo muito bem o que quer dizer. Desde o timeskip que não temos aquela sensação e divertimento que os chapéus de palha tinham quando iam de ilha a ilha. O objectivo principal era se aventurar e explorar o desconhecido, e depois o resto do plot, juntamente com os vilões e toda a história do arco / saga se ia desenvolvendo de maneira indirecta até chegar ao seu clímax. Isto é o que definia a base de One Piece, que lhe tornava uma história divertídissima mas ao mesmo tempo não cansativa e séria ao mesmo tempo, ao abordar de vez em quando assuntos sérios.

    Mas desde que entraram no Novo Mundo deixaram um pouco esse sentimento de lado e parece que o que é mais importante são yonkous, alianças, poder, influência, política e etc. É só comparar os assuntos do início da grand line com o início do Novo Mundo, a diferença é quase absurda, antes pretendia-se apenas ajudar uma princesa a reconquistar o reino de uma organização maldosa. Mas agora eles tem de lutar contra uma organizarão ainda mais maldora e poderosa (submundo), onde estão envolvidos experiências com crianças humanas, venda e troca de armas ilegais entre países, influência das pessoas mais poderosas do mangá. Tudo ficou sério demais e a parte de aventura foi deixado de lado.

    Para ser sincero não acho que isso seja mau de todo. Uma história não tem necessariamente seguir sempre a mesma base de enredo ou desenvolvimento, pois haveria uma altura em que nos iríamos cansar por as coisas serem levadas de maneira muito leve. E o timeskip serviu para isso mesmo, ele trouxe uma mudança ao enredo de One Piece, e para nos dar a sensação de que no Novo Mundo é para valer, e que se eles não ficarem atentos, têm mesmo o risco de perder.

    O meu único medo é que Oda faça como kishimoto fez com naruto. Em naruto clássico, o que lhe tornava bom para mim eram as estratégias e a construção das personagens secundárias ao decurso da história. me empolgava demais toda a vez que os ninjas conseguiam se safar com uma nova estratégia (e isto no global), ou quando ficavam mais fortes do treinamento. Mas no naruto shippuden esse brilho se perdeu, personagens secundárias foram deixadas de lado e o único que importava era akatsuki, akatsuki e akatsuki juntamente com sasuke.

    Eu não me importo que Oda venha inserindo elementos mais perigosos nem mais sérios à obra, mas só espero é que ele a partir de agora não defina isso como base, e não se esqueça que uma das coisas que mais brilha em One Piece é o quesito de aventura ao desconhecido, e se divertir ao longo da viagem.

  2. Sei lá, em partes, eu gosto de One Piece assumindo esse tom épico. Em termos de escrita, acho necessário mesmo. É um mangá sobre o fim de uma era, com as gerações mais novas superando os feitos das gerações mais velhas. Como o próprio Law frisou lá em Punk Hazard, é preciso desmontar as engrenagens desse mundo. Tem exército revolucionário aí pra mudar a ordem mundial, tem piratas ameaçando a todo instante o equilíbrio dos 3 poderes. É um cenário à beira do caos, se aproximando cada vez mais desse fim. Não dá pra ficar décadas a fio com aventuras descompromissadas e explodir tudo de uma vez na última mega-saga em Laftel. Tudo isso tem que ser construído desde já. (E, de certa forma, tem sido assim desde o começo da Grand Line mesmo).

    Mas a segunda metade de Dressrosa me desanimou com força. Os motivos disso rendem um textão à parte, mas já adianto que, pela primeira vez, sinto que o Oda não soube lidar com todas as subtramas que inseriu na saga. Partiu para umas resoluções bem simplistas, algumas até idiotas. Muito abaixo do que as expectativas estabelecidas pela primeira metade sugeriam.

    E, como comentário final, o que me irrita mesmo é como esse tom épico afetou negativamente a arte do Oda. Poluição demais, caracterizada pelo detalhismo absurdo em conjunto com a pressa da narrativa visual. É o Oda tentando enfiar o maior número possível de quadros em cada página, com o maior número possível de informação em cada quadro. A sequência que vai do counter shock do Law até o Doflamingo se levantando é abrupta demais, com transições de quadro deficientes. Oda das antigas não mandava mal assim.

  3. Acredito que esse sentimento de cansaço com essa saga tão longa seja geral, conversei com um amigo sobre isso esses dias e ele também acha isso, assim como você, eu e a galera que está comentando aqui.

    Oda se perdeu em muitas subtramas e agora está tendo que gastar tempo em excesso pra resolvê-las.

    Pra você ter ideia, antes de sair do blog eu fiz um texto aqui no Portallos sobre essa saga e isso já faz bastante tempo, acho que Dressrosa já está durando uns 2 anos.

    Acho que tá na hora da história seguir em frente e talvez termos uma mini saga mais descompromissada para dar uma refrescada na cabeça dos leitores.

  4. One Piece continua bom e os arcos estão ótimos, mas como vocês disseram, está muito cansativo e complexo as tramas e subtramas. Como eu estou há uns 7 ou 8 anos acompanhado essa viagem pela Gran Line, tem hora que você precisa dar um tempo e deixar história correr. Minhas leituras com one piece sempre ficavam melhores quando eu deixava acumular de 5 a 10 capitulos.

  5. O que realmente não gostei foi essa divisão do grupo. Pode ser até que isso resulte numa saga épica contra a big mom, mas quando vi o tamanho de toda família donquixote já esperava que cada integrante da tripulação teria sua batalha individual, estilo em Alabasta. Mas Oda preferiu dar rumos diferentes, aliás algo que deveria esperar por ele nunca ter repetido fórmulas em cada saga, cada uma é bem diferente de outra.

    Acho que o problema foi ter introduzido muitos personagens de uma vez, guerreiros do coliseu, tontatas, almirante novo, Kyros, Rebecca, Corazon. Ficou muita coisa para uma saga só absorver mesmo. Oda sempre se mostoru um roteirista excelente, então tudo isso pode refletir la na frente, por exemplo todo esse pessoal serem aliados importantes em algum tipo de guerra que o bando enfrente, como o Barba Branca tinhas vários do mundo todo.

    Ah me decepcionei um pouco com a luta do Zoro, por ainda parecer que ele não deu nem 50% do que pode. Apesar que um amigo meu me falou que se for ver o Zoro nunca suou sangue para ganhar uma luta, tirando quando ele perdeu para o Mihawk e o Kuma, único que o enfrentou diretamente e deu trabalho foi o Mr 1, mesmo o Kaku por exemplo quando ficaram no mano a mano ele ganhou sem praticamente sofrer golpe.

    Agora esse último capítulo em si achei o melhor de toda saga, a estratégia do Law, o chega para lá do Luffy no Trebol e finalmente ele evitando o pisão do Doflamingo com seu pé é daqueles quadros ficam marcados como o soco no Tenryuubito ou ele segurando a mão da Nami se esfaqueando. Fantástico, espero uma luta nada menos que épica, que venha um Gear Fourth.

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