Review: Banjo-Kazooie Nuts & Bolts [X360]

As aventuras de Banjo-Kazooie já completaram 10 anos, como 1998 parece longe, não? Muita coisa mudou desde então, incluíndo a compra da Rare pela Microsoft. Por muitos anos, os fãs pediam, já com poucas esperanças, por um terceiro game da franquia, que estava num hiato de 8 anos de espera, já que o último, Banjo-Tooie, foi lançado em 2000.

2008 foi uma surpresa para muitos. Nuts & Bolts é o renascimento de uma franquia. Muita coisa mudou, mas a simpatia que conquistou os fãs está lá. Banjo, Kazooie, Grundy, as tiradas, os mundos gigantes, as pecinhas de quebra-cabeça, os Jinjos, Bottles, Mumbo-Jumbo etc. O game é polêmico, já que afastou dezenas de elementos do primeiro game e, causou um enorme estranhamento no público-alvo e possívelmente muitos vão acabar não gostando. Não faço parte deste grupo. Achei o game mais do que excelente, achei fenomenal, mesmo com defeitos aqui e ali, o game é uma jóia única. Não dá para comparar com nada criado desde então, mostrando mais uma vez que a Rare ainda tem mágicas nestes dedos já calejados com o tempo.

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Dados Técnicos
Plataforma analisada:
Xbox 360
Players: 1 Player Adventure/ 8 Players Multiplayer On-line
Desenvolvedora: Rare Ltd.
Distribuidora: Microsoft Game Studios
Lançamento: 12/Nov/2008

Grande demais para brincar a pé…

Esta a impressão que se tem logo nos primeiros minutos de Nuts & Bolts. O mundo principal e o primeiro mundo, Nutty Acres, já deixam bem claro ao jogador que andar apenas com Banjo por aí é um tortura, você simplesmente anda, anda, anda e nunca chega aonde quer.

Se for pensar é até plaúsivel o acréscimo dos veículos. Afinal na vida real não utilizamos eles para ir de um local ao outro constantemente? O problema do game não são eles.

Pelo contrário, a Rare criou um sistema de construção de máquinas tão impressionante que há momentos que você não sabe se é realmente um carro aquilo que você construiu, já que ele pula, sobre paredes, plana, carrega e empurra coisas, e atira nos inimigos. É como se as habilidades de Kazooie dos games anteriores, estivessem agora nos veículos. Tudo de um jeito muito fácil de construir e testar. Não se assuste se você se encontrar em determinado momento do game, mais dentro da garagem de construção do que nas fases. Isso não necessáriamente é algo ruim.

Uma nova aventura e as mudanças.

O game não tem uma história mirabolante. Grundy está de volta, Banjo e Kazooie também, mas ao invés de seguir o estilo tradicional de game, um quarto personagem, chamado L.O.G. [Lord of Game], interfere em tudo, diz que esse estilo está muito ultrapassado e manda bandidos e mocinhos para um outro mundo, criado por ele, para disputar o legítimo dono de Spiral Mountain. Tudo no melhor estilo cômico e sarcástico que a Rare sabe fazer.

O jogador então está em Showdown Town. O mapa principal do game, onde irá passar, provavelmente, a maior parte do game, explorando tudo que a cidade esconde. São caixas de peças para carros [o melhor item do game todo, Jinjos, Minjos, notas musicais, passagens para acesso a outras áreas e Jiggies [as pecinhas em formato quebra-cabeça].

O jogo funciona um pouco diferente dos anteriores. Ainda permanece a idéia de um mundo principal que dá acesso aos demais, entretanto os 5 mundos do game vão se abrindo aos poucos.

O primeiro mundo Nutty Acres não abre por completo no início do game. Ele e os demais mundos são divididos em “Acts”. São 6 portas por mundo. Sendo assim a porta 6 de Nutty Acre só vai abrir depois que o jogador estiver bem avançado no game. Acredito que tal medida foi adotada para que o jogador jogar por todos os mundos de forma variada, deixando-os mais diversificados, já que você não fica na mesma área por muito tempo.

Outra mundança foi em relação aos Jiggies que agora não estão mais escondidas no cenário. Elas são conquistas através de pequenos mini-games. E aqui começa o problema com o game. Primeiro por isso mata praticamente a exploração dos mundos, ficando estes apenas exclusivos a coleta de notas musicais, apesar de algumas estarem em áreas remotas e escondidas.

