Eis que surgem as lâminas do tempo!
Mas elas não me disseram muita coisa!
Parece que foi ontem, mas… não foi não. Bayonetta acabou e a Platinum Games acertadamente não optou pelo caminho mais óbvio e segue fazendo um doce desgraçado sobre quando veremos uma sequência do jogo (i’m crying…). Eu juro que tentei encontrar uma outra musa inspiradora para suprir a falta da bruxinha nesses últimos tempos, sério mesmo, mas a cada dia que passa eu vejo que essa abstinência não vai encontrar remédio tão cedo. Talvez nunca.
Essa semana que passou eu andei jogando Blades Of Time e bem… ele é um bom exemplo de jogo com uma proposta boa, mas execução nem tanto. Os cenários são bonitos, tem construções antigas, monumentos que parecem coisa histórica e por aí vai. Lembrar de Tomb Raider ou mesmo Uncharted não é nenhum esforço, trabalho mesmo é sentir alguma empolgação com o gameplay dessa demo. O jogo nem sequer tem uma apresentação sobre o que acontece, se você quiser ter uma breve noção do que uma loirinha armada até os dentes está fazendo num lugar totalmente inóspito, o melhor que você tem a fazer é dar uma olhada na Wikipédia antes.
Do contrário, só jogando X Blades (o prólogo em cell shading) para descobrir que a moça é uma caçadora de tesouros (aaaah…).
As opções de combate são boas, nada muito espetacular, o aprendizado foi rápido o bastante para me fazer ignorar as instruções na tela. No decorrer do jogo tem o velho jabá de sempre: encontrar novos power ups e diversificar a jogabilidade aos poucos, acredito que nesse quesito o game não decepcione. Já mais pra frente você aprende que dá para usar armas tão grandes quanto as que o Marcus Fenix tem a sua disposição em Gears Of War, mas eu não vi muita graça nessa adição.
Faz parecer que a protagonista é resultado de uma união de várias temáticas que deram certo em outros jogos, tentando ser uma só nesse aqui, achei apetrecho demais para um herói só. Só que o que mais contribuiu para que eu fosse mandado pra cama mais cedo num dia de semana onde eu tentei ao máximo fazer mais do que acordar e ir trabalhar foi o fato do jogo não transparecer vida, tampouco personalidade em momento algum.
A trilha sonora demonstra ser o aspecto mais apático do jogo todo. Ela não te envolve e não parece dar o devido tom dos momentos quando precisa, é muito mais fácil ouvir o som das espadas tilintando no couro duro dos monstrengos do que a música de tensão que está rolando ao fundo, como se dos detalhes esse fosse o mais dispensável deles. A heroína também não tem nada de especial ou marcante, eu não sei qual foi a intenção de quem criou a personagem, mas aquele shortinho e barriguinha de fora parecem mais uma apelação feita pra animar quem resolveu dar uma chance ao jogo.
E NÂO, eu não estou dizendo que apelar é ruim, do contrário eu teria que esculachar Bayonetta para não me contradizer. Eu só acho que se vai apelar que apele com classe, com sutileza, ou existe mesmo a possibilidade de relevar todos os defeitos de um jogo por conta de um par de pernas de fora? E se existe, de que adianta entregar tudo o que determinado público gosta se nem o esforço em dar uma característica marcante à protagonista é visto aqui? Independente de ser clichê ou não uma boa história se faz com personagens cativantes e vilões de forte personalidade, mas a demo de Blades Of Time carece tanto de recheio que eu duvido muito que o jogo full tenha algo parecido com isso.
A idéia de voltar os ponteiros do relógio talvez seja a única bola dentro de Blades Of Time porque além de tornar os puzzles mais interessantes te dá a opção de criar clones fazendo coisas diferentes em tempos diferentes quando a arena está cheia de inimigos, sem falar naquele feeling de “como não pensaram nisso antes?”. Mas eu fiquei extremamente curioso pensando de que forma eles encaixaram esse adicional a medida que o gameplay avança. Além da inteligência artificial não ser das mais bem trabalhadas, segurar um botãozinho fez a coisa toda parecer ainda mais fácil e conseqüentemente mais chata que o previsto.
É aquele tipo de surpresa que a princípio impressiona, mas que tende a ficar enjoativa num game do gênero hack ‘n slash se os produtores não encontrarem um equilíbrio para todos os elementos que compõem o título. Mas enfim, essa curiosidade acho que não conseguirei sanar, já que não fui cativado por nada do que vi. Se Blades Of Time é muito mais do que um jogo de “ande e bata” sem sal, então a demo só vem para tirar mérito do resultado final e não fazer uma propaganda convincente do produto.
Passo.
Joguinho bom, só isso e não recomendo, mas serve para passar o tempo.Joguei o primeiro e curti muito na primeira meia hora, depois o jogo ficou repetitivo e perdeu a graça totalmente (fiquei feliz quando acabei o jogo e deletei)