Brotherhood Final Fantasy XV | Contos de Noct, Prompto, Gladio e Ignis! (Crítica)

Depois de ser instigado por Kingsglaivena qual fiz um artigo de impressões aqui no site semana passada – acabei indo conferir o animê também baseado no universo de Final Fantasy, chamado Brotherhood.

Tanto Kingsglaive quanto Brotherhood trabalham expandindo o universo do game Final Fantasy XV, trazendo mais detalhes e histórias que complementam parte de um todo. Jogo, longa e animê trabalham com focos diferentes, mas todos estão conectados por uma trama única.

Há quem ache ruim esse universo transmídia. Ter que acompanhar tudo para entender tudo. Talvez o mais trabalhoso seja o game em si, já que longa e animê não exigem assim tantas horas de dedicação para consumi-los. São mídias de entretenimento de rápido assimilação. Apesar de que estamos falando de uma história Final Fantasy, certo? As vezes, rever algumas coisas mais do que uma vez faz necessário para entender regras e detalhes da complexidade de sua proposta e trama.

Kingsglaive vs Brotherhood

Porém Brotherhood é bem mais tranquilo e simples do que Kingsglaive. Resumidamente o longa em CGI trabalha em eventos que são anteriores e paralelos ao game, mostrando uma trama conspiratória que irá ocasionar a queda do reino de Lucis e desfechos que irão impactar a jornada de Noctis, protagonista do game. Não há basicamente quase nada sobre Noctis no longa.

Kingsglaive é algo mais cinematográfico, mais épico. Se eu tivesse que dar um direcionamento a quem quer ver tudo sobre Final Fantasy XV e colocar tudo em uma ordem específica para assistir, diria justamente para ver Kingsglaive antes de Brotherhood.

O animê chegou a ser lançado antes, e me recordo de conferir o primeiro episódio na ocasião, e do mesmo que não me causar qualquer impacto. Achei tudo meio estranho, maior apático. Meio vazio de contexto. Só após ver Kingsglaive é que senti ser inevitável ir conferir o animê. Onde diabos está Noct quando tudo explode em Lucis? Por que diabos ele não se faz presente na trama? Bem, essa resposta certamente é melhor explorada no game, porém Brotherhood dá algumas indicações bacanas a respeito não só do Noctis (Noct), mas de todos os seus demais companheiros: Prompto, Gladiolus (Gladio) e Ignis.

Entender o cenário de guerra, do conflito e dos reinos é mais importante do que parece, especialmente para depois entender as história do quarteto de protagonistas de Final Fantasy XV. Ou ao menos foi o que achei, já que ainda não cheguei a colocar meus dedos no game (espero poder faze-lo em breve).

Brotherhood: Final Fantasy XV

Enfim, voltando a Brotherhood, o animê tem apenas cinco capítulosvocê pode assisti-los abaixo – com aproximadamente 12 a 15 minutos cada. São curtíssimos e dá para ver tudo em uma só sentada. Vê-lo agora me parece bem mais sensato e agradável do que ter visto individualmente, enquanto iam sendo lançados antes do lançamento do game.

Aqui no Brasil o animê está legendado e disponível oficialmente na Crunchyroll.pt, ainda que também dê para assisti-lo no You Tube com legendas pelo canal oficial do game. Uma pena que a Square Enix não tenha sido mais ligeira e inserido-o junto com o DVD e Blu-ray de Kingsglaive. É curtinho, então não seria um problema de espaço em ambas as mídias acredito. E seria legal tê-lo guardado junto com a animação CGI, caso algum dia esse animê suma da internet.

Bem, como disse, são cinco episódios:

Antes da Tempestade (Ep. 1) e O Conforto da Luz (Ep. 5) abrem e fecham o pequeno conto em torno do passado de Noct e de sua decisão de ir se encontrar com Lunafreya. Os eventos aqui parecem se passar um pouco antes de Kingsglaive, ainda que o império de Nifheim pareça já estar bem agressivo pela região na qual a trupe está viajando. É uma boa história, ainda que não seja muito claro em vários aspectos que imagino que esteja melhor explicados no game em si. Mas gosto da ideia de inserir um adversário perigoso na qual Noct precisa se superar e derrotar essa parte de seu passado.

Porém de todos os quatro personagens, Noct é o que tem menos contexto aqui, ora aparecendo apático, ora mostrando que tem características nobres e preza seus amigos. É como disse no texto de Kingsglaive, Nyx Ulric é um personagem heroico um tanto mais simpático do que Noct consegue aparentar ser nestas produções fora do game em si. Sem jogar o game é muito difícil entender quem é Noctis Lucis Caelum…

Corredor Canino (Ep. 2) conta a história do Prompto, que é apenas um amigo de longa data de Noct. É um episódio bem diferente do restante dos capítulos, pois se passa em um outro momento desse universo, quando as coisas eram um tanto mais calmas. Apresenta a infância do Prompto, como ele era um gordinho e como resolveu se tornar amigo de Noct e o quanto isso motivou a mudar sua vida. E é legal aqui a sua conexão indireta com a Lunafreya. É um episódio bem simples, mas divertido.