O problema com os mini-games é a simplicidade. Muitos são fáceis demais e se você for contar, são mais de 90 mini-games, então em determinado momento do game, você sentirá o cansaço da repetição de tarefas. Infelizmente a Rare não conseguiu impedir essa repetição. Claro que há alguns desafios legais, como o Balão gigante em Nutty Acres que mais parece um chefe de Star Fox, ou uma partida de Golf em Banjolandia, ou a descida em Terrarium com um veículo sem motor, ou a partida de futebol aquático contra Grundy em Jiggosseum. Existem muitos mini-games criativos durante todo o game, mas quando se começa cada mundo é inevitável encontrar aqueles mamão com açucar para habituar o jogador ao mundo.

Os mini-games de corrida também não ajudam muito. Eles são fáceis, muitas vezes o jogador perde por escolher um veículo errado a pista e não porque a CPU corre bem. Porém é de enfurecer quando um veículo gruda no outro por causa das peças e montagens bizarras que é possível criar. Já as missões de corrida na água e no ar, que são em menor número, até são mais divertidas, pois o terreno não atrapalha, os inimigos não grudam nos pneus dos veículos e dá mais liberdade ao jogador trilhar o caminho.

Além dos criativos e os de corrida, sobram os de carregar coisas. Estes não fazem diferença alguma. Dificilmente você encontrará um que o fruste. Na maioria são fáceis e rápidos. O que é uma pena, pois por vídeos e trailers, aparentam ser mais do que são. Em geral dependem apenas do carro montado ter muito espaço para armazenar coisas.

Existem alguns mini-games de tiros, mas são poucos e muito mais aproveitados, o que é uma pena, porque as armas que o jogo disponibiliza para os veículos são excelentes. o que poderia ser legal, a Rare não aproveitou muito.

O game é basicamente isso: Construir, Explorar Showtown e Coletar os Jiggies dos Mini-games. Existem alguns extras como os Jinjos, que também são obtidos por mini-games e acionam o mini-game do Jinjo Bingo em Showtown que lhe dá notas e peças para os veículos. Tem o Klungo Arcade, que é um jogo 8-Bits para ser desbravado. E é claro, o multiplayer que irei mencionar mais abaixo.

Se você não gostou dos mini-games, ainda assim dá para aproveitar. Pule os primeiros acts do jogos assim que possível, jogue nas portas mais avançadas, vença a Grundy sempre que um estágio dela se abrir, pois isso lhe permitirá explorar melhor Showtown, e faça e atualize seus veículos de mini-games sempre que possível. Lembre-se também que Banjo-Kazooie Nuts & Bolts não é um game que você pagou U$ 59,90. O game teve um orçamento menor e por isso foi lançado a U$ 39,90. Um preço mais convidativo para um game neste estilo descontraído.

Acabei não falando muito dos mundos. Mas eles são enormes e muito criativos. Banjolandia faz referencias a todos os mundos dos 2 games anteriores. Jiggosseum é um estádio Olímpico gigante. LogBox 720 é como se fosse a parte interna de um videogame, gigante é claro, com 6 níveis de altura. Terraruim é um jardim colossal. E Nutty Acres é o mundo que todos vimos nos primeiros videos do game. Todos gigantes, com milhares de detalhes e belíssimas trilhas sonoras.

Porém se o Adventure tem uma queda devido aos mini-Games, o multiplayer chega para alegrar!

Multiplayer Online? Yes!

Admito ter comprado Nuts & Bolts devido ao modo single-player. Nem dei muita bola para o multiplayer até fechar o game e obter todas as peças possíveis para os veículos. Hoje penso se eu tivesse começado pelo multi, se hoje já teria terminado o single. As partidas online são excelentes.

Sabe aqueles mini-games que ficam ruins jogando sozinho ou contra a CPU que eu mencionei acima? Eles não são assim jogando online com jogadores do mundo todo. O desafio, a bagunça, as bizarrices, as trapaças, no modo online pode tudo!

Uma corrida de aviões, podendo usar armas e todos os tipos de itens é alucinando jogar online. Poder conversar durante a partida com todo mundo idem. Lembra de Stra Fox 64, aquelas partidas tediosas de 2 players? Imagine 8 jogadores, dezenas de armas, naves e helicópteros de todos os tipos se matando para ser o último a ficar em pé. Sensasional! Joguei um mini assim no Terrarium, onde todos tinha um mesmo veículo que apenas subia e descia rápido, frente e para trás era quase impossível, todos com laser. Vencia o time que coseguise destruir mais vezes as naves adiversárias.

Em outra partida no Jiggoseum, uma corrida de carros-sacos! A pista tem muros que o jogador precisa pular. Imagine 8 carros pulando ao mesmo tempo, um caindo em cima do outro, batendo e ainda podendo atirar lasers. Sensacional, nem Mario Kart é tão divertido assim.

