Games In Concert – Eu Fui!

Erros, acertos, nostalgia, humor, emoção… o que mais cabe numa estréia?

Até o ano passado, ano do Rock In Rio, eu não ligava muito para shows. Dizia sempre a mim mesmo como desculpa que os melhores shows, aqueles que realmente marcariam a minha vida pra sempre, não tinham mais a menor chance de acontecer porque os únicos que poderiam ser responsáveis por eles já haviam tratado de se encher de heroína ou êxtase o bastante para morrer precocemente aos 27 anos (Janis Joplin, Jim Morrison, Kurt Cobain… porque vocês não esperaram um pouquinho mais hein?).

Mas como eu mesmo disse, isso foi só até o Rock In Rio do ano passado. Eu fui? Não, na época eu ainda estava metido num horário ingrato como plantonista no trabalho e não podia faltar aos malditos finais de semana. Vontade de ir não faltou, mas Red Hot Chili Peppers e outras coisas interessantes foram vistas apenas pela TV mesmo. E bem… eu não sei se vou conseguir mudar isso radicalmente já esse ano, mas ao menos me esforçando eu estou. Entrei em 2012 decidido a ir na Vídeo Games Live desse ano e até então já achava isso um excelente começo em se tratando de eventos envolvendo música, mas para a minha surpresa eis que a Games In Concert bateu à porta.

Uma das mais prazerosas experiências de poder falar sobre games na web e conquistar um público, um grupo de amigos como o nosso. É poder ser reconhecido por outras pessoas que gostam do mesmo assunto que a gente, que tem o mesmo intuito de fazer um trabalho de qualidade. Inevitavelmente a gente se esbarra nessa imensidão de informações que é a internet e acaba por unir forças.

Portanto desde já agradeço ao Àtila pelo convite feito à toda equipe e de antemão já aviso que adorei o show. Sai do teatro municipal da cidade de Santo André desejando muita sorte na empreitada e que todos os envolvidos nesse projeto possam sim atravessar todo esse Brasil despertando esse sentimento de nostalgia misturado com surpresa. Essa grandeza orquestrada, extraída de canções que até ontem eram pequenos sons gerados por um punhado de 8 bits ou somente canções elaboradas demais para estarem dentro de um jogo.

Mas claro que nem tudo são flores e eu tenho algumas ressalvas a fazer, mas chega de encher linguíça e vamos logo às impressões do evento que salvou aquela tarde cinzenta e chuvosa de 22 de abril.

Só para constar, se você está procurando um review enxuto e totalmente parcial sobre o assunto, vá procurar em outro lugar (com todo o respeito). Agora se você já está acostumado com as minhas bíblias, entre e fique à vontade, leia no seu tempo e não se incomode com as minhas divagações. Vocês já sabem como eu inevitavelmente viajo enquanto escrevo.

Corri atrás de uma câmera boa, dei uma olhada na grande maioria dos jogos que fariam parte do repertório e me lembrei do quanto eu não sou muito bom pra falar sobre música. Mas tudo bem, com a ausência do meu fiel parceiro de eventos (o Alex gente), não havia outro repórter destemido para o serviço. E lá fui eu até Santo André, na verdade eu nem sabia que chegar lá era tão simples, acabei até chegando mais cedo do que devia e isso me deu a vantagem de escolher melhor em que lugar eu iria ficar. Ah.. e já adianto, desta vez eu não tive problemas com seguranças, pra falar a verdade eu nem me lembro de ter visto um.

Quem não vai sair da minha cabeça por um bom tempo mesmo vão ser os personagens que sentaram do meu lado durante as duas sessões. Logo depois da entrada eu vi o Fábio Urso, aquele do Vídeo Quest, ele teve a infeliz idéia de sentar numa das pontas que servia de entrada para as poltronas do camarote. Resultado? Eu perdi as contas de quantas vezes vi ele levantar pra quem ia ao banheiro. Muito provavelmente ele desejou estar lá embaixo na platéia cada vez que alguém chegava para atravessar aquele corredorzinho pequeno. Mas ele não era o único que desejaria isso naquela noite e eu já estava prestes a descobrir por quê.

