[Enquete & Debate] Quadrinhos Disney e a falta de páginas livres para material inédito no Brasil…

Ilustração de Donald Duplo: Saga italiana que estreou em 2008 por lá. Aqui no Brasil apenas a 1ª história foi publicada em 2009, antes do cancelamento da Aventuras Disney. Desde então, não há espaço para publicação da série por aqui. E lá fora ela continua sendo produzida e é um sucesso...

Observação importante: “Epa, mas essa matéria já não foi publicada?” Sim, estou ciente que estou reprisando o artigo sobre Histórias Inéditas no Brasil criado para ser um extra do postão de Mesa dos Quadrinhos das edições Disney de Novembro (veja link). Porém devido a boa receptibilidade inicial que a mesma teve por aqui, resolvi desmembrá-la do MdQ, tornando o projeto algo mais sólido, visível e organizado. Também estou agregando novas informações após o continue, como um F.A.Q. com respostas a algumas dúvidas que algumas pessoas fizeram nos últimos dias.

Matéria Original (revisada)

Seguinte, cliquem em cada uma das imagens abaixo para ver a quantidade de histórias que cada uma destas revistas possuem:

Estas revistas são italianas, “Topolino” é como o Mickey é chamado por lá. São revistas semanais com 160 páginas cada. Peguei as 4 últimas registradas no Inducks, ou seja, 4 revistas igual a 4 semanas, basicamente é esta a quantidade de histórias que os italianos recebem mensalmente por lá. A Topolino é composta 100% de material inédito. Existem outras revistas por lá que se dedicam a republicações, como a Paperino (Donald) e Paperinik Cult (Superpato), estas por sinal, ainda trazem uma história inédita por edição. Ainda existem ainda outras como, por exemplo, I Classici Disney, I Grandi Classici Disney e Disney BIG que se dedicam inteiramente a grandes histórias clássicas, com material italiano e também internacional, incluindo histórias brasileiras de vez em quando. Detalhe que a Disney BIG italiana tem 500 páginas, duzentas a mais que a versão nacional e o trabalho de capa dela é soberno, veja a galeria de capas aqui.

Bem, aonde quero chegar com isso? Veja por exemplo as revistas nacionais deste mês. Os fãs brasileiros com Pato Donald, Mickey e Tio Patinhas receberam aproximadamente 180 páginas de quadrinhos, que totalizaram 07 histórias inéditas para o mês inteiro. É muito pouco! Enquanto os italianos tem aproximadamente 20 histórias inéditas por mês em 640 páginas. Você pode até justificar dizendo que o mercado é diferente e tal, mas some agora a quantidade de revistas que temos atualmente no Brasil que simplesmente republicam histórias. Temos Disney Big, as trimestrais edições Extras/Férias (4 revistas de 35 páginas cada), parte de Minnie Pocket Love que também é trimestral e parte de Pura Risada que é bimestral. Além de eventuais encadernados especiais que também constituem em geral de 100% ou 80% do material de histórias já publicadas por aqui. E lembrando que Natal de Ouro e os 10 Almanaques do próximo mês, também serão apenas com republicações. Chegam a ser um absurdo como a Editora Abril abusa além da conta desta prática.

Não estou dizendo que algumas das revistas atuais precisam mudar, o que estou querendo dizer é que temos muito pouco espaço para material inédito no Brasil. Não precisa necessariamente que as mensais ganhem mais páginas, pois ninguém quer mexer no preço delas. Bastaria que se criasse uma revistona, como Minnie Pocket Love, com sei lá, suas 200/300 páginas e que se publicasse apenas histórias inéditas. Também não faria mal que algumas revistas como Disney BIG trouxessem por edição, uma ou duas inéditas, como, mais uma vez de exemplo, Pura Risa e Minnie Pocket trouxeram no mês passado.

