Reflexão: Revistas de Games – A Extinção?

A revista EGM americana fechou às portas, após alguns meses de especulações e outras EGMs de outros países também sendo canceladas. Pra mim não muda nada, mas há um certo luto na comunidade online de pessoas que sentem com o que parece ser o falecimento de uma era. Afinal a EGM nada mais é do que uma das maiores revistas do mundo inteiro sobre games.

Não sou do tempo da EGM. Eu sou bem mais antigo… do tempo da Ação Games. XD

O caso é que posso afirmar que estou quase completando uma década sem comprar uma revista de games nas bancas. Afinal, para que elas servem na era digital?

Veja bem, longe de querer desmerecer o trabalho dos profissionais da área, principalmente os jornalistas. Não estou dizendo que o material produzido pelos profissonais é ruim, muito pelo contrário. O que quero indagar é o produto em si, sua utilidade e necessidade num mundo onde eu assisto ao vivo uma coletiva de imprensa lá do Japão, por exemplo.

Alguém aqui se lembra de um antigo programa de TV que passava no canal Multishow da TV paga chamado Stargame (relembre)? Eu me lembro o quanto ficava maravilhado com o programa quando ele exibia em 4 ou 5 partes um especial da E3. As vezes levava meses para ver tudo, já que o programa era semanal. Hoje em dia eu acompanho a E3 ao vivo pela internet.

Notícias, dicas, detonados está tudo em tempo real. Travei num pedaço de Blue Dragon? Levando do sofá, sento na cadeira do computador, entro na Gamefaqs, e após 5 minutos já matei a dúvida, isso enquanto o game está pausado. Rápido e prático.

Não vou questionar e nem me aprofundar na questão da EGM americana ou nos fatores que levaram a empresa a encerrar a revista impresa. Só estou usando a situação para refletir se faz tanta falta assim ao mercado esse tipo de produto.

No caso do Brasil, a EGM ainda vai continuar. Já tem especulações que não por muito tempo, mas isso não vem ao caso. Em relação ao Brasil acho que o que falta por aqui mesmo são portais online de games de “grandíssimo” porte. Assim como os americanos tem a IGN e Gamespot, por exemplo. Grandes portais que conseguem entrevistas com os grandes gênios da área, com exclusivas e análises de 95% dos lançamentos de todas as plataformas. Estamos longe de ver um portal assim virar realidade no Brasil.

Também carecemos uma Gamefaqs nacional. Se temos um Wikipedia, porque ninguém ainda montou uma Gamefaqs? Afinal, o site em questão tem o mesmo princípio do Wikipedia, qualquer um pode atualizar. Mas uma iniciativa assim tem que ver dos portais de games existentes no Brasil. São eles que devem incentivar e iniciar um projeto assim.

Quanto ao mundo blogueiro, que aliás acho que é o que tem maiores perspectivas de crescimento atualmente no Brasil. Estes estão indo bem. Longe de ter a quantidade/qualidade de posts e comunidade que uma Kotaku ou Videogaming247 tem, mas os passos são satisfatórios na área. Com um destaque especial a blogs como Continue e GoLuck. Citei estes porque ambos tem algo muito importante: personalidade. Tem seu próprio jeito de ser, seu ritmo, suas unicidades, o que é muito importante nos dias de hoje.

Sei que muitos profissionais no mundo dos games aqui no Brasil também precisam do mundo do papel para viverem, afinal o mundo online dos games não gera dinheiro por aqui. Mas todo período de transição é difícil. As revistas de games como EGM ou Nintendo aqui no Brasil deveriam começar a se preocupar com isso, criando sites decentes e que tomassem a frente no mundo online brasileiro de games. Enquanto houver esse medo de migrar e harmonizar o mundo antigo com o mundo moderno, fica difícil acreditar na melhora de um ou de outro, pelo menos aqui no Brasil.

Sei que a minha visão é simplista e com lacunas a serem preenchidas. Alguém arrisca uma opinião?

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18 Comentários

  1. Sou um eterno apaixonado por revistas de games, tenho muitas mesmo, e digo que ainda elas são vitais para a indústria, pois o material mais ponderado que elas produzem é valiosos, seus textos são mais maturados e concisos, sem falar que possuem uma durabilidade maior.

