Mais que uma Sensação | Guardians of the Galaxy The Telltale Series – Ep. 3 (Impressões)

Pois é. Acabei me enrolando e atrasei um pouco a minha experiência com a aventura dos Guardiões da Galáxia que está sendo contada pela Telltale Games. Enquanto estou escrevendo e absorvendo os eventos do terceiro episódio foi disponibilizado, há alguns dias, o quarto episódio da série intitulado “Quem precisa de você”.

Mas calma, não entre em desespero, ainda estou em tempo para dar uma olhada no mais novo episódio até a conclusão da série já que o quinto episódio que tem previsão de lançamento apenas para dezembro desse ano.

E que isso não soe como uma crítica negativa em relação a velocidade na qual os episódios do game tem sido lançados pelo estúdio. Não é. Pelo contrário, estou bem satisfeito com o formado e o tempo de respiro que a Telltale tem dado entre um episódio e outro, com um tempo aproximado entre 50 a 70 dias de janela para cada episódio.

É bom que o game seja concluído ainda esse ano, impedindo de se arrastar para o próximo, dando a oportunidade, quem sabe, do estúdio preparar uma segunda temporada tal qual tem feito com a série do Batman.

De qualquer forma, o quarto episódio já está na minha lista de títulos para as próximas semanas, ainda que diante da vasta quantidade de recentes lançamentos é bem provável que só vá conseguir jogá-lo na primeira quinzena de novembro.

Enquanto isso vale a pena bater um papo em torno do terceiro episódio, Mais que uma sensação. E um alerta: conforme a série progride vai ficando cada vez mais difícil abortar seus capítulos sem entregar qualquer tipo de spoiler sobre a história, em específico de eventos dos capítulos anteriores.

Na medida do possível continuo tentando evitar entregar o ouro caso alguém deseje apenas acompanhar estas impressões para ver se a qualidade da série como um todo tem se mantido, entretanto há pontos e debates que requerem a menção de certos eventos. Não tenho mais como evitar isso. A minha recomendação é a de que você continue lendo este texto apenas se está jogando o título ou não se importar com spoilers que dão um contexto geral ao que está acontecendo na trama.

Para ler as impressões dos capítulos anteriores, eis os links: Episódio 1: Na Fossa / Episódio 2: Sob Pressão

Mistério revelado

O terceiro episódio coloca um fim a um dos elementos mais interessantes do arco até então: o chamado da mãe do Quill nos flashbacks presenciados pelo personagem. E eu não sei exatamente se gostei da resolução desse ponto da história.

Estava achando interessante que estes eventos do passado estivessem ligados à Forja da Eternidade e ao local em que a equipe fora levada ao final do segundo capítulo. Ao fim não se tratava do que, mas quem estava fazendo isso. Fico na dúvida até mesmo se faz sentido que houvesse alguém entrando em contato com o Quill por meio do artefato místico.

Em todo caso, ao menos toda a caracterização dos poderes da Forja da Eternidade continua sem alteração, sendo assim o artefato ainda pode trazer os mortos à vida, mas como havia suspeitado desde o primeiro episódio, é claro que há um alto custo a ser pago por isso, um custo que não sei se estaria disposto a pagar.

Mantis

Este episódio também marca a entrada da empata Mantis na trama. Como a personagem foi um dos grandes destaques do segundo filme, lançado no primeiro semestre desse ano, não é de se surpreender que a Telltale tenha convocado a mesma para aparecer no game, ainda que sua inserção parece ter sido previamente planejado (e não apenas porque ela foi bem popular nos cinemas).

Mantis aliás é responsável por boa parte dos excelentes diálogos e situações desse terceiro capítulo. Adorei o momento na qual ela é apresentada a todos na nave, com Groot, Rocket e Drax sentados em uma mesa achando tudo aquilo muito estranho.

Claro que tirando o elemento da Mantis servir como um personagem de alívio cômico, e não possuir o mesmo background da personagem no filme, é meio difícil dizer qual será realmente a finalidade da personagem daqui em diante. Ela está na trama somente para dar instruções do que fazer com a Forja? Sério? No filme ela claramente tem um encaixe melhor de roteiro.

Gamora & Nebula

Tal como deu para entender tão logo a Telltale liberou as sinopses dos capítulos que viriam após o primeiro episódio, na qual cada mostra que cada um irá dar um pouco de atenção a cada um dos cinco integrantes dos Guardiões da Galáxia, este capítulo tem como foco o passado de Gamora e Nebula.