A desculpa da Editora Abril é de que histórias inéditas custam muito mais do que republicações, que já estão nos arquivos digitais, recoloridas, traduzidas e prontas para serem enviadas para a gráfica e impressas. Mas o quão caro seria uma revista como Disney BIG apenas com inéditas? Hora da matemática: Tio Patinhas custa atualmente R$ 4,95 e tem 80 páginas inéditas. Então uma revista com o triplo do tamanho, com 240 páginas inéditas custaria o que? R$ 14,90 aplicando a proporcionalidade do preço da Tio Patinhas? Existem variáveis nessa conta, mas é uma estimativa válida. Ainda assim eu pagaria com o maior prazer por uma revista nestes moldes. E você? Alias, vou fazer uma enquete para facilitar e enviarei o resultado dela para a Editora Abril (então, por favor opinem e ajudem a divulgá-la!)

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Tem um blog ou site de HQs Disney? Vou passar a atualizar esta matéria com sites e blogs que apoiam a ideia da enquete e nos ajudarem a divulgá-la. Quanto mais gente votando, maior é o peso do resultado que estarei enviando a Editora Abril. Por isso, se você tem um espaço na internet para quadrinhos e quiser ajudar, faça um post no seu blog e coloque o link para nossa enquete! Não faz mal algum nos organizarmos para esta causa. Sei que há muita coisa que pode melhorar no setor de quadrinhos Disney, mas vamos com calma. Uma coisa de cada vez. Abaixo a lista de amigos na net que apoiam a enquete:

Após o continue, confira um FAQ com as principais perguntas que andaram me fazendo nos últimos dias. Qual material deveria sair nessa revista? Porque não pedir a volta da Almanaque Disney? O preço não está alto demais? Qual o e-mail da Abril para que eu mesmo faça a solicitação de melhoria? E a produção nacional? A criação de algo assim não prejudicaria as outras revistas? Enfim, vou responder tudo e continuar atualizando conforme outras questões pertinentes forem sendo feitas.

FAQ – Perguntas Frequentes!

Não é leitura obrigatória, apenas caso você ainda tenha muitas dúvidas quanto a proposta da pesquisa. Leia o que tiver em dúvida, pois eu sei que o FAQ ficou gigantesco. (Nunca fiz um FAQ, foi a primeira vez…)

1) Qual material deveria ser publicado em uma nova revista neste formato?

Resposta: Existe muita coisa que não foi publicado aqui no Brasil por conta da falta de espaço nas revistas de inéditas. Algumas coisas que ouvi de algumas pessoas e que eu também gostaria que saisse no Brasil:

Mas lembre-se que isso são apenas exemplos. Existe muita coisa inédita que pode sair no Brasil, não apenas da Itália, mas de outros estúdios da Disney também. Acima foram apenas alguns exemplos de materiais que vão continuar inéditos até que haja espaço para publicação.

2) Por que não pedir a volta da Almanaque Disney? Ou Disney Especial? Ou qualquer outra publicação que já existiu no passado?

Resposta: Não descarto a hipótese de que uma nova publicação de inéditas venha a ser exatamente alguma revista antiga que seja trazida do túmulo. De fato adoraria que Almanaque Disney retornasse. O problema é que aí teriamos dois pedidos: histórias inéditas e o retorno de um clássico. E não quero fazer isso neste momento. O que importa agora é que a Editora Abril entenda que seus leitores querem mais espaço para histórias inéditas. E para isso, tanto faz se for feito numa nova revista ou numa clássica.

Além de que o retorno da Almanaque Disney ou de qualquer outra revista antiga, abre outro tipo de debate. A numeração deve voltar de onde parou ou recomeçar pelo #01? Isso é um debate que não existe denominador comum. Novos leitores são atraidos por revistas novas com numeração desde o início, mas os colecionadores querem continuar de onde pararam anos atrás. Há casos de revistas canceladas que anos depois retornam com sua numeração normal e casos que resetam. Isso abriria aqui um debate sem conclusão e atrapalharia o foco do projeto, que é ter uma publicação, seja antiga ou nova, com histórias inéditas. O pedido se for complexo demais, fica muito mais difícil de se cobrar da Editora, que acaba tendo que analisar coisas demais. A minha proposta é manter a simplicidade da ideia, sem a deixar complexa demais com retorno de revistas já canceladas.

