Heroes Reborn | 1×01-02 Brave New World & Odessa (Opinião & Spoilers)

A espera acabou! Heroes Reborn estreou semana passada lá nos Estados Unidos, pelo canal NBC, em um especial de 2 horas trazendo uma velha nostalgia das boas vibrações que a série teve em seu passado. Com alguns problemas aqui e ali, mas que talvez não seja parte culpa do show e sim da era na qual a TV americana vivencia. Bem, antes de continuar, é bom avisar que vai rolar spoilers aqui no texto e se você procura algo sem entregar muito a respeito da trama, recomendo a minha postagem sobre Heroes Reborn Dark Matters, que após ver a estreia da série em si, posso afirmar que ela é mais obrigatória do que achei que seria. Corre então para o post a respeito da websérie.

E caso alguém não viu, mas queira ver. Bem, não vamos tapar o sol com a peneira, certo? Existem uma quantidade grande de sites de torrents por aí que já estão compartilhando o episódio (e legenda para português tem desde o dia seguinte da exibição americana). Bem vindo a internet! E vou ser sincero, se o canal da TV por assinatura só vai estrear a série por aqui em 23 de outubro, enquanto há tanto outros bons exemplos de séries que tem estreia simultânea na mesma semana que a americana, não posso fazer nada. Novamente, bem vindo a um mundo conectado, onde o ontem já é passado distante. Se os fãs conseguem 24 horas depois da exibição americana, certamente qualquer canal de TV por assinatura deveria conseguir, não? Enfim, isso é debate e discussão para outro dia.

Impressões de Heroes Reborn!

Considerando a saudade pela qual estava da série, saiu satisfeito com o resultado apresentado. Em termos comparativos, fico bem mais satisfeito do que fiquei com o retorno de Jack Bauer no primeiro episódio da volta de 24 Horas. A história de Heroes progride, apresenta novos personagens, relembra alguns antigos e cria novos rumos para esse universo de seres com super poderes.

Assisti hoje pela manhã um vídeo da IGN US (este abaixo) na qual se debate um pouco a respeito da nova série, de sua estrutura e porque algumas expectativas não foram cumpridas. Em algumas coisas eu discordo do vídeo, em outras concordo. Por exemplo, que Heroes original estreou em uma outra época da TV e por isso era muito mais fácil marcar as pessoas, por sua narrativa semelhante aos quadrinhos isso é totalmente verdade. Hoje o que não faltam são séries de super heróis, narradas como se fossem quadrinhos e mundos com pessoas com habilidades extraordinárias. Heroes foi um marco pois meio que iniciou essa era (apesar de que Buffy – A Caça Vampiros já tinha uma estrutura bem semelhante aos quadrinhos lá na década de 90). E agora Heroes Reborn surge como mais uma série entre tantas, sem conseguir a reinvenção que a série original foi. Só que a pergunta que fica no ar é se era pretensão dela novamente reescrever o gênero, ou simplesmente matar a nossa saudade pelo seu universo? Eu aposto muito mais na segunda opção.

E Heroes Reborn ficou muito mais semelhante ao mundo que podemos facilmente encontrar em quadrinhos como X-Men. Os Evos, Humanos evoluídos, são considerados o próximo estágio do ser humano, então obviamente as pessoas comuns passam a ter medo, preconceito e até uma certa inveja. Resultado? Estes novos seres humanos passam a ser caçados e agora se escondem do mundo. Não é diferente dos Mutantes dos X-Men. E não estou dizendo que é um plágio ruim, até porque tem aquele ditado que não há mais nada de original no mundo, e que tudo é cópia de algo, direta ou indiretamente, consciente ou conscientemente.

A minha surpresa foi ver o quão conectado estes dois primeiros episódios estava com a websérie. Há elementos que são cuidadosamente mostrados em Dark Matters e que na série em si são apenas mencionados de uma forma até meio apressada. O atentado em Odessa, os Renautas, e até mesmo o caso de Phoebe Frady (a irmã desaparecida do Quentin Frady, o novo parceiro do Noah) tem um impacto muito mais interessante na websérie e aqui no começo da série, são eventos que são mencionados e parecem ter peso a trama, porém no especial de 2 horas não há muito tempo para trabalhar com estes elementos. Quem está chegando a série direto sem passar por Dark Matters acaba boiando um pouco em certos momentos.

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Quanto aos novos personagens. Gostei de alguns, e outros me irritaram. O personagem Luke Collins, interpretado pelo Zachary Levi (o eterno Chuck) começa com um personagem muito bom, porém fiquei com a impressão de que foi meio apressado a mensagem de que ele faz o que faz, mata EVOs, e meio que não anda muito satisfeito com isso. A personagem da esposa, por outro lado, que tem sangue nos olhos, é meio irritante de tão cega que é quanto as questões por ele levantada.

