Rise of the Tomb Raider | As surpresas do ato final! (Review)

Não posso afirmar uma unanimidade aqui, porém tenho a sensação de que hoje em dia os jogadores começam muito mais novos games do que efetivamente os terminam. Eu mesmo sofro desse mal, e não que isso seja um problema grave, mas deixo para discutir isso em uma outra ocasião. O fato é que foram dois Tomb Raider lançados em uma nova fase, e foram dois Tomb Raider que consegui encerrar. E no meu caso acho isso ótimo.

Eu trouxe no parágrafo acima essa discussão, sobre encerrar ou não os jogos, porque é fato que quanto mais os games e suas campanhas demorarem a chegar a algum lugar, maiores são as chances dos jogadores se cansarem e se derem por satisfeito jogando até apenas uma parte do caminho e da história.

Claro que há gêneros onde essa ocorrência é mais frequente, como os famosos sandbox. Enquanto jogos com campanhas lineares precisam de uma boa história e uma jogabilidade que não canse ou seja repetitiva para prender o jogador. Rise of the Tomb Raider se encaixa exatamente nesta segunda categoria.

E deve ter sido um desafio enorme criar uma atmosfera e história tão intensa quanto a do game anterior. Afinal em Tomb Raider de 2013 havia a proposta da origem, uma nova Lara Croft inexperiente e jovem, diferente de tudo que já havíamos visto. Uma nova fórmula estava sendo criada. Agora em Rise of the Tomb Raider tudo isso não é mais uma novidade, então como manter o vigor da série?

Está sem dúvida é uma pergunta difícil de se responder. O game de 2015 se parece muito com o de 2013, com exceção de sua história, que agora apresenta uma Lara Croft mais crescida, mais propensa a morrer pelo que acredita, muito mais do que aquela jovem que queria apenas sobreviver no primeiro game.

Os diários de jogo já publicados aqui no site – os links estão no final da postagem – já abordaram vários aspectos do jogo em si. Sobre a questão das mortes dos inimigos pelas mãos da Lara, jogabilidade, sobre as tumbas, sobre o Hub Space da Base Soviética etc. Vou tentar não me repetir nestes pontos aqui no review. Porém há algumas coisas que preciso revisitar.

Como é o caso da ideia da Hub Space do jogo, uma espécie de grande base de desafios e atividades além da história principal, composta de uma área enorme que dá a liberdade para fazer as partes secundárias e opcionais do game. E no terceiro ato do game acabei descobrindo a Hub Space da vila do Jacob, uma área tão grande e divertida quanto a Base Soviética. Foi uma agradável surpresa, tenho que admitir, especialmente porque naquela momento já havia virado a primeira Hub do game pelo avesso e feito tudo lá.

Rise of the Tomb Raider (8)

E demorei muito a terminar o terceiro ato do jogo justamente porque torrei horas e horas no vilarejo do Jacob, cumprindo missões, fazendo desafios, caçando, procurando itens escondidos e tentando acessar áreas que só quando avançasse a história é que acabaria ganhando o que seria necessário para entrar nestes esconderijos.

No geral eu gostei bastante das tumbas opcionais de Rise of the Tomb Raider. Ainda que admita que mais para o final do game elas tenham deixado um pouco de me impressionar. Quer dizer, as tumbas ainda são simples demais ao final é o fato de não haver inimigos ali, meio que as tornam ainda mais óbvias. Basta descobrir o que tenho que interagir para avançar nelas. Uma coisa que poderia ter sido mais divertido inserir nas tumbas poderiam ser animais perigosos, hibernando no local, já que humanos não fariam muito sentido.

É uma pena que a ameaça de feras selvagens ainda seja ao bem isolado da campanha principal. Quando Lara enfrenta o urso no começo do jogo, dentro da história principal, acabei esperando que houvessem mais momentos como esse no game, e meio que não há. O que sobra são os soldados mercenários que o jogador fica enfrentando do início ao fim. Isso é um pouco chato, admito.

