Crítica | Naruto Shippuuden: The Lost Tower

Não é nada empolgante, mas poderia ter sido melhor

Enquanto não sabemos exatamente porque o Naruto vai parar atrás das grades em seu próximo filme no Japão. O quarto filme, intitulado de The Lost Tower (A Torre Perdida) enfim deu as caras na rede em legendas do nosso português. Mas já vou logo avisando, se você esperava uma mega aventura cheia de emoções com Naruto e Minato lado a lado, desista. A idéia por trás do filme mostra o quanto perdemos por ele chegar de forma tão atrasada para nós. Não entendeu? Tá, eu vou tentar explicar melhor.

Todos se lembram do quanto foi surpreendente saber que Minato se encontraria com Naruto numa aventura totalmente desligada da série, não é mesmo? Nem tanto, e infelizmente o filme acaba por decepcionar do mesmo jeito que aconteceu com Kizuna, o segundo filme, onde depois de tanto tempo enfim veriamos o Sasuke de novo. Antes que eu comece a dizer porque não fui com a cara de mais um longa-metragem do famoso ninja, vamos explicar como tudo começa.

Sabe quando a série precisa encaixar uns fillers básicos para se distanciar do mangá e várias missões que dão muito sono a quem assiste começam a pipocar na tela? Pois bem, Naruto, Yamato, Sakura e Sai se encontram numa dessas missões. A ordem é parar os planos de Mukade, um ninja que não se explica de onde veio, mas que quer a todo custo o poder de Ryumyaku. Uma fonte interminável de chakra que pode torná-lo invencível (tá, agora me conta outra). Essa quantidade ilimitada de poder se encontra numa cidade cheia de arranha-céus que está envolta numa tempestade de areia no meio do deserto.

Mas o que já foi uma cidade cheia de vida e inúmeras torres hoje é somente ruínas. O filme já começa encurtando as apresentações mostrando o vilão chegando primeiro ao local onde se encontra essa fonte de chakra que há anos foi selada pelo quarto Hokage. Logo em seguida chega a turma de Konoha que acaba não fazendo nada, já que o filme está só começando e não se pode baixar a bola do vilão assim tão cedo. Sem muito rodeio, Mukade consegue absorver o tal selo e seus poderes, o que acaba desencadeando uma onda de energia que leva Naruto e Yamato e o ladrãozinho para o passado, onde a cidade volta ter vida e uma história para se resolver. Poupando-os de mais detalhes chatos, é nessa cidade onde Naruto encontrará Minato mais jovem e juntos vão ajudar a princesa de Rouran a salvar seu povo que está sendo controlado pelo recém chegado Mukade.

Comecei a assistir o filme sem muita expectativa, afinal não é de hoje que sabemos o quanto esses filmes costumam ser fracos, mas a medida que você vai terminando o sacrifício de ver tudo sem dormir, acaba sempre localizando um ponto ou outro que poderia ter ficado melhor. A falta de opções nos jutsus do Minato são um belo exemplo disso, talvez a ideia fosse não revelar algo que venha a ser utilizado futuramente no anime, como a aquela técnica de transporte que foi mostrada no mangá, mas incomoda e muito ver o herói só usando uma ou duas técnicas básicas em todo o filme. O grande atrativo da animação seria vê-lo em ação em mais detalhes, mas para a tristeza do fãs isso não ocorre. A participação especial dele chega a ser a mesma dos coadjuvantes, deixando o foco mesmo mais uma vez no Naruto. Surpresa? Nenhuma.

Chouza (pai do Chouji) e Shibi (pai do Shino?) também estão no longa, mas foram mais dois que não se aproveitaram e estavam ali mesmo só para ilustrar melhor as coisas. O pequeno Kakashi também dá o ar da graça, mas sem fazer barulho algum e para não dizer que não gostei de nada no filme. Achei bacana a cena dos pequenos na fila do Ichiraku, justamente no dia de estréia do estabelecimento com Gai, Shizune e Asuma ainda crianças e o tiozão do Ichiraku ainda sem seus pés de galinha, uma pena que foi tudo muito rápido.

A batalha final, que começa já no meio do filme também não empolga, resolveram abandonar o velho sistema de três ninjas do lado inimigo para derrotar e deixaram o inexpressivo vilão Mukade sozinho para aguentar o tranco. O mais chato é que mais uma vez o Naruto toma toda a cena com dúzias e mais dúzias do Rasengan e seus multi clones das sombras. Quando o resto do pessoal finamente chega ao campo de batalha, o filme vira uma espécie de episódio especial de Power Rangers, só que sem os Mega Zords para enfrentar o monstro gigante do dia. A coisa é tão chata que você chega a se perguntar para onde foi a temática ninja nessa história toda. Nesse momento Minato perde a última chance de ser o centro das atenções no filme, chegando atrasado para o embate final e se limitando a dar uma ajudinha ao protagonista no finalzinho do filler com um Rasengan Supremo (e o Odama Rasengan era o quê?).

Mas todos esses probleminhas bobos de roteiro poderiam ser resolvidos ou ao menos minimizados se Naruto e Minato tivessem ao menos um momento emocionante juntos. Mas a tão esperada cena de emoção entre pai e filho não chega e você só acaba entendendo o porque disso no final do filme, quando Minato diz que tem algo importante a dizer ao garoto mas que isso terá de esperar, confiante de que os dois ainda se encontrarão no futuro. Trocando em miúdos, depois de você esperar tanto por cenas e mais cenas de emoção com os dois juntos, você acaba descobrindo que tudo ali não passa de um evento preliminar, preparando os fãs para o verdadeiro encontro entre os dois que só vai ocorrer na batalha contra Pain. Ah, esqueci, ela já aconteceu, malditos japoneses e seus filmes em DVD atrasados.

O filme vale ser assistido? Claro, mas num dia em que você realmente não tiver nada de mais interessante para fazer e esteja bem acordado, já que ver o Naruto tanto tempo ocupando a tela parece mesmo dar muito sono. Aliás, eu acho que filmes chatos de anime podem ser a cura para a minha insônia, analisarei o assunto.

E agora só nos resta continuar o ciclo dos filmes de anime, muito parecido com aquele ciclo do Sonic. O próximo é Bleach e me pergunto cada vez mais o que será que fizeram do inferno naquele filme. A quem se interessar, o filme foi disponibilizado pelo pessoal da Punch já faz algumas semanas, é só clicar aqui, baixar e tirar a suas próprias conclusões sobre o assunto, mas sem dormir hein.

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