Yoku’s Island Express | Pinballvania com escaravelho! (Impressões)

Eu jogo desde que tinha entre 6 e 7 anos, e consequentemente joguei muitos jogos. Não parei em nenhum momento para contar quantos foram, é claro. Tenho meus estilos preferidos, tenho os jogos que não jogo nunca, e tem também aqueles que as vezes dou uma olhada, mas garanto a vocês que Yoku’s Island Express é o único jogo que posso chamar de Pinball-Metroidvania (ou como vi na internet Pinballvania – está se tornando moda juntar uma palavra com “metroidvania” só para formar um novo gênero dentro de um subgênero).

Todos os metroidvanias até hoje se caracterizam pelo mundo aberto e explorável, enquanto que os jogos de pinball por sua vez são ambientes fechados… e eis que aqui a união destas diferenças fez algo que não estava preparado para encontrar. E esta experiência diferente é mágica!

Yoku’s Island Express está disponível para PC, PlayStation 4, Nintendo Switch e Xbox One. A versão utilizada para teste foi a de Xbox One. Este é mais um game indie, dos gêneros ação, arcade, plataforma e quebra-cabeça distribuído pela Team17 Digital e desenvolvido pelo Villa Gorilla, que é um pequeno estúdio indie sueco formado por quatro pessoas. O estúdio foi fundado em 2013 por Jens Andersson e MattiasSnygg, que trabalharam anteriormente na Starbreeze.

Segundo a equipe, a história do jogo foi inspirada no prazer que as crianças possuem ao achar um portal mágico para um jardim secreto ou um sótão cheio de brinquedos. Bem, eu não vi qualquer semelhança dessa descrição com o game… mas se foram eles que falaram isso né, quem sou eu para discordar.

A aventura

Você é Yoku… e quem vem a ser esse tal de Yoku? Ninguém mais, ninguém menos que um besouro/escaravelho adorável e pequeno (duvido você não simpatizar ao ver ele nas imagens com o sorriso estampado no rosto) que aparece na ilha mística de Mokumana no momento em que as coisas começam a desmoronar.

Pelo menos ninguém colocou a culpa nas costas dele, o que já é um alivio. Seria clichê demais o protagonista ter tal culpa, não? Enfim, Yoku está “amarrado” a uma bola, tendo que rolar ela por toda a parte para se locomover (o que também é a desculpa para a parte pinball do título). Aceite a bola e não questione. Funciona, em um bom tom de humor, e é isso que importa.

Olhem o carisma dessa figura

A figura divina da ilha sofreu um ataque sorrateiro por um atacante misterioso e isso é claro provocou o maior alvoroço na ilha e em seus pacíficos habitantes.

Yoku estava indo simplesmente ser o novo carteiro da ilha já que o antigo carteiro chamado Posssterodactyl saiu em viajem e deixou essa vaga em aberto. Uma informação interessante é que o antigo carteiro podia voar e bem… você não pode, né? O que já nos deixa a impressão de que esse serviço não vai ser dos mais rápidos. Mas Yoku não se importa, e assume pra si essa missão, além da de salvar a ilha. Baita responsabilidade!

Aprendendo sobre os controles

Podemos fazer Yoku correr para os 2 lados com o analógico e ao pressionar o botão A podemos falar com os NPCs presentes. A parte pinball da aventura vem da bola que está amarrada em Yoku, onde vamos poder pressionar os flippers de pinball espalhados por toda a ilha com os bumpers (RB e LB).

Muitos destes flippers estão bloqueados e precisaremos liberar eles com a moeda local, no caso frutas que são coletadas por toda a ilha, ou ao se cumprir pequenos requisitos e geralmente associadas ao uso dos flippers.

A bolsa inicial onde as frutas são alocadas é pequena, mas determinados NPCs podem aumentar sua capacidade ao lhes dar determinadas quantidades das mesmas frutas.

Ao longo da aventura novas habilidades vão sendo destravadas, permitindo acesso a áreas até então impossíveis de serem exploradas. Como manda o bom manual de todo bom metroidvania.

Em determinada parte Yoku ganha nadadeiras para possibilitar a exploração subaquática, uma espécie de aspirador que permite a coleta de lesmas explosivas, utilizadas para explodir pedras e liberar acessos. Há ainda uma espécie de “criatura” que é atraída por plantas carnívoras e que o jogador pode usar ela como uma alavanca para girar e se atirar em áreas mais altas e impossíveis de serem visitadas de outra forma.