Rise of the Tomb Raider (4)

Ao final do jogo há Os Imortais. E como fiquei aflito para dar de cara com esta classe de inimigos. O jogo segura muito bem a tensão de combate entre eles, o grande problema é depois que  se começa a enfrenta-los, se percebe que eles não são tão ameaçadores assim. Achei até que para um exército sobre a alcunha de imortais eles fosse mais resistentes. No geral eles apenas não morrem tão rápido quanto os mercenários.

Entretanto me diverti muito com o final da história do game. O sequestro de Jonah, o destino de Jacob e dos personagens da vila, a decisão final de Lara quanto à relíquia da imortalidade etc. Este terceiro ato me prendeu por horas, sem que conseguisse parar até termina-lo. É bem intenso as horas finais do game. E é bacana como até quase ao fim do jogo Lara continua ganhando novas habilidades. O de usar um respirador embaixo d’água sem dúvida é um dos mais legais, tal como o machado com corda para se segurar em áreas certas e se prender em beiradas de penhascos.

Rise of the Tomb Raider (5)

Rise of the Tomb Raider é um game que vale por sua história, pela aventura imersiva que o jogador acaba sendo hipnotizado. Claro que a jogabilidade bem amarrada, fluida e que cria esse sistema de progressão do começo até momentos finais do game tem um grande peso e valor, não é a toa que é um dos elementos de sucesso de grandes games como The Legend of Zelda. Rise of the Tomb Raider emula muito essa sensação de progressão e dungeons que existem nos games da série Zelda, mas trazendo um pé de realismo e de combates mais semelhantes aos games de guerra dos tempo atuais. É uma boa mistura.

Claro que também é inevitável aquela sensação de que um pouco dos Tomb Raider antigos se perdeu no reboot. A parte plataforma e puzzles parecem algo em segundo plano, talvez mais do que gostaríamos, a sorte é que ainda existem ao menos. Apenas gostaria que a diversidade de inimigos realmente fossem maior para justificar tanto tempo em ação e combate. Fica a sensação de que poderia ter mais fantasia ou ficção.

Tipo… se deixassem Lara entrar em uma floresta com feras selvagens, deixem ela se perder em um vale perdido para enfrentar dinossauros, coloquem-na em combate com criaturas debaixo da água, etc. Faz aqui uma falta a fuga do realismo absurdo. Por que não um totem que invoque algum mal enorme como um chefe de fase? Não que não ter coisas assim estraguem Rise of the Tomb Raider, mas é uma sequência, uma nova rodada, e se faz necessário pensar aonde ir, qual barreira extrapolar. É até por isso que estou um pouco curioso pelo DLC, Baba Yaga, que será lançado agora dia 26 de janeiro (vídeo abaixo) e parece ser um pouco mais místico do que o game principal. É uma forma de mostrar para onde a série pode ir daqui em diante, afinal Lara já descobriu que o sobrenatural existe, não tem porque os desenvolvedores se segurarem mais.

Quanto ao modo extra do game, o chamado de Expedição, preciso dizer que não me chamou tanta a atenção assim. Quer dizer, me parece uma proposta interessante para aqueles que curtem revisitar um game terminado, buscando uma competição com pontos e mudança de algumas das regras do ambiente. Pra mim aparenta ser apenas um tipo de replay cansativo.

O sistema de cartas aqui não chega a ser tão interessante quando o utilizado no modo carreira de Forza Motorsports 6 ou no multiplayer de Halo 5 Guardians. Mas não acho que seja culpa da ideia, mas apenas do modo mesmo e do tipo de jogador que sou.

