Panini ataca a arcaica distribuição nacional!

Os planos para o reboot da DC pode abrir as portas para um novo segmento de mercado?

Não, eu não vou explicar com detalhes como será o reboot da DC no Brasil. Sites como Omelete e Universo HQ já fizeram matérias bem detalhadas sobre isso. A Panini mostrou novamente que tem culhões que as outras editoras jurássicas no Brasil não possuem. Quer dizer, ela está prometendo muita coisa, se conseguirá cumprir só o tempo dirá, mas eu levanto da minha cadeira e bato palmos para uma editora que está tentando expandir o mercado de quadrinhos no Brasil.

Uma das novas propostas da linha dos quadrinhos da DC Comics que se inicia em junho é a criação de títulos exclusivos para venda em Comics Shops especializadas. Por enquanto apenas a Comix e a Devir estão na iniciativa. Mas convenhamos que o Brasil é péssimo em Comics Shops. Acho que isso demonstra uma coragem enorme da Panini e uma experiência de mercado totalmente importante para a evolução do mesmo. Não é de hoje que venho dizendo que banca de jornal como forma de venda de quadrinhos é um modelo falido, totalmente zumbizado. Não pra menos que é muito comum bancas falirem ou trocarem de donos em questão de meses.

Precisa mesmo se apostar em lojas especializadas em quadrinhos. Precisamos mesmo criar um novo sistema de distribuição de comics no Brasil. A Panini está abrindo o mercado, criando revistas que podem ficar expostas ao leitor por um período muito maior de tempo, criando um produto que não precisa de tiragens estratosféricas para vender. Afinando a ideia de mercado de nicho e que todo e qualquer material pode ser vendido por aqui se for ofertado e vendido num local apropriado.

Os novos títulos da DC que serão criados especialmente para Comic Shops ainda precisam provar que irão dar certo. Certamente terão uma tiragem bem limitada e ainda nem sabemos quanto custarão, mas com certeza é uma iniciativa totalmente excitante. Novas portas podem se abrir com essa iniciativa. Muito melhor do que a contrapartida dos encadernado para livrarias que custam os olhos da cara.

Isso pode vir a ser apenas a ponta de um icerberg. Se der certo, quem garanto que a concorrência não pode copiar? Que não garante que esse tipo de iniciativa não se torne cada vez mais comuns e não estimulem a criação de novas comics shops nacionais? Pois certamente estamos precisando disso.

Nas últimas semanas eu andei pegando pesado com o mercado de quadrinhos nacional (aqui e aqui) e agora vem a Panini comprova tudo que eu venho dizendo: nosso mercado de quadrinhos ainda tem muito potencial para crescer. Ainda estamos preso num mercado jurássico, de banca, de distribuição burocratizada, de carência em especilização e venda digital. Fico muito contente que existe a Panini no Brasil. Editora que ostenta grandes pesos pesados do mercado mundial de quadrinhos como Marvel, DC, Mangás da Shonen Jump, Vertigo, Turma da Mônica. Não é pouca coisa.

Quanto aos novos 52? Eu saudo a ousadia de querer publicar tudo. Não esperava que ela conseguisse, pois é de conhecimento geral que ela nunca conseguiu publicar todo o material que existe lá fora, seja Marvel ou DC. Infelizmente o nosso mercado não é sólido o suficiente para acabar com essa coisa de mix de revistas, mas parece que algum passo está sendo testado. As revistas exclusivas das comics shops terão apenas 2 titulos, ao invés do mix de 3 que vai para as bancas.

Lamento que a Panini não tenha conseguido colocar no mercado os 52 titulos no mês de estréia. Ao todo ela conseguiu 35, sendo que o restante deve estrear em breve, ou fazer rodizio com algum titulo de algum mix. Isso é ruim porque não foi assim que a DC criou esse reboot. Mas é melhor sair com atraso, com rodizio, no formato de tiragem pequena e exclusiva, do que não sair. Já é alguma coisa.

Tiro o chapéu para os pacotes de assinaturas, que foram instantaneamente reajustados assim que o comunicado oficial explicando como seria a partir de junho caiu na rede. Enquanto isso na Editora Abril, já se passaram 1 ano que Pateta e Minnie mensal foram anunciados e nada delas ganharem ou serem incluido em pacotes de assinatura. Só lamento que a Panini não tenha sido esperta e criado um pacote de assinatura para a linha exclusiva de titulos. Talvez porque nem ela saiba ainda como serão as vendas, mas não duvido que caso sejam positivos em breve veremos esses titulos em pacotes para assinantes também.

E o Mauri no forum da equipe também me chamou a atenção num outro ponto: continuamos sem quadrinhos em formato digital. A Panini perdeu uma senhora chance para começar a experimentar o formato digital no Brasil. Que pena. Eu mesmo estou elogiando as iniciativas, criticando algum formato, mas como todos devem saber eu já não compro mais quadrinhos da DC ou Marvel em formato físico. Não dá mais. Depois que comprei uma iPad, esse tipo de leitura só via digital. Coisa linda acompanhar DC e Marvel dessa forma. Nunca fui colecionar dessas revistas, sempre tive problemas onde guardá-las em casa e nunca consegui “desová-las” de forma justa em sebos (pagam merrecas), então não torro mais dinheiro com esse tipo de revista. No formado digital? Compraria com o maior prazer, ainda que haja muita polêmica lá fora alegando que esse formato não deveria custar o mesmo valor do impresso, o que concordo plenamente. Mas é um mercado novo e que ainda está em amadurecimento até mesmo nos Estados Unidos. Mas não duvido que uma hora ou outra vá chegar por aqui e novamente, não duvido que a Panini seja a primeira com culhões para isso.

Enfim, Os Novos 52 estão para começar aqui no Brasil em Junho. Atacando em várias frentes. Sistema de mix, distribuição arcaica em bancas, distribuição exclusiva, assinaturas etc. Vamos ver o que vai acontecer…

Hotsite oficial: http://osnovos52panini.com.br/index.asp

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