Quando tudo acontece ao mesmo tempo você pensa: pra quê serve mesmo? [Reflexões] [Tecnologia]

Eu achava essa coisa de relacionamento virtual coisa de gente infeliz. É fato. Exatamente assim que eu pensava – até mudar de ideia definitivamente após entrar no Portallos.

E esse assunto é apenas um pontinho em meio a uma nova forma de viver que surge e se solidifica a cada dia. Há muito, mas muito pouco tempo mesmo, nada do que temos hoje era exatamente necessário. Aliás, atualmente, tenho me voltado cada vez mais à simplicidade… Mas, enfim, vamos passo a passo, assunto por assunto.

É possível viver sem facebook? Sem twitter, MSN, etc? Bom, MSN, coitado, já perde “clientes” (eu falo clientes de propósito mesmo) a cada dia: assim que o facebook fizer uma forma de transmissão de arquivo que preste, acho que o MSN vai ficar bem para trás…

Mas, voltando: é possível viver sem essas coisas? Sim, ainda é. Mas em breve não será mais. Quem ainda consegue ter uma internet discada em casa e ficar horas para baixar qualquer coisa? Antes, se conseguia… Aliás, tem alguém que não baixe nada na internet? No Brasil a coisa é muito estranha: nós nos acostumamos com gratuito, com o “jeitinho” e o “jogo de cintura” e para oficializar a venda das coisas vai ser um processo longo (mas essa também é outra história).

Todo mundo que tem uma condição melhorzinha, classe média para cima, se mata para comprar um celular com funções extras e ficar conectado o tempo todo também, embora eu já tenha visto muita gente com Iphone, mas, sem acesso a internet (aí já entrar no modismo e na classe nojentinha que prefere aparecer do que ser)… Não que as pessoas mais pobres não amem, mesmo sem saber, a tecnologia!

A questão é que essa forma de viver, conectada demais, ativa demais, vicia e, ao mesmo tempo, esvazia a mente de qualquer coisa que seja felicidade de fato. “Como assim cara, você é hippie, por acaso?”. Não, não sou. Inclusive acabei de comprar uma TV muito cara! XD Mas, não vejo isso como prioridade em minha vida e tento afastar o consumo como forma de satisfação. Não trabalho para ter dinheiro. Trabalho porque gosto do que faço. Claro, tenho remuneração, mas, leio, viajo, invito em coisas que me agregam valor e também em simples divertimento: um jantar doido com minha mulher, encher a cara com os amigos ou a minha TV e meu Xbox 360, por exemplo!

Então, não estou com um discurso hippie aqui, do tipo: se livre disso tudo e seja feliz morando no mato. Só fico imaginando o que é real ou não nessa vida.

Nós somos programados e escravos da própria vida e a tecnologia, que viria para libertar (como profetizavam), juntou-se ao consumo e tornou-se mais uma arma contra uma vida mais tranqüila. Até nosso novo herói mundial, idealizador da Apple, que mandava pensar diferente, não fez nada sem cobrar ao menos U$$0,99, entende? Sem julgar, sem levantar bandeira: a vida é assim.

Você não é uma pessoa: é o seu trabalho. Você não é livre para fazer o que quer: você gera contas (só em sair na rua) e trabalha para pagá-las, afinal não vai poder ir a uma escola decente ou ser bem atendido em um hospital, sem ter dinheiro, entende? (pelo menos no Brasil) Você não busca a felicidade: você consome felicidade. Ou você acha que eu sou um cara descolado: “pô, ele viaja, ele lê, ele é cool!”, Ora, meus amigos, nada disso seria possível sem ganhar dinheiro. Seu mundo é do tamanho do seu dinheiro – a não ser que você seja “melhor do que isso”, o que é tarefa de Dalai Lama, afinal.