Mas sim, eu sou a favor de que a Almanaque retorne algum dia. Mas sou do time que gostaria de ver a numeração resetada. Tudo de novo para atrair novos leitores. Pois já está mais do que comprovado de que sem estes leitores novos, o mercado de quadrinhos Disney sofre e apanha. Não há tantos colecionadores assim hoje em dia que sustentem o mercado sozinhos.

3) O preço que você estipulou ficou mais caro do que uma Disney BIG de 300 páginas. Você é maluco?

Resposta: O valor calculado para a enquete foi usado como base a revista do Tio Patinhas, que é uma publicação só com histórias inéditas. BIG só tem republicações e o custo destas histórias é bem menor. Nós, leitores, apenas podemos calcular valores aproximados. Até porque existem outros fatores que influênciam no preço, como a tiragem da revista ou se a editora pode remanejar o lucro que ela tem com outras revistas para bancar uma nova. Há vários fatores que infelizmente não tenho acesso. A intenção da enquete foi colocar um preço real, pela qual os leitores estão dispostos a pagar por uma publicação deste porte, usando o valor de uma revista que tenha essa proposta, que no caso é a do Tio Patinhas.

Claro que lombada quadrada, tipo de papel, tiragem, acervo de histórias vinda de quais estúdios. Tudo isso influencia no preço final, para baixo ou para cima. A enquente apenas faz o máximo para deixar a proposta real, pois de nada adianta pedir uma revista desta proporção e jogar um valor irreal que a editora não possa praticar. Isso invalidaria toda a enquete.

Claro que quanto menor o preço, mais atrativo é para o consumidor.

4) O consumidor de HQs tem condições de pagar R$ 15 numa revista em quadrinhos?

Resposta: Não é fácil determinar quem pode ou não pagar tal valor por uma revista em quadrinhos. Mas vale lembrar que tudo que a Editora Abril lança em quadrinhos não é focado para um único público alvo. Colecionadores tem as edições mensais. Minnie Pocket Love saiu para o seguimento feminino. Pura Risada para o publico infantil. BIG para os leitores novos que não possuem muitas histórias no armário ainda. Extra e Férias para quem não pode pagar caro numa revista em quadrinhos. Claro que muitas vezes os publicos se misturam e uma revista acaba incentivando a compra de outra.

Também vale lembrar que a coleção Clássicos da Literatura Disney, que gera um custo mensal de R$ 40, pois são 4 revistas por mês, está em vias de ser finalizada. Mesmo com os 10 volumes extras que serão lançados em 2011 para fecher 40 volumes. O colecionador irá parar de gastar R$ 40 com a coleção, então não é tão inviável assim, que esse público seja redirecionado a uma nova publicação mensal ou bimestral, de uma revista de grande volume com histórias inéditas. Basta lembrar que Clássicos também possui muitas histórias italianas inéditas que nunca haviam sido lançadas no Brasil e como uma nova revista teria aproximadamente este ideal, é bem provável que isso incentive os colecionadores. Por mim, CLD poderia ser permanente, mas sabemos que uma dia acabará, sem mencionar que a coleção acaba sendo limitada pela sua própria proposta que é ter histórias relacionadas a literatura. E sabemos que existem histórias de qualidade igual ou até superior nos arquivos de inéditas da Disney que não pode ser encaixada na coleção. Por isso uma nova publicação chega até a ser ideal.

Por fim, é sempre bom mais revistas em banca. Existem também muitos leitores que não podem pagar por tudo, mas compram o que podem e depois buscam o conteudo perdido em sebos ou trocas. Se não há material saindo, não dá para correr atrás de edições perdidas. Mesmo que você não possa bancar hoje uma revista de R$ 15, nada impede que no futuro você possa. Por este motivo não sou contra a criação de materias a mais. Entretanto acredito que uma nova revista de inéditas se faz mais do que necessário e que ela se daria bem no mercado brasileiro atual, assim como BIG e CLD conseguiram se firmar.

5) Por que você acha que a Editora Abril vai atender este pedido? Não é mera perda de tempo?