Rise of the Tomb Raider (6)

Eu gostaria muito mais que a Crystal Dynamics tivesse vindo inventar algo mais multiplayer. Por que não criar um sistema de tumbas em multiplayer cooperativo? Tipo o que vimos em Portal 2. Ou se o sucesso desta nova série de Tomb Raider são os combates e a variedade de armas e objetos de confronto, por que não bolar um sistema de hordas, para dois ou três jogadores? Está vendo qual direção estou querendo ir? Dá para se ter um multiplayer em Rise of the Tomb Raider tão interessante quanto seu modo single player, porque sim, a campanha em games como estes são de suma importância e precisam mesmo ser o foco do título, mas não significa que algo mais interessante no multiplayer não possa ser criado.

Imagine uma partida com Lara, Jonah, Sofia e Jacob batalhando em um modo horda com múltiplos inimigos ou feras selvagens. Como isso seria legal! E poderia ter o modo de cartas com modificadores também. Ou tumbas onde sem dois jogadores trabalhando juntos não poderiam ser solucionadas. Isso são ideias que me agradam muito mais do que o modo expedição onde refaço as mesmas áreas e fases da campanha principal com maiores níveis de dificuldade e modificadores. Mas é claro que esta é só a minha opinião.

E felizmente o modo expedição é apenas um extra do game. Você o utiliza e joga se quiser, caso contrário o core do game, sua campanha e história, ainda fazem valer a aquisição do título, sem qualquer dúvida.

Rise of the Tomb Raider (3)

Gostei de como Rise of the Tomb Raider evoluiu a franquia, ainda que de perto ele se pareça muito com o reboot de 2012. Afinal aquilo que se mostrou funcionar e refinou a franquia tinha mesmo que se reutilizada aqui e aprimorado, o que acho que foi o que aconteceu. Vale agora esperar e ver como será o terceiro game, o que espero que aconteça.

Tomb Raider não me parece no fim ser uma franquia que poderia sobreviver tendo um game todo ano… ainda não. Especialmente enquanto não conseguir encontrar uma forma de coexistir tanto com um single player quanto com um multiplayer que dê longevidade ao título. O modo expedição obviamente foi criado para isso, mas não acho que tenha tido êxito. Ele tem seus méritos, mas é apenas isso, um mero extra. Porém é um game que logo logo vai dar saudades e vamos querer mais. Especialmente porque há também um gancho criado ao final da história, o que indica que há pelo menos mais alguma coisa a ser contada.

Estou contente e satisfeito com os rumos deste Reboot. Porém agora, depois de dois games, a fórmula principal se consagrou e se aperfeiçoou. Para o terceiro será necessário ir além. É isso me deixa positivamente ansioso ao mesmo tempo que apreensivo. Qual será a próxima grande aventura de Lara Croft?

Textos anteriores sobre Rise of the Tomb Raider:

rise of the tomb raider boxartOnde encontrar:
Xbox One | Rise of the Tomb Raider – SubmarinoAmericanasPonto FrioExtraLivraria CulturaSaraiva – Ricardo Eletro – Casas BahiaWalmartShoptimeMagazine LuizaFNAC
Xbox 360 | Rise of the Tomb Raider – SubmarinoAmericanasPonto FrioExtraLivraria CulturaSaraiva – Ricardo Eletro – Casas BahiaWalmartShoptimeMagazine LuizaFNAC
História empolgante
Mecânicas aperfeiçoadas
Nova geração garantiu um visual ainda melhor!
Briga pelo equilíbrio (plataforma, puzzle, combate)
Áreas abertas (Hub Space)
Modo Expedição
Tumbas Opcionais

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Um Comentário

  1. Concordo muito contigo. Fechei muito rápido a história principal sem empacar nenhuma vez. Tinha muita coisa legal, muito puzzle interessante, mas nada tão desafiador. Além de tudo, o final achei meio brochante. Faltou AQUELE ser sobrenatural que esmaga a Lara com uma patada, ou que solta laser pelos olhos… E a tal Fonte Divina. O artefato mais poderoso do mundo, que controla vida e a morte simplesmente quebra jogando no chão… O jogo em si, apesar de pouco desafiador foi ótimo e muito divertido, mas o final ficou a decepção.

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