Claro que isso vale, sem dúvida alguma, para as classes sociais com menos problemas, ou seja, que não estão morrendo de fome por aí… Porém, nem tanto e nem tão de forma extrema, afinal, já muita casa que desabou e que tinha Sky e Tv de LED, ou mesmo carrões nas garagens de casas sem reboco ou faltando comida. É tudo uma questão de prioridade e o que se diz por aí que é prioridade.

Mas, aí volto (depois de toda essa loucura) ao início do texto. Antes de entrar no Portallos, eu já tinha uma história na internet: desde o mirc, passando por ICQ e todo o processo histórico virtual, eu me conectei com pessoas. Pessoas loucas, talvez, criminosos ou pessoas carentes demais que perdiam a madrugada em suas casas, enfurnadas em seus quartos com internet discada… Meu interesse era saber o que as pessoas achavam daquilo tudo e, claro, baixar música, mesmo que para baixar cada mp3 demorasse horas! XD

Aqui (no Portallos), fiz alguns amigos e leitores que até me seguem e conhecem meu texto melhor do que eu! Poxa, a Dakini é revisora dos originais de meu livro que ando escrevendo no tempo livre, Theo me ajuda a filosofar sobre a vida, resolver uma crise deprê ou mesmo escolher uma câmera fotográfica, no fórum de bastidores, todos discutimos, compartilhamos novidades e também brigamos o tempo todo – é bem divertido! Se estivéssemos bêbados em algum bar, alguém jogaria um garfo no outro (principalmente eu e Thiago, nosso editor).

Contudo, me pergunto quem são essas pessoas e por que nós conversamos assim, livremente, como se nos conhecêssemos há muito tempo? E os “amigos” do facebook, então?

Eu tenho alguns “amigos” que nunca vi: talvez tenham me adicionado por conta da banda que toco, pela minha empresa, não sei… Eu aceito e vejo a vida de todos e todos comentam as minhas frases e fico vendo as besteiras que falam às sexas-feiras, as ressacas de domingo, enfim, a rotina de centenas de pessoas que nem sei quem são!

Eu recebi um email de um amigo chinês me mostrando as fotos da casa dele! Ele me ajudava com meus fornecedores, ligava para o celular deles na China, cuidava para que os produtos fossem entregues, não me cobrava nada (ou quase nada!). Eu mandava o dinheiro para ele e ele fazia as compras para mim. Às vezes, aliás, quase sempre, comprava para mim e depois mandava! Intercedia por mim, garantia que iria ganhar dinheiro, que as cosias iam chegar com qualidade, bem embaladas… Meu Deus! Quem é esse cara? E como ele pode confiar em mim (e vice-versa) desse jeito!?

Então, ficam as questões:
Essa tecnologia toda, para mim, está amarrando a vida, talvez piorando-a e forçando uma adaptação rápida da nossa parte. E não estou falando só de mercado de trabalho e essa besteira toda que as pessoas adoram priorizar na vida…

Por outro lado, essa tecnologia toda criou oportunidades de laços muito estranhos, os quais, eu acho, que a filosofia clássica, antropologia, sociologia, psicologia etc., ainda não deram conta de tratar de forma efetiva. Não sei por que gosto dessas pessoas, não sei por qual razão confio em mandar meus originais à Sofia, não sei por que me importo a debater alguma ideia com todo esse grupo de que faço parte…

Eu tenho receio disso tudo e acho que estamos indo num caminho louco: de frustração e consumo, de uma eterna busca por algo que nem temos tempo de pensar. Afinal, em resumo, é assim: é escola, vestibular, faculdade, emprego, casa, filhos, aposenta, morre… (precisa ser assim?)

Eu achava que relacionamento virtual era cosia de gente infeliz (lembra que falei isso?): não vou ficar relatando meus sucessos, digamos assim, mas, sou muito satisfeito com minha vida. Falta muito para poder olhar nostálgico para o passado e sorrir por ter vivido bem (não estou falando ter tido sucesso), afinal, sou novo pra caramba. E, “feliz” como sou, não abro mão de meus “relacionamentos virtuais”.
Como você leva a vida diante dessas coisas todas?

