Ghost e depois… Trick! Mais uma bela obra de Shu Takumi! [Impressões]

Sabe… Quando Ghost Trick foi anunciado eu torci o nariz. Injustamente. Tudo porque, eu, e acredito que muitos fãs da série de jogos, Ace Attorney, estava esperando por uma continuação do quarto jogo, que por sinal, até hoje não veio. E porque eu citei Ace Attorney? É que Ghost Trick foi desenvolvido por ninguém mais, ninguém menos que Shu Takumi, o criador da série Gyakuten Saiban (para os que não sabem, Ace Attorney no ocidente). Aí saíram as primeiras imagens, que não contribuíram muito pro meu ânimo, achei meio estranho o estilo dos personagens, coisa pessoal mesmo.

Aí eu pensei, e pensei. Um jogo do mesmo criador, e com um estilo investigativo que talvez deva lembrar seus jogos anteriores. Acho que vale a pena dar uma chance e jogar ele para ver como ficou. Esperei lançar a versão americana, porque jogar em japonês sem entender a história, num jogo onde faz parte da experiência entendê-la, realmente não consigo (desculpe, AAI 2!). E ainda sim demorei um pouco pra começar a jogar, mas depois de alguns dias de jogatina e olhos vidrados na tela, pude tirar algumas conclusões e impressões, que mudaram meu jeito de ver o jogo. Descubra, depois do continue lendo:

Vamos começar primeiro a apagar a má impressão que eu tinha dos pontos que eu citei antes. Primeiro, o jogo em si, julguei ele injustamente, pois não sabia o quanto seria divertida a minha experiência ao jogá-lo ao longo de seus vários capítulos. O enredo é instigante, típico de um livro de romance policial: Um fantasma que procura saber quem ele é, e ao mesmo tempo é envolvido numa cadeia de eventos que acontece durante uma longa e movimentada noite. Dizer mais que isso é spoiler, mas o que eu posso dizer é que a cada capítulo, mais revelações e mistérios acontecem de forma a prender a sua atenção na história, que vai sendo conduzida perfeitamente. As vezes, você espera que ela tome um certo rumo, mas de repente, tudo dá uma guinada e faz com que a atenção seja direcionada a outro foco da história.

Eu também reclamei do design dos personagens, mas como toda novidade vista de primeira pelos nossos olhos acaba causando esse tipo de sensação, acabou passando com o tempo. É tudo questão de costume, e não é diferente aqui, o gráfico a primeira vista pode parecer estranho, mas fizeram um trabalho tão bem feito na animação dos personagens que ajuda a tirar a primeira impressão. E hoje, olhando bem, eu gosto do design!

Diferente da série Ace Attorney (tirando o Investigations, claro), em Ghost Trick, podemos ver o corpo completo dos personagens, e a animação dos sprites dão um show. Seja através da dancinha do inspetor Cabanela, ou da voracidade em que Lynne devora um frango. É tudo muito bem feito. As vezes algumas das perfomances me arrancaram risadas, como a dança daquele guarda que fica na sala de controle da prisão.

E diversão não falta à Ghost Trick, outro ponto alto no game, e que me fez gostar muito em Phoenix Wright. Em grande parte por mérito das personagens bem estruturadas e carismáticas, como o simpático Missile (grande referência à Ace Attorney, quem tava de olho aberto percebeu), o detetive Jowd, o inspetor Cabanela, e é claro, o protagonista Sissel. O personagem mais divertido na minha opinião foi o Missile, gostei muito das conversas dele, e dos trocadilhos com o nome.

A jogabilidade de Ghost Trick é bem inovadora. Sissel possui a habilidade de transitar pelo mundo através dos objetos e das linhas telefônicas. Ele pode “ocupar” os objetos através do Ghost World, que é uma espécie de visão fantasmagórica que ele tem do mundo real. E através de um objeto, ele pode se locomover para outro, seja para chegar a um lugar específico ou para fazer pequenos truques com eles, os chamados “Tricks”. Sissel ainda tem outro poder, o de voltar 4 minutos antes da morte de qualquer personagem, onde, ou quando, ele pode tentar previni-la.

Ah, e as referências à Ace Attorney? Começando por Missile, é claro. Tem também a vestimenta de alguns personagens, como aqueles detetives que aparecem vestidos de azul e verde, no início do jogo. O primeiro lembra Phoenix Wright, por um momento cheguei a pensar que fosse mesmo ele. Já o segundo lembra o Winston Payne. A roupa de detetive do Jowd, lembra bastante a de Gumshoe. Acho muito divertido essas coisas de referências, easter eggs. Testa a percepção e conhecimento do jogador.

E finalmente, o final do jogo é surpreendente. Muitas revelações e suspense até o último capítulo de Ghost Trick. A busca de Sissel pela verdade é incrível, cativante, misteriosa, divertida e porque não gratificante? Meu veredito para o jogo é que ele foi além das minhas expectativas, e soube mesclar bem mistério com uma boa dose de bom humor que Shu Takumi sabe fazer muito bem em seus games. Um excelente game, com certeza!

Uma pergunta que ficou, será que cabe uma continuação? No meu ponto de vista, acho que é possível sim criar uma sequel, com a “mitologia” criada nesse primeiro jogo. Eu tava lendo pelos fóruns por aí, que alguns não querem ver uma continuação porque acham que a história é fechada em um só jogo. Não é o que acho. Ele fechou muito bem a história de Sissel, mas eu acredito que alguns elementos do mundo do jogo, ainda ficaram ao ar, claro, que não houve necessidade do game entrar em detalhes sobre eles, acho até melhor que não tenha se aprofundado sobre isso, e acredito que eles poderiam ser muito bem explorados, em possíveis sequências futuras. Vamos ser esperançosos!

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10 Comentários

  1. Eu to jogando esse jogo e to simplesmente viciado nele! A historia vai te prendendo cada vez mais conforme você joga.
    Mas eu não peguei as referências do missile a Ace Attorney. Elas acontecem na primeira vez que você encontra ele ou em um futuro capitulo?

      1. Ah e esqueci de falar. Não consigo imaginar uma continuação pro jogo mas depois de Another Code R e Last Window, sequências de outros dois jogos do DS de história fechada, não duvido desses caras. 8D

  2. Pretendo “testar” no DS, mas quero comprar a versão para o iOS (no Japão já saiu). Aproveitando o post para recomendar jogos de DS, estou “testando” (:P) o Inazuma Eleven, que saiu na Europa! RPG muito irado de futebol, bacana mesmo, como fã de Super Campeões, me amarrei no jogo imediatamente. Fora que tem uma mistura de vários jogos, por exemplo com elementos do Radiata Stories (PS2, poucos devem conhecer). Deveriam lançar nos EUA para eu comprar…. tomara que a versão do Wii seja localizada.

  3. esse jogo é muito bom mesmo,mas antes de uma continuaçao pra ele quero mais é meu apollo justice 2! muito curioso pra saber dos outros personagens que não apareceram no 1

  4. Nossa, por coincidência eu terminei esse jogo nesta quinta-feira, como eu nunca joguei nenhum jogo da série ACE, entao eu não posso compara-los, mais eu ADOREI ESSE JOGO!!! A história é muito bem contada, hilária e cheia de reviravoltas, o gameplay é muito divertido e foram muitas horas de jogo gastas. Um dos melhores jogos que eu já joguei p/ DS.

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