Torchlight: um hack'n slash mais do mesmo; ou não? [Games] [Impressões]

Esse impressões tá um bocado atrasado, porque faz um tempão que eu não pego no Torchlight, desestimulei um pouco com ele (vocês vão saber o porquê depois) e aí tava sem vontade de fazer um post sobre ele. Tinha até esquecido o game, aí o TMT surgiu com o assunto lá no fórum e eis que fiquei com vontade de escrever esse post.

O jogo é bom, não me entendam errado, mas realmente não me agradou em algumas coisas, mas para quem é fã do melhor estilo hack n slash, Torchlight é um prato cheio e lembra bastante os grandes clássicos do gênero, tirando os pormenores, mas… Confira mais depois do Continue Lendo.

O plot de Torchlight é bastante simples e ao mesmo tempo interessante. Existe um mineral de nome Ember que é responsável por encantar pessoas com poder mágico. Torchlight nada mais é do que uma cidade construída em cima de um rico depósito do minério. Enquanto o personagem adentra os variados níveis da caverna, ele descobre que o minério também tem a propriedade de corromper as pessoas.

Até aí tudo bem, o personagem tem uma “Main Mission” e o jogo flui normalmente. O problema começa quando você percebe que as side-quests não tem o menor sentido e são extremamente repetitivas e cansativas. Tal npc manda você ir para tal andar da caverna e matar o tal monstro. É só isso, seu personagem volta, ganha a recompensa, e imediatamente o mesmo npc manda a MESMA QUEST só que com um monstro diferente e andar diferentes. E esse npc segue com esse loop chato pelo resto do jogo. Vai pra caverna, mata monstro, volta pra falar, vai pra caverna, mata monstro e volta pra falar. Parece até MMORPG.

Tá achando pouco? Tem um outro NPC que não estando contente com o fato de você ter o trabalho para se deslocar até a caverna mais próxima, abre um portal para “cavernas alternativas” (sem se tratar da principal) e diz que você precisa pegar o item mais valioso da caverna e voltar para ele. E aí começa o loop de quests novamente, mais portais e itens. E pra completar ainda tem outro NPC com esse mesmo sisteminha chato que pede para que você pegue tal Ember em determinado local da caverna principal, esse pelo menos coloca uma historinha por trás de o porquê ele querer o Ember e tal. O resto… pff.

Alguns vão dizer: “Mas poxa é um hack n slash, não precisa de história, não precisa de enredo!” Claro que precisa! Só não precisa de um enredo extremamente bem escrito por um Tolkien dos games. Poxa, o que que tinha pelo menos mascarar as quests com algo menos mecânico? A impressão que se tem ao jogar é ficar executando as tarefas repetitivas e incessantes de um mmorpg.

Outro ponto fraco que encontrei ao jogar, foi a dificuldade! Muito fácil! Joguei ele no modo normal, em pouco tempo já tinha um estoque imenso de poções. Recomecei no Hard, e demorou mais um pouquinho e já tava com outro estoque de poções, mesmo as criaturas hitando muito (quando chegavam perto, porque eu estava jogando com a heroína “Ranged”). Como estava na metade do jogo, não me deu ânimo para recomeçar novamente num modo de jogo mais difícil…

Calma, que nem tudo são críticas em relação à Torchlight. Embora falhe severamente nos quesitos citados anteriormente, o game ainda é jogável. Seus gráficos isométricos não me incomodaram e achei eles bem adequados para o tipo de jogo que é. As classes são variáveis do trio costumeiro de jogos do gênero, Guerreiro, Ladino e Mago, respectivamente Destroyer, Vanquisher e Alchemist. Cada um com suas pecularidades e jeito de jogar. Escolhi de cara a Vanquisher que é uma classe que foca em combate à longa distância e luta com duas armas.

As árvores de skills também são bem variadas, com técnicas para cada um dos tipos de especialização. No caso da Vanquisher ela tem as skills características de alcance, as de rogue e outro tipo que eu não me recordo no momento. As skills podiam ter seu nível interno aumentado até 10, fazendo assim com que elas ficassem mais potentes. Um exemplo é o “dardo ricocheteador” que a Vanquisher consegue soltar. No início da curva de evolução dessa skill, ela causa pouquissimo dano apesar de pegar em vários oponentes e ricochetear. Com o avanço de nível da habilidade, ela passa a causar mais dano, mais até que o próprio ataque normal, se tornando uma das melhores armas de uma Vanquisher.

O pet é um dos pontos fortes de Torchlight, não só pela companhia ao personagem enquanto ele vai desbravando as cavernas, mas pela função de poder voltar para a cidade com seus itens. Ótimo para aqueles que são compulsivos em pegar cada item que dropa de cada monstro, e não quer ficar voltando para a cidade toda hora com o Scroll of Town Portal, o ponto negativo disso é que você acaba fazendo um estoque enorme desses scrolls, mas isso é o de menos. O pet também pode lutar, no inicio ele pode servir como um bom blocker de dano, ele pode até mesmo se transformar em criaturas (!!!) comendo peixes que você vai pescando durante a caverna (!!![2]).

Os efeitos gráficos também são bons e agradáveis, os ícones dos itens são um pouco pequenos demais, entretanto isso não atrapalha muito. O som também é bem adequado ao ambiente e as músicas encaixam com o jogo. A música tocada com instrumentos de corda em Torchlight é muito bela e vale a pena ser mencionada aqui.

Torchlight não tem acesso à multiplayer, não chega a ser um ponto negativo, é apenas uma pena, pois o game tem todo o arquétipo de um mmorpg. Acredito que Torchlight tinha o objetivo de ser mais simples para ver se conseguia espaço, tanto é que o segundo jogo já vai vir com suporte à multiplayer.

Resumindo, Torchlight é um jogo bom, apenas isso, é mais do mesmo hack n slash sim, porém com seu diferencial e suas próprias falhas. Posso estar sendo muito exigente? Talvez não! Alguém pode dizer que para um jogo desse gênero basta se preocupar em matar os monstros, pegar o seu loot, “upar” o herói e só. Mas esse alguém não sou eu! Num mercado de games tão competitivos, jogos desse gênero precisam de um diferencial senão acabam por ser saturados por jogos de maior nome, como Dungeon Siege.

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