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26 Comentários

  1. O ser humano está acomodado com as coisas. A ‘tecnologia’ ajuda, e atrapalha.
    Estamos preguiçosos e isso é um fato.
    Quem quiser provas só ver o tanto de ‘produtos milagrosos’ que fazem exercícios sem fazer nada. Só um exemplo, mas que é real.

    A tecnologia consome tempo pra gente aprender e se acostumar com ela e logo ela se torna obsoleta então você precisa de mais tempo pra aprender a ‘nova’ tecnologia.
    É um ciclo vicioso e triste se for analisado friamente. Não tem fim. Quem tem mais de 20 e tantos anos sabe disso. Coisas que eram novidades quando eram adolescentes são velharias hoje…tem um post em algum blog perdido por aí que fala justamente disso.

    Mas a resposta a se precisamos disso tudo? NÃO.
    Nossos pais, avós viviam sem essas coisas e viviam bem. Se quiserem comprovar vão até uma região mais interiorana com fazendas e etc, e veja os sitiantes que se acostumaram a viver na roça e hoje estão com seus 80 ou mais anos. Duvido que qualquer um que hoje está acostumado com as tecnologias e hoje seja jovem chegue aos 60 com mais saúde que eles.
    “Mais a tecnologia avançou no campo da ciência e medicina” Sim, claro. Mesmo assim eu não tenho 70% da saúde do meu pai!

    Nós conseguiríamos viver sem nada do que foi citado aqui. As pessoas que viveram anos atrás sem nada disso viveram e eram bem contentes e felizes, talvez mais que a sociedade consumista, desenfreada, preguiçosa e pseudo-culta que temos hoje.
    Mas viver sem a tecnologia demanda esforço e isso é uma coisa que praticamente ninguém está disposto a fazer nos dias de hoje.

    1. Pois é: viver de forma simple é mais complicado que aceitar que as coisas estão mudando.

      Mas eu acho que não vai durar. Que vão acordar e retomar o que importa.

  2. Já tem muito tempo que não comento por aqui, mas sério, essa post mereceu e concerteza vou tentar me expressar muito bem no que vou falar:
    Sabe por que eu gosto dos seus posts pedro? Por que eles não são do tipo de apenas informam ou seguir a mesma linha de pensamento  que tanto vejo em outros textos, você questiona e gera reflexão, dessa post por exemplo podem sair inúmeros pensamentos diferentes dependendo da interpretação de alguns. Mas sem puxar o saco e falando mais do que importa mesmo, a inclusão tecnológica é mais do que apenas o que facilita a vida do homem ou uma ferramenta de trabalho, é um novo “valor” da sociedade, todos usam, você acaba engolido por essa onda comportamental, a internet pode sim deixar as pessoas acomodadas, muitos preferem que o coomputador pensam por elas, mas então o que elas tem de diferente entre si? Nada.
     Caso lembrem de meus antigos comentarios, vou voltar á um argumento que não é novidade pela minha parte, nada é feito sobre isso, nada é feito para freiar essa onda cibernetica, por que alguem não quer que isso mude, a internet virou mais um meio de alienação, talvez não arquitetada como a televisão ou os jogos de futebol antigamente, mas talvez um acidente que tenha sido conveniente para muitos. Ah, qual é Will? Acusando o governo de novo? Talvez não o governo, tanto não ouso citar nomes, mas tudo isso me leva a pensar, do modo de trabalho até o modo de relacionamento entre pessoas, tudo está mudando, como dizer se isso é bom? A tecnologia pode facilitar, mas ao mesmo tempo causa dependência e mudar valores de uma geração, o pior é que tudo muda de maneira aparentemente impossível de controlar.
    E finalmente o ciclo de vida, já havia pensado nisso há muito tempo, todas as pessoas passam pelo mesmo processo de vida, e aquela que optam por caminhos diferentes são vistas de forma “diferente”, muitos já me falaram que não se sentiam a vontade na escola ou no trabalho, eu sempre as questionei de que talvez isso não seja o que elas queriam de verdade, mas essa questão é como eu disse antes, todos somos engolidos pela “onda”. Isso influencia como uma pessoa é julgada e vista na sociedade, tudo poderia ser diferente tanto para melhor como para melhor, mas a verdadeira questão está em como controlar esses valores para um futuro mais justo para todos, algo que eu sei que é impossível(ou quase) em uma sociedade capitalista.

