Análise | Kirby and the Forgotten Land

Disponível para Nintendo Switch

Kirby and the Forgotten Land é um marco muito importante para o rosado personagem da Nintendo, enquanto estabelece um novo formato para seus jogos, fazendo uma transição bem impressionante do 2.5D para o 3D, dando a liberdade tridimensional a qual apenas se ensaiou em jogos passados da franquia. O resultado é algo que certamente não poderá mais ser esquecido e deve empurrar meios mais ambiciosos para as futuras aventuras de Kirby.

O título, lançado no último dia 25 de março, com exclusividade ao Nintendo Switch, foi desenvolvido pela HAL Laboratory, famoso estúdio, que apesar de ainda se manter independente, sempre teve fortes laços com a Nintendo, sendo considerado um second-party da casa. É o estúdio que sempre trabalhou com os jogos da franquia Kirby, e que atualmente conta com a presença do diretor e game designer Shinya Kumazaki, que acompanha a série desde 2002, quando o remake Kirby: Nightmare in Dream Land foi lançado para Game Boy Advanced (GBA).

Lembrando que o criador do personagem foi Masahiro Sakurai, que atualmente tem todos seus esforços voltadas nos jogos da franquia Super Smash Bros., e por isso acabou se afastando dos jogos mais recentes de sua criação, que estreou nos videogames em 1992, em Kirby’s Dream Land para Game Boy. Um bastão que foi passado com sabedoria, após sua saída da HAL Laboratory em 2003, para fundar seu próprio estúdio, a Sora Ltd.

Mantendo-se fiel a identidade de seus jogos mais icônicos, Kirby and the Forgotten Land mantém elementos consagrados, como a habilidade de sugar inimigos, enquanto copia as habilidades de alguns deles, além de poder pular e persistir no ar por alguns segundos, enquanto entrega um jogo com muita exploração, super colorido, fofo e acessível para qualquer nível de jogador, porém dando um aspecto de plataforma 3D que se assemelha bastante aos atuais jogos da franquia Super Mario, proporcionando uma agradável e divertida experiência de jogabilidade.

Catástrofe interdimensional

A aventura do game tem início quando um enorme vórtex abre acima de Dream Land, a terra natal de Kirby e de seus muitos habitantes, incluindo os Waddle Dees, que além de serem sugados, são capturados e enjaulados por estranhos corvos, e estes defendidos por umas criaturas peludinhas que lembram um pouco algo como raposas fofinhas.

Durante esse evento, em meio a distorção do portal dimensional, Kirby tem uma sensação estranha em seu corpo, e mais a frente o jogador acaba descobrindo que o pequeno ser rosado agora pode sugar enormes objetos, que passam a moldar sua estrutura corporal e que lhe faz ter um estranho controle sobre os mesmos enquanto envolto por seu (agora) flexível corpo. Isso é que vai lhe dar uma das mecânicas mais legais do jogo.

Em um mundo estranho, com ares de abandonado, mas muito bonito, o pequeno protagonista precisa salvar os Waddle Dees, enquanto auxilia eles a reconstruir sua cidade, também sugada pelo portal, e agora totalmente destruída. O problema é que mesmo agradável, esse mundo é repleto destes pequenos inimigos que parecem querer lhe impedir de resgatar seus amigos.

Ao longo de sua jornada, a partir de mais da metade da aventura, o jogador irá descobrir mais sobre os estranhos corvos, reencontrará icônicos inimigos, enquanto descobrirá o que realmente aconteceu nesse mundo e quem é o real vilão por trás de tudo que está acontecendo.

Olho maior do que a boca

Como mencionado mais acima, uma das mecânicas de maior destaque de Kirby and the Forgotten Land diz respeito a habilidade do pequeno protagonista de sugar para si grandes objetos que irão lhe conferir algumas novas habilidades, a mais famosa, que está no trailer mais famoso do jogo foi aquele em que Kirby engole um carro e passa a controlá-lo. Isso de fato ocorre e está presente em vários segmentos dentro da aventura.

Estas novas habilidades, a qual o jogo chama de Mouthful Mode (algo como “modo boa cheia“, numa livre tradução), estão presentes em praticamente todas as fases do jogo e fazem parte apenas de pequenos segmentos destas. São áreas criadas especificamente para sua utilização, e quando não mais necessários para a progressão do estágio o objeto engolido deve ser cuspido para fora de Kirby, permitindo que o mesmo retorne a sua espessura natural.

