Terminar um RPG, para mim, é sempre algo de muita alegria. Eu demoro demais para fechá-los. Eternal Sonata é um dos muitos games em que havia começado em 2008, mas não havia terminado. Felizmente, ontem, tomei coragem e fui até o fim da aventura. Infelizmente nem tudo é só alegria, um final arrastado, confuso e incompleto, não ajuda muito a recomendar um game que tem mais problemas do que deveria. Continue após o “mais” e descubra o que tem de errado com Eternal Sonata:
Dados Técnicos
Plataforma analisada: Xbox 360
Players: 1 Player [off-line]
Desenvolvedora: Tri-Crescendo
Distribuidora: Namco Bandai Games
Lançamento: 17/Set/2007
Um RPG para iniciantes…
Esta sempre foi a impressão que tive jogando Eternal Sonata, desde seu comecinho e que se alastrou até o final do game. Tudo envolvendo o gameplay do game é simples demais. Difícil o jogador encontrar algo complexo na qual não saiba mexer ou que precise apanhar para manejar com eficiência.
Até mesmo a mecânica do game é simplista. O caminho a seguir é sempre linear. Não há como se perder, não sabendo para qual vila ir, por exemplo. O jogador segue sempre em frente e nunca retorna. Os itens então, estão ali para praticamente fazerem enfeite, se usei 20 deles durante o game todo é muito. Os inimigos também não são tão diversificados e podem ser evitados desviando pelo mapa, claro que isso também é prejudicial, já que seus personagens acabam não evoluindo. Dinheiro também não é problema já que o jogo tem um sistema de fotografias que o torna milionário logo no primeiro chefe do game. Armas e acessórios escondidos acabam sendo desnecessários também já que como o caminho é “sempre em frente”, a cada vila há um arsenal satisfatório deles. Complexidade não existe, é um game para novatos e iniciantes no gênero.
O diferencial do game acaba sendo o sistema de batalha, um misto de batalhas por turnos com o moderninho sistema de RPG-Action. Isso significa que não há menus durante a batalha, o jogador caminha com o personagem e ataca apertando o botão do controle. O diferencial é que esse sistema livre é controlado por um turno de alguns segundos. Terminado o tempo, passa para outro personagem ou inimigo fazer o que quiser com os poucos segundos que prevalecem em cada turno. Eu gosto de sistemas assim porque permitem organizar melhor as estratégias, já que controlo todos os personagens. O sistema atual de RPG-Action dos outros games, em geral o jogador apenas estabelece comandos ao grupo e a CPU faz o resto, ficando a liberdade restrita a apenas um personagem. O grande problema em Eternal Sonata é que o sistema apesar de bacana, não requer muita estratégia do jogador, já que o game é fácil demais. Em geral basta deixar um personagem que recupere a HP do grupo mais atrás e fique atacando com os outros 2. Nem mesmo os especiais são lá grande coisa.
O game peca também em magias, tradicionais em games do gênero. Fire, Water, Storm etc não existem aqui. Há apenas ataques bonitinhos como especiais e magias que recuperam a energia.
A história do game até chega a ser interessante no começo. A realidade do jogo passa num delírio de Frédéric Chopin em seu leito de morte. Os personagens que podem usar magia em tal mundo também carregam uma doença fatal. O problema é que a trama é extremamente mal amarrada. O fim, que não vou contar, é bem porquinho, focando em 2 personagens e esquecendo completamente dos outros secundários. Que fim levou cada um após a aventura? Para um final que dura quase 1 hora, muito pouco é contado ou esclarecido.
Acertos e Furadas
Finalizando…
Eternal Sonata é um RPG diferente. Eu diria que ele serve mais de cartilha de aprendizado para quem nunca jogou um RPG na vida e se sente desconfortável com a complexidade deles hoje em dia. Aposta na facilidade e simplicidade e esquece que tais elementos não casam tão bem com o gênero.
Batalhas sem muitas opções e um final que deixa a desejar não melhoram em nada o curto game. Extras fracos não conseguem nem tentar o jogador por uma segunda rodada, já que tudo recomeça a partir do level 1.
Eu me diverti jogando, mas não posso recomendar ele a ninguém sabendo que seus defeitos que esmagam as poucas qualidades.