  2. E eu sou mais antigo ainda… do tempo da Videogame! 🙂
    A dificuldade enfrentada pelas revistas de games é, de fato, a dificuldade enfrentada por toda essa industria diante do advento da era da informação digital – algumas revistas mais do que outras. A solucao, para varias revistas, foi passar tambem a manter um website, onde a informacao e dada de maneira mais superficial do que na revista. E o caso da brasileira SuperInteressante por exemplo. Isso amenizou o problema para algumas, mas nao o corrigiu, afinal e possivel achar um site com informacao aprofundada para praticamente cada revista que se possa imaginar: noticias, saude, culinaria, mercado de trabalho, economia, politica, comportamento, moda, entretedimento, tudo enfim.
    No caso especifico dos games, eu diria que os sites especializados vao muito mais longe do que qualquer revista consegue ir. Veja, um jogo e feito de jogabilidade, imagens em movimento, musica, tudo contribui. Um site e capaz de mostrar um video com o preview de tudo isso. Uma revista… jamais. A desvantagem aqui e patente e gritante, e é so uma. Alguem quer comparar um mecanismo de busca online com o trabalho de ficar folheando varias revistas de uma pilha ate achar aquela dica que voce procura?
    Eu lembro com saudade da extinta revista Videogame, ela me ajudou muito na epoca a escolher meus games, mas a vida e evolucao. Mas isso foi numa epoca em que internet ainda era para muito poucos, e eu mesmo ainda nao hava sido apresentado ainda ao meio digital. Os tempos hoje sao outros.

  3. Thiago, parabéns… ótimo texto.

    Também lia a Ação Games… na verdade, não só ela. Lia muito a Gamers também… quem não se lembra das propagandas da ProGames no final da revista??

    O Programa do Luciano Gualda no Multishow era meio fraquinho, mas era o que tinha na época e eu num perdia de jeito nenhum….

    Lembro que nos canais de assinatura também passava um programa gringo (pelo sotaque era ingles britanico…) sobre games mas que se não me falha a memória chama(va) CyberNet.. muito bom, mas já faz muito tempo q to sem tv por assinatura e nums sei se ele ainda existe. no Brasil depois de um tempo começou a passar na Band o G4 Brasil de forma semanal se não me engano, mas com o G4 Brasil Drops todos os dias.

    Depois que a Gamers e a Ação Games sairam do mercado, desisti de acompanhar revistas e me abstive do mercado de games de consoles, ficando focado apensa em jogos de PC. Isso aconteceu porque as revistas q eu mais gostava sumiram do mercado e também porque o meu Playstation sofreu uma queima de placa-mãe devido a uma transcodificação NTSC/Pal-M feita de forma porca…. Até hoje sinto falta das tais revistas. Quando vou pra Caxambu paro e fico dando uma folheada nas revistas antigas, vendo jogos de DreamCast e Nintendo 64, que são consoles que possuo e ainda jogo, e penso como era bom isso, mas que hoje é um mercado realmente fraco no país.

    Quem sabe num futuro não muito distante o Brasil num tem um GameFaqs e um ultra hiper mega portal sobre jogos? É meio dificil de acontecer, mas num é impossível….

  4. A maioria dos sites de games possuem belos recursos multimídia sim, mas são pobres em conteúdo. Mas alguns, como o GameTV, recrutaram um pessoal que já trabalharam em revistas para conseguir um texto melhor.

  5. E pro pessoal que almeja um Gamefaqs brazuca, nem é preciso tanto, é só nós mesmos passarmos a alimentar o site da Gamefaqs, inclusive alguns jogos possuem lá um detonado em português.

  6. Não é a mesma coisa Mauri, pelo menos eu penso isso. Um GamefaqsBR precisaria da união de grandes sites, blogues e foruns para alimentar o banco de dados. Essa coisa de misturá-lo com o gringo não vejo sucesso a longo prazo…as pessoas perdem o interesse, muito acabam não conhecendo por causa da ausencia do .br no endereço, a pagina inicial em inglês tb não auxilia. Tem que ser algo pra gente mesmo. Como a Uol fez com a Gamertags.com.br

    Sobre o conteudo, acho que o maior pecado de muitos sites de games no brasil é a total ausencia de materias e analises de games. Vc pega sites como Uol, GameTV, Nintendo etc etc etc, não falta noticias do mercado e jogos, mas sofre com matérias originais de criativas, onde o leitor brasileiro encontra muito mais fácil na blogosfera nacional, assim como análises para uma quantidade satisfatoria de games… a Uol jogos mesmo não consegue suprir todas as analises de lanaçmentos de fim de ano, por exemplo. Gosto tb da finalboss, mas eles tb não suprem toda a demanda de informações e materias necessárias, mas eu diria que é uma com grandes potencias.