Boa parte dos objetos que possuem essa interação já haviam sido mostrados nos mais recentes vídeos pré-lançamento do título, mas vale repetir aqui alguns destaques. O carro permite sair pelo estágio em alta velocidade, inclusive utilizando um turbo para acelerar e derrubar qualquer inimigo ou estrutura que possa ser quebrada, sendo que alguns estágios possuem segmentos de corrida, em que Kirby deve ir de um ponto ao outro, no menor tempo possível para algumas recompensas. Esses segmentos com o carrinho possuem um design de layout muito bem estruturado, sendo sempre muito divertido utilizar o objeto.

Outro que me agradou bastante, mas demora um pouco a ser inserido no jogo é uma lâmpada enorme. Essa habilidade é utilizada para iluminar alguns estágios escuros, a qual o jogador precisa iluminar o caminho para não cair de plataformas, enquanto toma cuidado com inimigos que são justamente atraídos pela sua iluminação. Há também alguns pontos em que Kirby precisa “acender” para carregar uma bateria e acionar algum mecanismo na área.

Uma habilidade também bastante presente em vários mundos presentes na aventura é uma máquina de venda de latinhas de refrigerante. Kirby fica totalmente envolto pela máquina e consegue cuspir latinhas nos inimigos, assim como pode quebrar portas de metal nessa forma. Interessante é que existe um contador de latinhas que  podem ser atiradas nessa forma, mas ainda que estejam acabando, o jogo permite que se colete algumas extras para recarregar a habilidade.

Há também habilidades mais auto contidas. Um cone permite que Kirby se arremesse pelo chão e abra buracos em locais predeterminados, assim como também dá para quebrar canos que soltam um jato d’água que impulsiona o jogador para cima. Há uma espécie de estrutura circular furada (como um grande “O”) que permite soprar ar, empurrando inimigos, assim como fazer com que Kirby se comporta como uma vela em um barquinho. Gosto também de um cano tubular, que sai rolando pelo cenário, exibindo que o jogador faça alguns saltos precisos, enquanto destruir tudo que estiver pelo caminho.

Não posso deixar de mencionar o absurdo hilário que é vê-lo sugar uma imensa escadaria, a qual depois o permite sair andando e tombando a mesma em inimigos. Uma habilidade pensada para reposicionar a estrutura pelas fases, afim de alcançar locais mais altos. Uma outra que me chamou atenção, apesar de não ser um objeto, é a capacidade de Kirby meter sua boca em um cano d´agua e ser encher do líquido em proporções absurdas, o que lhe rende um poder de canhão d’água, ao expeli-la por sua boca. Serve para limpar locais sujos, assim como destruir enormes estruturas. É genial e o efeito da água em seu corpo translúcido é um toque visual muito bem pensado.

O modo mouthful não fica apenas nestes exemplos, mas vou deixar apenas estes como exemplos. São os mais comuns e previamente divulgados. Os demais, são pontuais e nem tão expressivos, mas ainda assim aguardar algumas surpresas ao jogador. Um especial, que brinca em uma montanha russa, é sensacional.

No geral, trata-se de uma mecânica muito legal para um personagem que já possui esse histórico metamorfo, criando um senso de dinamismo inédito dentro de uma jogabilidade que poderia soar apenas manjada case se resumisse apenas àquilo pelo qual os jogadores conhecem pelas aventuras 2D anteriores. Não que estas sejam ruins, mas era preciso sim pensar em como escalar esse conceito. E conseguiram!

Plataforma 3D, uma fórmula que não envelhece

Tirando de lado a nova transformação de Kirby, o que temos em Kirby and the Forgotten Land é um jogo no melhor estilo plataforma 3D, seguindo uma cartilha que a Nintendo sabe fazer tão bem nos games 3D de Super Mario. Por sinal em diversos momentos jogando-o tive memórias afetivas com Super Mario Sunshine e até mesmo com o mais recente Super Mario Odyssey.

O que difere de um jogo do Mario nesse estilo é que aqui não ficamos retornando aos mesmos estágios que se comportam como um mundo aberto. Nesse sentido, Forgotten Land lembra muito mais um Super Mario 3D Land, a qual a progressão é em uma exploração tridimensional, porém dentro de um caminho sempre linear, estágio a estágio.

Contudo quando menciona lembranças Mario Odyssey, se dá porque existe uma flexibilidade de habilidades que Kirby pode copiar de seus inimigos, e isso molda a todo o momento o gameplay, como o jogador irá derrotar inimigos e lidar com plataformas dentro da fase. E só em pontuais os momentos em que o jogo diz que você precisa passar um segmento com uma habilidade específica.

