Kirby’s Epic Yarn | Porque a verdadeira criatividade não conhece limites! (Impressões)

Sabe, é nestes momentos que me pergunto de onde tiraram a ideia de que vídeo game é coisa (única e exclusivamente) de criança, claro que nunca dei ouvidos a tal argumento, que já caía por terra desde quando eu era menor, afinal, toda vez que cedia os controles de meus consoles aos priminhos penetras, nenhum deles conseguia jogar. XD

Então, sem preconceito nenhum, lá pelo ano de 2002 (se não me engano), estava eu jogando um game chamativo demais, de modo que era impossível o mesmo não atrair tal opinião, Kirby Cristal Shards, o primeiro game com a bolotinha rosa da Nintendo que joguei, desconfiado comecei um game que se revelou algo super inteligente, criativo e longe de ter sido feito apenas para crianças. Lembrando com tanto carinho do clássico do 64 e sem um DS para desfrutar das últimas novidades, meu reencontro com Kirby, só aconteceu agora, ano em que ele finalmente chegou em game solo ao Wii, seguem minhas impressões sobre a mais nova empreitada da bolota rosa logo após o continue.

Como eu dizia, (com exceção dos games do DS, pois não os conheço) todos os games de Kirby tem aquela ambientação extremamente infantil, mas Kirby não nasceu ontem, muito pelo contrário, é uma das franquias antológicas da Nintendo e ao adquirir este game depois de tanto tempo sem Kirby foi uma grata surpresa para mim, a Nintendo sabe mesmo como cuidar bem das suas criações, sabe como fazê-las atravessarem décadas e ainda continuarem atuais, uma pena que o console de 7ª geração da empresa não receba um tratamento melhor, quando paramos para avaliar a line up do Wii, descobrimos que empresas de fora e empresa nenhuma desenvolvendo para o console dão no mesmo, resultado? Só os games que a propria Nintendo produz valem a pena (salvo raras exceções).

O game começa quando Kirby passeando por Dream Land, avista algo parecido com um tomate (acho que era isso, não lembro) impulsivo como bem sabemos que ele é, a bolotinha rosa trata logo de sugar a sua próxima refeição, quando de depara com Yin Yarn, um feiticeiro (um monstrinho) feito todo por linhas de costura colorida, antes que Kirby possa sugá-lo, ele é absorvido para dentro da meia (mágica?) que o feiticeiro carrega. Lá dentro, ele descobre que existe um outro mundo, chamado Patch Land, um lugar totalmente feito de fios coloridos, (um lugar totalmente tricotado por… ninguém sabe) que se encontra dividido por obra do feiticeiro,  lá Kirby encontra o príncipe do reino do tricô (XD), Fluff, juntos eles terão de atravessar todas ilhas, vencendo os monstrinhos (a mando do chefe com uma meia mágica a tiracolo) e recuperando os fios mágicos que foram roubados, para assim tornar Patch Land uma só mais uma vez. Porém Kirby deve se apreçar, pois em quanto ele está em Patch Land, Yin Yarn apronta do lado de fora em Dream Land.

Agora o pontinho rosa (piada velha) mais famoso do mundo, está impossibilitado de sugar seus inimigos e usar seus elementos a seu favor, Kirby é transparente agora e não pode reter nada dentro de seu corpo (embora tenha uma cena onde ele come bolo com o príncipe Fluff, vai entender…), tudo do que dispomos nesta aventura é de um chicote, que também e todo feito de fios, que ajudará o nosso herói a se dependurar em árvores e botões (sim botões, iguaiszinhos aos da sua camiseta), revelar entradas secretas ou mesmo encurtar a distância entre um ponto e outro, simplesmente puxando o tecido dos cenários, algo muito engraçado também são os momentos em que você tem de puxar um zíper para abrir caminho no game, criatividade lá em cima, fiquei lembrando das minhas calças quando caiam. XD Outra habilidade nova, mas não muito impressionante, é a de usar de um salto maior e descer como uma bigorna para destruir determinadas plataformas menos rígidas e abrir passagem durante os cenários. Ah, quase esqueço, Kirby tem ainda a habilidade de se transformar em carro, nada muito relevante, apenas substitui a corridinha que o personagem dava antes (Crystal Shards), para se impulsionar e alcançar lugares mais altos. Pena que com o uso do chicote tudo o que se pode  fazer é enrolar e lançar os inimigos uns nos outros, perdeu um pouco da graça neste ponto, no último game que joguei, sugávamos os monstrinhos e tinhamos a opção de lançá-los ou engolí-los para se transformar em algo diferente.  Como a idéia é modificar o modo com o qual personagem se vira frente aos inimigos, outros tipos de transformações foram adicionadas, e de uma forma bem bacana.

Durante a maioria das fases, Kirby pode se transformar em diversos outros elementos, a diferença é que desta vez, isso não depende mais do jogador, os pontos onde o personagem se transforma estão em locais pré-determinados, são fios mágicos que remodelam a aparência do personagem, onde você realmente dependerá de alguma transformação para prosseguir, neste ponto, Kirby continua tão versátil quanto nunca, a variedade é grande, tem tanque de guerra, broca escavadeira, um pinguin skatista, um OVNI, um trem, uma nave espacial, entre outras coisas, aliás, esta última, faz uma singela homenagem a antigos jogos de navinha, como Sonic Wings, clássico que joguei demais no SNES. A jogabilidade não se torna cansativa exatamente por essas transformações caírem meio que de surpresa em meio aos trajetos.