    Outro que poderia ter uma dedicação melhor a área seria o site Omelete. Se eles dedicassem a sessão de games da mesma forma que fazem com a de Cinema, colocaria entre os melhores do brasil.

  7. Eu ainda tenho a primeira edição da VIDEO GAME.. com o mário na capa.. muito legal… tudo aquilo que via nas páginas da revista.. na época eu ainda não tinha o video game..ficava lendo e relendo várias vezes memorizando as fotos e tudo mais..

    Muito bom seu texto Thiago.. vou procurar minha relíquias denovo e relembrar a infância.. 🙂

  8. comentando oq postei no forum:

    bom, vou deixar o meu comentario….e vai ser gde tongue.gif

    primeiramente, otimo texto, curto, bem objetivo e de leitura bem agradavel!!

    esse tema levantado pelo thiago ja foi mto discutido em sites e ppalmente pelo pessoal da EGM BR

    eles msmo ja haviam dito q a internet veio pra ficar, e q as revistas impressas deveriam tomar medidas pra se manter…..uma delas é o enfoque em materias originais, coisa q a internet nao providencia facilmente

    detonados, dicas, reviews ja sao coisas q a internet da uma lavada, mas só a gringa……a net br ta engatinhando mto ainda pra derrubar revistas como a EGM BR e a ROX….

    só vamos ter um portal de games que chegue perto de ign e gamespot se tivermos mercado nacional aqui, empresas chegando aqui, consoles etc…. esses sites gringos só sao fortes assim pq recebem apoio das empresas de lá, dinheiro msmo, e nao é pouca coisa….. a propaganda q rola nos sites ñ é brinquedo nao….
    tanto q ign e gamespot se tornaram o “espelho do mundo dos games”, tdo qnto é game q sai é visto primeiramente lá….. e o sucesso de vendas depende tb de como o game é avaliado por lá…..

    gamefaqs br seria uma boa, ha alguns brasileiros q se arriscam a mandar detonados/dicas em portugues, ja vi varios, mas um site nosso iria ser mto bom……lembrando q gamefaqs é da gamespot….

    e temos um portal de games, era o gameworld, feito pelo pessoal das revistas super dicas playstation, egm br e nw, acompanhei a e3 de alguns anos atras lá, era mto bom, mas por problemas financeiros juntaram com outra equipe, e acabaram adicionando conteudos diversos alem de games: musica, hq, cinema, dvds, tv, etc….. e os games ficaram em segundo plano, tanto é q quase nunca atualizam a parte de games e qndo fazem sao news q vc ja ta careca de saber

    thiago, lembrando q o continue é do prandoni, ele trabalhou ou ainda é colaborador da egm br, e o goluck é do lucas patricio, q fazia o wii-tv e agora tb ta na egm brazuca

  9. Eu gosto das revistas de papel, compro todas todos o meses, mas a tempos que elas perderam aquele negócio de que realmente traziam coisas novas e interessantes.

    Infelizmente, se eles não darem um jeito de inovar (se é que isto é possível ) estão todos fadados à morte mesmo.

    🙁

  10. Maverick, o Continue (blog) é do Fabio Bracht. A Continue (revista eletrônica de única edição) é que é do Prandoni e dos demais membros do Hadouken. O Prandoni cedeu o uso do nome Continue para o Fabio.

  11. Mais um mega-combo do T_Thiago!

    Mas sinceramente… da mesma forma que os sites de games brasileiros não são assim tão fortes por se sustentarem em sua maioria nas notícias e textos curtos, aquelas revistas que não dependem só de notícias para existir, contando com diversos especiais, matérias gostosas de se ler e tudo o mais, também não correm riscos.

    Sites, ao contrários de blogs, são um tanto quanto impessoais. O texto que se lê é frio, como qualquer notícia do dia-a-dia – desde colunas policiais ou o sobe e desce (mais desce do quê sobe…) das ações na bolsa. Com as revistas de games isso é diferente, em especial naquelas dedicadas para o público X ou Y – é como se estivessem falando com você, mesmo que esse ou aquele jogo que você gostaria tanto de jogar acabe não levando a nota que você esperava.

