Algumas palavras sobre Watch Dogs e o recém anunciado DLC Bad Blood

Watch-Dogs-tbone-bad-blood

Essa semana a Ubisoft revelou a expansão via DLC de Watch Dogs, a ser lançado dia 30 de setembro (e uma semana antes para quem comprou o Season Pass) chamada Bad Blood, que trará uma mini campanha com o personagem T-Bone composta por 10 missões em novos lugares da cidade do game, além de alguns outros features como um novo tipo de sistema de missões chamado Street Sweep, que também poderá ser jogado em modo cooperativo. O trailer de Bad Blood está no final desta postagem. Tudo muito legal e interessante? Provavelmente, mas isso se você curtiu Watch Dogs e esse é o ponto na qual gostaria de tecer alguns comentários.

Adquiri a versão para Xbox One, salvo engano, lá para o final do mês de julho e desde então vejo esperando uma oportunidade para escrever algumas coisas sobre o game aqui no blog. Até pensei em escrever um Primeira Hora, mesmo tendo jogado bem mais do que uma hora de game, mas cheguei a conclusão de que fazer uma matéria negativando demais certos aspectos de um game tendo apenas iniciado o mesmo, talvez não seja uma boa ideia ao formato dessa coluninha do blog.

O fato é que Watch Dogs recebeu severas críticas negativas desde o seu lançamento em maio desse ano. Principalmente porque graficamente ele não foi aquilo que todo mundo esperava do game na nova geração de consoles, Xbox One e PlayStation 4, em relação aquilo na qual a Ubisoft havia apresentado aos jogadores quando o game foi revelado lá numa distante E3 alguns anos atrás. Mas antes fosse apenas a questão visual, só que não é só isso. Watch Dogs também lembra muito o caso do primeiro Assassin’s Creed, ou seja, um game com uma boa ideia mas mecanicamente um pouco quebrado, onde é perceptível que ainda busca uma identidade e que precisa acertar as arestas para ficar realmente bom. E nesse ponto, acredito que todos que jogaram Watch Dogs e não curtiram muito, esperam por um Watch Dogs 2 tão refinado e aperfeiçoado quanto Assassin’s Creed II conseguiu ser quando foi lançado. Por que no fim, há um potencial, só que ele apenas não foi atingido nesse primeiro game.

Admito que sou mais um do time que não curtiu o game quanto gostaria de ter curtido. E não acho que seja apenas um problema de hype criado pré lançamento do game. A curva de aprendizado do jogo não é difícil, porém é confusa. O jogo já te joga num mundo aberto com tanta coisa para ser feito, que muitas vezes você sente que falta um direcionamento do que seria bom fazer primeiramente. Não é a mesma coisa que Assassin’s Creed possui quando faz a mesma coisa, pois essa é uma franquia anual na qual estamos habituados a tudo que ela nos apresenta desde o início e ainda assim muitas vezes isso é feito num ritmo correto.

O protagonista de Watch Dogs, Aiden Pearce também com uma certa falta de carisma do jogador, e isso não ajuda muito na hora de pesar se o game tem ou não uma boa história. Há algumas incoerências no começo em relação ao contraste de Aiden ser um vilão, ou ser um injustiçado ou ser simplesmente um completo mané. Isso torna difícil se envolver em sua história e comprar sua missão, e isso tira parte do que deveria incentivar o jogador a jogar a história principal ao invés de simplesmente ficar zanzando pela cidade do game.

Fora isso há outros aspectos que inicialmente não me agradaram para um começo de game, como por exemplo o nível babaca das perseguições policiais. O jogo me convidou para um contrato paralelo a campanha onde deveria levar um carro de um ponto A ao ponto B, alias nada a ver colocar um hacker para tal tarefa “GTAniana” mas tudo bem, e essa missão me custou quase uma hora de frustração para conseguir vencer a polícia do game, que lhe persegue de forma agressiva, e mesmo despistando-a, o jogo abre um sistema de rastreio que manda helicópteros lhe perseguir e se eles te acham, um abraço, pois nessa segunda tentativa de fuga é praticamente impossível de escapar. Claro que vi no menu de habilidades que é skills a ser adquiridas que podem amenizar essas perseguições ferozes, mas pra que o game me enviar um contrato de missão nesse nível justamente quando ainda estou no nível básico de aprendizado do game? Aí não. Venci a missão após uma hora, porque sou retardado e não consigo dropar uma missão pela metade, e meio que acabei vencendo na pura sorte.

Além disso o game sofre um pouco na parte da ação. Ser furtivo é muito legal, mas até chegar ao ponto em que deveria ter um pouco mais de ação, porém usando os hacks em câmeras você pouco pode fazer com isso. Geralmente tem um caminho linear a seguir nesses trajetos e não dá para inventar muito. Isso tira um pouco a emoção da proposta do game, tornando apenas um puzzle que rapidamente se torna monótono. E chegar numa área mandando bala e partindo para ação, apesar de ser possível, meio que tira a graça da proposta geral do game em si. Pra mim é exatamente nestes pontos que Watch Dogs ainda precisa trabalhar para criar sua própria identidade.

No fim, Watch Dogs não é um game ruim, mas também não é um bom início. Precisa voltar a prancheta de planejamento se conseguir uma futura sequência, e acertar mecanicamente seu sistema, criar um protagonista mais interessante, e melhorar sistematicamente a forma como o game trabalha com o gênero sandbox. Vale pegar numa promoção (como eu fiz), mas certamente teria ficado muito fulo caso fosse um dos que adquiriram o game no lançamento pelo preço cheio. E isso impacta a minha decisão pelo DLC. Gostaria de testar Bad Blood, que tem um outro protagonista, para ver se funciona melhor a história do personagem e se isso dá um pique na jogabilidade, porém devo esperar uma promoção no DLC.

É isso!

Sair da versão mobile