Não chega a ser uma trama tão envolvente e emocionante como foi com os dois primeiros capítulos, que trouxeram Peter Quill e Rocket como foco de atenção. Apreciei em particular a trama com o passado do Rocket, pois é algo que os filmes praticamente não abordam, e como nunca li os quadrinhos da Marvel com os personagens meio que gostei de ter feito essa viagem, ainda que tenha em mente que a Telltale tem seu próprio universo com estes personagens e tem liberdade para mexer neles como bem entender, dando sua própria versão sobre certos eventos.

O caso é que quando chega o momento de visitar o passado de Gamora e Nebula não há exatamente muitas surpresas. E mesmo quando há, me parece que a trama está preparada para estragar tudo. Você compra os sentimentos de Nebula até um certo ponto, enquanto o game claramente te diz para não confiar demais nela justamente após você (racionalmente) decidir confiar.

A ideia de contar a mesma história sob o ponto de vista de cada uma das personagens é interessante, mas não é tão sentimental ou impactante quando foram as já mencionadas histórias com Quill e Rocket. Talvez… bem… porque simplesmente não envolva o elemento da morte e da perda irreversível, o que torna a opinião da Gamora de defender a destruição da Forja e de que ninguém deve pagar o preço de trazer um ente querido a vida meio… irrelevante.

Não sei. Talvez o fato de não me importar muito com o Thanos, responsável por criar Gamora e Nebula como filhas, tenha um fator a ser considerado aí. Gostaria de temer mais Thanos, de ter um certo respeito pelo personagem como um vilão, mas no geral ainda estou esperando os filmes ou games me mostrarem porque ele é tão terrível assim, já que não sendo um leitor de Marvel nos quadrinhos (exceto de Homem-Aranha) nunca topei com ele nas HQs pra valer e assim entender porque ele é tão temível.

Considerações finais

Mais que uma sensação é bem menor do que os dois primeiros capítulos da série. Não marquei a hora, mas enquanto os capítulos anteriores precisei de duas sessões de jogo para concluí-los este terceiro episódio acabei terminando em uma sessão à tarde, com aproximadamente duas horas de jogo. Foi uma experiência bem curtinha.

A impressão que tive é que as decisões que tomei ao longo de todo o capítulo meio que não importaram muito. Não fiquei com a impressão de que independente do que decidisse a relação entre Gamora e Nebula mudaria. Talvez mudou um pouco aqui, mas pelo que dá a entender em momentos finais do capítulos, nada disso vai realmente impactar eventos futuros do arco, pois parte desse ponto está escrito no roteiro de forma linear. Porém torço muito para ser uma impressão errada minha.

A grande decisão do capitulo fica mesmo entre destruir ou energizar a Forja da Eternidade. Esta sim uma decisão que me deixou dividido e bem indeciso. O problema é que esta é a última decisão do episódio e que ocorre bem no final dele, deixando as suas consequências para abrir o quarto episódio, o que faz o terceiro episódio soar como um episódio de passagem, onde o roteiro precisou de uma gordurinha para prender a trama para segurar um pouco o clímax para o ato final da história.

Pelo menos fiquei satisfeito com a minha decisão. Não comprei o lados dos mocinhos, tomando consideração muito mais pelos sentimentos do Quill, Rocket e Drax, que perderam entes queridos e estão esperançosos de que poderão trazê-los de volta. Senso assim, não destruí a Forja.

E veja bem, não é que estou esperançoso de que a Telltale vá trazer algum dos entes falecidos desses personagens de volta de forma definitiva. É óbvio que não vai, pois é a perda desses personagens é o que sustentam o pilar do caráter e personalidade de cada um deles. Trazer qualquer destas pessoas do passado deles de volta à vida mudaria o status quo de que isso acontecesse. Porém, claro que torço por uma segunda chance de dizer adeus, por exemplo, de Drax poder rever sua família novamente, nem que seja para trocar algumas palavras apenas. Seria um momento tocante certamente.

Então, mesmo que o terceiro episódio tenha sido o mais fraquinho até aqui, com as decisões que menos me impactaram, exceto pela decisão final em relação à Forja, e que o passado da Gamora não seja tão surpreendente quando o do Quill e Rocket não tiro os méritos do que a Telltale tem conseguido com o game. A história tem sido divertida e a trama fez sua passagem para os atos finais.

Não é um episódio marcante, e mesmo que haja algumas decisões de roteiro que não tenham me agradado, como o mistério dos flashback, a chegada da Mantis meio que apenas porque sim, e o sentimento de não conseguir mudar aquilo que o roteiro parece ter moldurado como fixo dentro da história de Nebula, o terceiro episódio cria um problema realmente interessante para ser explorado no próximo capítulo.

Algumas conveniências de roteiro surgem
Dois lados da história de Gamora & Nebula
Humor causado pela chegada de Mantis
A decisão de destruir ou não à Forja da Eternidade
Mais curtinho que os episódios anteriores

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