    Por isso acredito que as BOAS, e somente as BOAS revistas de games não vão sumir tão cedo. Ainda mais por aqui, onde temos um potencial de crescimento gigantesco neste nicho, mas ainda pouco explorado pelas fabricantes / produtoras – e que alavanca as vendas das revistas também.

    E agora falando pelo lado colecionador, daqueles que começou a ler revistas de games com a Ação Games e hoje é apaixonado pela NGamer Brasil, por mais que “bits e bytes” sejam mais rápidos e fáceis de se conseguir que páginas impressas, não há nada que substitua aquela pilha de revistas na sua estante, e a sensação de descoberta a cada página virada de uma nova revista, cada pedacinho de texto que se aproveita, saboreia.

    Revistas FTW! – bom, acho que é isso ^^

  12. Thiago, ótimo post!
    Eu adoro revistas de games devido às matérias, como por exemplo um especial falando sobre Castlevania, mas concordo que para saber as novidades a internet é bem mais recomendada, afinal, é preferível ficar sabendo de tudo em tempo real que esperar um mês para ler as novidades do mês passado. A cada pouco eu compro uma revista de games, mas somente devido a alguma matéria que tenha me chamado atenção…

  13. Tudo o que você falou eh verdade. Eu compro mensalmente a Nintendo World porke sou fanatico pela Nintendo, mas realmente teve uma época que eu parei de comprar. Durante esse tempo, eu descobri o Uol Jogos e outros sites que davam reviews, detonados, previews e tudo de graça! Achei ótimo, mas acabei voltando a comprar porque estes sites davam maior espaço ao PS3 e ao Xbox 360.

    Realmente, leia uma revista de games atual. Qualquer uma terá links de internet. Tudo eh mais pratico na internet sem duvida.
    Lei NGamer Brasil, por exemplo. A revista tem seção para acontecimentos (vídeos, fotos) interessantes sobre a nintendo e todos eles você confere onde? na internet! eles te passam links pra isso.

    Não é a toa que este mercado de revistas vem decaindo tanto. Espero que os games não acompanhem isso, por causa de dowloads e jogos piratas que circulam por aí…

  14. Bom eu sempre to acompanhando a FullGames!

    Ela não é estilo que dá review ou comenta os games atuais,apenas trás um super jogo por 17,90,antes da crise : 15,90.

    Jogos como Fear,Far Cry,Prince of Persia,Splinter Cell e futuramente TimeShift/Splinter Cell 2/Prince of Persia T2T e talvez um Assassins’s Creed pro 17,90!!!

    Umas 10 páginas explicam como instalar o game,e vem legendas do menu ,tela do jogoe ás vezes conta a história de sequencias do jogo. Umas 3 páginas finais vem com informações legais como LCDxPlasma / Física nos Games / Oque é CPU,memória / …. Este é a novidade de uns meses pra cá.

    Participo da comunidade da revista ativamente no orkut,o próximo lançamento será TimeShift.Já encontramos(os membros da comuna) uma revista fullgames do lado do jogo de lançamento.
    Exemplo clássico: Resident Evil 4. Revista:15,90 e Caixa original: 99,90.

    Então é um milagre essa revista!Muito boa! Dá até vontade de comprar um jogo da revista,mesmo que vc já tenha ele pirata ou baixado… só pra sentir que é algo legalizado 🙂

  15. Bem, é claro e evidente que, pelo menos aqui no Brasil, o conteúdo do sites especializados é inferior ao das revistas. Falo isso porque, este mês, comprei pela primeira vez na minha vida uma EGW(versão brasileira da EGM). Já havia lido em alguns sites que estava pra acontecer o Video Games Live, as matérias eram meio curtas e tal. Mas, na EGW, tinha uma entrevista com Tommy Tallarico, o “cara” por trás deste show. Além de conter tbm uma matéria completa sobre King Of Fighters XII, incluindo a origem dos personagens, como Ralf e Clark do game Ikari Warriors. Outro ponto que avalio positivo nas revistas é a portabilidade e conforto visual. Visto que, no brasil, poucos tem grana pra comprar um ultra mega celular que pega TV digital ou internet rápida ou ainda um laptop pra ler no ônibus ou no trem uma matéria em qualquer site que seja. E ainda, ler textos gigantes, mesmo em uma tela de LCD, é super cansativo.
    As vantagens de uma revista em detrimento a sites são muitas, mas, estão mais claras pra quem naõ é acomodado pensa na sua saúde… …financeira. tbm.

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