Far Cry Primal | Primeira Hora de um mundo 10.000 AC!

Este não é o review derradeiro de Far Cry Primal, ainda precisarei de mais alguns dias para ir fundo no game para aí sim poder criar algumas impressões definitivas sobre o game, especialmente agora que finalmente estou meio livre para andar pelo grande mundo de 10.000 AC.

Porém senti a necessidade de escrever um pouco sobre essa experiência que Far Cry Primal traz em sua primeira (e segunda) hora de jogo. Afinal nem todo game tem uma apresentação inicial que vale a pena escrever à parte do review, mas Far Cry Primal mereceu!

A imersão inicial, de levar o jogador ao mundo da pré-história é realmente impressionante. O calendário inicial do game que mostra 2016 em uma tela preta, apenas com sons da sociedade moderna e que de repente este contador começa a ir para trás, enquanto todos os sons vão retrocedendo ao tempo também, é um recurso de imersão muito interessante. E pronto, você está em 10.000 AC! Como uma hipnose bem sucedida.

Uma das primeiras coisas que me deixou sem fôlego com o game foram os gráficos. Especialmente dos personagens que interagem com o jogador. Dalso é o irmão de Takkar, o protagonista da história e seu personagem no game, e a aparição do Dalso assim que o jogo começa é fantástica. A imagem que abre a postagem é a primeira cena desse segmento.

Alias toda vez que um personagem do game chega perto da tela da televisão, como se estivesse olhando nos seus olhos é impressionante, e até meio assustador. O realismo das expressões, o jeito que se mexem, e a forma como a câmera se movimenta nestas cenas é de perturbar um pouco o jogador.

Esse tipo de interação cara a cara, meio como se quase quebrasse a quarta parede é algo que vem desde Far Cry 3, eu sei, mas talvez aqui, pelo mundo, pela proposta de Primal, isso me impactou bem mais desta vez. Talvez ajude um pouco os personagens falarem uma língua primitiva, que nos transporta para esse passado realmente distante.

E convenhamos que o mundo pré-histórico é muito mais interessante que uma ilha qualquer dominada por mercenários, ditadores ou solados armados. Quando o game é assim, com armas de fogo, você sabe que para o bem ou para o mal, você vai pegar uma metralhadora ou uma arma de alto calibre e cada batalha vai ser bem parecida uma com a outra, em meio a tantos outros games de shooters que todo mundo vem jogando há anos.

Far Cry Primal leva o desafio para um aspecto diferente, deixando claro que, ao menos nessa primeira hora inicial, atirar nem sempre é a melhor ideia em um combate. O arco e flecha é bom para caça, mas com todos os neandertais que encontrei a melhor solução de combate foi o confronto de tacape. Pode ir pra cima sem medo!

Mas voltando para a primeira hora do game, a campanha começa então tirando o fôlego do jogador, ao te colocar no meio de uma caçada em meio a uma manada de mamutes, para logo em seguida te assustar com um tigre dente de sabre. E pronto, você está sozinho no mundo pré-histórico, ignorando alguns detalhes que você vai descobrir por conta própria quando for jogar.

Os minutos posterior vão lhe ensinar várias coisas importantes. Como pegar itens e construir armas, bolsas e outros utencílios importantes para sobreviver nesse mundo primitivo. E com um arco em mãos, e flechas que não são infinitas, você precisa caçar e comer para continuar sua jornada.

Ah e falando em flecha, que genial o fato delas não sumirem do nada após atirar. Errou o tiro, a flecha bateu em uma pedra ou no chão? Vai até lá e pegue ela de volta! Matou um animal com uma flechada? O game recolhe a flecha de volta quando você for esfolar o bicho. É uma boa maneira de não estressar o jogador, obrigando-o a ficar confeccionando flechas com seus recursos que são escassos no começo do game.

O sistema de visão de caçador também é um bom recurso, que em um primeiro momento me parecia muita mamata, porém logo entendi melhor que a praticidade de seguir o rastro de sangue de um animal ferido com essa visão é bem mais prático do que ficar procurando sangue no chão com tanto mato e vegetação ao redor. E sim, um animal que toma uma flechada acaba eventualmente morrendo, mas ele vai fugir sangrando, então pode levar um tempo até ele cair. Seguir um animal ferido pode te fazer desviar de seu caminho por um bom trecho, é preciso ficar atento a isso. E tem outro detalhe: dependendo de onde você acertar a flecha, o animal pode morrer mais lentamente ou mais rápido.

E o tacape? Caramba que ótima ideia de poder colocar fogo nele, fazendo-o de tocha, e de repente perceber que o fogo começa a se alastrar por toda a ferramenta. Isso faz com que o fogo seja extinguível. Tochas que não são consumíveis e que visualmente a gente vê o fogo queimando toda a madeira? Quem diria que isso um dia ia acontecer! E  tacape pode realmente queimar até se deteriorar por completo, tonando necessário confeccionar outro.