Resposta: É verdade que não há garantia alguma de que a Editora Abril vá escutar este pedido e muito menos atender a sugestão. Mas se não tentarmos, nunca saberemos. A Abril já se mostrou desde o fim de 2009 a sua vontade de mudar o cenário dos quadrinhos brasileiros. BIG mudou de semestral para trimestral, as edições extras foram criadas para intercalar com as de férias, Minnie e Pura Risada chegaram surpreendendo muita gente, o sistema de assinaturas voltou, Natal de Ouro vai estar nas bancas no próximo mês depois de mais de uma década esquecido, a mesma coisa para os almanaques e até a coleção Clássicos da Literatura Disney assustou muito colecionador, pois quem esperaria uma coleção semanal de tamanha qualidade? Enfim, a Abril está sim querendo mudar o mercado, aumentar as vendas e vem escutando os pedidos dos leitores na medida do possível. Então não, eu não acho que seja uma perda de tempo. A falta de espaço de inéditas é real, não é uma fantasia dos leitores da velha guarda. Tem muito material bom de qualidade, que sai por toda a Europa que não há espaço aqui. O que estamos pedindo nesta enquete é justo e verídico.

6) Eu gostaria que personagens como Havita, Lobão, Tico e Teco entre outros voltassem a ser publicados. Isso é possível?

Resposta: Nada é impossível. Mas primeiro é preciso entender que certos personagens que saiam ocasionalmente na Almanaque Disney dos anos 80 e 90 são desconhecidos do público atual. Até onde eu sei, as principais publicações italianas nem publicam histórias destes personagens, apenas em raras ocasiões. São personagens que andam esquecido no tempo e sinceramente nem sei se há produção de novas histórias atualmente. Independente disso, é claro que eles podem surgir novamente, mas é preciso entender que para que este tipo de coisa aconteça, é preciso haver espaço nas revistas, o que hoje em dia não existe. Talvez republicações na BIG, mas eu não gostaria, e você?

Com uma nova revista nas bancas e vendendo bem, não sendo cancelada depois dos primeiros números, acho que não faria mal a Editora Abril testar um espaço para personagens assim. Mas isso é uma conversa para um futuro longe. Primeiro é preciso que haja espaço e no momento não há. Uma idéia que pensei dias atrás é a de que seria interessante se a On-line Editora pudesse publicar este material. Ela é uma editora que já vem publicando materiais da Disney que não interessam a Abril, como quadrinização de animações clássicas. A On-line poderia criar um almanaque de personagens esquecidos. Acredito que por ser uma editora menor que a Abril, ela deve trabalhar com espectativas de tiragem e venda menores, o que faria com que uma revista só com estes personagens dificilmente fosse cancelada.

7) E os quadrinhos da Boom nos EUA, como Darkwing Duck?

Resposta: Tanto Darkwing Duck quanto Tico e Teco Conexão Salava-Ação até o momento não sairam de lá. Nenhuma outra editora no mundo publicou estas histórias. O motivo ninguém sabe. Mas a resposta é quase a mesma da pergunta acima. Se não há espaço para elas sairem por aqui, nunca irão sair. Primeiro cria-se uma oportunidade de publicação de muitas páginas. Depois é possível estudar a importação destas histórias para ela. Como disse acima. Nada é impossível, a menos que a Boom Studios esteja negando a importação deste conteúdo.

8 ) A criação de uma nova revista neste formato não prejudicaria a Disney BIG ou até mesmo o restante da linha Disney?

Resposta: Favor ler a resposta da pergunta 4 antes de continuar. Conforme mencionado, todas as revistas criadas atualmente tem publicos alvos distintos. Na prática de mercado é impossível prever com exatidão se uma título vai prejudicar um outro. Pela lógica, Disney BIG é uma revista de maior páginas e mais barata, não seria prejudicada por uma nova revista como a que estamos propondo. Muitos leitores novos não possuem as histórias que saem na BIG, sem mencionar que não existe mais material inédito de Don Rosa e este artista só tem suas histórias publicadas na BIG. Havendo essa rixa, poderia se estudar a possibilidade da nova publicação de inéditas não sair no mesmo mês que Disney Big saia.