    1. Concordo, não engulo essa de que as pessoas eram mais felizes quando tinha menos tecnologia. Cada época tem seus modos de vida e preocupações… 

        1. Leia o final do meu comentário. E sim, a aleatoriedade é uma constante nossa, livres para tudo, porém com o dever de usar tudo com sabedoria.

          A Tecnologia é um apenas um canal a mais pelo qual nos expressamos. Ela, assim como artes, política, sentimentos e etc, não são nada sem nós. Nós somos os meios nos quais todas as coisas atuam, por isso essas coisas são um reflexo de nós mesmos.

          1. Blá blá blá de quem não respondeu ao assunto do texto e vem filosofar por aqui de forma tão barata que para defender seu argumento o faz em detrimento da imagem do outro e não sobre a opinião. Eu acho que tenho entendido a vida, mas, só sei disso porque tenho certeza que vou morrer sem entendê-la de fato! XD

            Pessoas mais inteligentes e mais sensíveis que eu ou você tentaram e não conseguiram…

  3. Eu tenho um pensamento parecido com o seu, mas sou mais extremista. Não uso nenhuma das redes sociais para de fato “socializar”, ou melhor, apenas com conhecidos da ‘vida real’, e acompanhar notícias e etc, não me preocupo em fazer amizades. MSN só entro para marcar uma jogatina pelo skype com a galera que conheço de infância e já não moram mais aqui (Para vocês verem, nem jogar com “semi-conhecidos”, que é algo comum, eu  costumo fazer. Gosto de discutir coisas da vida, o que aconteceu durante a semana e etc, com pessoas que me importo realmente), ou um recado rápido para alguém, não costumo ficar no MSN batendo papo. Há cerca de um ano e meio pra cá, eu levo uma vida mais ‘offline’, tirando os jogos é claro, e acho que isso me fez muito bem. Eu tenho mais tempo para a pilha de livros que não para de crescer em minha estante, para o estudo, para o desenho, para a música e meus instrumentos, até meu relacionamento com minha família melhorou, sou muito mais participativo por aqui, antigamente eu não me importava realmente, hoje faço deles o meu problema e vice-versa. Fora que me tornei uma pessoa muito mais centrada, e também me preocupo mais com minha saúde, coisas que antes eu via sobre e pensava “Isso não é pra mim”, como academia, artes marciais, uma boa alimentação e dieta, hoje fazem parte da minha vida. Nunca estive fora do meu peso graças à genética, mas só deus sabe que forma eu teria hoje em dia se isso não estivesse ao meu favor. Longe de hipertrofia, mas cuidar do corpo é sim preciso! Ou você acha que verá mais quantas décadas num tempo onde até se trabalha com o traseiro em uma cadeira?

    E fora a parte viciante disso tudo: Você tem aquela coisa de checar por novas atualizações de seus contatos de hora em hora, sem ao menos saber se vão compartilhar algo de útil. Claro que você tem de saber quem ter como contato e etc, mas convenhamos que hoje em dia é difícil filtrar essas coisas.

    Reforçando o que o Mauri disse, eu definitivamente sou um exemplo de pessoa que não sabia como dividir as tarefas online/offline, por isso hoje em dia não perco tempo com “necessidades relativas” que eu não precisava, mas não sabia disso. Claro que o que é fútil para mim, pode não ser para você, só que pela experiencia que eu tive com isso, prefiro as coisas como estão hoje em dia.

