Os Vingadores – Eu fui!

Nós temos os Vingadores!!!

E houve um dia como nenhum outro, em que os maiores heróis do mundo se viram unidos contra uma ameaça comum. Naquele dia, os Vingadores nasceram… para combater os inimigos que nenhum super-herói poderia enfrentar sozinho!

Depois de passar mais de 15 horas assistindo os 5 filmes do Marvel Studios (claro que não contando os inúmeros repetecos), pude ver hoje um sonho de criança se realizando, uma expectativa que começou 4 anos atrás, no fim dos créditos do primeiro Homem de Ferro e terminou muito melhor do que eu esperava. Um filme de super-heróis realmente SUPER. Talvez insuperável. O ápice de um ousado projeto nunca antes feito na indústria do cinema, reunindo personagens de filmes anteriores para criar um universo coeso, o Universo Cinemático Marvel, a Terra – 199999.

E sim, esse texto contém um alto teor de fanboyzice. Simplesmente não dá para não ser assim. O filme do Vingadores pra mim (e não só pra mim, é óbvio) não é apenas mais um filme, é a materialização de muitos desejos e sonhos que passaram pela minha cabeça em todos esses anos anos acompanhando as aventuras desses heróis. E também, porque não, um filme que vinga todos aqueles outros filmes meia-boca que cresci vendo. E pensar que até algum tempo atrás diziam que esse filme nunca poderia ser feito…

Dito isso, eu posso afirmar com todas as letras devidas que é o melhor filme de super-heróis já feito. E o crédito maior sem dúvida vai para o diretor Joss Whedon. Eu não sou lá muito fã dele, seus trabalhos mais antigos em seriados como Buffy, Angel e Firefly nunca me chamaram muito a atenção. Por outro lado, quando ele assumiu os roteiros da revista Supereendentes X-Men, eu realmente fui surpreendido.

Em Surpreendentes X-Men, Whedon mostrou uma visão sensacional dos X-Men, ao ler as revistas eu tinha aquelea sensação parecida de quando eu lia as histórias de Byrne & Claremont quando eles estavam no auge. Whedon mostrou que realmente, trabalhar com grupos de personagens era com ele mesmo. Era esse aspecto que mais me fez sorrir quando ele foi confirmado para comandar a estréia dos Vingadores no cinema.

Mostrar um grupo de heróis agindo juntos é algo extremamente difícil, e dar a cada integrante um espaço adequado é uma tarefa quase impossível. Filmes como Liga Extraordinária, Watchmen e X-Men não conseguiram mostrar um grupo convincente. Mas graças a Whedon esse tabu foi quebrado e aquele temor inicial de que seria apenas um Homem de Ferro & Seus Amigos foi deliciosamente colocado de lado.

A trama do filme é até bastante simples, e para ser sincero, esse é um dos pontos positivos. Então, é simplesmente sobre “um grupo de pessoas que se reúne para impedir que seu território seja ocupado por estrangeiros”. Já vimos isso em diversos filmes, dos mais diversos gêneros, mas poucas vezes essa história foi bem contada, graças às diversas camadas que os personagens carregam por serem super-heróis.

Tendo essa base, Joss Whedon consegue fazer um filme baseado em histórias em quadrinhos se comportar como uma história em quadrinhos, incorporando muitos elementos dessa arte, em especial elementos bem característicos da Marvel. Os nossos heróis são pessoas com vida própria, que reagem de maneira distinta frente aos desafios, e não raro isso os coloca em posição de confronto, ao mesmo tempo que os impulsiona a agirem juntos.

Capa da primeira HQ dos Vingadores

É a vida como ela é, é o estilo Marvel, que aproxima suas histórias do público, dando elementos com os quais ele possa se identificar, e isso gera empatia e faz com que as pessoas realmente se importem com os personagens. Por isso em Vingadores, Joss Whedon faz questão de dar a cada pessoa seu próprio destaque, de acordo com seu próprio contexto. As pessoas brincavam e diziam “como a Viúva vai enfrentar alienígenas com uma pistolinha?”, mas Whedon sabe que ela não é só uma pessoa com uma pistolinha. Idem ao Gavião Arqueiro. Idem a todos os personagens.

Então, temos aqui uma dose cavalar de ação, mais que todos os outros filmes da Marvel somados juntos. E é uma ação honesta, sem abusar de pirotecnias apelativas como câmera lenta e coisas do tipo. Mas tem uma cena em plano-sequência que tem muito, muito estilo. Um tapa na cara de diretores como Michael Bay, que mais esconde do que mostra. Em Vingadores a ação é intensa, mas é facilmente percebida pelo expectador.

Tudo muito bem conduzido pelos atores, à vontade em seus papéis, mesmo Mark Ruffalo, que nos mostra um Banner que realmente nos convence. É nítido seu desconforto, é uma bomba-relógio em forma de gente. Temos também um Thor mais seguro de si. Um Capitão América ainda deslocado nos tempos atuais mas com toda a sua atitude intacta. Uma Viúva-Negra mortal tanto na ação quanto nas palavras. Um Stark mostrando sua força de vontade férrea em estar acima de tudo mesmo não estando mais sozinho. E o Gavião salta de uma aparição discreta para nos mostrar um homem de muita hombridade e que não foge à luta, nenhuma luta. E que Loki mais detestável meus amigos, um vilão que vale a pena odiar e ter pena ao mesmo tempo! Brilhante!

E o nosso querido agente Phil Coulson? Ah, ele é nós, se é que posso resumir assim tão simplesmente.

Mas, o filme tem suas falhas? Tem sim, mais de uma, só que nenhuma carrega demérito que faça frente a tanta coisa boa. Mas definitivamente, senti falta de uma trilha mais acentuada. Mas dizem que trilha boa é aquela que você nem percebe… Foram duas horas e meia que fiquei ali, totalmente imerso em uma HQ fielmente transmutada para o cinema em sua forma mais sincera. Nos últimos dias eu li vários reviews sobre o filme, ouvi a opinião de muita gente que viu o filme nas exibições fechadas, e por mais que eu tivesse altas expectativas pelo filme, ainda era estranho perceber que todo mundo gostou dele.

No Brasil, Vingadores é o maior lançamento já feito pela Disney, com mais de mil salas exibindo o longa, que já bateu recordes nos países em que já foi lançado, como Austrália, Itália, Taiwan e Nova Zelândia. Acredito que aqui não vá ser diferente, a julgar pela reação das pessoas que pude perceber acompanhando os depoimentos delas nas redes sociais e nas ruas.

Ação eletrizante enriquecida por efeitos especias de primeira linha, momentos divertidos, respeito ao material de origem (praticamente uma homenagem ao estilo Lee & Kirby de contar histórias), Vingadores cumpre com todo o hype gerado e acaba por entregar até mais do que era esperado, quebrando toda a desconfiança que rondava a mente dos Marvetes mais exigentes e fazendo DCnetes ferrenhos morderem a língua e chorarem na cama em posição fetal. E também é ótimo para converter aquela pessoa que não é muito conhecedora de HQ’s. E o final, minha gente… bom, a gente conversa mais pelos comentários!

Sair da versão mobile