Lançamento: Disney Big 5 tem a melhor seleção de histórias da coleção até aqui!
A Disney Big foi uma grande surpresa no cenário brasileiro quando surgiu em Dezembro de 2008. Afinal, não dá nem para recordar quando foi a última vez que a Editora Abril havia apostados fichas numa publicação com tantas páginas. E 300 páginas é coisa pra caramba. Apesar da revista ter surgido como uma fonte de republicações, ainda tem potencial para muitas coisas, tudo dependerá é claro do sucesso e da aceitação do consumidor na publicação, ou seja, o quanto ela vende. De semestral, a revista já se tornou trimestral. As edições também vem recebendo maior cuidado a cada lançamento, seja na seleção das histórias ou na encadernação, que não está tão “frágil” quanto a primeira e o papel já não enrruga tanto quanto os primeiros volumes. Dá para melhorar ainda, mas o atual volume já dá para abrir e ler com prazer e sem ficar naquele medo de “quebrar” a revista.
Mas não foi apenas isso que a Disney Big nº5 foi aprimorada. Uma das maiores birras e reclamações que já havia feito por aqui (assim como também enviado e-mail sugerindo melhoras na Abril) era em relação ao mix de histórias da revista, que geralmente se limitava-se apenas a histórias publicadas aqui no Brasil do ano de 2000 em diante. Cuidado com a palavra “publicada” na frase anterior, pois ela não significa “produzidas”, ou seja, mesmo que as Disney Bigs anteriores trouxessem histórias de várias décadas dos quadrinhos Disney no Brasil, todos já haviam sido publicadas ou republicadas por aqui depois do ano 2000, ou seja, eram histórias mais recentes do acervo digital da Abril. Isso excluia da seleção da Disney Big outras centenas de histórias fabulosas de décadas atrás que ainda não haviam passado pelo tratamento digital.
Como sou um colecionador dos quadrinhos Disney à aproximadamente 15 anos, é óbvio que passei pelas revistas de 2000-2005 (a maioria das publicações das DB anteriores) e portanto havia pouquíssimas novidades pra mim, leitor da velha guarda. Foi quando passei a comentar por aqui que a revista era legal, porém poderia ser muito melhor se trouxessem histórias mais antigas. Meu pedido foi ouvido e a quinta edição chega às bancas com uma seleção de excelentes histórias e com algumas do período anterior a 2000 que nunca havia sido republicado até então. Para quem não é da geração de 90, são quase que histórias inéditas por assim dizer, mesmo que literalmente não sejam!
Quer um exemplo? As Viagens Computadorizadas que consta neste volume. Um clássico de Giorgio Cavazzano que foi publicada no Brasil na extinta revista Vídeo Disney #1 de 1983 e que nunca foi republicado até então! São histórias assim que quero ver em Disney Big. Histórias raras de gerações passadas que poucos tiveram a oportunidade de ler. E o melhor é que com o traço de Cavazzano não tem como a história não agradar.
Outro exemplo interessante: Em Mickey nº 808 de Janeiro de 2010, foi publicado a história O Buraco da Agulha, com um personagem chamado o Duende da 11ª Dimensão (imagem ao lado). Esta história é uma sequência de outras histórias com esse personagem incomum. Na verdade são 4 histórias, sendo que as duas primeiras sequências foram publicadas no Brasil em 1999 e 2002, respectivamente. Ok, a segunda história entra no período acima do de 2000, entretanto é muito bem vinda a publicação em conjunto de ambas numa única edição, complementando a coleção de qualquer um junto com a edição de janeiro de Mickey, mostrando alias como o tal Duende conhece o Mickey. As histórias do Duendo neste volume são O Duende Doido e No Reino da Fantasia. Sobrou apenas a história An Impish Bad Birthday que continua inédita no Brasil, mas ela é uma história relacionada ao aniversário de Mickey, talvez a Editora Abril esteja guardando ela para alguma ocasião especial.
Tem muita coisa que ainda quero comentar sobre este volume de Disney Big, mas vamos fazer o seguinte? Vou continuar após o “continue lendo”, porque ainda tenho que falar de Carl Barks, Don Rosa, Morcego Verde, Superpateta, Superpato, Paul Murry e sobre um desenho clássico do Mickey. Tem muito assunto e não quero sobrecarregar a primeira página do blog. E ainda tem a lista de todas as 17 histórias desta edição.
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Olhando as fotos acima, é notável o tanto de páginas que já rendeu esta coleção. Mais de 1.500 páginas de quadrinhos Disney. Enfim deixa dar continuidade aos comentários sobre algumas das histórias desta edição.
Não preciso explicar por aqui quem foi Carl Barks, preciso? Don Rosa muito menos. Esta edição traz uma dobradinha de Barks e Rosa, simplesmente com um dos mais clássicos dos clássicos da família Pato. Don Rosa fez muitas histórias que são praticamente uma sequência direta de grandes aventuras de Carl Barks e faz totalmente o sentido de publica-las aqui, em conjunto, uma seguida da outra. Espero que a Editora Abril volte a fazer isso em futuras edições, porque a idéia é realmente ótima. No casa deste volume temos Perdidos no Andes e Volta à Quadradópolis, que como o nome e a tela acima demonstra, temos Donald e Sobrinhos no velho clássico dos ovos quadrados. É uma daquelas histórias que você irá ler e nunca mais irá esquecer, não dá para explicar muito sobre a sensação que ambas passam para os verdadeiros fãs das aventuras de Donald e Tio Patinhas. Alias colocar o traço de Barks ao lado de Rosa para que os fãs comparem é sensacional, é notável o capricho que Don Rosa tem para superar o traço de Barks.
