Conversa de Mangá: Bleach 427 – Uma Deliciosa Dissonância

Bleach: Capítulo 427 foi disponibilizado dia 17 de novembro: “Uma Deliciosa Dissonância“.

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Aviso: Continue apenas se você já leu o capítulo 427 de Bleach. Atualmente acompanho o mangá pelo site Mangá Stream, e a qualidade da scan é absurdamente fantástica! Basta não ter medo de inglês. Mas, em todo caso, a StrawHat Scans tem a tradução em Português. 😉

Bleach 427

Uma Deliciosa Dissonância

Vou ter que começar dizendo que o capítulo conseguiu não mostrar nada e mesmo assim ser excelente! Acho que o Kubo tá gostando de desenhar essa nova saga, sabe, me passa a sensação de que ele se divertiu pensando em como organizar os quadros em cada página ou criando caretas e situações diferentes. Já disse isso algumas vezes, mas é bom ver que o Bleach que conhecíamos está de volta! Tomara que até o fim, mas não vou cogitar um “até quando?” que é pra não dar azar.

Agora deixe-me analisar isso de “não mostrar nada”. Bom, releiam o capítulo e me digam o que temos de novo aqui. Ohh, o novo personagem (ainda não sabemos o nome ou eu que deixei escapar?) está atrás do pai do Ichigo! É verdade… mas isso, em si, não é muito revelador. É diferente da cara de espanto e do choque que tivemos ao ver Isshin socorrendo o Kon no corpo do Ichigo aquela vez em que se revelou como ex-shinigami, e ainda por cima com um casaco de capitão no ombro. Sabemos que o personagem tem aí muitos segredos (os quais eu estenderia com a maior tranquilidade também à mãe do Ichigo e às cirscunstâncias de sua morte), só falta mesmo o autor nos revelar quais são. E aí está a parte aparentemente premeditada da coisa. (“Aparentemente” porque não sendo o Oda, sempre desconfio que esse tipo de conveniência e coincidência tem mais de sorte e oportunismo dos autores do que planejamento prévio em si.) Lembro de ver gente reclamando, talvez o próprio Thiago em algum desses Conversa de Mangá, sobre a nova saga ter iniciado e parecer que Isshin não contou nada sobre ele ao filho nesse tempo todo. Agora sabemos o motivo para essa omissão: uma saga própria só sobre esse passado. Ou ao menos o início dela.

Faz sentido que o que quer que descubramos sobre isso revele algum podre da Soul Society, possivelmente coisas que nem os capitães atuais ou mesmo os da época do Shinji saibam. Em Bleach, o fato de a idade dos personagens não interferir em nada em suas aparências no mundo espiritual abre espaço para a inserção de eventos em praticamente qualquer época. Quantos anos Isshin tem? Qual era seu papel na Soul Society e, principalmente, por que saiu de lá? Antes eu pensava que era algo mais ligado a ter violado alguma lei, mas depois da forma como Ichigo perdeu seus poderes e considerando que foi o pai que lhe ensinou o Getsuga Tenshou final… tenho minhas dúvidas se não houve uma repetição de eventos aí.

Mas passando essa parte envolvendo o núcleo principal da saga, Karin procura Urahara! O quão foda é isso? Ao mesmo tempo em que fico feliz de vê-la desenvolver seus poderes por gostar bastante da personagem, me preocupo com o significado disso e suas consequências. A guria vai virar shinigami? Passar por treinamento? O que ela quer, afinal? E… desde que passou o tempo, ela me parece sempre meio convencida nos quadros… não sei o que isso quer dizer. Ah, e não preciso nem comentar que aquele olhar do Urahara por detrás do leque dizendo “Kurosaki-kun” me deu calafrios na espinha. Quantas vezes já vimos isso? Perturbante não ser o Ichigo o dono do sobrenome dessa vez! Mas, mesmo assim, notem que apesar dela ter aparecido na loja, ainda não foi nesse capítulo que tivemos novidades. Talvez por isso é que eu tenha gostado tanto dele, porque fez vários ganchos, sem se preocupar em responder perguntas. Gosto desse clima.

Outra coisa levantada foi essa “sensação” que a Inoue tem tido ao redor do Ichigo, e que o Ishida disse ser reiatsu. Mas não pode ser do próprio Ichigo… pode? Digo, nem tanto pela perde de poderes, porque isso não tenho dúvidas de que vai voltar uma hora ou outra e de um jeito ou de outro, mas pelo fato de os amigos reconheceram suas energias espirituais. Mesmo quando o Ichigo liberava reiatsu em sua forma hollow, o máximo de estranheza dos companheiros era “Nossa! Isso é mesmo o Kurosaki? Não pode ser!”, mas sempre reconheciam. Esse comentário do Ishida me faz pensar que não seja dele essa energia, mas de alguma outra coisa ou pessoa. E é intrigante também que ele diz que ela estava com o Ichigo “até pouco tempo atrás”, ou seja, agora não está mais. O que quer dizer? Fora aquele badge de shinigami substituto, que teve destaque no início, mas agora sumiu da história. Se bem que pode ter sido só um gancho inicial mesmo.

Enfim… posso separar esse capítulo em três partes relevantes: “reiatsu” em torno do Ichigo, as intenções do novo personagem e sua aproximação onisciente do filho do pesquisado, e a chegada de Karin à loja do Urahara, que talvez seja o mais interessante. Mas como disse no início, nada disso ainda é “alguma coisa”, é só uma pincelada do Tite para que comecemos a mirabolar sobre as possibilidades, mas de concreto, nadica de nada. Novamente, porém, repito: gosto disso.

E pra fechar… vejamos. Comentei no primeiro parágrafo que esse capítulo fez uso divertido de quadros e caretas, né? Se prestarem atenção na sequência do ramen, o autor usou muito do artifício de repetir as expressões, mudando só a fala ou a direção dos olhos. Mas não por preguiça de desenhar, haha, deu um clima meio interrogatório pra conversa, e eu curti. Foram abundantes também os closes nos olhos em falas importantes, achei o Tite bem inspirado, sinceramente. E tivemos Ururu e Jinta em suas formas (pré-?)adolescentes! Não que o capítulo tenha sido pesado, mas foi bom pra descontrair. Acho que era isso. Ficou maior que meu primeiro CdM na semana passada, mas a verdade é que aquele capítulo de One Piece não tinha tido muita coisa pra comentar, né? Mesmo assim, desculpem o excesso de texto!

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