Diário de Desenvolvimento – Parte 1

A conclusão de que o que existe já não satisfaz mais…

Quando o Portallos surgiu, em 21 de fevereiro de 2008, o cenário na internet brasileira era completamente diferente deste que vivenciamos. Quando criei este projeto, de um blog mesclando videogames e cultura nerd, não existiam muitas opções nacionais com a mesma vibe. Existiam, sim, blogs nacionais de games e sites nacionais de cultura nerd, mas poucos misturavam ambos os assuntos. Me lembro da força que Continue, GoLuck e Hadouken possuiam na época. Também me lembro que raramente sites famosos, como Omelete, falavam algo de videogames. Vi uma oportunidade de fazer algo legal e diferente, mesclando universos que coexistem na mente de muitos brasileiros.

Mas o tempo passou. Muitos blogs foram criados na mesma época, antes ou depois do Portallos, seguindo essa ideia de misturar as coisas. Alguns cresceram bem mais do que a gente. Outros morreram com o tempo. Porém, a blogosfera nacional cresceu de 2008 para cá. Muitos novos blogs/sites surgiram. Os videogames passaram a ser assunto de portais que nunca ligavam para os mesmos. Versões internacionais de peso de blogs de videogames ganharam suas versões nacionais (em 2008 era inimaginável uma versão BR da Kotaku, por exemplo). Com isso, o Portallos perdeu parte daquele diferencial ao longo dos anos.

Também não significa que ficamos parados no tempo. Fizemos várias tentativas ao longo dos anos para não deixar o blog cair no esquecimento. Criamos colunas, projetos, mudamos funções, criamos novos recursos dentro do layout. Tudo isso deu certo por um tempo, porém o acúmulo de tarefas, idéias e padronizações deixou as coisas ainda mais complicadas.

O tempo também passou a ser algo mais importante para a equipe. Crescemos e com isso nosso tempo livre diminuiu. Mesmo agregando novos colaboradores, o tempo ainda estava agressivamente contra nós. Postagens que no Ano 1 do blog não levavam 10 minutos, depois de tantas reformulações e padronizações, tudo com o objetivo de deixar o blog impecável na parte estética, agora levavam 40 minutos. De 20 postagens diárias (sim, chegamos a isso), sofríamos para colocar 8 postagens num único dia. O processo havia ficado burocrático para uma equipe que precisava que as coisas ficassem mais simples e rápidas. Por um tempo, cabeçalhos e padronizações em colunas como Papo de Série e Conversa de Mangá quebraram o galho, mas o acúmulo de tarefas nas outras áreas voltou a atrapalhar o simples prazer de sentar em frente ao PC e escrever um pensamento de 5 minutos.

Chegamos num ponto em que o diferencial já não era tão diferente do que existe por aí, e o blog, com uma carga emocional de 3 anos, já havia tornado o processo de blogar burocrático, complicado e desestimulante. Não dava mais para continuar assim. Em determinada parte do processo evolutivo, eu perdi aquele pedaço onde dizia que blogar deveria ser algo descompromissado, divertido e acima de tudo, prazeroso.

Entretanto, há males que vem para o bem. Como as coisas estão diferentes, significa que o Portallos pode recomeçar. Voltar a pensar em ser diferente. Seguir um caminho experimental, assim como éramos em 2008. Sem medo de errar. Pensando assim, toda a equipe chegou à conclusão de que o blog merecia um reboot. Recomeçar do zero mesmo, tanto em visual quanto na filosofia de postagens. Esquecer completamente o formato do Portallos original. Chegamos a uma nova fórmula, devidamente projetada para resolver todos os problemas e dificuldades que o Portallos possuía. Mas não dava para remendar isso num blog de 3 anos de existência. Foi preciso recomeçar, zerar tudo e partir do nada.

Devo dizer que pensar assim é revigorante. Deixar as marcas do passado… no passado.

Continua na parte 2!

 

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