Lamen | Opinião – Digude & Engrenagem Cristal #1

Sem delongas, darei continuidade a postagem de alguns dias atrás, na qual comentei a respeito de dois webmangás nacionais lançados pelo portal Lamen. Quem perdeu toda a origem e apresentação desta iniciativa, pode conferir com detalhes esta matéria de julho aqui do site. Hoje dou a minha sincera e humilde opinião a respeito de Digude e Engrenagem Cristal!

Antes de começar, volto a frisar a importância de ter uma perspectiva peculiar em torno de todas as produções do Lamen. Quem vai lá, esperando mangás de um nível da Shonen Jump, procurando um Naruto nacional, é óbvio que vai se decepcionar. O projeto é novo, os roteiristas e desenhistas são novos, o estilo de quadrinhos do Brasil ainda está criando sua marca e identidade, então se a pessoa chega lá com o olhar crítico com base no que existe lá fora, já chega com preconceito em cima de um material que tem potencial para melhorar infinitamente.

E claro que se você foi lá, com tudo isso em mente e não curtiu algumas coisas, ou até nada, nesta caso não faz mal, é compreensivo, justo diria, afinal é seu direito. Eu gostei de Dragon’s Tale e Super, como comentei semana passada. Já hoje faço algumas ressalvas em ambos os mangás aqui resenhados. E não estou dizendo que são ruins, mas tenha paciência e me acompanhe pelos próximos parágrafos.

ATENÇÃO! Vai rolar spoilers a partir deste ponto! Se você não leu o capítulo 1 destes mangás, corre no Lamen e leia, são curtinhos! Aí depois você volta aqui!

Digude#1 – Tecada Certeira!

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Digude, um mangá inspirado naquele gênero de competição esportiva. Já começa num gênero que raramente eu curto, mas com isso em mente, olho por outro aspecto. Ele tem uma premissa até diferente, o mundo paralelo desse mangá foi construido na ideia de que competições com bolinhas de gude são um sucesso mundial e é a competição “esportiva” mais famosa do planeta.

Exagerar faz bem, isso não é um problema. Rola uma forçada de barra com bolas de gude meio místicas, vindas de um poder cósmico espacial representado por animais. Parabéns ao autor, Vinícius de Souza, por criar algo tão maluco quanto os japoneses criam frequentemente, e não, não estou sendo sarcástico ou criticando negativamente. É realmente algo ousado e diferente. Talvez falte encontrar um ritmo entre ser pé no chão e criar algo que corre o risco de soar forçado demais, mas apenas com um capítulo inicial é impossível criar esse balanceamento.

Minha principal crítica a Digude talvez seja a ambientação de fundo na qual os personagens centrais vivem. Ao contrário do Dragon’s Tale e Super, que se esforçam em trazer o mundo do mangá e adaptar um pouco eles ao nosso ambiente, ao nosso cenário nacional, Digude aparentemente se passa no Japão (o nome da escola é japonesa), e usa um pouco da cultura japonesa para construir sua narrativa. Não que haja algo errado nisso, mas eu preferiria muito mais que parte do cotidiano dos personagens fossem algo que nós daqui pudéssemos nos identificar. Fico com a impressão que é um mangá que pegou uma brincadeira comum a nós, o jogo de gude, e o levou para um cenário tipicamente do mangá japonês. E não precisava ser assim. Ou talvez eu tenha tido a impressão errada, não sei.

Vou esperar e ver como a coisa se desenvolve daqui pra frente. No momento o primeiro capítulo se esforçou bastante para posicionar o leitor neste universo, trabalhando com um personagem que aparentemente é até meio escrotão, como um Yusuke Urameshi era no começo de Yu Yu Hakusho (meio valentão). Essa cena dele com as mãos no bolso e abrindo o portão com um chute me lembra o jeitão do Urameshi. Mas foi só uma impressão minha, há muitos mangás que possuem esse tipo de personagem e esse movimento de criar uma entrada.

O traço de Digude talvez não seja tão refinado quanto os demais mangás que já mencionei aqui. Porém eu acredito que o Vinicius de Souza tem talento e vai se aperfeiçoar com o tempo. Eu achei foda a página dupla com o Coliseu (que alias abre essa postagem), só achei estranho que lá no site a página não tenha sido publicada junta, ficou meio quebrado lá, o que a fez perder um pouco de seu impacto. Até por isso resolvi juntá-la aqui.