    Ótimo post, Pedro. Btw, não sabia que você tinha banda! Você toca qual instrumento?

  4. Cara, o texto ta tao bom, e me fez refletir tanto, que vou organizar melhor minhas ideias pra depois postar de novo aqui, mas nao pude deixar de postar para te parabenizar pelo texto e pela iniciativa de propor um tema que nos faça refletir.

  5. Legal a matéria. Um assunto interessante e mais atual do que nunca.

    Não penso que a tecnologia seja inteiramente ruim, nem boa também. Digo, hoje em dia o uso de tecnologia (principalmente eletrônica) se faz fundamental para a vida. Mesmo quem não gosta de mexer com internet, videogames e etc, ainda assim vive com um celular na mão. Também, com a ajuda da tecnologia é possivel ter acesso à uma infinidade de novos conteúdos, viver cada vez melhor, com maior conforto e experienciar sensações únicas (como quando se joga pela primeira vez um jogo de um console de ultima geração por exemplo).

    Quando se trata de rede sociais…well, elas tem seus pros e contras. Ao mesmo tempo que nos permite conhecer outras pessoas, em lugares distantes, manter contatos com amigos e blá bla blá, também pode tornar as relações mais fúteis e superficiais. Pra isso o melhor exemplo que consigo pensar é: Amigos de Facebook, Orkut, MSN e o diabo a quatro. Cada vez mais pessoas se tornam  amigas sem mal conversarem e, do nada, desaparecem como se nunca tivessem existido. Há algum sentido nisso? !

    Enfim, o papel da tecnologia é sim importante (demais até) e irá ficar cada vez mais. O problema é comodismo e até mesmo dependência. É direto que se houve história de pessoas que sem determinado item tecnológico, pensa que se torna um inútil e pode até morrer sem aquilo. Isso sim é ridiculo.

    Tecnologia é uma ferramenta para tornar a vida mais fácil, produtiva e agradável. Não devemos nos esquecer disso. 

    1. Pra mim isso q vc escreveu responde todas as questões levantadas no post, a pessoa tem q saber dominar a situação e não ser dominado, eu consigo perfeitamente conciliar o real do virtual, separo amigos de contatos virtual, oq é necessário e desnecessário, absorvo só oq acho necessário pra mim, o restante, as coisas futeis passo batido.
      Não tenho esses grilos que o Pedro escreveu, procuro não pensar nisso, ou nem me preocupo com issso msm.

      1. Você leu lá o texto todo?! Sei que tá grandããão e tal, mas, eu nem falei só disso. A galre acabou se prendendo a esse aspecto que foi comentado por uma pessoa e aí a discussão ficou nisso.

        Mas, eu falei de consumo, das falsas necessidades, da vida em geral, não é apenas tecnologia. Ela é a base do argumento do texto, mas não é sobre se é legal ou não, se as pessoas eram mais felizes ou não em outra época.

        É sobre o que realmente precisamos para ser feliz, se é o trabalho que faz essa função, enfim…

        1. ué,  respondi sobre o texto todo: consumo, falsa necessidade, da vida em geral não apenas tecnologia.

          Não termina  o post com “Como você leva a vida diante dessas coisas todas?” qual era a resposta q vc queria?

      2. Também acho que basicamente é isso, porque o restante se deve as prioridade e particularidades psicológicas do indivíduo. Eu não tenho nenhum problema com esses assuntos ou reflexões acima e tudo por que eu sigo o disse antes sendo que também me imponho limitações para ter um controle melhor.

      3. Acho errado falar contatos/amigos virtuais, acho que vi um pouco disso no texto também. Por trás de todo nick existe uma pessoa bem real, independente de você ver ela ou não, não separo ninguém por categorias. Um estranho na internet é a mesma coisa que um estranho na “vida real”.