Tempo vai, tempo vem e além de perceber que o espetáculo já iria começar com meia hora de atraso também me dei conta de que a câmera que eu havia pego emprestado não tiraria fotos muito boas naquele ambiente escuro. Portanto, apesar da minha insistência (foram mais de 500 fotos indo para a lixeira) vocês não poderão ver muitas fotos nesse post. Mas nem tudo foi perdido, afinal quem curtiu, não só curtiu como também gravou e espalhou na rede PARA A NOSSA ALEGRIA. (post atualizado com fotos do Facebook oficial)

Continuando, estávamos quase completando uma hora de atraso e… TCHARAM, as luzes do teatro foram embora. Por um lado eu dei graças à Deus, porque havia um refletor lá em cima que há horas estava tentando me deixar cego. Por outro isso significava mais atraso e a galera lá embaixo urrou tanto que parecia que a noite não terminaria bem, o que seria muito chato tendo em vista que o intuito era o de comemorar a estréia da Games In Concert.

Mas se tem uma coisa eu aprendi cursando Técnico de Informática no SENAC é que quando você sobe num palco, seja você um ator, músico ou somente o estudante tímido que foi forçado a ir lá pra frente apresentar um trabalho de classe para a turma, você tem que literalmente ”rebolar” pra quem está te assistindo. Ainda que tudo esteja saindo dos trilhos, o velho ditado dizendo que o show deve continuar tem que se manter vivo. E foi basicamente com esse jogo de cintura que a Games In Concert começou.

Lá embaixo acho que estava um breu danado, mas no palco o clima era de descontração. Fosse com os informes de que o eletricista estava correndo contra o tempo para salvar a noite ou com o pianista improvisando Pica Pau, Michel Teló, Gustavo Lima, entre outras torturas sonoras para os ouvidos. Até o pessoal do… trompete (?) tocou aquela marcha de casamento que todo mundo já ficou careca de ouvir. Pra quem não dormiu isso ajudou a passar o tempo (eu acho), eu só não consegui tirar uma soneca porque dois pentelhos sentados ao lado não paravam de reconhecer e me traduzir as músicas que o pianista estava tocando. Essa foi sem dúvida a primeira (mas não a última) vez em que eu desejei muito estar lá embaixo com os plebeus ou quem sabe em casa dormindo mesmo.

E depois de uma hora e tantos minutos, enfim as luzes voltaram, mais 15 minutinhos e o que parecia o fim (comigo prestes a sair do modo FACEPALM para o modo ”Tô zarpando”) estava somente começando. Do meu lado Fábio Urso enfim sentou pra ver o show e não para esperar o próximo infeliz que iria fazê-lo levantar daquela cadeira. E a mãe e o pai dos pirralhos infernais enfim chegaram para calar a boca dos pestinhas. Se bem que aquela era a àrea VIP, então de onde diabos aquele pessoal havia saído? Bah… chega disso.

”Agora vai”, pensei eu e realmente foi mesmo. A música que abriu o show foi algo totalmente inesperado pra mim, porque os primeiros sons só me entregaram uma imensa sensação de suspense. Imaginei uma infinidade de jogos naquele pequeno espaço de tempo, mas jamais esperaria que aquilo se tratava de Tetris e… que abertura foda. Boiei demais porque meu contato com o jogo se bem me lembro se resume aos minigames de feira de quinta que a minha mãe comprava pra mim e nesses sistemas não entrava nenhuma música lá muito trabalhada. Acho que só os mais velhos é que reconheceram a música sem olhar antes no telão.