Quanto as outras revistas da linha Disney, não vejo a possibilidade de nenhuma outra ser prejudicada pela nova revista. As mensais inéditas devem continuar tendo as principais histórias saindo na mesma, sendo as melhores tendo a prioridade de sairem nelas, que são mais baratas e englobam um maior público fiel. Ninguém deixaria de comprar Tio Patinhas porque tem uma outra revista que saia suas histórias, se fosse assim, a Disney Big atrapalharia também outras revistas. Por isso, não acho que uma revista grande para as inéditas que não cabem nas mensais, vá trapalhar a venda de nenhuma outra linha Disney.

9) Por que implicar tanto com revistas de republicações?

Resposta: Não é implicar. Acredito que as republicações estão sendo super úteis para todos os leitores mais novos no universo dos quadrinhos Disney. O material que já saiu aqui no Brasil anos ou décadas atrás precisa mesmo se resgatado. O que me imcomoda mesmo é a quantidade de republicações frente ao que vem sendo deixado de fora dos lançamentos no Brasil em termo de novas histórias produzidas lá fora.

Não é objetivo desta enquete acabar com alguma revista em publicação, seja ela de inédita ou de republicação. O objetivo é criar algo a mais, sem subtrair o que já existe. Não veja esta iniciativa como um protesto abaixo as republicações, pois não é. A Abril tem sim que republicar e colocar os velhos clássicos de volta as bancas, mas não pode também perder o ritmo do que é novo e inédito lá de fora. O consumidor brasileiro não pode viver apenas de republicações.

Você é um leitor novo hoje, mas e no futuro, quando começar a encontrar histórias já lidas? Precisa haver um equilibriu entre a novidade e o clássico e essa harmonia hoje, não existe no mercado brasileiro.

10) Dezembro tem muito lançamento já. Para quando seria esta nova publicação?

Resposta: A proposta é que seja uma publicação que passe pelo processo de pesquisa e análise da Editora Abril e que seja aprovada para sair em algum momento no primeiro semestre de 2011. Não é para ser uma revista feita as pressas para concorrer com o tanto de coisa já programada para este final de ano. O ideal é até que ela fosse lançada após o final de Clássicos da Literatura Disney, lá para Março de 2011.

Mesmo que esteja longe deste prazo, é preciso começar a se mexer, pois estas coisas demoram para ser aprovadas na Abril e muito mais ainda para serem produzidas. Então ela não vai roubar espaço das novidades que a editora irá lançar em Dezembro e nem na continuidade da Clássicos da Literatura. É para uma fase posterior a isso.

11) Você imagina um nome e o formato de uma publicação assim?

Resposta: Quem não imaginaria? O maior problema é que eu não sou editor de quadrinhos, não sou formado em marketing, não tenho experiencia de mercado real de vendas de HQs. O máximo que os leitores podem é sugerir ideias, nomes e formatos. O Paulo Maffia me disse uma vez que uma publicação chamada “Superpato” não venderia bem porque o personagem não tem um desenho animada na TV. Que revistas que não possuem nomes de personagens famosos em outras mídias tem muita dificuldade de vingar dentro do mercado de quadrinhos brasileiro. De uma certa forma faz sentido, ainda que isso não explique porque Disney BIG esta fazendo sucesso, já que possui um nome bem genérico, inclusive com uma palavra em inglês “BIG”.

Mas pensando nisso, eu fico imaginando nomes simples, que chamem a atenção das crianças e jovens, que todos possam reconhecer com facilidade. Se fosse para sugerir, eu diria “Donald & Mickey” ou “Mickey & Donald” e colocaria um termo genérico no fim, como Extra ou até mesmo BIG. “Mickey & Donald Extra“, o que acham? Fico pesando nisso que o Maffia me explicou e acredito que é um nome que se encaixe na proposta da revista, que é trazer histórias inéditas do universo do pato e do rato da Disney, e extra porque ela funciona como um complemento das mensais. Mas é apenas uma sugestão. Eu prefiro pensar simples e funcional, mas é claro que outros nomes podem vir a ser planejados. Quem decide isso é a própria Abril e seu departamente de marketing e o próprio editor Paulo Maffia.