        1. Ah , eu não concordo. Acho que “ao vivo” seria mais difícil ter amizade com algumas pessoas que até conhecia por aqui, pelo Portallos, que são mais tranquilas por trás de computador…

          Acho que é diferente também porque você  não liga prum amigo de facebook nas horas difícies, por exemplo, entre outas coisas.

          Não acho que exita algo que substitua interação física, um abraço, aperto de mão, beijo, efim.

  6. Essa é a primeira vez que estou comentando aqui. Parabéns pelo post, e devo dizer que de todo o avanço tecnológico que houve dos anos 2000-hoje, houveram coisas boas e ruins. Apesar da tecnologia fazer com que as pessoas tenham vários e vários “amigos” virtuais, existem exemplos onde mesmo tendo 100, 200, ou até mesmo mil amigos, a pessoa se sente cada vez mais sozinha. E não apenas esta pessoa, mas os outros “amigos” que ela têm. Por conta de que o ambiente real onde esta pessoa vive não propicia amigos que conversam sobre os mesmos assuntos que alguns amigos virtuais conversam, em um determinado grupo. Por conta disso, percebe-se que o isolamento social está cada vez maior no mundo.
    Da parte da tecnologia ter suas coisas boas, hoje temos como adquirir música, filmes, séries, programas utilitários, em uma lan-house próxima em questão de minutos. Sendo que há 30 anos atrás tínhamos de pesquisar sobre as coisas, procurar vinis e CDs, alugar VHS, e, na parte dos programas, tínhamos de fazer direto no papel. Computadores com memórias de 1Kb, 2Kb eram coisas surreais.
    Sem contar nos negócios. A Internet fez um avanço exponencial na divulgação de empresas e seus produtos. Eu conseguiria viver sem MSN e Orkut, já que são apenas esses que tenho. Mas viver sem PC é mais difícil.
    Finalizando, digo que o mundo em si está tendendo a se parecer com o ambiente descrito no livro Admirável Mundo Novo.

  7. Então, tudo depende, não querendo relativizar demais a questão, da visão do interlocutor, e não da resultante desta visão, mas do meio ambiente que a propiciou. Ou seja, um rapaz de classe média, média alta, em geral tende a ver uma pessoa mal sucedida, com olhos de que seja uma pessoa sem vontade de crescer, preguiçosa, acomodada, etc. não levando em conta todas as dificuldades pelas quais ela possa ter passado, mas somente as suas próprias experiências, família estruturada, boa escola, custeio de vida até uma qualificação concluída e início de uma atividade profissional, como se todos tivessem as mesmas oportunidades. Da mesma forma deve se dar esta questão, ou seja, o meio ambiente que a propiciou, as experiências de vida que o fizeram confiar e gostar de pessoas que nunca viu, mas com as quais se relaciona, até porque a base do relacionamento não é tão física, mas cerebral, nos relacionamos basicamente com ideias, ideais, conceitos… O problema não é o excesso de tecnologia, e o fácil acesso a estas diversas ideias, o problema é o pouco proveito ainda feito dessa possível interação de idéias. Sendo a individualização ainda muito presente, e o coletivo ainda em segundo plano, querendo ganhar força, mas com um longo caminho a ser percorrido. As coisas servem ao propósito de quem e para que as usa. “Para que tudo isso” é uma pergunta justa, visto que com tantos recursos de interação, consigamos fazer tão pouco proveito coletivo desta. A necessidade do Eu bem sucedido, do Eu feliz, do Eu capaz, do Eu popular, do Eu justo, combativo, crítico, coerente, do Eu que não sei quem sou, mas finjo ser, etc, etc, etc … em detrimento do todo.
    Desculpem toda viagem, talvez fugindo do tema, talvez incoerente, talvez mude de opinião amanhã. Hoje minhas experiências e meu meio ambiente me levam a estas linhas mal escritas.

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