Já na comparação com Mario Sunshine, o elemento água, tão presente lá, e idealizado de uma uma forma visualmente impressionante, marca em certos momentos da aventura de Kirby. Há um mundo inteiro com o tema litoral, a qual Kirby não pode mergulhar, porém com uma charmosa boia pode flutuar em superfícies aquáticas. E como a água é bonita nesse jogo! Até hoje há jogos que não saber saber água tão bonita quanto é apresentada aqui. Além disso, em certo momento da aventura, Kirby vai se encher de água e vai precisar limpar poças de tinta, tal qual ocorre muito na clássica aventura litorânea do Mario.

A passagens entre as fases se dá pela clássica divisão de mundos, apresentados em um mapa tridimensional. O jogador pode andar livremente por esse mapa, e eventualmente pode encontrar trechos em que se pode para explorar, o que lhe renderá algumas moedas do jogo, assim como encontrar fases extras, que são mais curtinhas e funcionam como uma espécie de desafio de habilidade. O que, aliás, também me remete aos que existiam em Mario Sunshine.

Kirby and the Forgotten Land não é exatamente um jogo longo, podendo durar entre 8-10 horas, com seis mundos divididos em quatro ou cinco fases, dependendo de cada um. Mas as fases tendem a ser longas, de 15 a 20 minutos se você as explorar com bastante calma. Além disso cada fase tem diversos objetivos que envolvem encontrar mais Waddle Dees do que os três últimos que ficam ao fim do estágio. E na maioria dos estágios, sempre acabei deixando um ou outro objetivo sem ser cumprido, sendo que os secretos só se revelam aos poucos, quando o jogador concluir pela primeira vez a fase.

Esse conceito dos objetivos secundários é uma boa forma de agregar valor de replay ao jogo, permitindo que o jogador volte para explorar os mesmos estágios mais uma vez. E como Kirby sempre pode mudar suas habilidades de cópias, jogar uma fase novamente com uma outra habilidade muda um pouco a forma como lidar com os perigos da mesma. É uma boa forma de tirar a sensação de repetição.

Além disso, após a conclusão da aventura principal, que é feita por uma sequência realmente satisfatória de múltiplos chefões, o jogo abre uma espécie de modo extra, a qual cada mundo vai representar uma grande estágio, a qual o jogador deve coletar pequenos sóis afim de resgatar um certo personagem e então obter o final secreto do game. E nesse modo, os estágios estão bem mais difíceis, com muito mais inimigos, e um novo filtro, dando um ar mais ameaçador ao ambiente.

Voltando um pouco, pois avancei demais e não detalhei muito bem as habilidades de cópia de Kirby. Essa mecânica ocorre como nos jogos clássicos do personagem. Kirby pode sugar inimigos com sua boca, e se eles possuem alguma habilidade para copiar, Kirby copiará, colocando até mesmo trajes, indicando qual o poder assimilou. Muito semelhante ao que ocorre com ele em Super Smash Bros., que é uma referência que é mais comum a quem nunca jogou um título solo do personagem. Quando o personagem não tem nada para se assimilar, Kirby simplesmente fica com o mesmo em sua boca e este se torna um projétil, permitindo-o cuspir em outros inimigos.

Ao longo de décadas de aventuras Kirby já teve incontáveis habilidades, algumas inclusive se tornaram clássicas e estão de voltar aqui. É o caso, por exemplo, da Espada (Sword no original), que lhe dá um chapeuzinho estilo Link de The Legend of Zelda e uma espada, que pode ser usada para fatiar inimigos. Ao todo Kirby and the Forgotten Land traz 12 habilidades para o personagem. Pode parecer pouco, tento em vista o números de habilidades que já existiram em jogos anteriores, contudo o número é o suficiente para que o jogador aproveite-as com a atenção a qual merecem.

Dentre as habilidades estão a de arremessar bombas, de atirar anéis cortantes, um bacamarte, uma marreta, assim como habilidades de gelo, fogo e vento. Descobrir como cada uma funciona durante a aventura é uma das diversões do jogo. E muitos segmentos são feitos para que jogador tenha um ou outra habilidade afim de descobrir os segredos opcionais de cada missão.