De toda forma, uma pesquisa rápida no dia seguinte me mostrou a música original e bem… sem muito o que acrescentar a não ser que foi FODA. Além de ter sido uma entrada e tanto, também deve ter sido um alívio imenso para quem esperou mais de uma hora de meia para dizer ao seu público a que realmente tinha vindo. Aplaudi demais, tanto na primeira quanto na segunda sessão.

Depois veio um combo com Mario Galaxy e ambas as aberturas de Super Smash Bros Melee e Brawl Das 3 a última sem dúvida foi a melhor. Mario Galaxy não me fez transbordar de emoção como eu achei que seria, Melee foi algo quase indiferente tendo em vista que na época mal joguei (na verdade, não fosse a retrocompatibilidade do Wii eu jamais saberia o que é jogar Game Cube) e Brawl foi o melhor dos 3 porque trouxe pra realidade aquele soar de grandeza que tem aquela reunião dos personagens da Nintendo.

Logo em seguida veio Castlevania, e mais uma vez eu fiquei sobrando, intimidade zero com a franquia. O jeito foi depositar minhas esperanças de nostalgia sem limites no Sonic, mas ouvir Green Hill foi muito pouco e deu o tom de previsibilidade no repertório que se confirmou a medida que o show seguiu em frente. Futuramente espero que a duração do espetáculo possa ser maior o bastante pra que outras canções sejam reproduzidas sem tanta obrigação de colocar diversos temas num show só. Depois que Green Hill terminou eu só pude ficar imaginando outras tantas músicas naquele formato, uma Sky Sanctuary ao vivo por exemplo seria lindo.

Sem muito tempo para as palmas entrou a música tema de Zelda levemente mesclada à Saria’s Song, o que me desapontou um pouco. Se houvesse mais tempo o ideal mesmo era tocá-las separadamente, sem contar que quando se fala em Zelda tocar uma ou duas músicas apenas é e sempre será um grande pecado. Eu ainda acrescentaria ali na mistura uma Hyrule Field ou quem sabe aquela musiquinha de Termina Field. Mas claro, nada disso estragou o momento que provavelmente foi o de maior carga emocional do espetáculo.

Verdade seja dita: como eu bem disse aí em cima, tudo o que eu queria ouvir e o jeito como eu queria ouvir era simplesmente o jeito mais óbvio, mas os caras ousaram entrar na contramão por assim dizer. Ambas as canções não eram simplesmente emendadas uma na outra, mas sim juntas, formando uma só mesmo e que de tanto se revezarem lá pro meio da música chegaram até a confundir os meus ouvidos. E aquelas imagens, aquele som do piano e o violino dando um show à parte, sem as guitarras gritando e abrindo espaço à força. Ah… foi sem dúvida o melhor da noite.

Daí veio House Of The Dead, outro jogo que nunca experimentei, mas ao contrário de Castlevania e também de Kingdom Hearts, que veio não muito tempo depois (e não caiu no meu gosto pela canção parecer chorosa demais), eu curti pacas a música. Tudo começou com aquele climão de suspense que vai desaguar num tremendo momento de terror, coisa bem sombria mesmo (lembra de Psicose? Pois é, bem nesse estilo, só que 2 ou 3 vezes mais alto na sua orelha).

Só que inesperadamente lá pro meio da apresentação a música ganhou ares de heroísmo, sei lá. Não fazia a menor idéia de como era a versão original, mas achei muito massa e devo confessar que nem foi tanto por saber que se tratava de House Of The Dead, foi mais porque me lembrou aquele tipo de canção que geralmente toca num momento decisivo de uma história envolvente. E quando finalmente fui ouvir a original, hum… não foi bem isso o que eu senti.

Mais um ponto a menos pro show pela falta de fidelidade? Não de minha parte, nem conhecia a música acabei adorando a performance, tanto que eu fiquei esperando por muito pelo bis na segunda sessão que… eu nem pretendia assistir (já já eu chego nessa parte) .

