Claybook | Mundo de massinha! (Preview e Impressões)

Claybook é um indie game genial. Ainda em desenvolvimento pelo estúdio Second Order, estando liberado nas plataforma do PC e Xbox One apenas no formato de acesso antecipado, o jogo ainda tem um certo caminho até estar completamente finalizado, porém mesmo assim já é possível perceber seu potencial e se divertir horrores com o conteúdo que se encontra disponível neste estágio de sua criação.

A ideia de um game feito todo em um mundo de massinha é intrigante, e um pouco mágico. E o legal é que não se trata apenas de um aspecto visual, como um estilo animado, mas das mecânicas de jogabilidade e como tudo se comporta emulando essa ideia de que tudo é realmente e responde fisicamente como se fosse feito em massa de modelar.

O jogador controla pequenas peças feitas de massinha, pode ser uma bola ou quadrado, ou outras formas especiais que explico logo mais, sendo que os objetivos são simples, mas possuem uma variedade condizente com sua proposta. Pode ser levar uma massinha de um ponto a outro, criar clones dela em locais chaves, destruir outros cenários dentro do ambiente, encher tanques e buracos com massinha de modelar em estado líquido e assim por diante.

Do que se trata?

A ideia geral do jogo é exatamente essa: cumprir pequenas tarefas em ambientes fechados desenvolvidos para que o jogador pense e explore como resolver tais puzzles. E há um pouco de física nessa mecânicas. Se controlar dentro do ambiente é para ser um pouco do que apenas simples, o chão e superfícies se deterioram conforme se vai passando com sua peça de massinha por tais áreas, que alias suja a sua peça de massinha (que normalmente é branca), misturando cores e dando uma sensação de realismo ao jogo. Se o jogador der um zoom próximo ao ambiente é até mesmo possível ver marcas de dedos as estruturas modeladas. A atmosfera do game é crível com sua proposta visual.

Há recursos extras dentro da brincadeira que não fariam sentido no mundo real, mas como é um videogame dá para ser realizado, que é a mecânica de rebobinar seus movimentos e com isso deixar um clone da sua peça no ponto em que parou de avançar. Isso é útil, por exemplo, dentro da ideia de uma superfície em que o jogador passou tantas vezes que só restou um buraco, impedindo que ele continue passando. A solução seria enfiar sua peça no buraco e rebobinar no exato momento em que sirva como uma “rolha” para esse problema. Peças clonadas pelo comando de rebobinar ficar suspensas no ar, sem obedecer a lei da gravidade. É um pouco errado e estranho, mas é funcional.

O jogador também pode “comer” os obstáculos. Bem, esse talvez seja um termo errado, mas é o que parece, não que a sua peça cresça por conta disso (o que é uma pena, pois seria mais legal). É um recurso para escavar paredes ou criar buracos, deformando os objetos de massinhas conforma a sua peça se esfrega neles. E é uma habilidade bem planejada, pois não é como um laser que corta tudo certinho. É preciso realmente ficar batendo, se esfregando e tendo calma e paciência para que o ponto em questão vá se deformando. Esse recurso as vezes se faz necessário para chegar em certos pontos do mapa ou cumprir tarefas de missão.

Surpresa foi encontrar peças especiais, como uma se que parece com um canhão que esguicha água (massinha azul em estágio líquido) de forma infinita, ou uma outra que lembra uma esfera magnética, só que nesse caso ela repele justamente a massa de modelar neste estágio líquido. Há também outras mais simples, como uma que pode se modelar em 4 formas livremente (quadrado, círculo, moeda e tubo cilíndrico) e é útil para dar mobilidade ao jogador em área em que precisa saltar ou escalar superfícies, pois cada formato acaba sendo prático para certos momentos. Há peças enormes e peças minúsculas, dependendo do estágio, que também são pensados nos desafios de cada área.

Falando em áreas, o jogo é dividido em capítulos, sendo que nesse estágio do desenvolvimento há apenas dois, um com 10 fases e outro com 7 fases. Na roadmap dos desenvolvedores há a intenção de terminar o segundo capítulo e lançar um terceiro nos próximos updates que o mesmo deve receber. Espero que hajam mais do que isso, ou que o estúdio pretenda lançar outros de forma gratuita de tempo em tempos.

Conteúdo oferecido nesse ponto de desenvolvimento

Digo isso porque de uma certa forma Claybook é uma experiência rápida e curtinha. Um sábado a tarde foi o suficiente para ver todas suas fases. Cada uma segue um estilo meio de games mobile, onde o jogador precisa cumprir todos os objetivos para atingir 3 estrelas. Dá para passar de fase fazendo parcialmente as tarefas, o que lhe rende menos estrelas. Admito que houve alguns estágios que passei assim, parcialmente, pois algumas tarefas podem ser bem complexas de serem conquistadas, o que garante o valor de replay destes estágios.

