Heroes of Neverwinter: Até que enfim um jogo social decente? [Análise]

Acredito que muitas pessoas tem um caso de amor e ódio com os games sociais nas mais diversas redes, especialmente o Orkut e o Facebook. O jogo é legalzinho, chama a atenção pelos gráficos bem coloridos e quando você vai ver ele é mais vazio que saco furado. Não é o meu caso, ainda bem! Desde aquela onda de fazendas à fora eu me mantinha distante desse tipo de jogo. Não via muito interesse nisso, e o máximo de games de browser que eu jogava eram coisas como Cartola FC e Travian.

Aí veio o Facebook e aquela onda de games sociais das mais diversas franquias e resolvi experimentar alguns. Experimentei The Sims Social. Na minha humilde opinião muito ruim. Tirou toda a essência do game, virando apenas um jogo de coletar itens e bônus, um verdadeiro saco na minha opinião. Tudo que o Sim fazia vários itens começavam a saltar para serem coletados. Você cansava de tanto pegar aquelas coisas. Claro que não tem como representar um game da grandiosidade de The Sims em um formato desta espécie, mas seria bom se eles se esforçassem mais para não descaracterizar a série.

Tentei ainda jogar Civilization, mas não consegui, não sei o porquê… Então, ontem, resolvi testar Dungeons and Dragons: Heroes of Neverwinter, e estava muito curioso por dois motivos: Primeiro por ser é claro D&D, famoso RPG de mesa, o qual joguei por muito tempo, e segundo por ter o nome Neverwinter. Para quem não sabe Neverwinter é uma cidade no norte de Faêrun e que foi palco de uma das melhores adaptações do RPG de mesa para o PC, além de Baldur’s Gate, Neverwinter Nights!

A primeira vista o game atrai com os desenhos (normal neste caso), e logo o jogador é apresentado às quatro raças e quatro classes possíveis de serem usadas em seu personagem. O jogador de mesa vai sentir a falta de mais raças e classes, mas novamente repito que é complicado adaptar uma universo perfeitamente para a rede social. A boa notícia é que a escolha de raças e classes é balanceada e cada uma delas se completa.

Os humanos são a raça padrão, bons em qualquer uma das classes. Os eladrins, que lembram muito os elfos, são seres de outro mundo, o mundo férico. Os dragonborns são conhecidos pelo seu senso de honra, e são excelentes guerreiros. E enfim, os halflings são parecidos com humanos, mas de estatura menor, e se aproveitam disso para se tornarem excelentes ladinos. Algumas raças têm skills que adicionam um pouco mais de variedade à escolha do jogador e sem distanciar muito das regras do jogo de mesa. Os eladrins, por exemplo podem usar o passe férico que permite um teletransporte como ação livre, uma vez por encontro.

Ação livre? Encontro? São expressões que podem não ser muito familiares aos que não conhecem os jogos de mesa, mas o mérito de Heroes of Neverwinter é a facilidade com que se aprende as coisas. O game pode não seguir à risca as regras, mas tenta ser fiel no que pode e ensina o jogador algumas das regras básicas da versão 4.0 do D&D. Falarei mais do combate à frente.

Durante todo o jogo, o herói se encontra em Neverwinter onde pode contar com algumas construções que lhe orientam o que deve fazer no “entre-missões”, lojas de armas, poções e até uma taverna onde pode comprar bebidas e recrutar outros heróis para ajudar em missões. O ponto alto do game é a questão de você poder jogar com os heróis de outros jogadores em sua equipe, da mesma forma que o seu herói também pode ser usado por eles. E isso rende à ambos os lados benefícios. Para o líder, uma party apta a lutar nas mais dificeis dungeons, para os aliados, possibilidade de ganhar boas recompensas. E isso fica melhor quando você tem amigos que estejam jogando também. Você pode recrutar os seus heróis gratuitamente e ainda combinar estratégias de evolução para fazer uma boa party.

A cada nível seu herói escolhe um entre dois talentos, que são as skills de combate, e no quarto nível, pode-se aumentar um ponto em dois dos atributos, que você predeterminou ao criar o seu personagem: Força, Constituição, Destreza, Sabedoria, Carisma, Inteligência. Cada classe. Não falarei de cada um deles, pois não é o objetivo do post.

O game em si é legal, pois as batalhas funcionam como um RPG tático, mais ou menos fiel ao D&D, a sua party tem um encontro com um grupo de criaturas, e a partir daí, o jogador mexe os seus heróis pelo “tabuleiro” de forma a matar todos os inimigos. Até onde joguei, vi que existe uma boa variedade de criaturas: Kobolds, Goblins, etc… Marcas registradas do RPG. Tem até um dragão branco!

A sensação que tive é que o jogo lhe premia pouco. Os monstros derrotados raramente deixam loot, e quando deixam, é como uma roleta da sorte, você tem dez slots, e você escolhe um deles para ganhar o item correspondente a ele.
Existem itens para revelar slots, mas são expensivos e nem sempre valem a pena. Quando se completa uma dungeon, você também pega o loot da mesma forma, as vezes não ganhando quase nada, míseras 15 moedas de ouro, ou um “recover” de 3 pontos de energia. Isso é um porre, pois as vezes você acaba gastando mais poções na dungeon do que tendo lucro, embora isso nem sempre aconteça.

E por falar em energia, você gasta energia para explorar uma dungeon e ela vai se recuperando lentamente a cada certa quantidade de minutos em que você fica parado na cidade. Agora mesmo, por exemplo, enquanto escrevo o post, estou esperando a energia do personagem se recuperar, para poder explorar outra dungeon e recuperar um pouco do dinheiro que gastei para comprar uma espada nova. Isso de esperar pode ser um saco para quem não tiver muita paciência, mas para não se viciar, faça alguma coisa enquanto espera.

Não falarei de tudo do game para não tirar o interesse de quem ainda vai jogar, é um jogo bom, mas não é aquilo tudo que se espera de uma boa adaptação do universo D&D, claro! Serve para passar um pouco o tempo quando não se tem nada melhor a se fazer, e como todo jogo social é um pouco viciante, e por isso vale o alerta, tenta não ficar totalmente grudado ao game. É um jogo para se jogar sem compromisso, e na minha opinião não vale nem a pena gastar dinheiro real para comprar benefícios. Aliás, isso vale para qualquer jogo social, além deste, mas essa discussão não vai entrar aqui. Até mais!

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2 Comentários

  1. Eu comecei a jogar esse jogo recente e ele realmente é bem legal pra um “facebook game”. O que gostei nele é que vc realmente joga,diferente de outros jogos no facebook onde vc so clica e clica em coisas inuteis.

    Aparentemten ele tem futuro de virar um rio de dinheiro pra Wizards se ela investir direito nele, como adicionar novas classes, raças, um sistema de pericia e talentos e por ae vai.

    Fiz u Dragonborn Cleric(queria paladino, mas não tem).

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