Bem, Digude não me conquistou, mas tem seus méritos. E é sempre bom lembrar que eu estou velho! Tenho 31 anos e já deixei de ser público alvo destes mangás há anos! Mas como o Lamen está trabalhando ao poucos com seus títulos, devo continuar acompanhando Digude justamente para ver se o autor dele vai evoluir com a série. É por esse lado que torço!

Engrenagem Cristal #1 – (capítulo sem título)

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Antes que me esqueça, acho que precisa ser observado que tanto Digude quanto Engrenagem Cristal são mangás criados por uma única pessoa cada. Ou seja, o Vinicius de Souza em Digude e o Henrique DLD em Engrenagem Cristal. Significa que cada um roteiriza e desenha seus respectivos mangás. E é pauleira isso. Diferente do Super e do Dragon’s Tales, que é produzido em duplas, um roteirista e um desenhista, e não que eles mereçam menos créditos por tal, mas pra mim fazer um mangá sozinho é uma parada muito mais difícil e trabalhoso. Ambos merecem parabéns por encararem esse desafio desta forma.

Bem, vamos lá: Engrenagem Cirstal! Aqui eu não tenho tantas ressalvas quanto tive em Digude. De fato eu curti Engrenagem Cristal, mas também é de um gênero que me agrada, o que ganha pontos de vantagem. Ele é um misto de ficção científica com humor meio galhofa. Em partes ele me lembrou aquele mangá do Mega Man dos anos 90 e um pouco da influência de Naruto (junta um time de três novatos com um instrutor para que eles treinem e parem de causar confusões, Naruto começou assim, não?).

Uma pena apenas que o primeiro capítulo é curtíssimo. Ele gasta a maior parte do tempo em páginas coloridas apresentando os três personagens principais e quase não desenvolve a história. Tudo bem, se o mangá vai continuar em capítulos há tempo de sobra para isso, porém fiquei com a sensação de que o que vi aqui foi mais um teaser do que o começo da história que o autor que desenvolver.

Mesmo assim eu gostei dos personagens, todos bem espirituosos e com seus trejeitos. A parte meio fanservice com os peitos da chefe na cara do protagonista é também um elemento de influência. Tá ali como aquele humor que os japoneses possuem, e a gente por tabela passou a achar engraçado, então é justo e não tira a gente da brincadeira do mangá. Eu me lembro que o Mega Man dos anos 90 (o mangá, não o desenho) era muito mais apelativo nesse sentido. Não sendo algo frequente e grosseiro, como estou habituado com mangás, não vejo qualquer problema. Eventualmente, quando rola uma boa sacada nestas piadas de peitos e calcinhas até acho engraçado. Sou um fã de 100% Morango por exemplo. Torci muito para o Manaka ficar com a garota certa no final da história.

Enfim, Engrenagem Cristal parece interessante. É um mundo meio maluco também, com um cristal gigante que precisa ser protegido e estes moleques (porque todo herói em mangá tem que geralmente ser jovem) precisam proteger o cristal, mas eles são severamente destrutivos, o que causa gastos ao governo. Agora é voltar a reciclagem ou são banidos do exército de proteção para aprenderem a lutar e combater os monstros que são atraídos pela força do cristal sem causarem muitos danos. Faz sentido e é justo! Não deixa de ser engraçado a premissa. Fairy Tail tinha muito disso quando começou, quando o Natsu conseguia a proeza de destruir todas as cidades que ele ia em missão.

Admito que fiquei curioso para o segundo capítulo, na qual o Henrique terá mais tempo de trabalho com enredo e menos apresentações! E veremos onde isso tudo vai dar!

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Segunda rodada à caminho!

Aproveitando a deixa, ontem o Lamen já oficializou o retorno dos mangás, assim como a estreia dos novos títulos. E liberou um poster muito maneiro com os personagens da segunda rodada reunidos! 7 de setembro começa tudo de novo! Novas páginas diariamente no site, cada dia um dos títulos da rodada, até todos terem seus capítulos finalizados! Rá, estou curioso pelo mangá Fred Guará!

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E daqui alguns dias, volto para falar sobre mais dois títulos, ainda da primeira fase do Lamen!

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