Porém há potencial para alongar esse gameplay. É legal, por exemplo, que o jogo seja dividido em estágios pequenos e que cada um possua um layout próprio, pois isso abre aos desenvolvedores vir com um segundo modo onde pode mudar objetivos e tarefas de cada um (algo que não existe nesse momento, é só um exercício de pensamento pessoal que estou fazendo aqui), como um modo mais difícil, o que certamente elevaria a longevidade e o reaproveitamento destas fases.

Claybook também tem mais a oferecer em sua versão de acesso antecipado. O game funciona tanto em single player quando em multiplayer local para até quatro jogadores, onde a tela é dividida e todos ficam no mesmo ambiente e interagem entre si. E há também um modo de criação, onde jogadores podem criar novos mundos basicamente do zero.

Só que no que diz respeito ao modo de criação tenho minhas ressalvas. A versão que testei, para Xbox One, não tem uma função onde possa ver a criação de outros jogadores. Não é um modo dentro do game de melhores fases criadas pela comunidade em que possa testá-las. Recurso este que pelo que entendi existe na versão do Steam. Espero que isso seja algo que os desenvolvedores pensem em levar a todas as plataformas que o game estiver disponível (Claybook também será lançado para o PlayStation 4 futuramente) e que não fique restrito apenas à versão de PC do game, algo que normalmente acontecer em tais modalidades em indies, o que sempre me deixa chateado com suas versões para consoles.

Quanto a ferramenta de criação em si vou logo dizendo que não experimente com muito afinco. Eu gosto de testar fases de outros jogadores, mas sou um zero à esquerda para criar. Sem mencionar que Claybook provavelmente ainda vai ser melhor otimizado no Xbox One, pois toda a parte de texto do game é terrivelmente minúscula na tela de uma televisão. Eu precisei levantar do do sofá em alguns estágios para me aproximar perto da minha TV (de 40 polegadas) para enxergar o que o texto do desafio que fica no canto superior da tela. No modo de criança, as instruções estão todas nesse texto de formiga, então isso me frustrou um pouco em entender como funciona. Penso que no PC esse recurso é mais simples de mexer e de enxergar tendo em vista a proximidade em que o jogador ficar da tela de um monitor.

No mais, também preciso ressalvar o quão ruim é a câmera do game, sendo terrível posicioná-la onde se deseja e controlar seu zoom. É de apanhar um pouco, mas não torna a jogabilidade intragável, mas é um incomodo que os desenvolvedores deveriam dar um pouco mais de atenção, especialmente na versão de console. Senti falta de um simples botão para resetar a câmera, já que o jogador pode movê-la livremente para qualquer direção. Falta um comendo que coloque-a de volta ao ponto de origem. Há apenas um clique que pode ser dado no analógico da direita (R3) e que afasta a câmera do objeto que se está controlando, entretanto funciona apenas se houver área para tal ou se a mesma não estiver presa em um ângulo com obstáculos. Isso certamente poderia ser aprimorado.

Considerações deste ponto em desenvolvimento

Um último ponto que preciso mencionar é que Claybook não é exatamente um game hardcore, para jogadores que querem um desafio extremo e se sentirem recompensado. É exatamente o contrário. É um game meio relaxante, de pura diversão. E digo mais, é mágico para crianças! Meu pequeno de 5 anos ficou maravilhado com o game, a ponto dos olhinhos brilharem de emoção e alegria jogando. Ele realmente adorou.

É um game em que pais que jogam podem deixar tranquilamente os filhos brincarem. Foi um game que até mesmo mexeu com a imaginação do meu pequeno, pois depois dele jogar um pouco, passou alguns dias e o vi brincando de massinha (de verdade) e criando coisas novas com base naquilo que ele viu e jogou em Claybook. E ver games que fazem isso com a imaginação de uma criança é fenomenal.

Isso é Claybook, ao menos nesse estágio de desenvolvimento. Vou encerrar essa prévia por aqui, ainda sem dar uma nota concreta ao game, pois estando neste estágio de desenvolvimento ainda acredito que o game carece um pouco de refinamento em seu sistema de câmera, como também mais conteúdo e novos modos de game. O pouco que ele me demonstrou foi o suficiente para me encantar e indicá-lo por aqui, e estando em acesso antecipado é o suficiente para aceitar que ele ainda precisa de mais fases ou tenha tais engasgos na câmera. Faz parte desse processo de aprimoramento, só que mesmo assim ainda é um game incrivelmente encantador. Vale a pena!

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