Participei de uma partida de Sumô, uma arena delimitada, vence aquele carro que ficar na área por mais tempo, podendo tudo, carros grandes, armas, porrada. Vale tudo para empurrar o veículo da arena. Fiquei em segundo com um carro-gancho que criei. Outro partida bizarra, havia uma rampa gigante e o jogador num carro-dardo tinha que ir com tudo nela, pular e cair nos alvos valendo pontos, ganhava quem acumulasse mais pontos em 3 pulos.

O multiplayer de Nuts & Bolts é assim. Utilizando todos os mapas, todos os tipos de mini-games, podendo usar itens de destruição em massa, podendo em alguns usar seus próprios veículos, jogar em times… e por aí vai. Faz Mario Party parecer um jogo de um passado muito distante.

Ah e que tal uma partida de futebol no ar, onde os aviões “assopram” a bola? Ha ha ha tem isso também. São muitas variações de mini-games com centenas de possibilidades. E o mais legal é que o sistema é bem consistente, sem lag e os jogadores trazem veículos muito bizarros nas partidas livre. O sistema também pode ser colocado em Random, assim você nunca sabe que tipo de partida vai cair. o/

Por isso, se Nuts & Bolts não lhe agradou no single-player, experimente o multiplayer. Jogadores que vem da época da Nintendo que se divertiam com Star Fox, Mario Kart e Mario Party vão adorar o multi de Nuts & Bolts!

Acertos e Furadas

* A atração do game é o sistema de construção de veículos. Carros, motos, avições, barcos, nada é impossível na simples e prática interface que a Rare criou. O sistema ainda é composto além das peças básicas, de geringonças malucas como molas para o carro “pular”, mecanismo de invisibilidade, giroscópio para manobras, torpedos teleguiados e muito mais. As chances de você passar mais de 1/3 do game na garagem construindo são enormes. O game suplica por isso.

* O maior problema do game são os mini-games. Não que eles sejam horríveis, mas em geral são tediosos. O potencial de interatividade com os veículos nem sempre é levado ao seu verdadeiro potencial neste tipo de brincadeira. Nuts & Bolts é dividido em contruir, explorar e vencer os mini. Assim 1/3 do game sai calejado já de início. Há belos mini-games, mas a maior parte consiste em corridas pelo cenário ou levar uma coisa de um lugar ao outro. São raros mini-games bons como o Balão gigante que mais parece um chefe de Star Fox ou a descida no Terrarium num carro sem motor, só na banguela. Pena.

* 1/3 Construção, 1/3 Mini-Games, sobra o 1/3 da Exploração. Nos mundos de coleta, não há muito o que explorar. O jogador vai passear por todos os cantos do cenário, por água, terra ou ar, lembrando que são gigantes tais mundos. Até mesmo para a coleta das notas músicais, que são importantes para melhorar os veículos. Porém a maior parte da real exploração fica por conta de Showdown Town, que é imensa e cheio de supresas e esconderijos. Terminei o game com 20 horas de jogos e ainda falta muito o que coletar, porém eu passei aproximadamente 7 horas explorando ShowTown e ficando cerca de 2 a 3 horas em cada mundo. Notou como o mapa principal é importante?

* Os veículos terrestres tem um certo problema em ficarem fixos no chão. Como o chão de praticamente todos os muntos é acidentado, não são plenamente planos, é comum capotar, virar, e perder a direção do veículo. Faltou a Rare ter criado um sistema de amortecedor nos carrinhos, não que isso impeça a jogatina, mas há momento que irrita ter que ficar mexendo no carro até achar uma melhor forma que o adapte a pista, não porque ele é lento, mas porque ele fica capotando.

* O sarcarmos e as tiradas que só a Rare sabe fazer sem ofender estão no game. O jogo faz palhaçado com o sistema de desafios nos games em 3D, com o fato do 3º Banjo ter demorado 8 anos, com a paranóia dos fãs com o famoso caso Stop ‘n’ Swop, com suas franquias que não venderam nada, com Mario e mais uma infinidade de coisas. Tudo é levado no bom humor e na tiração de sarro. Inclusive quando L.O.G. diz que praticamente todas as franquias de games da Rare estão na prancheta de desenvolvimento para continuações. O game também brinca no fim que caso N&B seja um fiasco, talvez eles tenham que fazer um 4º game no molde dos antigos.