Turismo em Mokumana Island

A gigantesca mesa de Pinball. É a ilha onde Yoku se meteu, e além de grande ela conta com diversificação, já que possui áreas geográficas distintas. Gorilla Woods possui um cenário com tochas, um cenário com flores e templos com macacos; Ivory Peaks traz montanhas com neve; e Melow Hill é uma área de cavernas escuras. Além de ter muita água para todo o lado. Afinal estamos em uma ilha. Água é o que não falta e podemos mergulhar em vários locais para achar áreas secretas.

A sua missão é encontrar as quatro Old Ones para enfrentar o antagonista da aventura, mas Yoku’s Island Express tem grande parte de seu charme na exploração e na descoberta do ambiente em si, somada as possibilidades que são apresentadas em cada área do jogo. Logo você encontrará invariavelmente várias distrações com o potencial de desviar sua atenção. E essas distrações surgem de várias formas, como uma sala secreta, um novo personagem que te deixa curioso ou é claro uma das várias bugigangas colecionáveis do jogo.

Se você for curioso e explorar, sua curiosidade sempre será recompensada, de uma forma ou de outra. Então não se preocupe em derrotar logo o antagonista da aventura e se permita explorar todos os cantos desse mundo recheado de surpresas.

A ideia de voltar até a área inicial do jogo somente para entregar uma encomenda (carteiros fazem isso né, então se acostume jovem escaravelho) pode parecer maçante, mas é possível consertar a Beeline, um sistema de transporte para se locomover rapidamente pela ilha utilizando foguetes (lembra os barris de Donkey Kong Country). É algo simples, mas que faz toda a diferença, já que a Beeline conta com percursos diferentes conforme a parte da linha de onde você acessa seu sistema.

Repertório musical

As músicas de Yoku´sIsland Express deixam as coisas alegres por toda a sua jornada por Mokumana Island. Foram compostas por Jesse Harlin. Estas musicas são muito legais e relaxantes para se ouvir após as correrias do dia a dia. A música tema que toca na entrada do game (e toda vez que você voltar a jogar durante o tempo de loading) vai ficar como um chiclete na sua cabeça.

Já me peguei cantarolando ela e assobiando a mesma em momentos diversos, então não se culpe por cantarolar ela por aí após algumas horas de jogo. É uma música meio tribal, com aquela pegada de ilhas e tal, o nome dela é Yoku Taidua And The Village (clique para ouvir a mesma por sua conta e risco heheeh). A OST completa está disponível nesta playlist.

Vale a pena jogar?

Minha opinião sobre o jogo mudou ao longo das horas que joguei. Primeiro achei muito bom. Depois comecei a achar que o título meio que se perde após algum tempo. Por fim, jogando mais, voltei a gostar da experiência, com o porém de que há algumas coisas que poderiam ser um pouco mais claras ao longo de sua jornada.

O jogo lhe apresenta uma missão e dá uma pequena explicação (vá do ponto a A ao ponto B), marca no mapa alguma coisa (às vezes várias) e depois não tem mais como rever esta explicação. Tipo, por ter várias coisas acontecendo ao mesmo tempo me encontrei sem saber o que fazer primeiro, ou a ordem para fazer as coisas. Isso tirou minha paciência algumas vezes. Colocar um checklist numa tela de pausa não seria complicado no meu ponto de vista e desburocratizaria um pouco as coisas.

Os controles respondem bem, a jogabilidade é interessante, as músicas são divertidas e esta primeira experiência pinballvania merece destaque nos games indies lançados nos últimos tempos. Com certeza é um dos destaques de 2018 no cenários de games indies, na minha opinião. Tem originalidade, os desenvolvedores pensaram um pouco fora da caixa. Então, respire fundo e ajude Yoku a desvendar quem é o antagonista da aventura, a salvar a ilha e seus habitantes diversos. Ah, é claro, e a entregar todas as correspondências! Ninguém gosta quando o carteiro não entrega um aguardado pacote, certo?

Galeria

45 Minutos de Gameplay

"Pinballvania"
Personagens carismáticos
Travessia do mapa pode ser meio frustrante
Bonito ambiente e atmosfera contagiante
Muitas missões paralelas (dá certa confusão)
Boa resposta dos controles

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