Análise | Fatal Fury – City of the Wolves

Disponível para PS4, PS5, Xbox Series X|S & PC

Fatal Fury – City of the Wolves finalmente chegou, matando uma saudade que estava parada lá no século passado, ainda que seja por meio de um retorno tímido, porém de muito potencial. Com um estilo visual renovado, a velha franquia de jogos de luta é mais um bom concorrente do gênero de jogos de luta que consegue se renovar para toda uma geração nova.

É curioso pensar que Fatal Fury nasceu pelas mesmas mãos que deram vida ao primeiro Street Fighter na Capcom, Takashi Nishiyama e Hiroshi Matsumoto, 35 anos atrás.

Fatal Fury – City of the Wolves marca a primeira entrada principal de Fatal Fury em 26 anos , atuando como uma sequência direta de Garou: Mark of the Wolves e oficialmente desenvolvido pelo KOF Studio sob a bandeira da SNK. Com um elenco de 17 personagens (alguns icônicos, alguns novos), suporte para crossplay, rollback netcode e uma série de mecânicas inovadoras, este é um retorno confiante para uma série tão amada. Mas em vez de buscar a abordagem “simples” de Street Fighter 6 , a SNK joga no seguro aqui, oferecendo uma excelente jogabilidade de luta em um pacote menor e mais compacto que parece mais uma estrutura para o que vem a seguir.

Optando pela simplicidade, o jogo nos oferece alguns jeitos de lutar:

E quanto ao elenco de lutadores, temos um mix interessante de velhos conhecidos e gente nova (mas esquisita) chegando, mas menos do que eu esperava:

Muita luta por um legado

A história continua como sequência à linha temporal de Mark of the Wolves. O principal vilão da série Fatal Fury , Geese, morre após ser lançado de um prédio. O protagonista, Terry, cria Rock, filho de Geese, criando uma dinâmica estranha em que Rock luta usando o estilo do pai e o de Terry.

Há no enredo o esperado tipo de história maluca de sequestro, traição, formação de equipes, provocações de rivais, e uma luta de chefe final empolgante para enfrentar, suficiente para qualquer um que jogue o modo arcade se divertir.

Fatal Fury é ainda nos dias de hoje um game excelente, porém o sucesso avassalador que Street Fighter II conseguiu foi sem precedentes, e mesmo que Fatal Fury continuou a ganhar novos jogos, eles nunca de fato conseguiram rivalizar com a grande franquia da Capcom. De fato, esse hiato todo não foi legal para os amantes de jogos de luta. E 26 anos depois do último Fatal Fury, o hoje queridinho e lendário Fatal Fury – Mark of the Wolves, continuamos a perceber a influência de Street Fighter nesse novo lançamento.

Um toque de tempos modernos aos Lobos

Falando em Street Fighter, inclusive o game vai poder ter em seu rol de lutadores dois que chegarão diretamente de Street Fighter, o Ken e a Chun-Li! De longe, são duas adições que todo mundo vai gostar, ao contrário de duas estreias na franquia que ninguém pediu, vindas diretamente da vida real: o jogador de futebol Cristiano Ronaldo e o DJ Salvatore Ganacci.

Essa inusitada duplinha está no jogo não por uma decisão artística que faça sentido, mas provavelmente por decisão da Fundação Misk, uma organização sem fins lucrativos criada em 2011, que detém 96,18% das ações da SNK.

E acontece que, por coincidência, CR7 joga atualmente pelo time saudita Al-Nassr, enquanto o famoso DJ citado é figurinha carimbada em diversos shows em território saudita. Ah, a trilha sonora também conta com diversas músicas da Mdlbeast que organiza diversos festivais como esses que o DJ costuma se apresentar.

Contudo, é um pecado deixar Joe e Andy como personagens de DLC. Aí eu acho muita mancada da SNK, embora entendo qual é a desse propósito.

Falando em eventos, Fatal Fury – City of Wolves estará marcando presença nos principais torneios de jogos de luta. Até o momento, já foram confirmados o EVO Japan, o EVO original americano e no Esports World Cup. Nada mal para uma franquia adormecida há mais de duas décadas.

Lutando a nova luta

Curioso notar que vários jogos de luta estão sendo lançados, mesclando a vibe do auge que detinham nos anos 90/2000, com recursos de jogabilidade mais moderna, seguindo a tendência de Street Fighter 6, que é uma clara influência para Fatal Fury – City of Wolves.

Podemos citar Tekken 8, Street Fighter 6, Virtua Fighter 5 REVO, que nos últimos meses e nos futuros mantêm acesa a chama dos jogos do gênero, já que Mortal Kombat vinha com bons lançamentos mas agora está em franco declínio.

Embora, em termos de jogabilidade, possa ser bastante difícil distinguir um jogo de luta dos outros, houve muitas tentativas ao longo dos anos de introduzir novos modos de jogo nesses jogos para criar experiências únicas. A tentativa de Fatal Fury – City of Wolves é incluir um modo “RPG” para um jogador, conhecido como “Episódios de South Town” ou EOST.

EOST permite que você jogue várias histórias, cada uma focada no personagem de sua escolha, explorando suas histórias. A parte narrativa de EOST é apresentada em estilo visual novel, com muito texto e sem dublagem, o que é uma pena, mas ainda assim é bem legal. Entre as cenas da história, você navegará por um mapa-múndi e escolherá lutas/missões dependendo do seu nível para ganhar força e progredir na história.

É revolucionário? Não exatamente. Mas se você é fã de Fatal Fury, então eu acho que este é um ótimo modo para se concentrar, pois ajuda você a aprender mais sobre seus personagens favoritos e ver mais interações entre eles. Cada história não é muito longa, mas a maioria dos personagens tem suas próprias histórias, e há algumas boas horas em que você pode se concentrar apenas neste modo, ao contrário do modo ARCADE, que segue os padrões clássicos do gênero e só precisa de algumas lutas para que se chegue aos créditos.

Já no modo online, o básico também se faz presente, com lobbys personalizados e rollback e afins inclusos no pacote. Parece um pouco simplificado demais, mas essa parece ser a proposta geral do game.

Final Round

Fatal Fury – City of Wolves é um título sólido da série, um jogo apaixonado por seu passado, ao mesmo tempo em que adiciona novas camadas em todos os aspectos relevantes. Há conteúdo single player substancial, multiplayer de valor e um elenco considerável. Os fãs da SNK vão se deliciar – contanto que estejam dispostos a pagar a mais pelo conteúdo, o que comum nos jogos de luta atuais.

Fatal Fury – City of Wolves foi cedido pela SNK CORPORATION para análise. Obrigado!

Galeria

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Dando nota

Características como luta entre dois planos foi mantida. - 10
Visual estilo quadrinhos, estranho, mas legal. - 8.5
Trilha sonora de DJ é default, mas dá pra trocar pela tradicional. - 9
Boa diversão mesmo para lobos solitários. - 9.5
Joe e Andy como DLC é sacanagem. - 4

8.2

Uivante

Fatal Fury - City of the Wolves chega trazendo todo o carisma e charme de uma das mais amadas séries de jogos de luta, e modernizando para que novos lobos possam curtir também.

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