Um pouco de Sonic CD!

Ainda mexendo nesse baú de velharias, e que bom que ainda estou só no começo!

Rá! Minha jornada pelo passado do Sonic continua. Eu sei que eu comecei tudo errado, era para eu iniciar desde o primeiro e ir pegando o embalo das sequências, mas acabei começando a matar a minha curiosidade com jogos antigos pelo primeiro Sonic & Knuckles e bem… nem consegui mais parar depois (porque será né?).

Não demorei muito e fui terminar o primeiro Sonic The Hedgehog depois disso, mas quando eu já estava me aventurando pela Chemical Plant do Sonic 2 me vem a Sega e relança Sonic CD na PSN. E aí meus amigos… NO CHANCE, lá fui eu me desviar do bom caminho novamente. E que joguinho foda hein, a abertura já é um show só, nunca gostei daqueles desenhos do Sonic que geralmente passavam no SBT. O mais atual que foi o Sonic X era legal, mas meio sem sal na minha opinião.

Animação japonesa com esse tom de algo mais clássico (mais tradicional, acho que é a palavra) parece ter um charme a mais sempre, eu me impressiono comigo mesmo quando eu lembro de quantas vezes eu já me empolguei muito mais dando chance à animes dos 80 e 90 do que os de hoje em dia.

Gameplay então… sem comentários, as fases são extremamente bem trabalhadas na minha humilde opinião e elas se tornam o destaque, aquilo que coloca o Sonic nas mais diversas situações sem precisar fazer grandes mudanças nas mecânicas do personagem. Como te deixar perdido numa sequência de loopins que a princípio não dão em lugar algum ou uma fase onde o chão parece uma mais mola  gigante que te força a passar a fase toda pulando as plataformas voadoras para não perder o controle como uma bolinha de pinball.

Eu só posso dizer que é triste demais começar esse jogo, terminar rapidinho e ficar com aquele gostinho de quero mais. Esse lance de voltar no passado ou ir direto para o futuro de cada zona também é genial porque não só te dá a sensação gostosa de que a fase se transformou em outra, como também mostra o trabalho foda que a Sega fez modificando as músicas tema criando 3 versões delas para cada estágio.

Só por esses dois detalhes Sonic CD já foi jogado umas 5 ou 6 vezes e eu ainda estou achando que não vi o bastante. Afinal ainda tem todas as esmeraldas do chaos para pegar, geradores escondidos no passado para destruir, o futuro para ser salvo e os extras para desbloquear. Ah… e some aí também o fato de que me esqueci completamente que o Sonic tem duas opções de dash e pronto, você tem um jogo maior do que pensa pra fechar 100% com excelentes motivos para jogar tudo de novo de um jeito diferente.

E que trilha bacanuda, não faço idéia de como essa opção por músicas mais moderninhas começou porque eu passei toda era Mega Drive em branco. Acabei pulando do Sonic lá do Master System direto para o do Dreamcast em Sonic Adventure. Logo, não consegui aproveitar as transformações do ouriço azul na sua devida época e nem acompanhar essa evolução musical que a franquia sofreu, tanto é que a primeira vez que ouvi City Escape uma estranheza desgraçada me invadiu completamente. Provavelmente porque as canções 8 bits ainda estavam muito presentes na minha cabeça na época.

Mas eu tenho a leve impressão de que tudo começou nesse jogo, o próprio nome já denuncia, é um Sonic em CD, logo, a qualidade no audio trazia novas possibilidades para a época. E é engraçado não só notar como cada música tem uma pegada mais parecida com eletrônica, às vezes flertando com um bom piano e na maioria das ocasiões pulsando alegria sem esquecer daquele velho sentimento de “tudo novo de novo” que sempre tem nas fases iniciais mais clássicas de um Sonic, como também fica nítido desde o início o quanto cada música ali ainda pode ser considerada atual nos dias de hoje.

Nem a trilha americana (você tem a opção de mudar no menu do jogo) chega aos pés dela, na verdade ela é um grande desserviço, totalmente incompatível com o resto do jogo. Só de ouvir a Palm Tree Panic da versão americana já dá vontade de voltar correndo para a trilha japonesa de tão boring que a coisa toda é. Não consigo nem imaginar a corrida contra o Metal Sonic na Stardust Speedway por exemplo com outra musica se não essa aí embaixo. Só fiquei curioso mesmo é com a música tema do Eggman (ainda Robotinik naquela época, eu acho…) porque a própria música japonesa já é bem americanizada e tal.

E as fases bônus então? Que coisa gostosa de se jogar, quem precisa daquela velocidade toda quando colocar obstáculos e detalhes modificando sutilmente a jogabilidade no trajeto é muito melhor? Eu só não me diverti mais nelas porque eu sou um completo mané que não consegue manter um punhado de 50 anéis por muito tempo no bolso.

Sinceramente? Acho que as mentes por trás da Sonic Team continuam desmemoriadas ou foi a saída do próprio Yuji Naka que acabou com tudo o que o personagem era no passado, sem chances para uma completa volta às origens. Porque não tem como jogar esses clássicos e terminar com a sensação de quero mais que você não encontra nos jogos atuais.

Não digo que o Sonic moderninho, de olhinhos azuis e tal deva ser chutado pra longe, na verdade eu também gosto dele. Mas o Sonic lá de trás é muito mais carismático e não adianta a Sega colocar ele exatamente como a gente se lembra na aparência se no final das contas adições totalmente dispensáveis como o Homing Attack continuam aos montes no jogo. Talvez se houvesse uma divisão, sei lá, separando lançamentos com o velho estilo e o novo quem sabe não ficaria mais agradável, uma vez que nem a própria Sega parece saber o que fazer exatamente com o personagem.

Me pergunto se o velho Yuji Naka ainda fizesse parte da empresa como o Sonic seria hoje? É triste essas separações de criador e criatura, afinal o que é criado na empresa acaba ficando nela. Vide a triste história atual do Megaman que até agora não ganhou um único jogo memorável para essa geração. Uma pena realmente.

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