Em que posso ajudar? Essa pergunta vira um lema em Sket Dance! Destaque da temporada de abril!

Quando se está na escola apenas um coisa é certa. Os adultos dificilmente vão resolver os seus problemas da forma como você precisa que eles sejam resolvidos (na nossa cabeça, claro). Por isso crescemos conhecendo super heróis e escolhendo aqueles com o quais mais nos afinizamos para idolatrar. Problemas como enfrentar valentões, chegar naquela garota dos seus sonhos, tomar coragem para falar em público. Tudo isso seria mais fácil se o nosso herói favorito estivesse lá do nosso lado para nos ajudar ou… se o Sket Dan fosse um clube em atividade no nosso colégio.

Primeiramente deixe-me lhes apresentar (como se os ToC’s já não tivessem feito isso). Estamos falando de Sket Dance, obra do mangaká Kenta Shinohara, serializada na Shonen Jump desde 28 de agosto de 2006 até os dias de hoje. Não sabemos porque cargas d’água, mas os japoneses esperaram firmemente até o presente ano para enfim dar início a produção do anime que ao lado de Gintama forma o belo par da comédia nas páginas da Jump.

E afinal o que é Sket Dan? Diferente do modo como fazemos aqui no Brasil, lá no Japão as crianças são torturadas por dias inteiros na escola (nós não aguentaríamos, por isso tem tanto ignorante no Brasil). Para tal, num período o sujeito estuda, enquanto no outro ele exerce atividades extracurriculares, participando de clubes como futebol, beisebol, basquete, ciências, artes, tricô (se você for um Quincy) e por aí vai.

O Sket Dan é um desses clubes, mas com um enorme diferencial. Pois o seu objetivo é simplesmente resolver os problemas dos outros. O lema do grupo é tornar a vida estudantil menos penosa para todos do ginásio. O único problema é que entre um caso e outro, o grupo não faz absolutamente nada de proveitoso nas suas horas vagas e como não se pode existir um espaço alugado para um clube que não produz nada, a equipe não é levada a sério e está constantemente sendo visada pelo Conselho Estudantil.

Já quando o grupo entra em ação a história é outra. Se um cliente chega com algum problema a equipe é capaz de tudo para resolver (tudo mesmo, até atuar, se dirfarçar, praticar esportes que não existem, procurar macacos perdidos, virar cobaias de experiência de forma involuntária, e… lutar um pouquinho também, afinal estamos falando da Shonen Jump).

Além de tornar a vida de todos um pouquinho mais alegre na escola, o grupo também tenta de vez em quando recrutar gente nova para o clube, mas como ele continua sendo motivo de chacota para muitos, as atenções acabam sempre voltadas para os 3 protagonistas. Embora ninguém fique muito tempo na companhia do trio, diversos personagens são constantemente reclicados e assim como em One Piece, o autor cria um mais divertido que o outro. Como falar demais sobre deles configura muito spoiler, vou me limitar a falar do trio por aqui.

Começando por Fujisaki Yuusuke ou se preferir Bossun. Ele é o líder do clube, usa um boné um pouquinho incomum e óculos enormes, daqueles que os protagonistas de Digimon costumam utilizar a cada nova temporada da série. É geralmente ele quem consegue desvendar a maioria dos casos que pedem uma boa investigação. Apesar da cara de moleque, o chefe tem um forte senso de justiça. Não é o rapaz do tipo bom de briga, mas em compensação tem sempre um estilingue na mão e uma excelente pontaria para o que der e vier (aprendeu tudo com o Usopp).

Agora quando a situação pede um pouquinho de pancadaria, quem entra mesmo em ação é Onizuka Hime, Himeko ou simplesmente Onihime. Como  nome já sugere ela é o demônio em pessoa que depois de experimentar uma saia nunca mais largou. Fazendo jus ao nome Onizuka (Great Teacher Onizuka lembram?), a garota também tem um passado recheado de confusões que hoje ela deixou para trás. Além do gênio forte ela ainda tem um péssimo gosto para pirulitos (você já provou pirulito de polvo?).