Os cenários são variáveis, mas não fogem muito da temática infantil, é quase sempre aquele conto de fadas, bolos gigantes, castelos coloridos demais e por ai vai, (tudo muito bem tricotado por… ninguém sabe), mas isso não quer dizer que não ajam cenários interessantes, como as da ilha de fogo ou a ilha espacial, que considero uma das mais bacanas. Não posso deixar de comentar as músicas, é uma grande sacada dos produtores, jogar um personagem totalmente infantil num ambiente maluco (mas ainda infantil), e logo depois inserir uma música ambiente que dá um contraste terrível como que você está vendo, um exemplo muito, mas muito bacana do que estou falando é a fase Lava Landing, que dá um tom épico a um game que não aparenta isso quando você o começa, uma fase super gostosa de se jogar com uma música que tive de ouvir de novo depois que terminei o game, acho que joguei a fase umas 3 ou 4 vexes de tão bem casado que ficou tanto  a música quanto a fase. Dei uma olhada no Youtube e encontrei até o soundtrack, a galera fã de Kirby, já jogou as músicas por lá e só por ela (Lava Landing) você não diz que é de um game com uma aparência tão infantil. Confiram vocês mesmos.

Durante as fases você usa do chicote diversas vezes para revelar itens escondidos entre os tecidos, são músicas, fotos colecionáveis dos personagens, entre outras coisas, de válido mesmo, só achei as músicas, tem até uma de Kirby Crystal Shards que foi refeita para o game, muito bom, o resto eu dispenso. Também é possível jogar com 2 jogadores na mesma fase, usando o príncipe Fluff, não testei esse parte do game porque sou muquirana pra caramba e não tenho 2 wiimotes ainda. XD Mas deve ficar tão bacana quanto New Super Mário Bros. Além de Kirby e o príncipe Fluff, o cavaleiro Meta e o rei Dededê também darão as caras, porém, diferente dos 2  protagonistas, infelizmente não são jogáveis, pelo menos até onde eu joguei, pois não fechei o game em 100%.

Ainda me rasgando em elogios ao game, a criatividade nos diferentes níveis é o diferencial deste game, para quem dá uma rápida olhada, não há nada demais, mas parando para jogar mais a fundo, você pode até se ver encalhado em determinado ponto dos cenários, pensando em como sair dali, é impossível não se impressionar com o quão criativos os produtores foram ao fazer quem joga parar para pensar um pouco e refletir: fazendo A terei B e o resultado será C, eu adorei esses momentos e prezo demais esse tipo de coisa num game, pois me lembra o tempo em que os games  plataforma eram absolutos, bate aquela saudade imensa de voltar a jogar os antigos Donkey Kong’s no SNES ou mesmo Super Mário (mas já os joguei demais, então já não é a mesma coisa), a Nintendo prova mais uma vez que esta era 3D, de gráficos exuberantes (praticamente um cinema em casa) não vai de modo algum tirar o brilho do bom e velho gênero plataforma, muito pelo contrário, ainda quero ver esses excelentes gráficos fazendo par com mais personagens da Nintendo. Kirby’s Epic Yarn é um lindo livro revivendo um gênero um pouco apagado nesta geração, mostrando que jogo colorido não é sinônimo de jogo fácil, e quem julgá-lo apenas pela capa vai se arrepender amargamente por deixar passar um excelente game.

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E fica mais uma vez nítido, que o maior tiro no pé que a Nintendo poderia ter dado nesta geração, foi não ter evoluído seu console no que diz respeito a gráfico, games de qualidade no Wii, somente os que são produzidos pela própria Nintendo, que já manchou um pouco sua imagem perante os fãs da empresa, enquanto desenvolvedores lucram em cima do console, fazendo jogos bem vagabundos e repetitivos todo ano para console (a Ubisoft que o diga).

Mas entrando dinheiro para ambos os lados, porque a Nintendo ligaria? Não é mesmo?

EDIT: Agradecimento ao Red, por me fazer lembrar deste detalhe, eu extranhei um pouco a facilidade dos cenários também, mas não muito, já que fiquei apreciando mais as fases, e realmente achei elas o ponto alto do jogo, mas chegou uma hora em que me enchi dos figurantes no meio da fase e resolvi cair num buraco várias vezes, porém não consegui morrer, ao invés disso, Kirby apenas perdeu os tesouros que coletou durante as fases, além de ser recolocado no lugar anterior, inicialmente pensei que seria algo similar a Sonic (morrendo só depois de perder todos os anéis, no caso seriam os tesouros achados nos cenários) a Nintendo pecou um pouco neste ponto, tornando o game mais fácil, mas me lembrei agora, que não tentei morrer durante os chefões, ou seja, fiquei na dúvida.

Alguém conseguiu morrer jogando? XD

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