CREC CREC CREC… já fazia tanto tempo que eu nem me lembrava mais de como era o barulho daquelas portas abrindo em Super Mario World. Show demais, não só pela música, mas também pelo fato dos moleques encapetados ao lado estarem chorando de medo por… não sei bem o quê. Um deles chegou a avisar a mãe que já tinha passado da hora de dormir (imaginem como eu fiquei contente ao saber do fato).

Eu só fiquei meio ”assim” porque apesar de não entender bulhufas de música eu mais uma vez teria retirado aquelas guitarras da banda Smash Bros nesse ato e dado lugar à mais efeitos que reproduzissem as diferentes sonoridades sutis da música original só pra trazer máxima fidelidade à apresentação. Mas ficou show do mesmo jeito e como eu disse: quem sou eu para falar de música, é mais o coração de um adolescente que praticamente cresceu ouvindo isso aí.

E DEUS DO CÉU, como o cara que gravaram para apresentação jogava mal hein. O Mario teve muita paciência com esse cara.

E a primeira sessão passou voando, eu ainda não tinha entendido porque, mas logo logo descobriria. Enquanto isso, Goldeneye do Nintendo 64 finalmente fez com que as guitarras tão incompreendidas por mim fizessem algum sentido. E pode até soar barulhento demais nesse vídeo, bem como muitas outras músicas também soaram, mas ficou FODA. Além do mais eu já devia ter alertado, mas antes tarde do que nunca: nenhum desses vídeos consegue representar a verdadeira sonoridade que foi ouvido por lá, infelizmente.

E a sessão terminou com Mortal Kombat, numa pegada inicial que eu não entendi muito e quase achei que se tratava de outra música. Quando a primeira sessão terminou e o pessoal começou a ir embora eu também achei que fosse a minha deixa, mas uma breve ida ao banheiro me lembrou que nem Megaman, nem Sunset Riders, Top Gear e tampouco Power Rangers tinham dado as caras no show.

O que isso significou? Que quem pagou pela primeira sessão assistiu ao show capado. Decisão sábia para não atrasar  mais ainda o segundo show que já estava atrasado, mas sem dúvida alguma uma péssima primeira impressão pra quem foi esperando ver o pacote completo. Isso sem contar que quem veio de longe e fez os cálculos certinho para não perder o metrô na volta pra casa quase correu o risco de ficar na rua (eu fui um deles).

Mas enfim, acho que faz parte, ou alguém ali já sabia que justamente no momento em que o show estava prestes a começar a luz nos daria thauzinho? Olhei pro espelho,  olhei para a câmera já me dizendo que as pilhas vagabundas estavam acabando e dei graças à Deus por não ter passado pela porta de acesso. Do contrário eu acabaria repetindo o mesmo filme que rolou no evento do Super Mario 3D. Aqueles momentos de tensão foram dolorosos demais para serem repetidos.

De volta ao acesso VIP e… LUCKY, tudo vazio, mas não por muito tempo. Os pirralhos enlouquecidos de outrora haviam ido e isso me fez sorrir de orelha a orelha, mas não demorou muito e chegou a galera da terceira idade. A princípio fiquei achando que eram todos jornalistas, mas assim que um senhor com cara de tenor levantou a voz dizendo que um dos rapazes na guitarra era o seu filho, ficou claro que a maioria ali era parente dos que estavam no palco. Isso também explicou porque a àrea VIP virou playground para crianças, apesar de ainda assim não fazer sentido porque dentre tantos indivíduos naquele teatro justo eu fui sentar ao lado deles.

E por falar em gente que sentou ao meu lado, assim como a noite me reservou o direito (que depois virou dever) de assistir às 2 sessões, a segunda parte do show também dobrou o número de figuras ao meu lado. Além do senhor que parecia um tenor na fila da frente, um grupinho pra lá de humorado sentou do meu lado e o cabeça da turma soltaria a piadinha da noite em instantes. Do outro, uma familia de japoneses que também não tinha cara de serem jornalistas, mas eles fariam parte da piada assim mesmo. Lembro que também sentou um cara da Games On The Rocks na fileira frente. Pois é, a noite estava cheia de web celebridades.