Mas não é só isso, o título traz uma novidade bem interessante, que é a capacidade de aprimorar as habilidades. E todas possuem dois níveis de atualização. Ou seja, são 36 trajes ao todo, ainda que as habilidades aprimoradas essencialmente não mudem drasticamente o gameplay com elas, neste caso, apenas potencializam seu dano em inimigos, o que será bem necessário nos mundos avançados, quando muitas vezes o jogador terá que enfrentar mini chefes mais poderosos e as vezes estes não estarão sozinhos.

Vou dar um exemplo de como funciona o aprimoramento das habilidades. O da bomba, por exemplo, o primeiro estágio é uma bomba comum, que explode ao atingir os inimigos. Simples, mas funcional. Contudo o segundo estágio adiciona um raio de explosão nas bombas, que ficam mais poderosas e duram mais tempo causando dano. E então, no terceiro estágio, a coisa escala para ficar ainda mais apelão a habilidade, com a bomba tendo um sensor que se ela detecta o inimigo, passa a persegui-lo, explodindo somente se o alcançar, e ainda mantém o dano estendido da explosão. E essa loucura ocorre com todas as habilidades. A de fogo, meio que torna Kirby um dragão em sua fase final, se tornando uma das melhores habilidades para lidar com o último chefe do jogo. É sensacional!

Contudo para aprimorar uma habilidade é necessário realizar alguns objetivos. Primeiro é preciso encontrar uma planta de construção de aprimoramento, que normalmente estão pelas fases, conforme se progride pela aventura. Se perder alguma? Tem um Waddle Dee que vai lhe dizer isso mais a frente da aventura, fique tranquilo. Estando em posse da planta, é preciso ter uma estrela especial, encontrada finalizando nos estágios de desafios de habilidades, além das moedas coletadas pelo jogo. E como gosto da ideia de dar uma finalidade as moedas coletadas. Acaba sendo tão importante porque você termina o jogo e ainda assim não tem moedas o suficiente para aprimorar todas as habilidades. Coletar moedinhas acaba sendo um dos objetivos essenciais, como se espera de um bom plataforma clássico.

Outro elemento que casa muito bem com o jogo é seu hub principal, que ocorre em uma cidade reconstruida pelos Waddle Dees resgatados. Conforme a campanha principal evolui, esta cidade vai ganhando novas locações com novas formas de entreter o jogador. Há uma casa que aprimora as habilidades, essa já abordei acima, mas há também mini games, seja na lanchonete servindo os habitantes da cidade, há uma barraquinha com um jogo que se utiliza o giroscópio do Switch para levar um Kirby bolinha por um caminho de buracos, tem o local de pesca e até mesmo um coliseu para ondas de batalhas contra diferentes inimigos, incluindo o famoso Metal Knight, em uma batalha exclusiva desse local. É um ótimo local para matar alguns minutos, descansas e brincar de forma descompromissada.

No geral, Kirby and the Forgotten Land segue os padrões do gênero, mas coloca Kirby nesse novo patamar, a qual é um modelo de jogo que combinou muito bem com seu universo. Um jogo que se houver sequências, tem direções de todos os lados para expandir suas ideias e possibilidade. O que temos aqui é um aperitivo do que é um Kirby 3D bem feito, que é plenamente sustentável, mas aberto para todas novas possibilidade.

Considerações finais

Kirby and the Forgotten Land é sem dúvida alguma uma fantástica aventura para um personagem que talvez não seja um dos mais populares da Nintendo fora do Japão, mas que aqui entrega um jogo incrivelmente competente, onde só há elogios a serem feitos, sem deixar lugar para críticas ou pontos fracos.

Elogios à parte para a direção de arte e fotografia desse jogo, que é incrivelmente bem feita. Muitos estágios abrem com uma cenografia imensa, com um Kirby pequenininho na tela, apenas para dar a dimensão da fotografia do estágio, pelo puro prazer de admirar o cenário. Dá para dizer que é um jogo em que o jogador consegue parar e ficar admirado com toda a cenografia criada. É o mais belo jogo de Kirby já feito.

Em tempos em que todo mundo está babando pela dificuldade exaltada de jogos como Elden Ring não tenho como fugir deste assunto e felizmente Kirby and the Forgotten Land não tem problemas com isso, porque não cabe à sua proposta esse tipo de consideração. Não estou dizendo que é um jogo fácil, e muito menos difícil. É um jogo feito para ser divertido através de sua pura progressão, com momentos em que Kirby pode apanhar e tomar dano, mas sem nunca ter aquela preocupação de morrer e ter que recomeçar tudo de novo. Até porque aqui, isso não seria divertido. É um jogo perfeito para desestressar ao fim de um dia cansativo, mas também é um excelente jogo para abrir um sábado de manhã a qual se deseja colocar um sorriso no rosto. É o poder do simpático charme do título.