Enquanto isso, tem a trama do rapaz que tem um irmão que transporta EVOs para o Canadá e no meio tempo é vigilante. O cara morre e o irmão vai assumir o manto. Essa história foi a que menos me interessou. Por outro lado gostei do garoto, Tommy Clark que tem um poder excelente, de teletransportar qualquer coisa, objeto ou pessoa, para onde quer que ele pense. Poderes assim são sempre ótimos! E tem um senhor com moedas, que parece ter habilidades hipnóticas que também é muito interessante. O fato da trama do Tommy logo de cara cruzar com a do Luke deixou esse começo das histórias com uma tensão excelente. A cena na igreja é um pouco patética, tem um idoso com supervelocidade, um que fica invisível e um que pode atirar fogo e porra, o Luke e a esposa maléfica mata todos ficando simplesmente em pé e atirando em todos! Que forçação de barra!

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Há também a história da Miko lá no Japão que tem a habilidade de entrar em um videogame, gerando cenas em 3D CGI que emulam os gráficos do games – uma geração atrás, vamos colocar dessa forma. Não fica claro porém se essa é uma habilidade dela ou da espada na qual ela empunha para entrar no game e deixada pelo seu pai. De qualquer forma, tem uma premissa diferente, que não parece se conectar com nada ainda, tal como era com o Hiro no começo da série clássica. É instigante e curioso, para dizer o mínimo.

No retorno, tem o Noah fazendo o papel central, querendo descobrir o mistério por criado pelo atentado em Odessa, junto com o Quentin, o irmão da protagonista de Dark Matters. Pow achei um desperdício os produtores matarem o haitiano que apaga memórias logo no inimigo de sua participação na trama. E fui tudo meio gratuito, já que morreu de bobeira.

Um outro retorno que tive que verificar na Wikipédia foi o da Molly Walker, personagem que participou do primeiro ano de Heroes e não me recordava (eu apenas vi o ano 4 recentemente). Porém não é a mesma atriz crescida. Eu fiquei pensando nisso na hora, se era ou não a mesma menina lá do começo da série, mas não é!

E bem, parece que algo ruim está para acontecer no mundo, parece que Mohinder agora é um terrorista, mas tenho a impressão de que ele está tentando justamente evitar alguma catástrofe. O caso é que com duas horas, de uma mini série que vai durar apenas 13 episódios, não se preocupou em correr muito com a trama principal. Trabalhou-se mais com os personagens novos e criando suas histórias próprias, na qual sabemos que eventualmente elas vão se cruzar.

Nesse ponto, Heroes Reborn ainda se manteve um pouco previsível em seu ritmo. E há alguns elementos que considerei desnecessários, como o tal “Volume 1” aparecendo acima do título do primeiro episódio. Uma confiança de que haverão muitos volumes futuros depois que a mini série acabar? Não sei. Há elementos da série clássica que não precisavam necessariamente retornar. Dark Matters nesse sentido se mostrou mais inovador, mexendo mais com uma perspectiva de documentário e de suspense e teoria de conspiração e paranoia. Para uma série onde Noah grita com Quentin a respeito do desaparecimento das pessoas com habilidades, estes dois episódios mostrou muitas pessoas assim e muitas habilidades.

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O mundo de Heroes continua divertido e interessante, mas ainda acho que a estrutura da série merecia uma renovada ainda maior, ao invés de limitar apenas a um grande pulo cronológico e um elenco renovado. Além do fato de estar na NBC, um canal que cancela sem qualquer dó suas séries se a audiência não for grande como o canal exige. Basta ver que Heroes clássico morreu sem um final digno, sendo que a série já estava no ar há 4 anos.

Concluindo então. Heroes Reborn não reinventa nada, não criar nada estupefato, mas é aquele universo divertido que os fãs conhecem, mas agora, finalmente com novas histórias e personagens! Alguns bons, outros nem tanto. Eu já fico contente apenas de não ter outro Sylar no show, não deixando a história ir para outro caminho. Só isso já me deixa satisfeito!

É Heroes, porém com novos personagens!
Não há a renovação esperada, porém existe um esforço para soar diferente.
Elenco novo tem ótimos personagens, porém alguns ainda não convencem
Para 13 episódios, o especial de 2 horas não andou tanto na trama principal em si
Misturar o antigo elenco e seu univero nessa nova série é uma excelente ideia
Há algumas pisadas na bola que poderiam ser evitadas
Katana Girl e as cenas de videogame ficaram massa!

É uma volta interessante, e se o ritmo se mantiver, terá valido a pena!

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4 Comentários

  1. Cara, sei que era um especial, mas achei a primeira metade ruinzinha e a segunda até boa. Senti uma pegada levemente diferente do Heroes antigo, que sempre achei uma bosta tremenda. E como nossos gostos nunca batem, eu curti o Luchador.

        1. Hum, talvez seja por isso que vc não tenha curtido muito a primeira parte do especial. Eu achei errado essa conexão tão direta, presumindo que todos deveriam ver a webserie. O quentin seguindo o Noah é muito estranho se vc não viu Dark Matters…. parece um personagem arremessado do nada ali, mas não é. fica o reforço para tu dar uma olhada. 😉

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