Espada e Escudo (Ep. 3) foi o que achei mais fraco de todos. Conta a trajetória do Gladio, guardião e protetor de Noct. Ele está com o príncipe desde sua infância, quando ainda não o reconhecia como um herdeiro digno. É uma história meio clichê, mas importante porque mostra um pouco do passado de Gladio e pelo fato de mostrar que ele tem uma irmã pequena (e que a princípio até achei que fosse sua filha). Ou tinha, já que no presente não fica claro no animê o que aconteceu com ela (novamente, o animê é parte de um todo, e as vezes abre mais perguntas do que respostas). Talvez seja mais importante aqui mostrar um pouco mais do caráter de Noct e do momento em que o Gladio passa a respeitá-lo.

Memórias Agridoces (Ep. 4) talvez seja o melhor episódio de toda a curta série. Aqui o enredo trabalha com Ignis, que é quase como o mordomo do Noct. Quase porque ele é e não é. Ele cuida do jovem, tem essa delicadeza de uma figura materna e paterna, da mesma forma que nutre uma amizade e uma tristeza por tudo que sabe que Noct irá passar. Isso porque Ignis também tem contato com o rei, pai de Noct, e sabe que algo ruim está para acontecer.

Há uma suavidade dentro da trama com os doces que ele cria para Noct, tentando recriar uma sobremesa que ele comeu há muitos anos atrás em uma de suas viagens, mas sem nunca acertar perfeitamente a combinação dos ingredientes. De todos essa é a história que mais parece se conectar com Kingsglaive, porque há toda uma cena com o rei e sua condição física que ligam elementos do longa animado.

Ao fim, Brotherhood Final Fantasy XV não é de todo mal, mas ele claramente foi produzido para quem vai jogar o game de Final Fantasy XV. Isoladamente ele não funciona tão bem como Kingsglaive. Talvez a Square Enix pudesse ter produzido mais histórias que precedessem a trama do jogo. Porém sem ter jogado o game ainda não tenho como saber o quanto o passado não só do reino, como dos personagens é explorado lá. Em todo caso Final Fantasy XV me parece um universo rico e complexo de boas histórias.

Vale a pena ver, porém apenas para aqueles que pretendem jogar o game ou aqueles que viram Kingsglaive e tiveram a vontade de conhecer mais sobre estes quatro personagens que não estão no longa. A qualidade técnica da animação também não tem nada demais. Não é um primor como Kingsglaive é visualmente. É apenas um animê normal. Mais curto do que certamente os fãs gostariam.

Mas como é o único conteúdo que oficialmente está de graça para qualquer um assistir, pois a Square Enix o liberou oficialmente lá fora no You Tube, certamente é o que o estúdio queria que os jogadores assistissem antes do lançamento do game. Se preparando para saberem e conhecerem um pouquinho dos quatro personagens principais do jogo. Enfim, assista. Não vai tomar muito tempo e mal não irá fazer.

Animê funciona para quem pretende jogar o game
Corredor Canino e Memórias Agridoces são ótimos
Demais episódios são apenas okey (mas não são ruins)
Não toma tempo, é curto e pode ser visto sem ter que pagar
Qualidade da animação é boa, mas nada excepcional

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2 Comentários

  1. Pow, texto sensacional. Com certeza ficaria perfeito ese anime junto ao blueray do Kingsglaive.

    Olha, posso estar enganado, mas a menina do episódio do Gladios é irmã dele e não filha. Ela mesma o chama de irmão e alguns momentos. Bem, não sei se foi erro da legenda, mas fiquei na cabeça que era irmã do Gladios.

    Preciso dizer também que Nocts sofre daquele mesmo problema crônico dos FF, os personagens secundários são mais interessantes do que o protagonista principal. Não consegui sentir nada pelo Nocts, ele chega a ser um babaca em determinados momentos. E consegui sentir mais raiva ainda no episódio do Ignis.

    Espero que isso mude quando eu jogar o jogo, pois no momento só consigo enxergá-lo como a Bela dos video games, hahaha!

    1. Diogo, você está certíssima, a Iris é a irmã caçula do Gladio. Erro meu de ver criança pequena com um adulto e já imaginar que é filho hahaha XD – mas ainda que para o propósito do episódio em si do animê não faria muito diferença ser irmã ou filha, acho que nem no game haveria um impacto diferente se fosse o caso. Porém, certo é certo! Corrigi a informação lá na matéria, obrigado por avisar! 😉

      Sobre o Noct, eu quero muito ver o personagem no game, porque realmente, nos eventos transmídias de Final Fantasy ele não convence muito. Mas ele me soa como o típico protagonista de histórias de fantasia japoneses. É um arquétipo bem comum, não me soa um personagem diferente e inesperado.

      Quero um Final Fantasy XV-2 com o Nyx como protagonista hahahaha XD

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