* O game traz um sério e tenebroso problema de Slowdowns. Eles são bem raros, mas quando surgem, o melhor é desligar o jogo, porque é de tirar do sério. Em geral eles acontecem quando o jogador fica dando restarts nos mini-games. Aquela tela de loading com as peças saindo e voltando para a tela deve sobrecarregar alguma coisa, porque é sempre ali que mora o perigo de slowdown. Nem mesmo com o game instalado no HD isso suaviliza.

* Na parte técnica como gráficos, som, replay e jagabilidade, Nuts & Bolts eu só posso elogiar. Os mundos criados pela Rare são impressionantes. Terrarium, parece um jardim colossal, um Pikmin num cenário assim seria arrepiante para qualquer gamer. Spiral Mountaim também é nortalgia pura, e é onde acontece o último confronto do game. Isso sem mencionar Banjolandia, onde há dezenas de referências aos 2 últimos games de Banjo. A trilha sonora com músicas novas e antigas em novas versões, mais os efeitos sonoros e grunidos dos personagens dão veracidade ao game. Replay fica por conta do multiplayer e da exploração e dos T.Thropy dos Mini-Games.

* Quer algo sensacional em Nuts & Bolts? Após ter terminado o game, ter adquirido as melhores peças, ter montado seus próprios veículos… vá para o Multiplayer online do game. Partidas sem lags, com muitos veículos malucos, mini-partidas divertidíssimas como de dardos e sumô, corridas no melhor estilo Mario Kart de ser. Sensacional mesmo!

Finalizando…

Banjo-Kazooie Nuts & Bolts está longe de ser um game perfeito ou um retorno glorioso de uma franquia prestigiada por fãs. Porém tem seus méritos e consegue vitórias. O sistema original e inédito de construção de veículos é fantástico. Os mundos e todos os personagens no game são incrivelmente bem trabalhados. Peca ao colocar o jogador disputando mini-games bobos contra a CPU é claro, mas não faz feio quando mostra que eles podem ser divertidíssimos contra outros jogadores num sólido modo multiplayer online. Sem contar que o sarcasmo, a irônia e a tiração de sarro da franquia e até mesmo da Rare estão melhores do que nunca.

O espírito da Rare ainda existe, pode não ter a mesma disposição do passado, mas todos envelhecem não? Por U$ 39,90, o investimento é ótimo para seu Xbox 360. Com certeza, o jogador está saindo no lucro em adquirir Banjo 3. Um grande game por um pequeno preço.

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7 Comentários

  1. mto boa analise, mas se Nuts for um renascimento da franquia, terão estragado de vez banjo-kazooie…..
    oq a rare devia fazer é acompanhar o reflexo da critica e dos fãs, q na maioria nao foram mto positivos e tentar mudar

    é legal esse sistema de veiculos, é…. msmo pq os mundos sao gigantes, se nao tivessem os veiculos iria ser um porre…….
    mas q sejam assim entao com veiculos e mais fases de exploração e plataforma e nao de minigames

  2. Maverick e Zelda, vcs jogaram o Multiplayer do game? Eu acho que o Multiplayer se justifica pelo sistema imposto. Alias ontem eu descobri Water Polo no online, nossa que maravilha…. e participei de uma corrida em Nutty Acres a noite!! Lindo demais aquele mar a noite!

    E Mave, as notas e criticas contra Banjo não foram ruins, Sonic Unleashed foi bem mais atacado por exemplo. Banjo ficou com notas médias, como 8 e 7… praticamente igual a Prince of Persia. Isso é longe de ser ruim.

  3. Eu adorei o game, mas ele tá mais pra um Spin off de banjo do que uma continuação da série principal. Se for considerado assim, foi ótimo mesmo. Mas se realmente for considerado como uma continuação da série, não ficou legal por 1 motivo:
    Existe uma enorme diferença entre inovar um game e fazer um totalmente diferente do que deveria ser. Banjo é um game q vc joga com um urso e sai pulando e matando inimigos num cenário 3D, neste jogo vc joga com veículos q vc cria e quem os dirige é o urso dos jogos plataforma.
    O game é ótimo, é só não considerá-lo como Banjo mesmo q vc vê isso. =P

  4. É, o jogo divide muito a opinião da imprensa e metacríticos, mas parece que a voz do público é uníssona: vendeu 650 mil no mundo todo. Para bater o primeiro do N64, só faltam 3 milhões. Conseguirá? Eu duvido. Pelo menos a Rare teve coragem de tentar quebrar com a mesmice e dar uma nova direção à franquia, espero que no próximo jogo ela acerte a mão, o que têm sido muito difícil após a saída dos irmãos Stamper.

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