Reflexão | O fim “dessa” Nintendo no Brasil não é algo bom?

Game Over

Sexta-feira, enquanto passava 3 horas na fila da Caixa Econômica Federal, a internet gamer estava em polvorosa com a notícia de que a Nintendo oficialmente estaria deixando de ter distribuição oficial de seus games e consoles aqui no Brasil. Estes detalhes técnicos, para quem ainda não estava sabendo, podem ser lidos lá na nota do site Overloadr.

E não é como se isso fosse realmente uma surpresa, não? Lembra que lá no finalzinho de novembro do ano passado, muitos voltaram a comentar como a Nintendo andava largada e sem qualquer vontade de mostrar um serviço competente no nível do que vemos a Microsoft e a Sony se esforçando por aqui. Super Smash Bros. de Wii U completamente atrasado nas lojas nacionais, a notícia de que Captain Toad  nem mesmo seria lançado no país foram apenas os dois últimos exemplos de uma lamentável situação nacional. Afinal, o descaso da empresa no país é realmente notícia velha.

Talvez o que realmente aconteceu foi o último prego no caixão dessa péssima prestação de serviço que já vinha se arrastando por anos, sem qualquer perspectiva de melhora. Talvez a morte dessa Nintendo falha e desrespeitosa tenha realmente sido mais do que necessária para que algo novo possa surgir.

O fato é que a Nintendo não estava “oficialmente” no Brasil, não a Nintendo que todo mundo ama. O que existia aqui era um representante terceirizado, alguém que tinha a tarefa de representar a Nintendo no país. Mas sempre foi uma representação precária. Talvez não se possa culpar um representante sem plenos poderes de fazer o que lhe bem entender. A Microsoft e a Sony estão no Brasil através de suas filiais oficiais, então isso torna as coisas bem mais fáceis (assim acredito, é claro). São formas diferentes de jogar esse burocrático e caro mercado nacional de games aqui da República das Bananas.

Eu quero acreditar que essa despedida da Nintendo tenha na verdade outras intenções. Positivas intenções. O próprio comunicado oficial menciona a palavra “temporária” o que pode ser que exista planos para num futuro, e aqui todo mundo espera que seja breve, a Nintendo possa retornar ao Brasil, e quem sabe dessa vez de forma plena e quem sabe num formato mais parecido com o sistema da Microsoft e Sony. Sem representantes terceirizados, especialmente empresas que operam de forma ampla na América Latina, que seja algo mais regionalizado, pensado especialmente e focado no mercado nacional. Que aí, os jogos venham localizados, os aparelhos custem  uma faixa de preço mais justa, sem depender de importação ou atrasos cretinos.

A Nintendo, no começo de 2014, estava preocupada com as vendas do Wii U e correu atrás do prejuízo com muitas medidas que ela conseguiu cumprir ao longo de todo o ano em questão. Ela também disse que estaria apostando mais em mercados emergentes, como o Brasil assumidamente é. Quem sabe a saída dessa representação fajuta seja o primeiro passo para uma nova Nintendo do Brasil futuramente? Eu gostaria de acreditar nisso.

O jeito é esperar e acreditar. Talvez a E3 de 2015 seja muito mais especial pra gente. Talvez leve um pouco mais de tempo, mas de qualquer forma é impossível pensar que uma empresa como a Nintendo fique fora do nosso mercado por longos anos. Já passamos por coisas bem piores em nosso passado. Além de que no final das contas, nesse meio tempo até algo oficial acontecer, volta aquele esquema do mercado cinza. os games vão continuar chegando, os consoles idem. Talvez mais caros, talvez não (afinal sem um representante oficial para tabelar preços, fica a cargo do mercado cinza dizer quanto isso ou aquilo vai custar daqui pra frente e nesse mercado, ganha o que oferecer o melhor preço).

Só sei que do jeito que estava a Nintendo no Brasil, eu só tenha a agradecer por finalmente o descaso ter se encerrado. Que esse hiato seja para repensar em tudo que estava errado e fracassado na forma como a empresa (por meio de seus representantes) vinham tratando o nosso complicado mercado. Uma fase ruim acabou na esperança de uma melhor possa vir no futuro. Ao menos é o que acredito. E você?

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