E dale show, tudo novo de novo. Desta vez deu pra perceber uma organização melhor entre os membros da orquestra. Quando só precisávamos do piano e o violino na entrada de Zelda, o resto da galera deixou o palco e o mesmo aconteceu quando os pianistas deram passagem para apresentação da Steffany acompanhada da banda Smash Bros para cantar… alguma música de Portal.

Sei que era Portal porque a tela ao fundo esfregava isso muito bem na minha cara e também porque mesmo nunca tendo jogado isso é meio que impossível acompanhar noticias de games todo santo ano e não ter ouvido falar uma vez sequer de termos ou nomes como ”Aperture Science” ou ”GLados”. Gostei da abertura, colocaram a voz da musa do jogo fazendo uma apresentação bem high tech e tal, se eu fosse fã provavelmente teria sofrido um orgasmo relâmpago naquela hora.

Pelo o que eu pude pesquisar, a música que escolheram foi Still Alive, só que infelizmente na hora do cover não deu para saber o que exatamente estava sendo cantado. Tudo bem que eu estava prontinho pra dizer que não teria o menor comentário para com este momento, sou muito chato quando o assunto é música cantada e não instrumental, mas nesse caso as guitarras (sempre elas) acabaram por abafar completamente a voz da moça. Logo, acho que nem mesmo quem conhecia a música conseguiu dizer se a performance foi boa ou ruim de fato.

Talvez quem estivesse na platéia tenha ouvido ela melhor, mas lá de cima só chegou mesmo alguns pedaços do que deveria ser a única música cantada do show inteiro. E o momento não foi só inesquecível por causa disso, o piadista que estava sentando à minha direita só esperou o som baixar pra perguntar onde a Steffany tinha deixado o Crossfox (”palma, palma, não priemos canico”, se você não entendeu é só clicar aqui e voltar a ser incluído na conversa).

Mal sabia ele que o japonês, aquele com cara de poucos amigos, que ficou sentado o show inteiro e só levantou única e exclusivamente naquele momento para aplaudir a moça, era nada mais nada menos que o pai dela. Ainda bem que a noite já tinha sido difícil com os pivetes da primeira sessão, logo, a inconveniência que dá sabor à vida decidiu que não precisávamos de mais eventos inusitados dentro de outro evento. Sem falar que mesmo que o japonês tivesse ouvido a piadinha, muito provavelmente daria na mesma. Ele não tinha cara de quem sabia quem era a moça do Crossfox.

E o vídeo? Ah… me desculpem, mas assim como grande parte das músicas não soam tão bem no player do YouTube, alguém tentando falar mais alto que um par de guitarras também não vai soar qualidade aos ouvidos de ninguém. Aliás as guitarras gritaram tanto que acabaram ganhando um solo logo na sequência com Pokémon e que infelizmente também não empolgou muito.

Na verdade, talvez o pessoal devesse repensar seriamente o uso das guitarras no espetáculo.

Fora isso, da segunda sessão não tenho muito mais o que falar porque acabaria falando das mesmas coisas e os personagens dessa minha história já tinham perdido o ânimo para criar mais adendos nessa postagem. O diferencial foi mesmo o medley no piano feito pelo Katoshi. De cara anunciaram um adicional que foi uma música de Final Fantasy Tatics. Mas não me despertou nada porque nunca fui com a cara da franquia nessa época, só achei que o improviso acabou saindo meio falho.

VOLTO A DIZER, eu não entendo nada de música, mas os meus ouvidos são desconfiados demais e foi impossível não perceber umas pausas meio bruscas (como um violão que desafina e volta ao normal do nada) no meio da música que simplesmente não me pareceram nada naturais. O ritmo também não me pareceu constante e houve trechos em mais de uma musica onde parecia que o Katoshi estava esbarrando em algumas teclas para no momento seguinte concertar o erro o mais rápido possível o erro.

