The Walking Dead: É uma questão de tempo… para morrer ou sobreviver? [PdS] [1×06/Season Finale]

In a world ruled by the dead, we are forced to finally start living!

The Walking Dead: Episódio 6 da 1ª temporada foi exibido nos EUA dia 5 de Dezembro de 2010: TS-19

Enquanto isso no Brasil: O episódio 1×06 foi exibido no dia 7 de Dezembro às 22h no canal Fox! (exibição toda terça-feira, às 22h na Fox)

Aviso: Continue lendo apenas se você já assistiu o episódio 1×06 (“TS-19”) de The Walking Dead. Haverão spoilers!

Não conhece o Papo de Série? Basta clicar aqui e ficar por dentro do projeto. Depois do “continue”, a gente conversa mais sobre o fim da 1ª temporada de The Walking Dead.

Episódio 1×06: “Ts-19”

Os mortos estão vivos. E os vivos estão mortos? Alguns…

O último episódio da 1ª temporada de The Walking Dead passou, infelizmente. É difícil de aceitar que uma primeira temporada tão bem recebida tenha tido apenas 6 episódios, mas não há nada que possamos fazer a não ser esperar até Outubro de 2011, se não me engano a data de estreia da 2ª temporada!  E a ausência da série apresentou, mesmo antes do episódio 1×06 terminar, o seu doloroso início marcado pelos últimos segundos do episódio 1×06 acompanhados pela música de Bob Dylan (aliás, perfeita escolha).

Antes de qualquer comentário, desculpem a demora deste PdS, mas não tive tempo nos últimos dias para sentar, refletir melhor e escrever sobre esse Season Finale. Brevemente estarei bem mais disponível para postar. É incrível, mas essa temporada passou muito rápido! Apesar de 6 episódios já serem poucos, parece que foram ainda menos. É, acho que essa é a desvantagem das coisas boas – acabam antes que possamos perceber. Por outro lado, concordem ou não comigo, nem tudo foi bom – fora outros elementos, alguns detalhes devem ter incomodado principalmente quem já estava familiarizado com a HQ. Bem, mas essa é outra história, literalmente!

Todo presente tem um passado… o problema agora é o futuro!

Primeiro, vamos começar pelo Shane.  Os flashbacks para explicar melhor a identidade, a origem e a reação de cada sobrevivente de um acidente ou de uma catástrofe são muito utilizados, nenhuma inovação neste aspecto. Esta estratégia é muito utilizada por uma simples razão: normalmente funciona bem. E talvez estivesse faltando isso na adaptação televisiva, embora na HQ seja muito raro ocorrer flashbacks.

Sinceramente, gostei bastante de ver a reação de Shane à decadência da civilização e ao caos que houve antes do silêncio da  quase “extinção” humana. Até o momento, para quem não leu a HQ, Shane poderia ter enganado Lori, tendo abandonado Rick no hospital. Porém, isso seria um erro… para ele Rick estava realmente morto! E a forma como mostraram isso, esse Shane ainda não dominado por sentimentos de desespero, de solidão, de rejeição e de sobrevivência, foi excelente.

Quanto à CDC, não esperava algo muito diferente daquilo que aconteceu. Não digo o explosivo momento final, mas a recepção do Dr.Edwin Jenner. Lembro de ter comentado no último PdS sobre a hesitação do mesmo Dr. Jenner quando teve que escolher entre acolher o grupo de sobreviventes ou ignorá-los. Não entendi naquele momento a demora dele para abrir a porta, mas agora tudo faz sentido. Afinal, ele tinha planos que não sabia se devia partilhar com estranhos – seria homicídio se ele abrisse e depois executasse o plano sem antes informar a todos sobre a desinfecção? Acho que essa questão deve ter passado pela sua mente enquanto Rick implorava.

Celebração pela Vida e Encorajamento para a Morte

Aquela reunião de celebração no interior da Central for Disease Control é que foi muito calma, diria até curtamente monótona, pelo menos no começo. Logo depois, o efeito do álcool nos trouxe cenas mais interessantes como o ataque de Shane ao ver Lori sozinha. Houve um momento que pensei que Shane fosse estuprar Lori, cena tensa mas não única. Para aqueles que já leram a HQ (SEGUE-SE SPOILER) cheguei a ver Carl matando Shane para defender Lori mas afinal não foi desta vez – não me entendam mal, não é que eu odeie o Shane, é só que esse momento na HQ foi tão perfeito que estou ansioso para o ver na adaptação.

Outra estratégia genial foi resumirem os estados de espírito das personagens enquanto tomavam um banho quente como já não tomavam há muito tempo. Cada um teve as particularidades e uma extrema semelhança com uma certa parte da HQ, mas vamos evitar spoilers pois ainda encorajo a leitura da história original para além da série. Parecia que a CDC seria uma nova casa, o novo abrigo. E quando tudo parece calmo, na HQ significa que algo inesperado e  radical está prestes a acontecer. Neste aspecto, tal HQ, tal série. Conseguiram captar esse espírito caracterizador de The Walking Dead e, claro, fiquei satisfeito.

Hora da Desinfecção!

