Crítica | Gravidade

Que pernões hein, Sandra Bullock!

Essa semana estreou Gravidade, o novo filme de Alfonso Cuarón, com o escasso elenco de George Clooney e Sandra Bullock.

Por mais que atuações, visual e histórias sejam ótimas e perfeitamente críveis, o que venho comentar hoje é sobre o design de som (Sound Design).

Não sou nenhum especialista na área, pelo contrário, tudo que sei veio de papo de bar e leituras em revistas de dentista. Entretanto, esse talvez seja o detalhe que melhor imprime a excelência desse quesito no filme. Se eu como leigo consegui perceber a qualidade de som, pra mim parece ser algo marcante para qualquer público.

Pra começar Sound Design é simplesmente a criação de sons para determinadas cenas, sejam esses sons existentes ou inexistentes (como o barulho dos sabres de luz em Star Wars). Para ver um bom exemplo desse tipo de criação vale dar uma olhada nos extras de A Viagem de Chihiro.

Em gravidade tivemos a equipe de efeitos produzindo cada detalhe para que parece tão real quanto possível, devido a esse detalhe e tantos outros que me deparei, cheguei ao questionamento do que é ficção cientifica e o que é fantasia cientifica – mas essa fica pra outro post.

A equipe de efeitos sonoros adicionou quatro principais detalhes que criou a emersão tão profunda no ambiente:

  1. Várias vezes ouvia-se o personagem de acordo com o ponto que ele estava, se estava na sua esquerda o som iniciava desse lado.
  2. Foi usado a profundidade até mesmo no som, para passar a sensação de distância, entretanto dessa vez nos colocando no lugar do personagem que ouvia. Um bom exemplo é a cena em que a o Matt Kowalsky está rodando pela estação e percebemos quando ele se afasta ou se aproxima, mesmo que a câmera esteja fixa na Drª. Ryan.
  3.  O cenário (Universo/Espaço) proporcionou ângulos extremamente abertos. Portanto, se em um momento você tinha a respiração ofegante e desesperada em outro você tinha o completo silêncio, o que seria efeito do som no vácuo.
  4.  Para passar a sensação que o personagem sentia o som foi ferramenta fundamental. Pra mim a cena mais marcante nesse quesito foi quando o ar da Drª Ryan já está acabando e é necessário passar a sensação de pressão e depois alívio. Pra isso o silêncio é tomado por um ruído que vai afinando e ficando mais forte e quando chega ao alívio, ele encerra, sendo substituído por pulsações.

Pra finalizar, Gravidade é um filme visual e audível. O que o torna incrível é que ser bom nesses dois quesitos mostrando o universo que teoricamente é sempre o mesmo visual e um silêncio infinito, necessita grande conhecimento e utilização de inovadoras técnicas.

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Um Comentário

  1. Fiquei meio preocupado com os efeitos usados nos atores, poderia ficar muito artificial, mas com o 3D funciona muito bem. Aliás, o 3D funcionou sempre que foi necessário, sem exageros.

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