Eu exigente? Não amigo, meus ouvidos é que são.

Quando foi a vez de Chrono Trigger o mesmo se repetiu, mas a abertura reproduzindo aquele som que acompanha o tic tac do pêndulo foi foda demais para merecer duras críticas da minha parte. Na sequência ele tocou Top Gear, adorei, mas a música que eu esperava ouvir era outra e não exatamente no piano. Aliás cada música teve uma pausa, o que pra mim quebrou a mágica do momento. A platéia não sabia se o Katoshi estava esperando palmas ou só dando um segundo de pausa pra cada canção. Se ele ensaiasse com tudo emendado ficaria mais legal.

Seria trabalho a mais? Com certeza, mas se ele fez isso quando a galera pirou no trechinho de Megaman X com abertura, vinhetinha do chefe, fase e tudo, porque não fazer com a sequência toda?

Mas também sei lá né… nunca toquei piano, aliás nunca toquei instrumento algum na minha vida, logo, não faço idéia do que é estar fazendo isso por 10 minutos sem descanso. E o que mais tinha mesmo? Ah sim… PUTA M*RDA, sim, PUTA M*RDA foi o que eu quase gritei quando o cara tocou Sunset Riders, outra música que também reforçou essa idéia de que o repertório do medley não deveria ter sido tocado em pausa.

O cara começou tocando a musica como se fosse a fase rolando no mesmo instante e os meus olhos quase se encheram de água. Só que não foi exatamente pelo fato desse ter sido um dos games que eu mais amei ter jogado no SNES.

Muito pelo contrário, Sunset Riders era aquele jogo que me fazia torcer o nariz por eu ser o único dos meus amigos que não curtia aquilo na época do Super Nintendo. Eu só não consigo me lembrar exatamente do por quê disso, mas acho que era pela dificuldade mesmo. Nem Pilot Wings que era cheio daquelas balas coloridas voando na sua direção por todos os lados era tão irritante quanto esse jogo. Mas o caso é que lá na hora não foi exatamente disso o que eu me lembrei e sim das tardes de domingo onde eu e minha turma tirávamos na sorte em que casa seria feita a próxima farra. E uma delas, claro, era na casa de um parceiro que tinha um SNES e esse bendito jogo.

Tempo bom onde a jogatina era presencial e não online. Você tinha que juntar a galera e jogar na base do split screen mesmo, se bem que para jogos como esse dava pra ter ambos os jogadores na mesma tela. Enfim, a música da qual eu menos esperava algo naquela noite foi exatamente a que pegou mais fundo na nostalgia e nem foi tanto pelo jogo em si, foi mais pela saudade que eu senti de uma época onde eu tinha uns 5 irmãos diferentes pra brigar e compartilhar quase todas as dores e alegrias da minha infância. Acho que só não desabei em lágrimas com o flashback porque a música e as imagens passaram rápido demais, dando lugar a Goof Troop em poucos instantes.

Para fechar veio aquela música da primeira fase de Power Rangers o Filme, e cara… como eu curti isso. Senti que a geral lá embaixo ficou meio ”WTF?”, o que me espantou porque para muita criança Power Rangers na época desse jogo era o que tinha de melhor pra ser visto numa TV de tubo. Mas foi isso, Katoshi mandou bem nessa e no final só os fortes entenderam.

E acho que é isso, o show que deveria terminar mais uma vez com o repeteco de Mortal Kombat, acabou ganhando até um bis de Goldeneye, a música nem de longe na minha humilde opinião foi o ponto alto do show, mas valeu assim mesmo.

E o meu veredicto final sobre a Games In Concert? Ah… eu gostei bastante, vi alguns sites dizendo que a organização foi péssima e em alguns aspectos foi mesmo, mas daí a condenar o espetáculo todo por imprevistos com a energia eu já acho demais. O que eu achei que marcou mesmo e que pode ter deixado gente mais experiente com uma Video Games Live da vida com o pé atrás foi essa sensação de haver um certo amadorismo nas apresentações como eu bem destaquei aqui e ali no meio desse post. Mas eu tenho certeza de que quem foi até lá só pra ouvir música nem se apegou muito à esses detalhes e curtiu tudo do jeito que deveria ser.