Na comunidade do orkut chegaram a sugerir até mesmo Topolino Brasil. Mas não acho que esse nome não funciona em nada para promover tanto a revista como os produtos Disney. Topolino pra mim já soa estranho ao pensar que trata-se do Mickey. Quanto ao fato da revista resgatar um nome antigo, como Almanaque Disney, também não sinto segurança. Será que os leitores novos e ponteciais crianças e jovens sabem exatamente o peso que este nome significa no Brasil? Você conhece a Almanaque Disney? Eu já vi leitor aqui do blog, da área de games e mangás, que nunca havia assistido Ducktales, que nem sabia direito do que se tratava este clássico. Com isso fica difícil imaginar uma Almanaque Disney que receba o verdadeiro tratamente que a publicação mereça. Sem mencionar o problema da numeração (ver pergunta 2).

Enfim, o nome, qualquer que seja, está ótimo desde que a revista seja criada. Não me importo com tal detalhe.

Quanto ao formato, além de ter um número grande de páginas, o ideal fosse que tivesse a mesma linha da Disney BIG. Histórias com artistas de peso, qualidade e conhecidos por aqui. Que fosse do mesmo tamanho em largura e comprimento (diferente da clássicos que é em formato livro). Em formatinho mesmo, com o papel que é usado em todas as revistas mensais. Isso deixaria o custo de fabricação mais pé no chão. Até em formato Pocket como a revista da Minnie poderia ser. Descarto a qualidade de papel e formato americano de Pura Risada com Mickey, pois encareceria demais a revista.

Seria interessante também que a revista incorporasse espiritualmente uma das propostas de Mestres Disney e mantivesse a variedade de qualidade de Disney BIG. Com 240 páginas, ela poderia trazer chamada na capa priorizando um grande nome dos estúdios Disney. Por exemplo, uma edição poderia vir com “X” histórias inéditas de Marco Rota ou Giorgio Cavazzano, mesclando ainda com outros artistas. Poderia ter páginas extras, apresentando curiosidades sobre os artitas das histórias ou das histórias em si. O mesmo vale para edições de personagens. Se tiver o Superpato na capa, ter dentro da edição um número maior do que duas, histórias com o personagem. Isso é comum na Disney BIG italiana, que faz uma chamada de capa que prioriza o personagem em destaque dentro do volume. Esse capricho editorial com certeza é um dos segredos do sucesso de uma revista assim.

Mas tudo isso é uma opinião pessoal de como imagino uma revista assim. Você tem uma visão diferente? Ou um nome bacana para sugerir? Deixe nos comentários, que com certeza eu mostro para a Abril quando for levar todo o projeto para eles.

12) Não acha meio prematuro querer ela mensal?

Reposta: Não necessáriamente. Conforme disse nas respostas 4 e 10, a pesquisa é uma intenção geral dos leitores. Até onde eles estão dispostos a aceitar uma publicação assim. Não posso partir do pressuposto dela ter uma periodicidade inferior. Até porque como expliquei na resposta 10, a intenção é que esta revista saia apenas em 2011, passando essa turbulencia de titulos em final de ano e de Clássicos da Literatura Disney.

Em 2011 estaremos mais folgados de publicações, a menos que a Abril tenha em mente mais novas revistas ou coleção de luxo. Sei que tem a tal “Disney Essencial” que o Paulo Maffia disse numa entrevista recente, mas ela ainda deve demorar a ganhar forma acredito.

Mas é claro que a Editora Abril poderia começar da mesma forma que a BIG atual, com lançamento trimestral. E reduzir esse prazo no momento que achar que a publicação aguentar uma janela de lançamento mais curta. O importante é que a revista seja criada! Mensal, bimestral ou trimestral, neste momento não importa muito.

13) Por que ao invés de se criar uma nova revista, não ampliar as mensais que já existem?

Resposta: A Editora Abril não vai mexer em time que está ganhando. Qualquer alteração no formato destas revistas para englobar mais histórias significa mexer no formato e consequentemente no preço das revistas. E isso não acontecerá agora. As revistas estão retornando a ter boas vendas, angariando novos leitores, mexer nisso é arriscado e pode afastar leitores que não podem pagar muito por uma revista em quadrinhos.