Fechando a apresentação do trio, temos Usui Kazuyoshi ou somente Switch. Basicamente ele é a enciclopédia ambulante do ginásio. Contendo todo o tipo de informação, como o nome completo de todos os alunos, o hobby favorito de determinado professor ou o último hentai  que o diretor andou assistindo. Para se comunicar ele está sempre com um laptop a tira colo, que reproduz o que deveria ser a voz dele. Apesar da aparência e figurino de nerd americano ele faz muito sucesso entre as garotas. Só não peçam uma explicação disso ao rapaz,  talvez nem ele mesmo saiba.

Com o trio devidamente apresentado que tal tornar a vida estudantil um pouquinho mais alegre? Nada mais comum que o primeiro caso fosse o de um estudante recém transferido.

A escalação para resolução do problema é simples: Primeiro entra o Switch investigando tudo com base no depoimento da vítima, no processo ele aproveita para interrogar alguns suspeitos e fazer uma chacota básica deles caso mereçam (como o conquistador que foi desmascarado no parque). Logo em seguida entra o Bossun juntando todos os pedaços da história, como conversas, depoimentos, piadinhas da Jump, tudo junto para numa concentração sobre-humana bolar o plano final e decidir o caso. E… ops, esqueci da Himeko não é mesmo? Bem, ela entra com o porrete, muita testosterona e uma boa dose extra de destruição sempre que preciso, só pra gente não esquecer que isso é um shonen e como tal também tem que ter porrada.

Semana que vem o primeiro figurão vai dar as caras. Takemizu Shinzou, o samurai moderno que em vez de ser um sábio, é um completo maluco com uma espada de madeira na mão (lembrei do Kuno de Ranma ½ agora). Ele é apenas o primeiro a abrir as cortinas para o show de personagens estranhamente engraçados da série, ao longo dela o que não vai faltar é isso.

Se você nao acompanha o mangá, mas ficou  na curiosidade, recomendo a Quadradim Scans, que apesar de não ter uma periodicidade certa faz um bom trabalho de tradução com a obra. Quanto às minhas expectativas para o anime, a primeira vista estou satisfeito. Não faz muito tempo fiz aqui uma enorme propaganda do anime de Beelzebub, ainda que estivesse com o pé meio atrás pelo fato do mangá não estar tão distanciado assim para um anime, mas fiz. No fim o resultado não foi o que eu esperava. Muita enrolação e episódios para preencher a primeira temporada que não lembram em quase nada todo clima bom e extremamente engraçado do mangá (aliás, quem ficou com uma imagem ruim da série deve dar uma olhada no mangá e mudar seus conceitos).

Sket Dance leva uma ligeira vantagem, talvez pelo fato do mangá estar bem mais adiantado. Já começou fiel a obra original, não deve deslanchar como um Bleach ou Naruto, a menos que os produtores responsáveis pela animação na TV Tokyo saibam manter o mesmo ritmo e qualidade da história que o autor tem quando fillers forem necessários. Se não, terá repetidas pausas como acontece com Gintama por exemplo.

Dando minhas considerações finais, só posso dizer que a história é deliciosa de se acompanhar, nunca perde o foco no humor, não cai de forma alguma na mesmice mesmo se tratando do cotidiano de estudantes, tem personagens carismáticos e engraçados aos montes pra ninguém colocar defeito e está repleta de referências não só às obras da Jump como também à filmes e muito mais, fechando cada mini arco sempre com uma boa lição de moral (e se nada disso te convencer a dar uma chance a obra, então é melhor você ir assistir missa de descarrego que é bem mais engraçada, concordo).

Enfim, Sket Dance está no ar e em minha opinião já estreou com pé direito, ao contrário do anime de Beel, vamos torcer para que faça sucesso e dure bastante tempo na TV japonesa. Para quem ainda não conferiu, é só entrar na PUNCH Fansub e baixar o primeiro episódio no formato de sua escolha. Agora me dêem licença que eu vou ver se a Sonya está bem. Até a próxima.

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