Mas a Disney Big 5 também tem Super-Heróis! Tem a primeira história do Morcego Verde de 1974! Um clássico pois conta a origem da versão “super” do Zé Carioca. Completam a edição duas histórias italianas, uma com o Superpateta e um outra com o Superpato. A do Superpateta, Crônica do Terror, foi publicado no Brasil apenas em 1999, e esta é sua primeira republicação. Já a do Superpato, A Força da Paixão, é um pouco mais recente, publicada por aqui em 2004, mas também é a primeira republicação. Podia ter sido escolhido uma mais antiga, mas tudo bem, dá para deixar passar. Infelizmente, nada de Indiana Pateta nesta Disney Big, o que é uma tristeza pra mim que sou fã do personagem, espero que o personagem retorne na próxima edição.
Para os fãs de Paul Murry, a edição traz O Navio-Fantasma, de 1964, que foi publicado no Brasil apenas em 1965 e 1987 e entra naquela regra que mencionei quando este post começou, histórias anteriores ao período de publicação de 2000 em diante. Ótima idéia trazer mais uma HQ de Murry ao mundo das HQs coloridas digitalmente.
Preciso também comentar sobre a épica história que abre a revista: O Homem dos Patos. Uma homenagem de Cavazzano à Carl Barks, produzida em 1992 que conta com o próprio Barks como protagonista contando a sua jornada no mundo dos quadrinhos, uma visão fantasiosa e fictícia, mas que pode emocionar qualquer fã do mestre. Linda história mesmo. Apesar dela ter sido publicada em 2005 em Mestres Disney 2, vale a pena a republicação, já que muitos não possuem essa raridade.
Já estou me extendendo mais do que gostaria, vejamos, Don Rosa ainda fecha a edição com a otima Guerra do Wendigo. As histórias Um Enfermeiro sem Remédio e Um Resfriado Caro são histórias da década de 70 que nunca haviam sido republicadas até esta edição (ótimo!). Por fim, O Trailer do Mickey é uma adaptação em quadrinhos, produzida em 2000, do clássico animado de 1938! Assista e sinta a nostalgia de tempos que não voltam mais:
Faltou alguma coisa? Eu sei que mesmo que sejam 300 páginas, nunca vai ter espaço para tudo. Mas senti falta do Peninha nesta edição. O personagem está alia na capa, mas não nenhuma vez dentro da revista. Tem uma história com mais de 25 páginas de uma história bobinha com Minie e Pluto que poderia muito bem ter ficado de fora para alguma história do Peninha. Como disse também senti falta de Indiana Pateta. Outro personagem que poderia ter aparecido: Porf. Pardal, tem muitas histórias solos com o personagem que são ótimas. Vamos torcer para que a revista continue com a ótima seleção e que mais personagens diferentes aparecem nos próximos.
Para fechar o post, segue a lista de histórias da quinta edição:
01) O Homem dos Patos (Inducks) – 1992 – 21 Páginas
Roteiro: Rudy Salvagnini – Desenhos: Giorgio Cavazzano
02) Perdidos nos Andes (Inducks) – 1948 – 32 Páginas
Roteiro e Desenhos: Carl Barks
03) Volta a Quadradópolis (Inducks) – 1989 – 28 Páginas
Roteiro e Desenhos: Don Rosa
04) O Morcego Verde (Inducks) – 1974 – 8 Páginas
Roteiro: Ivan Saidenberg – Desenhos: Renato Canini
05) O Navio-Fantasma (Inducks) – 1964 – 21 Páginas
Roteiro: Carl Fallberg – Desenhos: Paul Murry
06) As Viagens Computadorizadas (Inducks) – 1984 – 24 Páginas
Roteiro: Gabriella Damianovich – Desenhos: Giorgio Cavazzano
07) O Duende Doido (Inducks) – 1997 – 10 Páginas
Roteiro: Pat McGreal – Desenhos: Cèsar Ferioli Pelaez
08) No Reino da Fantasia (Inducks) – 2001 – 10 Páginas
Roteiro: Carol McGreal e Pat McGreal – Desenhos: Xavier Vives Mateu
09) A Força da Paixão (Inducks) – 2002 – 30 Páginas
Roteiro: Bruno Sarda – Desenhos: Lara Molinari
10) Feijoada nas Estrelas (Inducks) – 1991 – 09 Páginas
Roteiro: Rosana Rios – Desenhos: Fernando Bonini
11) A Crônica do Terror (Inducks) – 1998 – 10 Páginas
Roteiro: Augusto Macchetto – Desenhos: Massimo De Vita
12) Um Enfermeiro sem Remédio (Inducks) – 1971 – 10 Páginas
Desenhos: Jack Bradbury
13) A Batalha na Muralha de Adriano (Inducks) – 1966 – 14 Páginas
Roteiro: Vic Lockman – Desenhos: Tony Strobl
14) O Trailer do Mickey (Inducks) – 2000 – 08 Páginas
Roteiro e Desenhos: Cèsar Ferioli Pelaez
15) Um Resfriado Caro (Inducks) – 1977 – 08 Páginas
Roteiro: Ivan Saidenberg – Desenhos: Carlos Edgard Herrero
16) Volte para Casa, Pluto (Inducks) – 1996 – 27 Páginas
Roteiro: François Corteggiani – Desenhos: Giancarlo Gatti
17) A Guerra de Wendigo (Inducks) – 1991 – 27 Páginas
Roteiro e Desenhos: Don Rosa