Chegando aproximadamente ao fim da primeira hora de campanha rola um encontro uma neandertal, que estava prestes a ser atacada por um tigre dente de sabre (o mesmo do começo? acho que sim) e Takkar acaba salvando-a. Animais ferozes tem medo de fogo, então o tacape em chamas é uma ótima ideia, e não se preocupe, você pode acendê-lo mesmo que não haja fogo por perto. Takkar sabe fazer seu próprio fogo.

É após esse momento que o game começa a definir suas bases e premissas. Com uma amiga, em uma terra desconhecida, ambos precisam se estabelecer em uma caverna e criar uma vila a partir dela, atraindo assim mais habitantes de sua tribo, os Wenjas, que estão perdidos pelo mundo de Far Cry Primal, em meio a outras tribos rivais e feras perigosas.

A segunda hora do game consiste em aprender algumas das regras de direção, missões, e estruturas de sobrevivência e saves, como viagens rápidas, conhecer o solo da própria região, que é de picos e morros (e Takkar pode descer de grandes alturas sem grandes problemas, ele basicamente escorrega). Os animais também são ferozes, atacando mesmo que você não os ataque. Basta passar por eles e ficar encarando pra sofrer uma mordida na cara!

Um pouco ao final da segunda hora, o jogador conhece o maluco xamã (ou pajé) que vai ser seu aliado e te ensinar a domar as feras do game. O personagem é claramente inspirado no Rafiki de O Rei Leão, porque ele é cheio de tremeliques agitados, risadas estranhas e falas cheia de efeito heróico.

Esse xamã dá um treco nojento para Takkar beber, porque ele é o guerreiro lendário segundo suas visões, e com isso o game abre um momento fora do normal, em um mundo espiritual com um visual de cair o queixo, com Takkar voando em meio a um mundo onde os animais ficam te olhando sem fazer nada, enquanto você segue um guia espiritual.

Depois disso o jogador ganha sua coruja, que funciona como um drone pré-histórico. Serve para olhar o mundo de cima, marcas coisas, etc. E Takkar parte para dominar a primeira fera, um lobo branco!

Cada experiência no game é mesmo única. Assim que eu saio da caverna do Xamã, vejo alguns homens das cavernas caçando um cervo. Poderia ter deixado eles pra lá, mas resolvi atacar, de repente me vejo em volta de uns 15 neandertais nervosos atrás de mim! Foi um sufoco, vários momentos agachados atrás de uma grande pedra e muitas flechas perdidas tentando pegar os que ficavam de longe jogando lanças, mas no fim tudo resolvido e um membro da minha tribo resgatado. Eles estava sendo mantido como refém desse grupo. Sigo minha viagem para a caverna do lobo branco.

Descubro que domar feras é mais simples do que achei que seria. Basta jogar uma isca, esperar o momento certo e apertar um botão. O legal mesmo é o controle com o animal depois, mandando-o atacar inimigos e animais. É um sistema bem simples, mas eficiente. E o animal pode morrer! Precisa tomar cuidado com a barra de energia dele, podendo alimentá-lo com carne para curá-lo.

E isso é só o começo de Far Cry Primal. Vou parar por aqui porque tudo isso é realmente bem no comecinho do game. Não são spoilers gigantescos, até porque o grande barato é vivenciar tudo que comentei por aqui. Fica o relato para os curiosos em saber um pouco sobre a impressão inicial do game.

A história principal da campanha parece ser algo simples, um grande guerreiro que surge para unir sua tribo de volta e acabar com as ameaças rivais. Tanto que uma parte importante do game é o gerenciamento da tribo, fazendo missões que trazem novos habitantes, colhendo recursos para melhorar as ocas e etc. Porém os personagens principais da campanha são bem carismáticos e interessantes, com personalidades fortes e que fazem você se importar com seus destinos.

Até o momento a grande diversão do game é realmente explorar um mundo pré-histórico cheio de novidades. Dá claramente uma sensação de algo novo, que foi uma coisa que não tive com Far Cry 4 quando o joguei. Por mais que a fórmula da franquia esteja ali, isso não chega a ser algo ruim.

Em breve falarei mais do game aqui no site, em um review completo, para tratar de missões principais, secundárias, outros ambientes do mundo do game, colecionáveis, árvores de habilidades e confecções de itens e outros recursos.

Hoje resolvi apenas fazer esse pequena impressão na onda da excitação que a apresentação inicial do game passa ao jogador. Acredito que isso ainda é importante para fisgar jogadores para a imersão dentro da narrativa de um novo game. Com certeza o mundo de 10.000 AC não é moleza, mas é incrível!

(… a continuar)

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