E ainda assim o jogo tem um modo casual que pode ser acionado, para que crianças pequenas ou adultos sem qualquer habilidade em videogames, possam desfrutar a aventura sem grandes frustrações, porque apesar da progressão ser tranquila, há momentos com chefes ou batalhas contras diversos inimigos em que estar com a habilidade errada, ou perdê-la em meio a certo dano recebido, pode atrapalhar os menos habilidosos. Acho justo e honesto essa preocupação da Nintendo com acessibilidade, especialmente em um console também pensado em todos os tipos de públicos familiares.

Falando em família, o título também tem um modo multiplayer cooperativo super tranquilo, destes que basta alguém ligar o segundo controle e pronto, já pode sair jogando com o jogador principal da aventura. Neste caso, um Bandana Waddle Dee portando uma lança virá para auxiliar Kirby. Infelizmente o segundo player fica meio limitado nessa situação, pois não poderá copiar habilidade e jogar como o primeiro player, mas já é alguma coisa. E se o segundo jogador se afastar muito de Kirby, ele automaticamente será transportado para junto do mesmo, o que é um recurso que não agrada muito a criançada, que fica muito limitada ao primeiro player. Mas essa é uma complicação do gênero que nem todo jogo consegue ter a maestria de solucionar. O cooperativo aqui parece funcionar como um quebra galho. É bom que tenha, mas não lhe dá a mesma experiência do piloto.

Outra coisa mínima que me incomodou um pouco jogando a aventura é a forma como os desenvolvedores tiveram que tomar algumas decisões técnicas para manter a beleza gráfica do jogo. Os inimigos, quando razoavelmente distantes da tela, se movem em uma taxa de quadros realmente baixa. É muito perceptível. O que diz mais sobre o poder do Switch estar envelhecendo em uma geração com a concorrência trazendo consoles super potentes, do que ser uma gafe do jogo em si. Até porque isso em nada impacta o gameplay.

Deixando estes detalhes de lado, Kirby and the Forgotten Land é uma aventura bem idealizada. Fases bem diferentes umas das outras, com bons desafios, vasta diversidade de situações e razoavelmente longas. Há toda uma atenção nas novas habilidades de transformação de Kirby, enquanto se mantém mecânicas tradicionais ao permiti-lo copiar as habilidades dos inimigos. Sua movimentação em um ambiente tridimensional é também muito bem feita, com pulos precisos e sem tornar roubado a sua habilidade de sair planando. O jogador irá encontrar bons momentos de exploração de segredos, ótimos desafios de plataforma, assim como de combate contra diferentes inimigos e chefões. É um jogo adorável e provavelmente deixará todo mundo desejando que um próximo seja feito o quanto antes.

Galeria

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Dando nota

Fantátisca direção de arte e fotografia, ambientação impecável aos detalhes - 10
Transição para um mundo tridimensional ficou ótimo dentro do universo de Kirby - 9.5
Modo Mouthful adiciona um mix de mecânicas bem interessantes ao personagem - 9.2
Habilidades tradicionáis seguem com seu charme, ainda que sejam apenas doze - 8.8
Desafio divertido, sem grandes frustrações, estágios longos e bom valor de replay - 8.8
Multiplayer cooperativo em que se pode entrar quando quiser, contudo a experiência do player 2 é diferenciada - 8
Fases extras de desafios, importância das moedas, mini games, é um jogo cheio de pequenas surpresas - 9

9

Incrível

Kirby and the Forgotten Land é um jogo genuinamente charmoso, que consegue trazer com muita maestria Kirby para o mundo totalmente tridimensional. Tem uma direção de arte e fotografia que consegue entregar um dos jogos mais bonitos do Switch, enquanto entrega um gameplay delicioso, sabendo adicionar novidades com o modo Mouthful, sem deixar para traz o legado da franquia, com o poder de sugar a habilidade de seus inimigos. Um jogo que não frustra por sua dificuldade, mas que nunca soa fácil demais. É uma aventura que leva o jogador a revisitar estágios, coletar coisas, se divertir nos mini games e querer ir adiante, vendo o que mais o jogo irá oferecer. E é uma jornada que não decepciona. É Kirby em um de seus melhores games. Não há dúvida nenhuma disso.

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