A solução não é mudar o que existe, mas criar algo alternativo, para leitores que podem e querem mais conteudo, sem prejudicar quem já está satisfeito com as mensais. Aparentemente só se mexe no formato de revistas em duas situações, quando ela está vendendo muito além de qualquer expectativa e pode se dar o luxo de melhorar o formato ou quando ela está fracassando nas vendas e se não reformar, acaba sendo extinta. E as mensais atualmente não passam por nenhuma destas situações.

Mexer no equilibrio de mercado delas é arriscado demais.

14) Muito se fala destas histórias internacionais, mas eu quero mesmo é o retorno da produção nacional e o resgate de histórias nacionais antigas. Como faz?

Resposta: Este é um problema bem mais complexo. Eu também adoraria o retorno da produção nacional, mas para isso, é preciso muito mais do que simplesmente decidir colocar um novo gibi nas bancas.

Trata de recontratar grandes nomes da casa, o que gera um alto custo de verbas trabalhistas, e as revistas precisam bancar isso. Não precisa necessariamente montar um novo estúdio, muitos artistas de quadrinhos hoje em dia trabalham em suas próprias casas, mas isso não significa que não acha custos e contratempos. É preciso analisar quem da antiga produção ainda está disposto a voltar, quando tempo uma história leva hoje para ser produzida, se os estúdios Disney internacionais se interessam em comprar este material para poder bancar seu custo etc. Não é algo fácil que pode ser decidir em um curto período de tempo. Levaria meses senão mais para conseguir reestruturar a antiga produção nacional.

Quanto ao resgate de histórias nacionais clássicas. Isso já é feito em revistas do Zé Carioca e na Disney BIG. Não faltam espaço para republicações de histórias nacionais e por isso não é esta a questão de pesquisa aqui.

Alias se o estúdio retornasse, eu seria a favor de uma “Almanacão Disney Brasil”, só com histórias criadas por aqui. mas por enquanto isso é um sonho muito distante de acontecer.

Não levam esta enquete como um favorecimento da produção internacional em face da nacional. Não é esta a intenção. Pois se houvesse material inédito no Brasil, eu seria o primeiro a dizer que deveria sair numa revista como a que está sendo pedida aqui na matéria. O fato é que hoje só há material inédito lá fora, então é óbvio que só este recheie nossas revistas de inéditas.

15) Quais são os e-mails da Editora Abril? Eu mesmo gostaria de entrar em contato lá para sugerir melhorias e histórias, além de criticar do que não gosto atualmente da linha Disney, isso é possível?

Resposta: Por enquanto vou deixar apenas o e-mail da Luciana Gomes do Serviço ao Atendimento ao Leitor da Abril, futuramente pedirei autorização ao Paulo Maffia para deixar o e-mail dele aqui também. O e-mail é disney.abril@atleitor.com.br

É o mesmo endereço que vem nas revistinhas. Qualquer um pode entrar em contato para sugerir, criticar ou elogiar o trabalho da editora. Ao contrário de alguns SAC de empresas que você manda e-mail e nunca mais obtem uma resposta, o da Abril é muito bacana. O Atendimento está sempre no twitter informando lançamentos, mostrando prévias e até no Facebbok. Então ele realmente existe e funciona.

16) Quando o resultado da enquete será enviada a Abril?

Resposta: Hoje, 24/11, a enquete conseguiu chegar a 50 votos. Ainda precisamos de muito mais, entretanto já fico feliz por tal quantidade e pelo que a enquente já vem apontando. Acredito que nas próximas semanas já devo entrar em contato com a Abril. E assim que tiver qualquer reposta, estarei atualizando esta matéria.

Quem sabe mais algum blog de quadrinhos não adere a nossa enquete e mais leitores Disney votem, aumentando o volume de opiniões e integridade do resultado. No momento agradeço ao Clarim Diário, Edição Extra e Blog do Xandro que apoiaram a idéia.

17) Tenho uma pergunta que não foi respondida pelas outras acima, e agora?

Resposta: Deixe sua pergunta nos comentários do blog. Se for possível, eu responderei.

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