Primeiro momento tenso: Zona 5 começou a priorizar gastos energéticos. Segundo momento tenso: todos ficaram presos com o computador, um ser humano sem coração e cheio de razão, quer dizer, puramente racional. Terceiro momento: anúncio da desinfecção, isto é, explosão que mataria todos em menos de um segundo. Para mim, todos presos prontos para morrer foi genial.

Certamente, o aviso do Dr. Jenner aquando da recepção não pareceu ser tão sério: “Depois que passarem por aquela porta, não há volta, não saem mais”.  Felizmente, houve saída, de fato não foi pela porta, nisso Edwin Jenner estava certo, foi melhor que isso. A tal granada que Rick pegou nos primeiros episódios, já esquecida, voltou a aparecer e foi quase uma personagem – muita importância para uma granada? Acho que não. Se ninguém conseguisse escapar, a série teria terminado de forma ridícula.

Voltando um pouco atrás, aproveitaram a situação dramática para solidificar ainda mais a relação entre Dale e Andrea. E melhor ainda foi a confissão do Dr. Jenner sobre a sua esposa – aquilo foi mesmo dramático! Acho que tudo isso foi extremamente positivo e confesso que gostaria que a HQ tivesse tido esses momentos criados para a série. Mas a HQ é a HQ e a série é a série. À princípio, a história voltará ao roteiro da HQ na próxima temporada. Não culpo ninguém por terem saído e feito esse aparte – afinal ele foi excelente!

Só tem uma coisa que me incomodou. Segundo Edwin Jenner, havia portas de segurança reforçadas e trancadas que não permitiriam ninguém chegar na parte superior da CDC (ao menos foi o que entendi). Entretanto, na fuga todos conseguiram chegar ao nível do superfície sem dificuldades, tendo sido a porta de saída, rodeada por vidro, o único obstáculo. Quando notei isso, pensei “Tem alguma coisa errada aqui” e ainda acho que houve uma falha nesta parte.

Enfim, comentando o próximo tópico, satisfatoriamente deixaram uma questão em aberto para aumentar o mistério com as últimas palavras sussuradas por Dr. Jenner antes de Rick fugir. O que ele disse a Rick? Primeiro pensei que ele tivesse dito algo sobre o início da confusão dos zumbis (conhecimento que ele queria deixar de herança), mas depois formulei outra hipótese. Considerando que ele recolheu amostras de sangue de todos, não seria mais provável que ele tenha dito ao Rick [SPOILER] que Lori já estava grávida? Provavelmente sim. E quem será o pai? Isso já sabemos… [SPOILER]

Tornarem os franceses os únicos capazes de ter descoberto uma cura parece ter sido o mesmo que criar uma impossibilidade. Não vejo como Rick e os outros poderiam ir até a França. Navio? Avião? À nado? Por outro lado, se eles não podem ir até os franceses, os franceses talvez possam ir até eles… ou talvez o Rick e os outros não tenham que descobrir nada mesmo… Não por enquanto.

The Walking Dead: Série televisiva vs. HQ

Ainda antes da série estrear, já estava certo de que as comparações entre a adaptação e a história original da HQ seriam inevitáveis e que haveria dois públicos: um a espera de ver a HQ representada 100% e outro a espera apenas de uma série de zumbis. E foi o que aconteceu. Eu próprio comentei inúmeras vezes sobre o contraste entre as duas produções. A primeira temporada terminou e não parece mais que essa comparação seja desnecesária.

Para ser sincero, penso que a série televisiva é uma produção distinta de uma HQ por diversos motivos. Há momentos e cenas que ficam tão bem na HQ que queremos ver na televisão, mas isso pode ser uma escolha precipitada. Se pensarmos bem, cada meio de representação da história apresenta vantagens e desvantagens próprias. Na televisão podemos dar maior destaque ao movimento e aos sons e beneficiar disso. E, por isso, alterações na adaptação deveriam ser bem recebidas – claro, há alterações que podem não funcionar muito bem. Após os seis episódios aprendi a aceitar melhor as ideias alternativas da série televisiva – fiquei convencido que podemos ter uma excelente série e uma excelente HQ ao mesmo tempo de uma mesma história. Por outro lado, se uma for diferente da outra, teremos duas versões diferentes interligadas pelo núcleo de The Walking Dead. Mas a história original é indiscutivelmente a história da HQ.

Este episódio, em poucas palavras…

Enfim, resumindo tudo que foi escrito, “TS-19” elevou a qualidade da adaptação televisiva de The Walking Dead. A passagem da CDC como abrigo para a CDC como túmulo foi algo melhor do que esperava. Foi genial terem debatido sobre a diferença entre morrer rapidamente ou continuar vivo mas sofrendo num mundo hostil. [COMEÇA SPOILER DA HQ] Queria que Carl tivesse sido mais corajoso e ousado como na HQ, mas cada coisa no seu tempo. Acho que os produtores farão isso mais cedo ou mais tarde, assim como a morte de Shane – aliás, esse é o derradeiro fim para todos, não é? [TERMINA SPOILER DA HQ].

Resta aguardarmos por Domingo… quer dizer, por Outubro de 2011, para vermos o que mais The Walking Dead nos reserva. Estou curioso para saber o que o Dr. Jenner disse realmente antes da fuga de Rick!

Ainda prefiro a entrada do Daniel Kanemoto…



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