[Origens] Os Simpsons

Começando a coluna “Origens” pela série animada mais famosa do mundo, pelo menos no lado ocidental dele. TODO mundo conhece “Simpsons”, sem exceção, acredito eu, a menos que você tenha aterrissado nesse planeta semana passada, mas mesmo assim se você quisesse saber um pouco sobre os costumes dos terráqueos, você também saberia da série.

Brincadeiras à parte, a série é muito conhecida e é chamada por muitos como “a série que está há mais tempo no ar”, visto que ela foi ao ar pela 1ª vez em 1987.

Mas o que poucos sabem é de onde e como surgiu esse sucesso. E é isso que minha nova coluna tratará, dos bastidores e primórdios daquela marca conhecida.

A família mais esquisita foi concebida por Matt Groening (veja foto), de modo que satirizasse uma típica família estadunidense de classe média, além de sátiras à sociedade, televisão e cultura dos EUA. Groening concebeu a idéia no saguão do escritório de James L. Brooks. Este teria pedido a Matt para criar uma série animada de curta-metragens, e este inicialmente tinha a intenção de colocar dentro da série animada “Life in Hell” [NOTA: Life in Hell (veja foto) foi uma série em quadrinhos criada pelo próprio Matt que abordava diversos temas adultos como sexo, trabalho, amor e morte. Consistia em coelhos antropomórficos e um par de amantes gays]. Mas, para dar vida à esta série seria preciso renovar contratos de direitos autorais, e então acabou desistindo de colocar Simpsons no que seria a versão animada de Life in Hell, e mudou o conceito da família para a que conhecemos hoje. Ele nomeou os membros da família com os nomes de sua própria, com exceção de Bart, que levava o nome do próprio autor, Matt.

A primeira aparição da família foi em abril de 1987, no programa “The Tracey Ullman Show”, como um curta. A curiosidade aqui é que os desenhos eram horríveis (veja imagem). A explicação foi que Matt havia feito os desenhos bem grosseiramente e esperava que o pessoal da animação fizesse o acabamento. Deu no que deu: eles simplesmente “passaram adiante” os personagens deformados e ficou nisso que vocês podem conferir. Argh!

Em 1989, um time fez uma adaptação de Simpsons para episódios de meia hora para a Fox. Brooks negociou contrato com a companhia, de modo que a Fox não pudesse interferir no conteúdo da série. Segundo Matt, seus objetivos eram de oferecer aos telespectadores algo que se diferenciasse daquilo que ele chamava de “lixo”, se referindo à programação da época na TV.

A série foi controversa desde o seu início. O personagem mais rebelde, Bart, frequentemente recebia punições por seu mau comportamento, o que levou a alguns pais conservadores a caracterizá-lo um mau exemplo para as crianças estadunidenses. Chegou ao ponto do presidente na época, George H. W. Bush (o pai), a dizer: “Vamos trabalhar para enaltecer as famílias americanas, de modo que elas se pareçam mais com os Waltons – WTF? O_O – do que com os Simpsons”. Algumas escolas públicas nos EUA até chegaram a banir produtos dos Simpsons, como camisetas, principalmente uma do Bart, com os dizeres “Underachiever (‘And proud of it, man!’), algo como “Perdedor, e tenho orgulho disso, cara!”.

Mesmo assim, os produtos relacionados à série chegaram aos 2 bilhões de dólares nos 14 primeiros meses de vendas. Não obstante, o show animado foi o 1º da Fox a constar no Top 30 dos shows televisivos dos EUA. Em 1992, Tracey Ullman moveu uma ação contra a Fox, alegando que o sucesso da série se deveu ao seriado ter começado no seu programa, e reclamava divisão dos lucros da marca Simpsons para ela, o que foi negado prontamente pelos tribunais dos EUA.

Os Simpsons recebeu dezenas de prêmios, incluindo 23 Emmy Awards, 26 Annie Awards e 1 Peabody Award. Em 1999, a revista Time nomeou o seriado como a melhor série de TV do século XX, e em 2000 foi concedida uma estrela para a série na Calçada da Fama em Hollywood. Por último, o grunhido do Homer “D’oh!” foi adotado pelo léxico da língua inglesa.

Fique aqui com o vídeo de abertura da série:

 

Sair da versão mobile