Tem muito a melhorar? Claro que tem, mas eu sinto dizer que não posso apontar o dedo e dizer exatamente o que é, não além do que eu já disse por aqui, não além da experiência limitada que eu tenho com esse tipo de evento. Acho que só o tempo vai aperfeiçoar a Games In Concert Brazuca, como um elenco de futebol que tem que se entrosar ao menos 70% antes de uma copa do mundo. Carisma e talento pra isso eu já vi que eles tem.

Espero mesmo que o espetáculo ganhe notoriedade e que a gente possa ouvir notícias dele no ano que vem. Adoraria ver o show sendo expandido, com o pessoal tocando as músicas já conhecidas e adicionando novas.

Tetris abrindo o show foi de fato incrível, mas se você der uma olhadinha no YouTube vai ver que isso já foi feito pelos gringos lá fora e pasmem vocês, com um ar de profissionalismo sem precedentes, ou seja, não é nada inédito. OU SEJA, não seja trata só de um show para fãs de games, trata-se de um show para quem curte música e música de qualidade, pra gente pequena e grande ouvir no mesmo tom.

Portanto, o único conselho que imagino poder dar é esse: não subestimem o seu público, encarem quem está assistindo o seu espetáculo como gente grande. Deslizes como  os que eu vi no espetáculo (muitos nem citados para não deixar esse texto mais extenso do que já está) dificilmente fariam alguém mais exigente voltar a prestigiar o show por conta deles.

Além de alçar vôo e conquistar fãs por onde quer que passem, eu espero também que eles possam amadurecer essa idéia que é a Games In Concert e que o grupo não só aperfeiçoe o que já sabem fazer de melhor, como também arrisquem mais com o inusitado (e não eu não estou falando de Michel Teló e Gustavo Lima quando falo de inusitado). Eu só estou dizendo que se já existe uma Games In Concert lá fora, que ao menos a nossa se esforce para estar à altura e porque não dizer sendo mais ousada que ela.

A quem teve a paciência de ler tudo até aqui, bem… ou você merece o meu muito obrigado ou você já me conhece e sabe das minhas divagações mil espalhadas em cada post desse blog. Aproveito para agradecer ao Àtila mais uma vez pelo convite feito à toda equipe e acrescento que em nenhum momento o tom humorado foi para debochar maldosamente de ninguém que foi citado nesse texto. Essa é apenas a minha maneira de escrever o que vivo e isso eu não posso mudar.

Só pra fechar MESMO, quem se sentiu lesado pelo que aconteceu na primeira sessão, NÂO FIQUE. Favorite o site da Games In Concert e não deixe de acompanhar os caras pelas redes sociais para participar da compensação que será feita em breve.

E ufa… chega né? Até a próxima bíblia minha gente.

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2 Comentários

  1. O projeto tem TUDO pra dar certo, as musicas sempre passão aquela nostalgia, ou lembranças e outras coisas.
     
    desejo que o Games In Concert de mais que certo, com certeza.
     
    e Kon, suas divagações são legais de se ler, pra mim pelo menos, que algumas vezes consigo sentir melhor o que voce passou,entender melhor o por que do Texto, o que ele quer passar, ou até mesmo sinto uma ligação ali, com coisas que tambem me ocorrem.
     
    e que Texto otimo, seu texto (bliblias, ou o que isso possa ser chamado.) são bons de se ler, nao são cansativos, na verdade prendem a pessoa a lê-lo.

  2. Kra, agora q to vendo esse Games in Concert… até então, nem sabia desse evento! Já fui ao Videogames Live e gostei muito, acredito q iria gostar do Games in Concert também! Quem sabe na próxima!

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